A Restauração que Impulsiona a Missão
Marlon Xavier
Igreja em Movimento • Sermon • Submitted • Presented
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Transcript
Introdução
Em Atos 9, a história de Saulo não termina na estrada para Damasco. A história de Saulo começa de novo na estrada para Damasco. A história que estamos prestes a ler é sobre como a restauração pessoal de um homem se tornou um dos pontos de partida para o maior movimento missionário do mundo.
Saulo, o perseguidor da igreja, acabara de ser confrontado pelo Cristo ressurreto.
Deus chama Ananias, um discípulo comum, para participar desse plano — mesmo ele tendo receio.
Deus usa pessoas comuns para realizar obras extraordinárias
Gálatas 1.15–16 “Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue,”
1 - A coragem é a força motriz do movimento
1 - A coragem é a força motriz do movimento
Aqui podemos abordar a coragem em dois aspectos, obviamente na figura de Saulo, mas nesse texto vemos também a coragem de um homem usado por Deus na vida de Saulo.
A primeira peça do quebra-cabeça da restauração de Saulo é a obediência corajosa de um discípulo chamado Ananias. Deus o chamou de nome e lhe deu uma missão simples e, ao mesmo tempo, aterrorizante: ir a uma rua chamada Direita e procurar por Saulo de Tarso, o homem que ‘fazia muito mal aos santos em Jerusalém’ (v. 13)
"A coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo" Nelson Mandela
Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.
Isaías 41.10 “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.”
Deus não precisa de nós, mas escolhe nos envolver para crescermos na fé.
Aplicação: A obediência em meio ao medo nos leva a experimentar o agir de Deus.
Ananias, em sua honestidade, expressa suas dúvidas e seu medo. Ele sabe quem é Saulo. Mas o diálogo com Deus é revelador. O Senhor não o repreende por seu medo, mas o tranquiliza e lhe dá uma nova perspectiva: 'Vai, porque este é para mim um vaso escolhido' (v. 15).
O medo tem te afastado de cumprir o mandamento de Deus?
Quem você tem afastado de Deus por não estar ouvindo a voz dele te comissionar a pregar o evangelho?
Qual a pessoa que você desistiu apesar de Deus nunca desitir de pessoas?
“A fé vê o invisível, crê no incrível e recebe o impossível.”
A palavra 'Ananias' significa 'O Senhor é gracioso'. E é exatamente isso que ele se torna: um instrumento da graça de Deus, um canal que leva a misericórdia de Cristo ao mais improvável dos destinatários.
A restauração que Deus quer fazer em outras vidas muitas vezes começa com a nossa disposição em dar um passo de fé, superando nossos preconceitos e nosso medo. A igreja só está em movimento quando seus membros se movem em obediência.
“A igreja só está em movimento quando seus membros obedecem mesmo com medo.”
2 - A Visão Confirma o Movimento (Atos 9:17-18)
2 - A Visão Confirma o Movimento (Atos 9:17-18)
(Abordagem: A transformação do evangelho, visível e marcada pelo Espírito Santo.)
Enquanto a coragem é a força motriz, a visão é aquela que da direção para o movimento, é ela que confirma o movimento.
O movimento que Deus faz sempre é visível, e gera transformação.
O segundo aspecto da restauração de Saulo é a manifestação visível da sua transformação. Quando Ananias impõe as mãos sobre ele, algo extraordinário acontece: 'imediatamente, lhe caíram dos olhos umas coisas que pareciam escamas, e recuperou a vista' (v. 18).
Essa não é apenas uma cura física. É uma metáfora poderosa e perfeita para a conversão. Saulo, que antes tinha uma visão clara e objetiva do mundo (baseada em sua religião), estava espiritualmente cego para a verdade de Cristo. As 'escamas' representam a cegueira espiritual, o preconceito religioso e a dureza de coração. Quando essas escamas caem, a visão espiritual é restaurada, e a pessoa passa a enxergar a glória de Deus na face de Cristo.
nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
O Novo Testamento fala da cegueira espiritual como uma condição universal (2Coríntios 4:4-6). O evangelho é o poder de Deus para remover essa cegueira. A visão restaurada de Saulo é seguida pelo enchimento do Espírito Santo e pelo batismo, o que confirma a genuinidade da sua conversão. A presença do Espírito Santo não é um mero acessório, mas a marca da nova criação em Cristo.
