Como o Pai me Perdoou, Assim eu Devo Perdoar (Mt 18.21-35)

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📖 Texto: Mateus 18:21-35

🔑 Ideia Central:

O perdão de Deus é gracioso e ilimitado, mas exige resposta prática e sincera. Recusar perdoar é prova de um coração que ainda não conheceu de fato a graça.

1. A pergunta de Pedro revela a tendência humana de limitar o perdão (vv. 21-22)

“Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?”
Pedro pensa estar sendo generoso (o padrão rabínico era 3 vezes).
Jesus responde com “setenta vezes sete” (ἑβδομηκοντάκις ἑπτά) — ou seja, sem limite, sem contabilidade.
Esse número ecoa Gênesis 4:24, mas Jesus reverte a lógica da vingança ilimitada para um perdão ilimitado.
📚 Aplicação:
Carson e Luz: Pedro ainda pensa em categorias de merecimento e medida. Jesus introduz a lógica da cruz: perdão não é justiça comedida, mas graça abundante.
No lar, onde os atritos são diários, somos chamados a esse tipo de perdão incondicional.

2. A dívida impagável mostra a profundidade do nosso pecado diante de Deus (vv. 23-27)

“Trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos…”
10 mil talentos = 200 mil anos de trabalho! Um número hiperbólico, que representa a culpa impagável do ser humano diante de Deus.
O rei cancela a dívida movido por compaixão (σπλαγχνισθεὶς), a mesma usada para a misericórdia de Jesus pelas multidões (cf. Mateus 9:36).
📚 Aplicação:
France: Esse é o coração do evangelho — a salvação não é barganha, é perdão gratuito.
Você já reconheceu o tamanho da sua dívida diante de Deus? Ou ainda se acha justo o bastante?

3. A recusa de perdoar revela um coração endurecido e incoerente (vv. 28-30)

“Mas, saindo dali, aquele servo encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem denários...”
Cem denários ≈ 3 meses de trabalho — ínfima comparada aos 10 mil talentos.
O servo agarra o conservo e exige, sem misericórdia, lançando-o na prisão por dívida.
📚 Aplicação:
Keener: o contraste é proposital e chocante. Um perdão tão grande deveria ter transformado aquele homem.
Isso nos confronta: quem vive cobrando os outros por ofensas pequenas, não entendeu a graça que diz ter recebido.

4. O perdão negado é revogado no juízo final (vv. 31-35)

“Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão.”
O rei revoga seu perdão e entrega o servo “aos torturadores”.
Jesus conclui com uma aplicação direta: quem não perdoa será tratado da mesma forma por Deus.
O perdão de Deus é gratuito, mas não é barato. Ele transforma — e exige transformação.
📚 Aplicação e exegese profunda:
“Assim também” (οὕτως καὶ) conecta o juízo do v.34 com a ação de Deus: é escatológico.
“De coração” (ἀπὸ τῶν καρδιῶν) indica um perdão sincero, não apenas formal ou verbal.
Carson, France, Luz, Wilkins e Osborne convergem:
Não se trata de salvação pelas obras, mas de evidência da salvação recebida. O perdão dado por Deus cria um novo coração. Se não há fruto, não houve raiz.

🎯 Conclusão

O ensino de Jesus é claro e contundente:
Quem foi perdoado de uma dívida infinita deve viver como agente desse mesmo perdão.
Se você se recusa a perdoar, não apenas está em rebelião moral — está negando a cruz que diz ter aceitado.

🙏 Aplicações finais:

Com quem você ainda está cobrando “cem denários”?
Há alguém que Deus está lhe mandando perdoar “de coração” hoje?
Perdoar não é esquecer — é abrir mão da vingança. É viver a cruz no relacionamento.
No culto no lar, que o lar seja também escola de perdão.
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