Daniel 9
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As setenta semanas
As setenta semanas
Daniel 9.20-27
Daniel, aos meados de seus 80 anos, estava em oração pelo povo de Israel, clamando pela misericordia de Deus, por conta de todos os pecados que o povo tinha cometido. E no meio de sua oração, ou seja, Daniel não conseguiu nem a finalizar, o anjo Gabriel o aparece, trazendo uma mensagem do Deus vivo.
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade...”
shavu'im – literalmente “semanas”, plural de שָׁבוּעַ (shavua) que significa “semana de sete”, podendo referir-se a dias ou anos. No contexto profético, refere-se a semanas de anos, ou seja, 70×7 = 490 anos.
(nechttach) – “determinadas”, ou “decretadas”, literalmente “cortadas”, indicando um período específico delimitado por Deus.
Ou seja, 490 anos estão DETERMINADOS por Deus, mas para o que? Por que Deus determinou esses dias sobre Israel e Jerusalém?
Objetivos da profecia (v.24):
Acabar com a transgressão
Dar fim ao pecado
Expiar a iniquidade
Trazer justiça eterna
Selar a visão e a profecia
Ungir o Santo dos santos
Como Daniel 9 Aponta para Jesus
Como Daniel 9 Aponta para Jesus
“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o Ungido (מָשִׁיחַ – Mashiach), o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas...”
Ponto de partida: Decreto de Artaxerxes (Neemias 2:1-8, em 445 a.C.) foi quando teve a ordem para restaurar e edificar Jerusalém
Total: 7 + 62 = 69 semanas = 483 anos
Ponto final: vinda de Jesus Cristo, o “Ungido-Príncipe”, por volta do ano 30-33 d.C.
“Depois das sessenta e duas semanas será morto o Ungido, e já não estará...”
Refere-se à morte de Cristo após as 69 semanas, antes da 70ª semana.
“Será morto” – o termo implica violência, mas não por si mesmo. A ideia é de morte vicária.
“E o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário”
alusão à destruição de Jerusalém em 70 d.C. pelos romanos.
Ou seja, Jerusalém seria reconstruida, e após isso, veria o Messias, ele seria MORTO e a cidade seria destruída.
“Ele firmará uma aliança com muitos por uma semana; na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta...”
“Na metade da semana” – Jesus foi crucificado aproximadamente 3 anos e meio após iniciar seu ministério.
❌ INTERPRETAÇÕES ERRÔNEAS
❌ INTERPRETAÇÕES ERRÔNEAS
❌ Interpretação Judaica Tradicional
Afirma que o Mashiach é Ciro ou outro líder judeu, e o “príncipe que há de vir” seria Tito.
As 70 semanas são simbolicas e não literais
O ungido seria um sumo sacerdote ou Zorobabel
O príncipe que viria seria Antioco Epifanio ou Tito
A destruição do templo não tem ligação com o Messias
📚 Fontes judaicas principais:
Rashi (1040–1105) – Comentário a Daniel 9, onde vê as semanas como períodos até Antíoco.
Saadia Gaon (séc. 10) – Entende as semanas como simbólicas e aponta para eventos anteriores a Jesus.
Talmude Babilônico, Sanhedrin 97a – Interpreta a passagem com flexibilidade cronológica, evitando fixar em figuras cristãs.
Joseph Klausner (judeu, historiador): nega que Jesus cumpra essa profecia, dizendo que ele falhou como libertador de Israel.
Interpretação Correta
1.O termo “Mashiach” (מָשִׁיחַ) não se refere a qualquer ungido comum
O uso em Daniel 9:25–26 aponta para um Ungido-Príncipe (מָשִׁיחַ נָגִיד), ou seja, uma figura real e messiânica, não meramente sacerdotal.
O artigo definido no hebraico (implícito pelo contexto) e o paralelismo do v.26 (“será morto”) indicam alguém de destaque escatológico, não um sacerdote comum.
📘 John J. Collins (um dos maiores especialistas em Daniel, Yale University):
“A combinação de mashiach com nagid (‘príncipe’) é singular, e muito mais próxima da expectativa messiânica real davídica do que de um sumo sacerdote. Os sacerdotes não eram chamados de ‘príncipes’.”
(Daniel: Hermeneia Commentary, Fortress Press, 1993)
2.A morte do Ungido após 69 semanas não se encaixa em Onias ou Zorobabel
Onias III foi morto em 171 a.C., mas a contagem das 69 semanas (483 anos) a partir de qualquer decreto sobre Jerusalém (ex: 457 ou 445 a.C.) não o alcança logicamente. Ou seja, a morte de Onias não se encaixa na profecia.
Zorobabel não foi morto violentamente, e muito menos depois de um período contado a partir da reconstrução de Jerusalém. Mais uma vez, não se encaixa na profecia
O texto diz que o Mashiach será morto e não terá nada — expressão que aponta para morte injusta, sem herança ou trono, algo típico da crucificação de Jesus (Is 53:8, At 8:33).
📘 Gleason Archer (erudito em línguas semíticas e Danielista):
“Nenhum personagem judaico entre Zorobabel e Onias III cumpre a descrição de Daniel 9:26 com precisão. A morte do Ungido é melhor entendida como uma profecia do sofrimento redentor de Cristo.”
(Daniel: The Expositor’s Bible Commentary, Zondervan, 1985)
3. A Precisão Cronológica Apoia a Leitura Cristã, Não Judaica
Decreto de Artaxerxes (Neemias 2:1) em 445 a.C. + 483 anos (69 semanas) = c. 30–33 d.C.
Isso bate com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e sua crucificação.
A profecia é precisa demais para ser acomodada simbolicamente
📘 Harold Hoehner (professor de Novo Testamento, Dallas Theological Seminary):
“A partir de 445 a.C. até 33 d.C., temos 173.880 dias — exatos 69 semanas de anos no calendário profético judaico de 360 dias.”
(Chronological Aspects of the Life of Christ, Zondervan, 1977)
IV. O Cumprimento Cristológico dos Seis Propósitos (v.24)
IV. O Cumprimento Cristológico dos Seis Propósitos (v.24)
"Acabar com a transgressão" – Hebreus 9:26
"Dar fim ao pecado" – Romanos 6:10
"Expiar a iniquidade" – Isaías 53:5, Hebreus 1:3
"Trazer justiça eterna" – Romanos 3:21–26
"Selar visão e profecia" – Mateus 5:17
"Ungir o Santo dos Santos" – João 2:19-21 (Jesus como verdadeiro templo)
👉 Isso jamais se cumpriu em Zorobabel, Onias ou qualquer líder terreno de Israel. Apenas Cristo, em sua morte, ressurreição e ascensão, cumpriu todos esses elementos plenamente.
