Dois atos de Cristo
Sermon • Submitted • Presented
0 ratings
· 2 viewsNotes
Transcript
Filipenses 2.5-11
Filipenses 2.5-11
Introdução:
Irmãos, qual é a extensão de um exemplo?
Pergunto isso porque, quase sempre, um exemplo é tratado como algo a ser apenas mencionado. Contamos belas histórias que enchem nossos olhos de lágrimas, mas que acabam ali. Qual é, afinal, a real extensão de um exemplo? Apenas nos emocionar? Apenas ser lembrado?
Quando observamos a carta de Paulo aos Filipenses, fica claro que exemplo não é apenas uma bela história feita para nos comover — é algo que deve nos arrastar a mudar quem somos. Exemplo não é mera imitação, uma simples repetição de gestos; é um chamado à participação.
Participar de quê? Da mesma atitude de Cristo, que vai do ponto mais baixo ao mais alto. Em Cristo temos o exemplo que deve nos guiar a participar de seus sofrimentos e, igualmente, de sua glória. Ambos os aspectos são mencionados por Paulo em Filipenses 2.5-11, e peço que os irmãos se dirijam até lá, pensaremos no primeiro ato nessa manhã que vai dos versos 5-8.
Desenvolvimento:
Quando observamos os versos que abrem esse hino, notamos que a primeira parte trata da humilhação de Cristo.
A sentença que introduz o poema está no verso 5, funcionando como uma ponte entre os quatro versos anteriores e o restante do parágrafo.
Paulo já havia exortado os irmãos a terem uma atitude — uma participação ativa no corpo de Cristo — marcada pelo despojamento e amor mútuo.
No verso 3, ele incentiva a humildade, em contraste com o sentimento de exaltação própria que poderia surgir em seus corações. Em outras palavras, Paulo está dizendo: pensem e ajam em concordância, buscando o bem da igreja; não procurem apenas os próprios interesses, ferindo assim os demais irmãos.
Então, ele faz algo notável: é como se dissesse — Houve alguém que realmente tinha motivo para se vangloriar, mas sabe o que Ele fez? Demonstrou o sentimento perfeito que deve ser a bandeira da igreja. Olhem para Ele ao participarem do seu corpo!
Verso 5
Paulo está falando de Jesus — observe o verso 5:
A palavra “sentimento” é uma forma de traduzir o termo grego usado por Paulo, mas ela possui um campo de significado mais amplo — podendo também ser entendida como “atitude” ou “forma de pensar”.
Quando observamos o contexto e a intenção do apóstolo, percebemos que toda essa sentença tem como propósito formar em nossos corações a mesma disposição que houve em Cristo.
Pensar dessa forma, irmãos, é mais do que simplesmente recordar a atitude de alguém; é preparar o terreno do coração para que sejamos instigados a agir conforme o exemplo apresentado no texto.
Esse exemplo é profundo e desafiador, pois o primeiro ponto nos causa temor — e não podemos alcançar a segunda parte sem antes passarmos pela primeira.
Contudo, ao olharmos para a pessoa apontada, que percorreu essa batalha espiritual e física, encontramos a faísca que deve acender em nós a disposição para agir com o mesmo coração e a mesma entrega.
Se dependesse de nós, evitaríamos o sofrimento a todo custo.
Mas, se Ele passou por isso, por que temos tanto receio de também atravessar o sofrimento?
Notemos que, no primeiro ato de Cristo, vemos uma progressão em sua atitude de humilhação. Isso é indicado pela própria forma poética do texto, que alcança seu ápice no fim do verso 8.
Verso 6
Ao olhar para o verso 6, percebemos que Paulo explica a forma como Jesus viveu na terra, mas inicia falando antes da sua vida encarnada. O texto diz: “subsistindo em forma de Deus”. Essa expressão é destacada na versão NVI como “embora sendo Deus”.
Paulo indica, portanto, que Jesus — apesar de ser Deus — teve uma conduta de servo. Ele não se apegou à sua divindade como desculpa para não agir em favor do seu povo. Por isso é dito que “ele não julgou como usurpação o ser igual a Deus”.
Em outras palavras, ele não utilizou sua condição divina como justificativa para se eximir da obediência.
Em seu ato de humilhação, a primeira atitude de Cristo foi o desapego — não da sua divindade, mas do uso pleno dela.
Embora fosse Deus, ele não viveu entre os homens usando de forma ativa todos os atributos divinos, mas agia em perfeita obediência ao Pai.
E nós? Quem de nós abriria mão disso? Quem de nós se rebaixaria a esse ponto? Cristo o fez!
Nesta manhã, somos chamados a lembrar da sua divindade e da sua participação ativa em favor dos seus, o que nos conduz ao envolvimento ativo dentro da igreja.
Cristo agiu com humildade, não com arrogância.
Então, por que nós, tão pequenos, nos gloriamos das pequenas fagulhas de grandeza que conquistamos?
Lembre-se de Cristo antes de rejeitar estar entre aqueles por quem Ele morreu.
O seu ato de humilhação ainda traz outras duas lições, que veremos em outra oportunidade, conforme a permissão do Senhor.
Mas, antes de comer o pão ou beber o cálice, traga à memória a atitude de humildade do Senhor — o Cristo que abriu mão do que poderia fazer e saiu da sua zona de segurança por amor ao seu povo.
Conclusão:
Cristo, ao agir com desapego, nos desafia a olhá-lo não apenas como uma lembrança a ser recordada, mas como alguém que nos diz todos os dias:
“Olhe para mim, lembre-se de mim e faça! Participe do meu corpo, participe dos meus sofrimentos — todos os dias, até a minha volta.”
