O Perdão Como Sinal de Maturidade

O Teste da Maturidade Cristã

A maturidade cristã se revela no modo como respondemos quando somos feridos.

 Mateus 18:21–22 Pedro pergunta, baseando-se no costume rabínico (perdão até 3 vezes), “Devo perdoar até sete?” Calvino comenta: “Pedro fez essa objeção de acordo com os sentimentos e disposição naturais da carne. ... Cristo está tão longe de ceder a essa objeção que declara expressamente que não deve haver limite para o perdão”.​ Quem é maduro espiritualmente vive no perdão, porque compreende o tamanho da graça recebida de Deus.

1. O Perdão é uma Escolha de Fé (v. 21–22)

Pedro queria definir um limite claro. Jesus rompe com as expectativas: “não te digo até sete, mas até setenta vezes sete”.

Perdão bíblico não é contado, é estilo de vida.

Colossenses 3.13 “13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;”

Lucas 17.3–4 “3 Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4 Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.” O perdão nos liberta, porque é uma resposta de fé. Ficar preso ao ofensor é recusar a liberdade que Cristo já nos deu.

2. A Parábola do Servo Impiedoso (v. 23–30)

A dívida perdoada era impagável (dez mil talentos equivalem hoje a milhões de dólares). A dívida cobrada, irrisória. A justiça de Deus requer o reconhecimento da graça recebida e praticada.

Citação Stott: “Somos chamados a estender aos outros o mesmo perdão que recebemos, porque só conhece verdadeiramente o perdão de Deus quem é levado a perdoar” (John Stott, mensagem sobre o Sermão do Monte).​ Imagine alguém perdoado de um empréstimo habitacional, mas incapaz de perdoar um café.

“Todo servo tem o dever de perdoar a todos assim como Deus perdoou uma dívida impagável”.​

Reconhecer nossa dívida diante de Deus evita o orgulho de segurar pequenas mágoas alheias.

3. O Coração Endurecido Perde a Paz (v. 31–34)

O rei entrega o servo a torturadores, a falta de perdão corrói o interior de quem a retém.

Lloyd-Jones: “O verdadeiro arrependimento nos faz vestir pano de saco e cinzas e correr para Deus confessando: ‘Pequei contra ti’”.​ Quem experimenta essa graça, não ousa negar o perdão a outro.

Hebreus 12.15 “15 atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados;”

Mateus 6.14–15 “14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.”

Ambientes onde há ressentimento esfriam o mover do Espírito e a comunhão. Igrejas maduras vivem a reconciliação constante.

4. O Perdão Reflete a Cruz (v. 35)

Perdão “de coração” é o perdão do Evangelho, que nasce da lembrança do nosso débito perdoado por Cristo. Jack Hayford: “Qual será sua resposta a um dom tão grande? … A maneira de honrar o perdão recebido é transmiti-lo”.​

Stott: “Se dizemos amar a Deus, mas não perdoamos o irmão, negamos a própria base do Evangelho”.​

Textos de apoio:

Efésios 4.31–32 “31 Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. 32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.”

1João 4.20 “20 Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”

Conclusão: Viver Livre no Perdão

O perdão é decisão e fruto do Espírito, não sentimento.

Maturidade cristã é perdoar com a consciência da cruz.

Só vive em paz quem pratica o perdão contínuo.

Liberte seu coração hoje. Ninguém merece mais perdão do que você já recebeu.

Romanos 12.21 “21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.”