DEUS SEMPRE DÁ O LIVRAMENTO! 1 Samuel 23
1 e 2 Samuel • Sermon • Submitted • Presented
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· 8 viewsEm Cristo nosso sofrimento encontra seu propósito máximo: ser alvo do cuidado providente do Deus que nos livra nas lutas e não das lutas.
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Grande ideia: Em Cristo nosso sofrimento encontra seu propósito máximo: ser alvo do cuidado providente do Deus que nos livra nas lutas e não das lutas.
Estrutura: em Queila, Davi age debaixo da orientação do Senhor, para o bem e para o mal (vv. 1-14), com Jonatas, Davi encontra fortalecimento de sua confiança em Deus (vv. 15-18) e em Zife, Davi recebe o escape em sua aflição (vv. 19-28)
por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas sendo bem-conhecidos; como se estivéssemos morrendo, mas eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; como entristecidos, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo.
O capítulo 23 de 1 Samuel narra a vida de Davi em fuga de Saul.
A sequência dos eventos é:
Davi livra a cidade de Queila dos filisteus (vv. 1-6).
Saul planeja cercá-lo em Queila, mas Davi busca direção de Deus e foge (vv. 7-13).
Davi se refugia no deserto, sendo perseguido por Saul (vv. 14-18).
Jônatas encontra Davi e reafirma sua amizade e a certeza da promessa divina (vv. 16-18).
Saul quase captura Davi em Maom, mas é interrompido por uma invasão filisteia (vv. 19-29).
Este capítulo destaca a tensão entre a perseguição de Saul e a proteção providencial de Deus sobre Davi, o escolhido para reinar.
1 Samuel 23 mostra o contraste entre Davi, guiado por Deus, e Saul, guiado por ciúmes e medo. A narrativa ressalta que Deus protege e conduz os que são fiéis à Sua vontade. A verdadeira segurança não vem de cidades fortificadas, mas do cuidado divino. Além disso, a amizade de Jônatas é exemplo de apoio espiritual que fortalece no meio da aflição.
Orientação. (vv. 1-4)
Davi era o campeão de Israel, logo ele foi encontrado em Adulão: “Eis que os filisteus estão atacando a cidade de Queila e saqueando as eiras”.
Dicionário Bíblico Lexham Queila de Judá
QUEILA DE JUDÁ (קְעִילָה, qe'ilah). Uma cidade da Sefelá atribuída à tribo de Judá (
Davi consulta o Senhor quatro vezes neste texto: vv. 2, 4, 10, 12.
“Consultou ao Senhor” (וַיִּשְׁאַל דָּוִד בַּיהוָה – vayyishʾal David b’YHWH) – indica buscar orientação divina formalmente, através do sacerdote e do efode.
A colete sacerdotal, também conhecida como estola sacerdotal, era uma peça importante das vestes sagradas usadas pelos sacerdotes no tabernáculo. De acordo com os artigos, ela era feita de ouro, pano azul, púrpura, carmesim e linho fino retorcido[1]. A estola tinha duas ombreiras que se uniam nas extremidades e um cinto de obra esmerada feito dos mesmos materiais[1]. Nas ombreiras eram colocadas duas pedras de ônix engastadas em ouro, com os nomes dos filhos de Israel gravados como um sinete, servindo como pedras de memória[1]. Essa vestimenta era usada por Arão e seus filhos para oficiarem como sacerdotes no santuário[2]. A estola sacerdotal era parte das vestes sagradas que o Senhor havia ordenado que fossem feitas para o ministério no tabernáculo[1][2].
[1] João Ferreira de Almeida, trans., Nova Almeida Atualizada, Edição Revista e Atualizada®, 3a edição (Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017), Ex 39:1–3.
[2] João Ferreira de Almeida, trans., Nova Almeida Atualizada, Edição Revista e Atualizada®, 3a edição (Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017), Ex 35:16–19.
— Ponha também no peitoral do juízo o Urim e o Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do Senhor; assim, Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do Senhor continuamente.
