Unidos em Cristo: A Nova Criação da Comunidade de Fé

Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 2 views
Notes
Transcript
INTRODUÇÃO:

Neste texto Paulo continua tratando desse tema tão importante, mostrando-nos a unidade que Deus providenciou através de Jesus Cristo, ligando judeus e gentios num só corpo, fazendo ambos, membros da família de Deus. O apóstolo, ao dar sequência aos seus argumentos, nos responde uma das questões fundamentais sobre a nossa fé:

I - Unidos em Cristo: A NOVA POSIÇÃO DO POVO DE DEUS

Texto: Efésios 2.11–18

Proposição:

Todo cristão deve reconhecer o grande privilégio da nova posição que tem diante de Deus, por meio de Cristo Jesus — posição que nos reconcilia com Deus e uns com os outros.

1. Lembre-se de quem você era sem Cristo (v. 11–12)

Paulo começa dizendo: “Portanto, lembrai-vos…” — ele nos convida a olhar para trás, não para nos culpar, mas para nos manter gratos. Antes de Cristo, éramos estrangeiros, sem esperança e sem Deus no mundo. Vivíamos como quem tem uma forma de vida, mas sem comunhão, sem direção e sem salvação.
Naquela época, havia um muro: judeus e gentios separados, um povo que se achava superior por sinais externos e outro desprezado por não tê-los. Mas Paulo nos lembra: não é a marca da carne que define o povo de Deus, e sim a fé viva no Redentor. Lembrar quem fomos antes da graça nos torna humildes e cheios de gratidão.
“Quem está em Cristo é nova criatura; as coisas velhas já passaram.” (2Co 5.17)

2. Reconheça o que Deus fez por você em Cristo (v. 13–16)

“Mas agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.” O contraste é glorioso! — Antes, longe; agora, próximos. A distância foi vencida não por obras, mas pelo sangue de Cristo.
Cristo não apenas destruiu a parede que nos separava de Deus, mas também derrubou os muros entre nós. A lei, que antes nos condenava, foi cumprida n’Ele. A hostilidade foi removida na cruz. Em Cristo, Deus criou um novo homem — um novo povo, uma nova humanidade.
A igreja é o reflexo dessa reconciliação. Não somos apenas indivíduos salvos, mas um corpo unido, onde não há mais “gentio” ou “judeu”, “melhor” ou “pior”. Todos fomos feitos um só, reconciliados com Deus e entre nós mesmos.

3. Viva a nova realidade da paz e do acesso ao Pai (v. 17–18)

Paulo termina mostrando a maravilha da nova vida: temos paz e acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Cristo não apenas anunciou a paz — Ele é a nossa paz. Ele evangelizou os que estavam longe e os que estavam perto, mostrando que a reconciliação é completa e universal em Seu corpo.
Essa é a marca da nova posição do cristão:
Temos paz com Deus, porque o pecado não nos separa mais;
Temos paz com os irmãos, porque o Evangelho destrói o orgulho e o preconceito;
Temos acesso direto ao Pai, sem mediadores humanos, em um mesmo Espírito.
Essa é a beleza da igreja: uma família de reconciliados, vivendo a comunhão que Cristo conquistou com o próprio sangue.

Aplicação final: Preservemos a unidade que já temos em Cristo (Ef 4.3)

A unidade da igreja não é algo a ser criado, mas preservado. Ela já existe “em Cristo”. Nossa tarefa é lutar contra tudo que tenta reconstruir muros — orgulho, ressentimentos, disputas, egocentrismo, vaidade.
Deus nos chamou para sermos um só povo, uma só fé, um só corpo. A verdadeira unidade não é uniformidade — é diversidade reconciliada. E quando o mundo olha para uma igreja que vive essa verdade, ele vê o reflexo do próprio Evangelho: De inimigos, fomos feitos família.

Resumo para fixação:

Lembre-se de quem você era sem Cristo — para ser grato.
Reconheça o que Deus fez por você — para viver reconciliado.
Viva a nova realidade de paz — preservando a unidade do corpo.
“Mas agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.” (Ef 2.13)

II - Unidos em Cristo: A NOVA COMUNIDADE EM CRISTO

Nessa seção, Paulo está nos mostrando o milagre da nova comunidade que Deus formou em Cristo.
Ele pega pessoas antes distantes — judeus e gentios, santos e pecadores — e os une em um só corpo, a Igreja.
E nesta passagem, ele nos mostra três grandes transformações que acontecem quando somos alcançados pela graça.
Três realidades que definem quem somos agora em Cristo.

