O Deus apático
Quando Deus não tem sentido • Sermon • Submitted • Presented
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Introdução
Introdução
Pra quem não me conhece eu me chamo Guilherme e faço parte da liderança da Igreja Bíblica Urbana.
Hoje iniciamos uma nova série de mensagens no livro do profeta Habacuque.
Um livro curto, mas muito profundo em seu conteúdo.
E o tema central que veremos ao longo do mês é “Quando Deus não faz sentido.”
Esse título de certa maneira é provocador, mas é profundamente verdadeiro.
Porque, em certos momentos da nossa vida, parece que Deus:
se cala diante da injustiça,
permanece imóvel diante do sofrimento e
demora em agir diante do mal que está na nossa frente.
Habacuque viveu exatamente esse dilema.
Habacuque é um homem de Deus em crise diante de Deus.
O esse livro não é uma mensagem direta do profeta ao povo,
mas um diálogo entre o profeta e o Senhor,
um homem que não entende o modo como Deus está governando o mundo.
(Contexto histórico)
(Contexto histórico)
E para entendermos o que estava acontecendo na época....
Habacuque profetizou por volta do ano 609 a.C.
no fim do reinado do rei Jeoaquim, filho de Josias (o último rei justo de Judá)
Durante o reinado do Rei Josias o povo teve um breve momento de reforma espiritual, mas logo em seguida, no reinado de seu filho, o povo de Deus voltou à idolatria, à injustiça e à violência.
Os tribunais estavam corrompidos,
os pobres eram oprimidos e
a Lei de Deus havia sido esquecida.
Enquanto isso acontecia, o cenário mundial também mudava:
O Assírios estavam caindo,
e a Babilônia estava se levantando como nova potência mundial.
Em pouco tempo, Judá seria dominada pelos babilônios e o povo de Deus enfrentaria um cativeiro de mais ou menos 70 anos.
É nesse momento de transição, confusão e aparente Apatia de Deus que Habacuque ergue sua voz e faz a pergunta que atravessa os séculos:
“Até quando, Senhor, clamarei pedindo ajuda, e tu não me ouvirás?” (1:2)
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Habacuque está sem entender o que se passa, confuso.
Ele olha para o povo da aliança e só vê:
injustiça,
impunidade,
idolatria e
uma completa DESORDEM.
Mas o que mais pesa no coração do profeta não é ver o que as pessoas fazem, mas sentir que Deus parece não fazer nada, APATICO.
Habacuque não duvida que Deus é justo e nem de que ele existe,
mas ele simplesmente não entende o porque desse Deus justo permitir que a injustiça prospere.
A luta dele é para entender como a justiça de Deus se manifesta no tempo presente.
Não é de incredulidade, é fé.
Não é qualque tipo de fé, é uma fé madura que ousa dialogar com Deus, e não fugir dEle.
(ENFASE)
E aqui eu já deixo a primeira pergunta para nós:
Quando Deus parece estar em silencio,
Quando parece que ele não nos ouve,
Quando tudo ao nosso redor parece estar desmoronando,
Aonde está a sua fé?
Habacuque nos ensina que a fé verdadeira não é a ausência de perguntas,
mas continuar confiando em Deus em meio às perguntas.
Deus não rejeita o coração que questiona, desde que esse coração permaneça rendido a Ele.
(PAUSA)
Essa série “Quando Deus não faz sentido” nos convida a caminhar com Habacuque nessa jornada:
da confusão à confiança,
do clamor ao louvor,
da aparente apatia de Deus à certeza que Ele continua Soberano.
“A providência de Deus é o governo invisível do mundo.” — João Calvino
Há muito mais do que os nossos olhos podem ver
Há muito mais do que a nossa mente limitada consegue entender
E por isso Habacuque é um convite para enxergarmos essa providência,
confiando que Deus continua sendo justo, mesmo quando tudo parece fora de controle.