Os conflitos de Davi com os filisteus, fazem parte das narrativas em 1 Samuel.
Por isso, Davi correu e, lançando-se sobre o filisteu, pegou a espada dele, tirou-a da bainha e o matou, cortando com ela a cabeça dele.
Quando os filisteus viram que o seu herói estava morto, fugiram.
Davi se levantou e partiu com os seus homens, e mataram duzentos filisteus. Trouxe os seus prepúcios e os entregou todos ao rei, para que assim se tornasse seu genro. Então Saul lhe deu a sua filha Mical em casamento.
Cada vez que os chefes dos filisteus saíam à batalha, Davi obtinha mais êxito do que todos os servos de Saul. E assim o nome de Davi se tornou muito estimado.
E tornou a haver guerra. Davi lutou contra os filisteus e os feriu com grande derrota, e eles fugiram dele.
Davi salvou a cidade de Queila, mas ela lhe respondeu com traição.
A expressão no verso 13 é reveladora: “e se foram sem rumo certo”.
O que importa é que: por Davi ter feito tudo consultando ao Senhor, a vontade dEle se estabeleceu: Deus não lhe entregou nas mãos de Saul.
2. Fortalecimento. (vv. 15-18)
Mais uma vez “no deserto”, Davi recebe a visita de Jonatas, seu amigo leal.
Davi permaneceu no deserto, nos lugares seguros, e ficou na região montanhosa no deserto de Zife. Saul buscava-o todos os dias, porém Deus não o entregou nas suas mãos.
Quando Davi percebeu que Saul tinha saído para tirar-lhe a vida, ficou no deserto de Zife, em Horesa.
Então eles se levantaram e se foram a Zife, adiante de Saul. Ora, Davi e os seus homens estavam no deserto de Maom, na planície, ao sul de Jesimom.
Saul e os seus homens foram ao encalço dele, e isto foi dito a Davi. Por isso ele foi para a rocha que está no deserto de Maom. Quando Saul soube disso, perseguiu Davi no deserto de Maom.
Onde ficava o “deserto de Zife”?
Holman Ilustrated Bible Dictionary:
Cidade na região montanhosa da Judeia (Josué 15:24), provavelmente Tell Zif, cerca de cinco quilômetros a sudeste de Hebrom. Maressa provavelmente fundou a cidade (1 Crôn. 2:42). Davi se escondeu de Saul no deserto circundante (1 Sam. 23:14–15; 26:2). Os zifitas, residentes de Zife, revelaram duas vezes os esconderijos de Davi a Saul (1 Sam. 23:19; 26:1).
Esse encontro deve ter sido regado à lágrimas.
Josefo:
Jônatas foi até lá encontrar-se com ele, para abraçá-lo e para conversarem. Exortou-o a esperar para o futuro, não obstante a infelicidade presente. Assegurou que Davi ainda reinaria sobre todo o povo e que não era de admirar que para chegar a tão alta posição fosse mister suportar tão duros sofrimentos.
Como o óleo e o perfume
alegram o coração,
assim o amigo encontra doçura
no conselho cordial.
O texto diz que Davi foi fortalecido em sua confiança em Deus.
“Fortaleceu-o em Deus” (חִזֵּק יָדוֹ בֵּאלֹהִים – ḥizzēq yado b’ʾElohim) (v. 16) – literalmente “fortaleceu sua mão em Deus”, uma expressão idiomática que significa encorajar com fé e confiança em Deus.
Jerry Bridges:
Para que confiemos em Deus, precisamos conhecê-Lo de maneira íntima e pessoal. Davi disse no Sl 9.10: “Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome, porque tu, Senhor, não desamparas os que te buscam”. Conhecer o nome de Deus é conhecê-Lo de maneira íntima e pessoal. É mais do que simplesmente conhecer fatos a respeito de Deus. É envolver-se em um relacionamento pessoal mais profundo com Ele, como resultado de buscá-lo em meio ao sofrimento pessoal e descobrir que Ele é digno de confiança. Somente quando conhecermos a Deus dessa maneira pessoal é que seremos capazes de confiar nEle.
