A Questão da Ressureição
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A liderança religiosa de Israel, biblicamente ignorante, ficou perplexa com as respostas que Jesus dava às suas perguntas maldosas. Ela queria vencer um debate sobre as Escrituras com o Filho de Deus. Que tolice! Quão terrível
A liderança religiosa de Israel nos tempos de Jesus demonstrou sua total ignorância sobre a Escritura Sagrada.
E agora o assunto é a ressurreição. Em geral, os judeus sempre creram na ressurreição. Os saduceus não criam na ressurreição.
Os saduceus e a ressurreição
Isso é fundamental para entendermos a porção de Marcos 12: 18-27. Jesus está em um embate com os saduceus, líderes religiosos judaicos que não criam na ressurreição pessoal.
Os saduceus era uma seita do judaísmo que não somente negava a ressurreição, como negavam o sobrenatural e a existência de anjos. Embora minoritários, eles comandavam o Templo de Jerusalém.
Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas. (Atos 23:8)
O Sumo Sacerdote e os principais sacerdotes eram predominantemente saduceus. Eles tinham muita força no Sinédrio, uma espécie de tribunal supremo judaico formado por 70 anciãos e o sumo sacerdote. A religião do povo era a religião dos fariseus, mas a estrutura do poder estava nas mãos dos saduceus.
Vimos no sermão anterior que o Sinédrio havia tramado planos para desacreditar Jesus e fazer com que o povo se voltasse contra ele.
Como vimos no sermão anterior, a primeira tentativa foi com a questão de pagar tributos a César. Uma comitiva de fariseus e herodianos executaram o primeiro e fracassado plano. Agora estamos diante da segunda tentativa da liderança religiosa contra Jesus. Os saduceus queriam fazer Jesus parecer um tolo.
Os saduceus estavam ansiosos para cooperar com Roma, pois eles eram muito poderosos, ricos e faziam tudo com a permissão de Roma. Eles queriam que Roma os visse como amigos. Mas Jesus era uma terrível ameaça para a posição deles. Eles ansiavam dar um fim em Jesus.
A população em geral odiava os saduceus por suas relações com Roma, quando o templo de Jerusalém foi destruído por Roma (70 d. C.), os saduceus deixaram de existir. Eles não podiam sobreviver sem o poder que tinham.
A questão dos saduceus
Eles sabiam das notícias que Jesus havia ressuscitado Lázaro há pouco tempo. E naquela ocasião, Jesus disse a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25).
Marcos 12:29 registra que eles chamaram Jesus de mestre. O mesmo tratamento fingido dos fariseus. E então veio a questão:
Marcos 12
19 Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém e deixar mulher sem filhos, seu irmão a tome como esposa e suscite descendência a seu irmão.
É uma referência a Deuteronômio 25:5-6, que diz:
Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem filhos, então, a mulher do que morreu não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará, e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado. O primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o nome deste não se apague em Israel.
Você entendeu? Os irmãos vivem juntos, próximos uns dos outros. A família está, em certo sentido, ainda intacta. Um deles falece e não tem filho. Seu irmão solteiro deve tomar a cunhada como esposa. O primogênito que ela der à luz assumirá o nome de seu irmão morto, tornando-se herdeiro, para que seu nome não seja apagado de Israel.
E Deuteronômio 25: 7-10 continua:
Porém, se o homem não quiser tomar sua cunhada, subirá esta à porta, aos anciãos, e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer exercer para comigo a obrigação de cunhado. Então, os anciãos da sua cidade devem chamá-lo e falar-lhe; e, se ele persistir e disser: Não quero tomá-la, então, sua cunhada se chegará a ele na presença dos anciãos, e lhe descalçará a sandália do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não quer edificar a casa de seu irmão; e o nome de sua casa se chamará em Israel: A casa do descalçado.
Embora não obrigatório, essa prática refletia sentimento fraternal. Caso houvesse recusa, o irmão seria desdenhado e humilhado pelos anciãos. A perpetuação do próprio nome como membro do povo da aliança testemunhava a dignidade da pessoa.
Então os saduceus se referiram a essa lei. Com base nisso, eles criam o cenário bizarro.
Marcos 12
20 Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou e morreu sem deixar descendência;
21 O segundo desposou a viúva e morreu, também sem deixar descendência; e o terceiro, da mesma forma.
22 E, assim, os sete não deixaram descendência. Por fim, depois de todos, morreu também a mulher.
23 Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de qual deles será ela a esposa? Porque os sete a desposaram.
Eles misturaram a teologia dos fariseus nessa questão. Os fariseus debatiam sobre como seriam as roupas quando alguém saísse da sepultura. E teriam afirmado que a pessoa se casaria no céu como se casou na terra.
Os fariseus diziam que vida após a morte seria exatamente como esta vida, e que os relacionamentos são para sempre, permanentes. Alguns acreditavam que na próxima vida, as pessoas não apenas se casariam, mas também teriam filhos.
Esse tipo de teologia torna a ressurreição um absurdo, um verdadeiro amontoado de caos. Muitas coisas seriam impossíveis de se resolver.
Marcos 12
24 Respondeu-lhes Jesus: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?
Mateus 22
29 Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.
Jesus respondeu-lhes fazendo uma acusação direta. Em outras palavras, Jesus lhes disse:
Vocês são ignorantes sobre as Escrituras e sobre do poder de Deus, por isso vocês vivem cheios de enganos. Vocês estão vagando mentalmente e estão longe da realidade e da verdade.