Neste último mês, se você estava aqui, você sabe, nós estivemos estudando o primeiro capítulo de Romanos ao longo do mês da reforma, e é interessante que séculos depois, o apóstolo Paulo retomaria a frase central deste livro
“O justo viverá pela fé” (2:4)
Justamente para mostrar que essa confiança em meio à confusão é o próprio centro do Evangelho (Rm 1:17; Gl 3:11).
Habacuque nos convida a enxergar a realidade com os olhos da fé,
a confiar no caráter de Deus mesmo quando os Seus caminhos nos confundem,
e a crer que, por trás do aparente silêncio,
Deus continua governando todas as coisas para o cumprimento do Seu propósito eterno.
EXPOSICAO
EXPOSICAO
VERSICULO 1
Logo no primeiro versículo, quando olhamos o texto no original, encontramos duas palavras com significados muito ricos, que nos ajudam a compreender melhor o que está acontecendo aqui.
A primeira delas é “sentença”.
Em outras versões, essa palavra aparece como “peso” (massa).
No hebraico, esse termo descreve uma mensagem pesada de suportar, uma palavra que não se transmite sem dor.
Não é apenas um texto, é um fardo.
Habacuque sente o peso da injustiça do seu tempo, e mais ainda, o peso do aparente silêncio de Deus diante de tudo isso.
Ele carrega no coração uma angústia: “Senhor, por que não fazes nada?”
A segunda palavra importante aparece na tradução mais tradicional:
“O peso que viu o profeta Habacuque.”
Repare que o texto não diz “o que o Senhor falou a Habacuque”, como vemos em outros profetas.
Diz: “o que Habacuque viu.”
Isso é diferente.
A ideia aqui não é que ele teve uma visão mística ou uma imagem no céu.
O verbo “ver” significa perceber espiritualmente.
Habacuque compreendeu pela fé a mensagem que Deus lhe revelou.
Foi como se o Senhor acendesse uma luz dentro do seu coração, para que ele enxergasse a realidade do seu tempo da forma como Deus a via.
Esse primeiro versículo já resume todo o livro:
Um fardo de juízo revelado por Deus e discernido por um servo que aprendeu a ver o mundo com os olhos de Deus.
VERSICULO 2
E Neste versículo vemos a honestidade de Habacuque diante de Deus.
O profeta não esconde sua angústia nem tenta parecer forte.
Ele fala com sinceridade, mostrando o que sente diante do silêncio de Deus.
A expressão “até quando” é muito usada nas orações de lamento do Antigo Testamento.
Ela aparece em vários Salmos, quando homens piedosos clamam a Deus sem entender por que a resposta demora.
Por exemplo: “Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre?” (Salmo 13.1).
Não é uma pergunta de incredulidade, mas o clamor de uma fé que ainda crê, mesmo ferida pela demora.
E há algo interessante aqui: Habacuque não fez uma oração isolada.
O verbo “clamarei” indica repetição — ele tem clamado muitas vezes.
E quando o texto diz “gritar-te-ei”, a ideia é ainda mais intensa.
Ele não está apenas orando em silêncio, mas gritando por justiça.
É o grito de quem tem orado dia após dia e ainda assim confia que Deus ouve.
Habacuque mostra que a fé verdadeira é perseverante, mesmo quando o céu parece não responder.
O profeta clama: “Violência!”
A palavra usada aqui significa muito mais do que agressão física.
Ela descreve um cenário de corrupção, opressão e injustiça generalizada.
É uma sociedade onde o forte oprime o fraco, o mal vence o bem e ninguém é punido por isso.
Habacuque vê tudo isso acontecendo entre o próprio povo de Deus, e se pergunta: “Senhor, por que não fazes nada?”
Esse tipo de oração não ofende a Deus. Pelo contrário, revela um coração que ainda crê.
Quantas vezes você já se sentiu como Habacuque?
Orando por algo justo, esperando uma resposta, e o céu parece fechado?
