Salvação Incompleta, Esperança Completa
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Ester 7-8
Ester 7-8
INTRODUCAO
Meus irmãos, nesta manhã eu quero falar com vocês sobre salvação e esperança.
Quantas vezes colocamos nossa esperança em coisas passageiras?
Achamos que se trabalharmos duro e estudarmos bastante, teremos segurança.
Achamos que se seguirmos um tratamento à risca, teremos a cura da nossa doença.
Achamos que se tivermos uma família estruturada, um filho desejado ou um cônjuge amoroso, teremos estabilidade.
Mas o que acontece quando o emprego se perde? Quando a doença volta? Quando alguém querido se vai ou quando o filho não vem?
E agora? Onde está a nossa esperança? Será que tudo acabou?
O problema é que vivemos no meio de um exílio secular que nos empurra para viver de uma forma medíocre, dia após dia, sugados por um sistema viciante que promete muito mas não nos entrega nada.
E no meio desse exílio, nos esquecemos do Deus Soberano — aquele que abre e fecha portas, que cura e deixa de curar, que faz ou deixa de fazer, sempre no tempo e na vontade dEle, não na nossa.
A verdade é que a nossa esperança não deveria estar em nada disso.
Nossa esperança deve estar em Cristo Jesus, o autor e consumador da nossa fé.
É Ele quem alinha o nosso coração, nossa mente e nossos desejos.
E quando a esperança está nele, até a frustração vira motivo de louvor, porque sabemos que Ele está conduzindo tudo para o nosso bem.
Foi isso que Ele mostrou na cruz: quando parecia o fim, quando tudo parecia perdido, ali estava sendo escrita a verdadeira salvação e a esperança completa.
Talvez você esteja pensando: ‘Isso é impossível, parece utopia.’
Mas só pensa assim quem ainda não experimentou o repouso verdadeiro da esperança em Cristo Jesus.
E é exatamente isso que o livro de Ester vai nos mostrar.
Nestes capítulos 7 e 8, nós veremos como essa tensão entre uma salvação incompleta e uma esperança completa se torna evidente na história do povo de Deus — e também em nossas vidas hoje.
EXPOSICAO
Versículos 1-2
E logo nos primeiros versículos vemos o Rei fazer pela terceira vez a pergunta a Ester.
“Qual é o seu pedido, rainha Ester? Você será atendida. O que você quer?” Ester 7:2
E Se voce esteve presente no ultimo domingo ou se escutou a mensagem nas nossas redes sociais, voce certamente sabe do que eu estou falando.
Ester convida Hama e Assuero para um banquete.
O Rei, como bem ja vimos nessa serie, eh muito ansioso e queria que tudo fosse agilizado para saber o que Ester tinha para o dizer.
O que o Rei não esperava, era que Ester iria pedir um novo banquete para o dia seguinte.
Com tudo isso, Ester preparou e esperou o momento certo para suplicar ao Rei um pedido de misericordia, de salvação por Ela e pelo seu povo.
E ela diz assim nos versos 3 e 4:
“Se eu tiver obtido o seu favor, ó rei, e se for do agrado do rei, que a minha vida seja a resposta ao meu pedido e que, como desejo, eu possa ter o meu povo.
Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para sermos destruídos, mortos e aniquilados de vez. Se ainda nos tivessem vendido como escravos e escravas, eu me calaria, pois não valeria a pena incomodar o rei por uma coisa dessas.” Ester 7:3,4
Irmãos, no exílio secular nossas identidades podem ficar ofuscadas.
Vivemos em um mundo que nos empurra para papéis comuns:
profissionais, pais, consumidores
e, aos poucos, a nossa identidade mais profunda como povo de Deus vai se tornando secundária, escondida ou camuflada.
É o que podemos chamar de ‘estar no palácio e esquecer quem somos’.
E porque eh que eu estou falando isso?
Porque se repararmos no que Ester disse, ela não suplica apenas por socorro — ela assume quem ela é.
“Que a minha vida seja a resposta ao meu pedido… porque fomos vendidos, eu e o meu povo…”(7:3–4).