É por isso que os falsos mestres são chamados de estrelas errantes (Judas 13).
1) Desconhecimento das Escritura: Todas as pessoas que estão nesse estado deturpam a verdade. O sentido original é que eles não se importavam em entender as Escrituras. Eram tolos que se gabavam de compreender os escritos de Moisés. Mas, na verdade, não entendiam nada.
2) Desconhecimento do poder de Deus: As Escrituras revelam o poder de Deus. Eles não podiam entender que Deus poderia dar a ressurreição a forma que Ele quisesse. Eles diziam crer no pentateuco, e lá está registrado que Deus criou tudo que existe do nada, mas não criam no poder de Deus para a ressurreição.
Se conhecessem as escrituras, saberiam que Deus promete a ressurreição. Se tivessem conhecido o Pentateuco, saberiam que Deus promete a ressurreição. E se eles conhecessem o poder de Deus, realmente saberiam que Deus pode criar qualquer tipo de vida que Ele deseja. Eles eram espiritualmente mortos e cegos.
Marcos 12
25 Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, são como os anjos nos céus.
Lucas 20
34 Então, lhes acrescentou Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento;
35 mas os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento.
36 Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.
O casamento foi projetado por Deus para companhia e perpetuação da raça humana na terra. Jesus enfatizou que no céu não há relacionamentos exclusivos ou sexuais. Todo o complexo de sexo, reprodução, nascimento e família deixará de existir.
Os redimidos experimentarão uma existência totalmente nova, na qual terão relacionamentos espirituais perfeitos com todos. Serão como os anjos santos, ou seja, seres gloriosos, espirituais e eternos, que nunca morrem e nem se reproduzem. Mas não significa que os redimidos serão anjos.
O casamento e a família são bênçãos que Deus criou enquanto vivermos nesta terra, mas lá no céu eles não estarão presentes, pois os redimidos estarão envolvidos em relacionamentos perfeitos e gloriosos.
A pergunta dos saduceus e a ideia dos fariseus sobre casamentos na eternidade eram absolutamente absurdas. Eles eram ignorantes sobre a Escritura. Não conheciam a Deus e nem o seu poder. Eles imaginaram que esse assunto seria um problema impossível para Deus resolver. Eles tinham uma percepção pequena, fraca e inadequada de Deus.
Paulo escreveu:
Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm? […] Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. (1 Cor. 15:35, 42-44 e 51-54).
O mortal veste a imortalidade. Deus tem o poder para fazer isso. E Ele o demonstra nas inúmeras maneiras pelas quais expõe Sua criação. Mas eles não entendiam isso, eram ignorantes da Escritura.
Jesus demonstrou que a ressurreição está no pentateuco
Marcos 12
26 Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
27 Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro.
Mateus 22
31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou:
32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos.
33 Ouvindo isto, as multidões se maravilhavam da sua doutrina.
Ele diz aos saduceus: “Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés…?”. Jesus fez tal afirmação para aqueles que se consideravam especialistas absolutos em Moisés.
Essa é uma acusação séria. Os saduceus diziam não havia ressurreição porque este assunto não estaria no pentateuco, ou seja, nos escritos de Moisés. E eles só criam na autoridade desses escritos, descartando os demais.
Jesus citou o que Deus disse a Moisés no meio da sarça ardente: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Êxodo 3:6).
O Senhor falou de Seu relacionamento de aliança com os patriarcas que já haviam morrido. O Senhor disse: “Eu Sou o Deus deles”. Ele não disse: “Eu era o Deus deles”. Ele fez uma identificação no tempo presente, embora todos os patriarcas já estivessem mortos em Êxodo 3.
Deus enfatizou a realidade pessoal de cada um deles, a existência pessoal de cada um deles. E então Jesus sela tudo dizendo: “Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos”. E conclui: Vocês estão muito enganados, então em grande erro.
Jesus provou que a ressurreição está no pentateuco, nos escritos de Moisés. Isso devastou os saduceus, foi uma tremenda humilhação pública para suas mentes arrogantes. Mateus 22:33 registra: “Ouvindo isto, as multidões se maravilhavam da sua doutrina”.
Eles queriam que Jesus parecesse um tolo diante de todos e fosse desacreditado. Mas quem acabou tolo e desacreditado? Os saduceus. Jesus demonstrou publicamente a tolice deles.
Haverá duas ressurreições.
E todos os homens estarão em uma delas. A primeira será para reinar com Cristo e a vida eterna. A segunda para o juízo e a morte eterna. (Apocalipse 20:11-14)
É maravilhoso pensar na ressurreição. Os redimidos terão um corpo glorificado e perfeito. Poderão amar e adorar a Deus em perfeição, sem a presença do pecado. E poderão amar a todos com um amor perfeito.
Todos terão um conhecimento perfeito, e estarão com motivações perfeitas para fazer um serviço perfeito, com absoluta e perfeita alegria e obediência. E farão isso para sempre, sem cansar ou desanimar.
Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. (Filipenses 3:20,21)
Há somente uma coisa que devemos manter bem clara em mente. Estejamos atentos para ressuscitar na “ressurreição da vida”, e não na “ressurreição do juízo” (Jo 5.29). Para o crente no Senhor Jesus, a ressurreição será a maior das bênçãos. Para mundanos, ímpios e profanos, a ressurreição será miséria e maldição.