1. De estrangeiros a concidadãos dos santos (v. 19a)

Paulo diz:
“Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos…”
Antes, estávamos separados de Deus — sem aliança, sem esperança, sem direção. Mas agora, em Cristo, temos nova cidadania.
Somos cidadãos do Reino dos céus (Fp 3.20). Não somos mais forasteiros espirituais, sem pátria.
Em Cristo, pertencemos ao povo de Deus, e temos direitos e deveres de cidadãos do Reino.
Talvez muitos de nós vivamos deslocado neste mundo... Mas Deus te lembra hoje: você pertence a outro Reino. Você não está mais à margem — o Senhor te deu nome, identidade, lugar e herança.

2. De peregrinos a membros da família de Deus (v. 19b)

“...e sois da família de Deus.”
Paulo agora usa uma imagem ainda mais próxima: a família. Não apenas cidadãos, mas filhos adotivos do mesmo Pai (Ef 1.5).
Na família de Deus, há comunhão, amor e cuidado. Aqui não há distinção entre judeu e gentio, rico e pobre, homem ou mulher — todos são filhos pela graça (Gl 3.28).
Cada um tem um lugar à mesa do Pai.
Talvez você esteja vivendo como um hóspede na casa de Deus — entra e sai, mas não se sente parte. Hoje o Pai te diz:
“Você não é visita. Você é meu filho.”
A comunhão da Igreja é o lar onde Deus te molda e fortalece. Não há cristianismo maduro fora da família espiritual.

3. De pedras soltas a templo do Espírito Santo (vv. 20–22)

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular…”
Aqui Paulo muda de figura: agora somos um edifício espiritual — um templo santo.
Os apóstolos e profetas são o fundamento doutrinário — a Palavra inspirada. E Cristo é a pedra angular, que alinha e sustenta toda a construção.
Cada crente é uma pedra viva (1Pe 2.5). Deus está construindo uma morada para si mesmo.
“No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor...”
Comentário Bíblico de Efésios: Através da Bíblia O Quarto Contraste Mostra que os Gentios sem Cristo não Tinham Solidez, mas Agora em Cristo são Construídos com um Propósito: 2.20b–21

Wiersbe, com rara felicidade comenta:

Os judeus se lembrariam do templo de Herodes em Jerusalém e os gentios pensariam no templo de Diana. Um dia, os dois templos seriam destruídos, mas o templo de Cristo permanecerá para sempre. (2012, p. 31).

Resumo para fixação: Você não é uma pedra perdida no campo. Você faz parte de uma obra em andamento. Deus está te lapidando, ajustando, moldando — até o dia em que essa construção estará completa, e Ele habitará plenamente conosco (Ap 21.3).

O nosso desafio: O DESAFIO DE SER HABITAÇÃO DE DEUS

“...estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” (v. 22)
Comentário Bíblico de Efésios: Através da Bíblia O Quinto Contraste Mostra que os Gentios Estavam Separados e Agora são Edificados em Conjunto: 2.22

O propósito desse templo espiritual é oferecer sacrifícios agradáveis a Deus. Como disse Paulo aos romanos (conf.

Ser Igreja é mais do que frequentar um templo. É ser o templo.
A habitação de Deus não é feita de tijolos, mas de vidas transformadas.
Onde há perdão, Deus habita.
Onde há unidade, Deus habita.
Onde há humildade e santidade, Deus habita.
O Espírito Santo não visita — Ele habita. Mas Ele habita onde há espaço, onde há entrega, onde há Cristo no centro.
Devemos responder: O Senhor encontra em mim, e em nós, uma morada adequada?

CONCLUSÃO

Em Cristo, fomos resgatados do isolamento, adotados na família, e edificados como templo vivo.
Essa é a nossa nova identidade:
“Concidadãos dos santos, membros da família de Deus, e habitação do Espírito.”
Vivamos, portanto, de modo digno dessa vocação (Ef 4.1), para que o mundo veja Cristo em nós — a verdadeira habitação de Deus na terra.
“A Ele seja a glória na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.” (Ef 3.21)
III - UNIDADE NO PLANO ETERNO DE DEUS

A Revelação do Mistério de Deus

Introdução da seção:

O apóstolo Paulo abre este capítulo como quem faz uma pausa na oração para contar sua história — não por vaidade, mas para mostrar que ele é um testemunho vivo da graça de Deus. Preso, mas não derrotado; limitado, mas cheio de propósito; humilhado, mas confiante no plano divino. Neste texto, vemos que o “mistério de Deus” — antes oculto — agora foi revelado: em Cristo, judeus e gentios são unidos num só corpo, coparticipantes das promessas e coerdeiros da herança celestial. Paulo mostra que essa revelação muda tudo: a forma como vemos Deus, a Igreja e até o sofrimento.
O mistério de Deus, agora revelado em Cristo, nos chama a viver e proclamar a unidade, a graça e a sabedoria divina — mesmo em meio às tribulações.

