Poder para ser testemunha
Introdução
Depois de refrear a curiosidade dos discípulos quanto à data futura desse reino, Jesus direcionou a atenção deles para uma questão mais imediata: a natureza e abrangência da missão da qual seriam incumbidos. Quanto à natureza dessa incumbência, os discípulos deviam ser testemunhas; quanto à abrangência, deviam testemunhar tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.
Antes disso, porém, precisavam receber o poder do Espírito Santo. Esse poder é o elemento absolutamente indispensável do testemunho cristão. Uma pessoa pode ter muitos talentos, treinamento e experiência, mas, sem poder espiritual, será ineficaz. Em contrapartida, uma pessoa pode ter pouca instrução, ser pouco atraente e polida, mas, ao receber o poder do Espírito Santo, é capaz de fazer grandes coisas para Deus. Os discípulos temerosos precisavam de poder para testemunhar e de ousadia santa para pregar o evangelho. Esse poder lhes seria dado quando o Espírito Santo descesse sobre eles.
Deviam começar testemunhando em Jerusalém, um ponto de partida significativo, estabelecido de antemão pela graça de Deus. A mesma cidade onde Jesus havia sido crucificado seria a primeira a receber o chamado para se arrepender e crer nele.
Em seguida, as testemunhas deviam se dirigir à Judeia, a parte sul da Palestina com uma população predominantemente judaica, da qual Jerusalém era a principal cidade.
Então, deviam ir a Samaria, na região central da Palestina, onde se encontrava uma população de mestiços odiados pelos judeus.
Depois disso, deviam testemunhar até aos confins da terra conhecida na época, ou seja, aos países gentios à margem do âmbito de privilégio religioso. Nesse círculo cada vez mais abrangente de testemunho, encontramos um esboço do desenvolvimento da narrativa de Atos.