Você ora, chora, e tudo o que ouve é o próprio eco da sua dor.
Parece que Deus não escuta, não se move, não faz nada.
Talvez você tenha clamado por um filho que se afastou.
Ou por um marido que ainda não conhece o Senhor.
Talvez por uma doença que insiste em ficar, ou por uma família que parece impossível de restaurar.
E às vezes, tudo o que você sente é um completo silêncio. Um deserto.
Meu irmão, é válido perguntar a Deus: “Até quando?”
É válido se questionar: “Será que Deus me esqueceu?” ou “Será que Ele está me vendo?”
Mas irmão, entenda uma coisa:
A fé verdadeira não depende de ouvir Deus o tempo todo, mas de confiar que Ele continua sendo bom, mesmo em silêncio.
Você não precisa entender o que Deus está fazendo.
Você so precisa continuar orando.
O justo não vive de explicações, mas de fé.
E o justo confia em quem Deus é, mesmo quando não entende o que Deus faz.
O silêncio de Deus não é ausência.
É o espaço onde Ele molda a nossa confiança.
Deus não está surdo, está ensinando você a descansar nEle.
A fé verdadeira não se mede pelas respostas que recebemos, mas pela perseverança com que continuamos a orar.
Habacuque nos ensina que é possível questionar sem duvidar, chorar sem perder a fé, lamentar sem se afastar de Deus.
Mas o que Habacuque não sabia é que, um dia, o Jesus também esperaria, também clamaria, e por um momento pareceria não ser ouvido ao clamar: ‘Meu Deus, por que me desamparaste?’
A cruz é a prova de que o silêncio de Deus nunca é vazio,
Nesse silêncio da cruz, Ele estava salvando o mundo.
VERSICULO 3
E no versículo 3, Habacuque aprofunda ainda mais o seu clamor.
No versículo anterior ele perguntava “até quando?”, agora ele pergunta “por que?”.
Ele sai da impaciência para a incompreensão.
Primeiro ele questiona o tempo de Deus,
agora ele questiona o modo de Deus.
E isso é algo que todo cristão sincero já sentiu:
não apenas a demora de Deus,
mas o modo como Ele parece agir (ou não agir) diante do mal.
Habacuque diz: “Por que me fazes ver a iniquidade?”
A ideia é que Deus é quem o faz ver o pecado.
É como se o próprio Senhor tivesse aberto os olhos dele para enxergar o que o povo havia se tornado.
Mas essa visão, em vez de trazer consolo, traz dor.
Habacuque vê:
a maldade,
a injustiça,
o sofrimento e
Deus parece apenas estar observando.
Deus o faz enxergar a realidade nua e crua da corrupção de Judá.
E o profeta pergunta: “Senhor, por que me mostras tudo isso, se não vais agir?”
É a angústia de quem carrega o fardo espiritual de ver o mundo como Deus vê.
Habacuque usa uma série de palavras fortes:
“iniquidade”, “opressão”, “destruição”, “violência”, “contendas”, “litígio”.
Esses termos descrevem um colapso moral e social completo.
E ele simplesmente não entende como o Deus santo pode suportar isso.
O que o perturba não é apenas o mal em si, mas o fato de Deus parecer tolerá-lo.
É como se dissesse: “Senhor, como podes ficar em silêncio vendo tudo isso?”
O problema de Habacuque não é a falta de fé, mas o conflito entre o que ele crê sobre Deus e o que ele vê no mundo.
Habacuque está confuso, mas continua orando.
Ele não entende, mas continua buscando.
Ele não vê resposta, mas continua crendo.
É assim que a fé amadurece — não quando entende tudo, mas quando confia mesmo sem entender.
VERSICULO 4
E aqui Habacuque chega ao ponto mais profundo da sua angústia.
Ele olha a sua volta e vê o resultado da injustiça:
quando Deus parece Apatico, a maldade se multiplica.
O profeta descreve o efeito prático do silêncio de Deus na sociedade.