Num ambiente em que sua identidade poderia ser ocultada pelo luxo do palácio, Ester a declara publicamente diante do rei e de todas as pessoas que estavam ali.
Ela não mais vive como quem foi assimilada;
Ela se levanta como representante do seu povo.
Isso é decisivo para nós:
No exílio moderno, temos duas opções
Ou deixamos nossa identidade cristã se apagar por conformismo, ou assumimos publicamente quem somos, mesmo quando isso custe nossa vida.
Ester escolheu assumir.
Ela mostrou que a fé não é um adereço privado: é identidade que nos move a interceder e a agir.
Observem como Deus transforma uma mulher ‘do palácio’ numa voz que declara identidade e exige justiça. E vejam também como isso ilumina nossa condição: a salvação que experimentamos pode ser incompleta nesta vida terrena, mas a identidade em Cristo nos chama a viver com esperança completa — não escondidos, mas assumidos.
E após Ester suplicar, o rei pergunta:
“Quem é esse homem? Quem ousou fazer isso?”
E aqui, meus irmãos, precisamos lembrar quem é esse rei.
Esse é o mesmo Assuero que, no capítulo 1, quis exibir a rainha Vasti como um troféu diante dos seus príncipes.
Esse é o mesmo rei vaidoso, extravagante, que gosta de ostentar riquezas e mulheres escolhidas a dedo para o seu harém.
Então, quando ele pergunta ‘quem é esse homem?’, não é porque ele está movido por senso de justiça. O que ele quer saber é:
“Quem ousou tocar naquilo que é meu?
Quem mexeu com uma das minhas mulheres, talvez a mais importante de todas?”
O coração dele não mudou. É o mesmo homem de Ester 1.
Orgulhoso,
fútil,
preocupado com sua imagem.
E é justamente nessa tensão que vemos a mão de Deus agindo. Ester aponta e declara diante de todos: ‘O adversário e inimigo é este malvado Hamã!’
Eu imagino que A sala inteira deve ter congelado nesse momento. Hama apavorado diante de todos.
E imediatamente o texto nos diz que o rei se levanta furioso e sai para o jardim.
Ea gente pode se perguntar, por que Assuero saiu?
Porque ele não foi buscar justiça?
Porque ele agora tinha um problema gigantesco nas mãos.
Pense comigo:
Foi o próprio rei quem colocou Hamã como o segundo homem mais poderoso da Pérsia.
Foi o próprio rei quem assinou e aprovou o decreto de morte contra os judeus.
Como ele poderia agora simplesmente condenar Hamã sem admitir que também era culpado?
Como poderia punir o homem que ele mesmo havia exaltado sem manchar a sua imagem de soberano absoluto?
Mas o texto nos diz que o rei volta do jardim para o banquete… e pumba! Eis a solução.
Hamã, desesperado, cai aos pés de Ester — provavelmente implorando por sua vida.
E o rei, vaidoso e orgulhoso, aproveita a cena.
Ele não enxerga o ato de Hama como súplica, ele o acusa:
‘Será que ele ainda quer violentar a minha rainha na minha própria casa, na minha presença?’
Claro que Hamã não estava tentando isso — mas para Assuero, essa é a desculpa perfeita.
Assim ele não precisa assumir sua responsabilidade pelo decreto, nem confessar sua culpa. Ele transfere toda a desonra para Hamã e encontra uma saída política para se proteger.
E meus irmãos, a partir desse momento tudo começa a mudar.
O homem que planejava destruir os judeus é condenado, e a sentença contra ele é imediata.
E aqui vemos como Deus conduz a história também com uma certa ironia.
Hamã havia planejado a morte de Mardoqueu numa forca, mas é ele quem morre nessa forca.
Hamã havia conseguido um decreto de morte para os judeus, mas agora sua própria vida é arrancada diante do rei.
O inimigo que parecia invencível se torna ridículo.
E a salvação que parecia impossível começa a ser escrita.
É assim que o livro de Ester vai nos ensinando como a providência de Deus funciona:
Ele governa não apenas nos grandes atos, mas até nas coincidências, até na ironia.