1 - O Proclamador do Mistério de Deus (vv. 1–8)

Paulo se apresenta como “prisioneiro de Cristo Jesus, por amor dos gentios”. Ele não diz “prisioneiro de Roma”, mas “de Cristo” — porque vê suas cadeias como parte do plano divino. Ele entende que sua vida pertence Àquele que o chamou.
Três marcas do proclamador do mistério, que podemos ver na vida de Paulo:
Submissão: Paulo reconhece que tudo vem da graça (v. 2).
Revelação: Ele anuncia o que Deus lhe revelou — não ideias humanas, mas verdades do Espírito (v. 3–5).
Humildade: Ele se chama “o menor de todos os santos” (v. 8).
O proclamador é um instrumento — não o centro da mensagem. E isso vale para cada cristão: fomos alcançados para anunciar as insondáveis riquezas de Cristo.
Fixação: Paulo não mediu esforços para cumprir seu chamado, mesmo preso. Será que nós temos essa disposição de nos gastarmos por amor ao Evangelho?

2 - O Conteúdo do Mistério de Deus (vv. 6 e 9)

O que foi revelado? Que “os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus, por meio do evangelho.” Em outras palavras: a salvação é para todos. Não há mais barreiras, muros ou privilégios espirituais. Em Cristo, todos somos um só povo.
Deus mostrou que sua graça é inclusiva, graciosa e eterna. O plano antes oculto é revelado no tempo certo — um plano que sempre existiu, mas agora é plenamente compreendido à luz da cruz.
Fixação: A Igreja de Cristo não pode alimentar distinções ou preconceitos. Se o mistério de Deus é a unidade em Cristo, então cada comunidade cristã deve ser um reflexo vivo dessa reconciliação. O Evangelho derruba os muros que o pecado ergueu entre as pessoas.

3 - O Dever de Anunciar o Mistério de Deus (vv. 10–13)

Paulo nos mostra que Deus escolheu a Igreja — o povo redimido — como o meio pelo qual a Sua multiforme sabedoria é revelada. A Igreja é o palco onde a graça de Deus é exibida, não apenas aos homens, mas até aos “principados e potestades nos lugares celestiais.”
Isso significa que a história da redenção é observada pelos céus — e a Igreja é o testemunho vivo de que Deus cumpre seus propósitos. Mas esse testemunho custa caro. Paulo sofre — e diz: “Portanto, peço que não desanimem por causa das minhas tribulações, pois elas são a glória de vocês” (v. 13). O sofrimento, no plano de Deus, não é sinal de derrota, mas de participação no avanço do Evangelho.
Fixação: A Igreja de Cristo é chamada a viver com ousadia e confiança (v. 12), mesmo em meio às tribulações. Nosso testemunho nos céus e na terra é que, em Cristo, nada pode frustrar os planos de Deus.

Aplicação: Vivendo o Mistério Revelado

O mistério de Deus não é mais um segredo — ele foi revelado em Cristo. A questão é: o que faremos com essa revelação?
Seremos apenas ouvintes encantados, ou participantes ativos desse plano eterno?
Permaneceremos confortáveis, ou assumiremos o chamado de Paulo — de anunciar as insondáveis riquezas de Cristo, mesmo quando isso nos custa algo?
Estamos dispostos a ser “prisioneiros de Cristo” — não por imposição, mas por amor?
A revelação do mistério de Deus nos convida a viver com gratidão, coragem e missão. Pois a graça que nos alcançou deve agora alcançar outros — através de nós.

Conclusão

Comentário Bíblico de Efésios: Através da Bíblia A Terceira Verdade nos Mostra o Dever de Anunciar o Mistério de Deus: 3.11–13

A Igreja é a concretização do complexo, mas especial propósito divino de trazer salvação à humanidade e, nesse sentido, ela deve mostrar que o eterno propósito divino foi estabelecido em Cristo (conf. v. 11), anunciando a nova possibilidade para com Deus (conf. v. 12). Para realizar esse ministério especial é possível termos ousadia, ausência de barreiras, literalmente liberdade de expressão (conf.

O mistério de Deus é Cristo — e a Igreja é o meio pelo qual esse mistério é conhecido. Paulo foi preso, mas a Palavra não foi. Que nós também sejamos fiéis proclamadores, vivendo para que o mundo veja, nos céus e na terra, a multiforme sabedoria do nosso Deus.
“A mim, o menor de todos os santos, foi dada esta graça: anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo.” (Efésios 3.8, NAA)

Paulo ora novamente

14Por essa razão, eu me ponho de joelhos diante do Pai, 15de quem toda a família, nos céus e na terra, recebe o nome. 16Peço a Deus que, segundo a riqueza da sua glória, conceda a vocês que sejam fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito, no íntimo de cada um. 17E assim, pela fé, que Cristo habite no coração de vocês, estando vocês enraizados e alicerçados em amor. 18Isto para que, com todos os santos, vocês possam compreender qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade 19e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus.

20Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, 21a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!

Related Media
See more
Related Sermons
See more
Earn an accredited degree from Redemption Seminary with Logos.