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
Gálatas 2.20 “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
“A graça de Deus não nos deixa onde estamos; ela nos transforma onde precisamos ser.” — John Stott
“Cristo não veio para polir pessoas boas, mas para dar vida nova a mortos espirituais.” — (baseado em Efésios 2:1)
O Reino de Deus é feito de pessoas reustaradas, com visão clara (sem escamas nos olhos), que se põe em movimento.
O que as pessoas veem em nós? O que a sua vida hoje testemunha? O que você, pessoalmente, enxerga? A verdadeira fé não é apenas uma profissão de boca, mas uma transformação de vida. Nossa restauração se torna visível quando nossas atitudes, nossas palavras e nossa visão de mundo são radicalmente transformadas pelo evangelho. É a prova de que algo novo e real aconteceu."
“A restauração verdadeira é sempre visível — escamas caem, a visão muda, e a vida fala por si.”
3 - A Missão Sustenta o Movimento (Atos 9:19-20)
3 - A Missão Sustenta o Movimento (Atos 9:19-20)
O capítulo 9 de Atos poderia terminar com Saulo sendo restaurado, batizado e se sentindo forte, mas a história continua. O verso 19 nos diz que, depois de comer e recuperar as forças, a primeira coisa que Saulo faz é sair e pregar. 'E logo nas sinagogas, pregava a Cristo' (v. 20).
A missão não é um apêndice da restauração; ela é o propósito da restauração. O motor é consertado não para ficar parado na garagem, mas para rodar e cumprir a jornada. Saulo, que antes perseguia a Cristo, agora se torna um vaso escolhido para pregar sobre Ele.
“A missão não é uma atividade da igreja, é a razão de sua existência.” — Emil Brunner
A vida cristã não é um ciclo fechado. Não somos salvos apenas para nossa própria felicidade e conforto, mas para a glória de Deus e para o avanço do Seu reino. A restauração pessoal que recebemos do Pai, verificada pela transformação e pelo tipo de visão que temos, tem como meta nos impulsionar para a missão de pregar o evangelho.
O próprio Jesus, antes de ascender, disse aos seus discípulos em Atos 1:8: 'recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas'.
Qual é a sua missão? Talvez você tenha sido restaurado de uma doença, de um vício ou de uma crise familiar. O propósito dessa restauração é te fortalecer para o próximo passo da sua jornada de fé. Não se contente em apenas ser consertado; seja impulsionado.
O movimento da igreja depende de cada um de nós, restaurados, assumindo nosso papel na missão de Deus em nosso lar, nosso trabalho, nosso bairro e em todo o mundo.
“A igreja não tem uma missão no mundo; a missão de Deus tem uma igreja no mundo.” — Chris Wright
“Somos restaurados não para ficar parados, mas para sermos enviados.”
A história de Ananias e Saulo nos ensina uma lição fundamental para a 'Igreja em Movimento': a restauração de um impulsiona a missão de muitos.
Acontece com a coragem de um que obedece a Deus.
É confirmada com a visão de um que é transformado pelo evangelho.
E culmina na missão de um que agora, fortalecido, se une ao propósito de Deus.
O convite desta noite é para que você se enxergue nesta história. Talvez você seja um Ananias, chamado a agir em meio ao medo. Ou talvez você seja o Saulo, precisando ter as escamas removidas para enxergar a verdade e o propósito. O que é certo é que, uma vez restaurados, somos convocados a nos mover.
Que o Senhor nos capacite a viver uma fé que não apenas recebe a restauração, mas que a utiliza como combustível para a grande missão que Ele nos confiou.
“A restauração que não nos leva à missão ainda não terminou sua obra em nós.”