E quando os poderosos pensam que têm tudo sob controle, Deus mostra quem realmente conduz a história.
E as ironias não acabaram apenas na morte de Hama na mesma forca que ele construiu.
O texto nos versos 1 e 2 do capitulo 8 falam assim:
“Naquele mesmo dia, o rei Assuero deu à rainha Ester a casa de Hamã, inimigo dos judeus. E Mordecai foi trazido à presença do rei, porque Ester revelou que ele era seu parente. O rei pegou o seu anel-sinete, que havia tomado de Hamã, e o deu a Mordecai. E Ester pôs Mordecai por administrador da casa de Hamã.” Ester 8:1,2
O Rei entrega a casa de Hama para Ester, que por sua vez, coloca Mordecai como administrador.
E o Rei entrega o anel-sinete, que selou o decreto contra os judeus a Mordecai.
Ainda apos tudo isso, a salvacao daquele povo estava incompleta.
O versiculo 8 nos diz que: “...os decretos feitos em nome do rei e que foram selados com o seu anel-sinete não podem ser revogados.” Ester 8:8
A unica maneira de tentar resolver este problema, era criando um outro decreto.
E aqui está uma lição: todo livramento humano separado de Deus, ou que depende só de nós mesmos, é sempre parcial.
Ester e Mardoqueu foram instrumentos de Deus, mas ainda assim eram heróis quebrados de um povo quebrado.
E assim somos nós também: quando tentamos solucionar nossos problemas do nosso jeito, sem depender de Deus, o máximo que conseguimos é uma solução parcial, uma salvação incompleta.
E eh aqui que conseguimos compreender o que falamos no inicio:
Quantas vezes passamos por vitórias, mas pouco tempo depois estamos em novas batalhas.
Quantas vezes Deus nos livra, mas ainda assim continuamos em meio a lutas.
O povo de Ester tinha visto a queda de Hamã, mas o decreto de morte ainda estava em vigor. A vitória era real, mas era incompleta.
Mas o texto aponta para algo maior.
O povo de Deus esperava com esperança completa que Ele iria agir — mesmo quando a salvação parecia parcial.
O versículo 16 fala que “houve felicidade, alegria, júbilo e honra.” Ester 8:16
E nós, que vivemos depois da cruz, temos ainda mais razão para confiar: porque em Cristo, o decreto de morte já foi cancelado de uma vez por todas.
Ele não escreveu apenas um novo decreto, Ele rasgou o antigo.
O que em Ester ainda era esperança em meio ao risco, em Cristo se tornou esperança consumada.
Sim, ainda vivemos em um mundo de dores e lutas, mas enfrentamos tudo isso sabendo que a vitória já está garantida.
E essa vitória não significa que você vai conquistar o que voce está pedindo hoje.
Essa vitória é algo muito maior — é a certeza de que, mesmo que vivemos hoje em meio a lágrimas, choros e batalhas, um dia estaremos com Cristo, vivendo a esperança consumada.
Portanto, meu irmão, minha irmã, viva com a perspectiva da eternidade.
Não se prenda apenas ao agora, não limite a sua esperança às respostas imediatas.
Olhe para Cristo, porque nele a vitória final já nos foi dada.
E pode ser que voce esteja ouvindo isso e diga, mas eu nao tenho essa esperanca, eu nao tenho essa certeza.
E talvez você esteja vivendo exatamente como o povo exilado na Persia: cercado por decretos de morte, tentando resolver a vida do seu jeito, mas sempre encontrando apenas soluções parciais.
E hoje eu preciso te dizer: longe de Cristo, a sua salvação será sempre incompleta.
Mas em Cristo, a esperança é completa, definitiva e eterna.
Por isso, se você ainda não entregou a sua vida a Jesus, esse é o chamado de Deus para você hoje.
Não adie, não tente se salvar sozinho, não confie nos seus próprios decretos.
Arrependa-se dos seus pecados e confie no único que pode cancelar para sempre o decreto de morte contra você.