A fala de Jonatas em uma parte beira a ingenuidade, mas foi bem sincera. Já em outra ela reflete a realidade na perspectiva de Deus: Davi será rei de Israel!
— Lamento haver constituído Saul como rei, porque deixou de me seguir e não executou as minhas palavras.
Então Samuel ficou triste e clamou ao Senhor durante toda a noite.
Então Samuel lhe disse:
— Hoje o Senhor rasgou das suas mãos o reino de Israel e o deu a alguém que é melhor do que você.
Samuel pegou o chifre do azeite e ungiu Davi no meio de seus irmãos. E, daquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apossou de Davi. Então Samuel se levantou e foi para Ramá.
Houve uma renovação da aliança que já havia sido feita entre os dois.
Jônatas e Davi fizeram uma aliança, porque Jônatas o amava como à sua própria alma.
Jonatas tinha uma casa para voltar.… Davi, por ora, não.
Joyce Baldwin:
Não foi apenas o calor da amizade humana que fortaleceu Davi, porém muito mais a certeza de Jônatas quanto ao propósito de Deus para o futuro. Jônatas viera para confirmar que era vã a esperança que seu pai tinha de se livrar de Davi e de restaurar sua dinastia. A mão de Saul não seria vitoriosa, pois Deus tinha outro plano, que Sua mão realizaria.
Jesus é o nosso amigo, que nos levará um dia para casa.
Muitos heróis da fé encontraram em Jesus o melhor amigo. Andrew Bonar escreveu no seu diário sobre certo bosque para onde ele ia para ser fortalecido pela amizade em oração com Cristo. Ele o chamava de “Bosque de Zife”. Ele registrou: “Deus tem fortalecido minhas mãos com frequência, meu Jônatas divino me encontra aqui”. Jonathan Edwards, no seu leito de morte, da mesma maneira invocou “Jesus de Nazaré, meu verdadeiro amigo, que sempre está presente”. O apóstolo Paulo disse o mesmo sobre seu julgamento perante César: “Ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram. […] Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças” (
Ninguém tem amor maior do que este: de alguém dar a própria vida pelos seus amigos.
3. Escape. (vv. 19-28)
Essa experiência de Davi em Zife me fez lembrar um trecho da música de Ludmila Ferber:
Em tempos de guerra, nunca pare de lutar.
Não baixe a guarda, nunca pare de lutar.
Em tempos de guerra, nunca pare de adorar.
Libera a Palavra, profetiza sem parar.
O escape, o descanso, a cura.
A recompensa vêm sem demora.
O escape, o descanso, a cura.
A recompensa vêm sem demora.
E nesse contexto, Davi escreveu o Salmo 54.
Ao mestre de canto. Salmo didático. Para instrumentos de cordas. De Davi, quando os zifeus foram dizer a Saul: “Não está Davi escondido entre nós?”
Ó Deus, salva-me, pelo teu nome,
e faze-me justiça pelo teu poder.
Escuta, ó Deus, a minha oração,
dá ouvidos às palavras da minha boca.
Pois contra mim se levantam os insolentes,
e os violentos procuram tirar-me a vida;
eles não têm Deus diante de si.
Eis que Deus é o meu ajudador,
o Senhor é quem me sustenta a vida.
Ele retribuirá o mal aos meus inimigos.
Por tua fidelidade, acaba com eles.
Eu te oferecerei sacrifícios voluntariamente;
louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom.
Pois ele me livrou de todas as minhas aflições;
e os meus olhos viram a ruína dos meus inimigos.
O contraste: “eles não têm Deus diante de si” com “Eis que Deus é meu ajudador”.
Dane Orlund:
Uma coisa é ser maltratado por aqueles que você sabe que são seus inimigos. Outra coisa, que gera uma dor muito mais profunda, é ser maltratado por aqueles que você pensava serem seus amigos. Reflita sobre a sua própria vida. Você já foi traído? Por amigos? Talvez por sua família? Talvez até pelos seus próprios pais? Se sim, esses salmo é para você.
Considere para onde o coração de Davi se volta: “Certamente Deus é o meu auxílio; é o Senhor que me sustenta” (v. 4). Em vez de procurar outra pessoa, ou grupo de pessoas, para protegê-lo da maneira que os zifeus deveriam tê-lo protegido. Davi se volta para Deus. Ele olha para cima, não para baixo.
Saul usa de uma fala piedosa, mesmo tendo o coração encharcado de impiedade.
Saul, o rei louco, está ensandecido: “irei procurá-lo entre todos os milhares de Judá”.
A perseguição se tornou frenética: “Saul ia de um lado do monte, e Davi e os seus homens, do outro. Davi se apresou em fugir para escapar de Saul, porém este e os seus homens cercaram Davi e os seus homens para os prender”.
Nisso, há uma providência divina: um aviso de que os filisteus haviam invadido a terra de Israel.
Esse marco fez aquele lugar ser chamado de “Sela-Hamalecote” (Pedra de Escape).
Joyce Baldwin:
O verbo do qual deriva o substantivo (halaq) geralmente significa “dividir”, dai “Rocha de Separação” (BLH). As rochas tornaram-se um memorial permanente do Deus que livrou Davi e, desse modo, confirmou-o.
Sela-hammahlekoth. Ou seja, a rocha das divisões. Porque, diz o Targum, ‘o coração do rei estava dividido para ir de um lado para o outro.’ Aqui, Saul foi obrigado a se separar de Davi, a fim de ir e enfrentar os filisteus invasores; e essa libertação de Davi foi de tal natureza que tornou a intervenção divina plenamente visível.B. Blayney, Thomas Scott, e R.A. Torrey com John Canne, Browne, O Tesouro do Conhecimento das Escrituras, vol. 1 (Londres: Samuel Bagster and Sons, [s.d.]), 206.
4. Outras aplicações:
(a) Na vida certamente teremos de lidar com traições. As pessoas nos decepcionam e nos deixam para trás. Como Davi temos de ouvir a Deus e ouvir de Deus.
Tim Chester:
Davi, o cristo, é traído duas vezes. Mas, embora seja rejeitado pelo povo, não é rejeitado por Deus. Deus o defende. A rejeição de Jesus e a traição dele por Judas, talvez pareçam refutar sua afirmação de que ele é rei. Na verdade, porém, tais fatos confirmam que ele é o verdadeiro descendente de Davi. Na cruz, Jesus foi condenado como um impostor e blasfemador. Morreu sob o título zombateiro: Rei dos Judeus. Mas, por meio da ressurreição, Deus o vindicou. Sua ressurreição é a confirmação de que ele é “Senhor e Cristo” (At 2.46).
(b) É certo que sofreremos como Cristo. Mas o nosso sofrimento não é redentivo, mas o de Cristo é. Somos salvos por Ele, por conta de sua entrega por nós.
Fiel é esta palavra:
“Se já morremos com ele,
também viveremos com ele;
se perseveramos,
também com ele reinaremos;
se o negamos,
ele, por sua vez, nos negará;
se somos infiéis,
ele permanece fiel,
pois de maneira nenhuma
pode negar a si mesmo.”
Porque convinha que Deus, por causa de quem e por meio de quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles.
Ilustr.:
Tim Chester:
Lembro-me de haver conversado com um amigo que desabafou: “Só quero alguém que entenda o que estou passando”. Respondi: “Jesus entende”. Meu amigo rebateu: “Ele não conta. Foi diferente para ele.”.
Não é verdade! Não foi diferente para Jesus. Ele era verdadeiramente humano. Passou por problemas reais e sofrimento real. Foi desprezado e rejeitado. Não foi compreendido e sofreu traição. Teve fome e se sentiu sozinho. Foi ridicularizado e torturado.
Era desprezado e o mais rejeitado
entre os homens,
homem de dores e que sabe
o que é padecer.
E, como um de quem os homens
escondem o rosto,
era desprezado, e dele não fizemos caso.
Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno.