A palavra “lei” aqui vem do termo hebraico Torá, que significa “instrução”, “ensino”, ou “orientação divina”.
Não se trata apenas da lei dos homens, mas da própria Palavra de Deus que deveria conduzir a vida do povo.
Quando Habacuque diz “a lei se afrouxa”, ele quer dizer que o povo deixou de viver segundo a Palavra de Deus.
A vontade de Deus continua clara, mas ninguém mais a segue.
A Palavra não perdeu poder, mas o povo perdeu respeito por ela.
A Palavra que antes era fundamento, agora é ignorada.
E quando a Palavra é deixada de lado, as consequências aparecem em todos os níveis.
Primeiro no coração, depois na sociedade.
Habacuque diz: “a justiça nunca se manifesta.”
Ele não está falando apenas de juízes corruptos ou tribunais injustos, mas de algo mais profundo:
a perda do senso de certo e errado.
O povo já não vive segundo a vontade de Deus, e
quando a referência moral desaparece,
a injustiça se espalha por toda parte.
E aqui, a expressão que ele: “a justiça é torcida” no hebraico tem o sentido de “distorcida” ou “pervertida”.
E é isso qu ele vê,
uma sociedade em que tudo foi invertido:
a verdade virou mentira,
a justiça virou injustiça,
o bem virou mal.
E o mais doloroso é que isso está acontecendo dentro do povo de Deus,
entre aqueles que deveriam refletir a santidade de Deus.
O problema é que o povo perdeu temor.
A Palavra não mudou, o coração das pessoas é que se endureceu.
Quando o povo deixa de ouvir a voz de Deus, o resultado é desordem e corrupção.
TRANSICAO
E até aqui, vemos Habacuque abrindo o coração diante de Deus.
Ele clamou,
questionou,
lamentou o silêncio.
Mas o silêncio vai acabar.
E quando Deus finalmente fala, a resposta não é o que o profeta esperava.
Habacuque queria que Deus fizesse algo — e Deus diz: “Eu já estou fazendo.”
Só que o modo como Deus está agindo vai abalar tudo o que o profeta entende sobre justiça e soberania.
Agora, Deus vai mostrar que Ele nunca esteve apático.
VERSICULO 5
Depois do lamento de Habacuque, Deus finalmente fala: “Olha ao redor, Habacuque. Eu já estou agindo.”
Deus convida Habacuque a olhar além de Judá, para todas as nações.
A realidade é que Deus nunca ficou em silêncio
Ele apenas age de uma forma que nem Habacuque, nem nós somos capazes de perceber.
Enquanto Habacuque chorava, Deus estava movendo os impérios.
Essa é uma das verdades mais desconfortáveis e, ao mesmo tempo, mais consoladoras:
Deus governa todas as coisas, e Ele não depende de nós para nada.
Deus não se limita ao nosso mundinho nem aos nossos problemas.
Ele conduz a história de forma soberana, para cumprir os Seus propósitos eternos.
O Senhor está dizendo: “Você acha que Eu estou quieto, mas Eu já estou realizando algo tão grande, que se Eu te contasse, você não acreditaria.”
E muitas vezes, as respostas de Deus não cabem na nossa lógica.
Para Habacuque: a resposta de Deus não será o alívio, mas o juízo.
Ele queria que Deus corrigisse o mal de Judá.
E de fato Deus vai corrigir, mas não da maneira que ele imaginava.
E há pouco eu disse que é totalmente legítimo você questionar, clamar e derramar o seu coração diante de Deus.
Mas algo precisa ficar claro para nós: a resposta de Deus nem sempre será a que queremos ouvir.
Às vezes, a resposta de Deus vai completamente contra a nossa lógica humana.
E se o nosso coração não estiver rendido a Ele, nós não vamos aceitar essa resposta.
E quando não aceitamos o que Deus faz, o nosso clamor deixa de ser oração e se torna murmuração.
Precisamos entender que Deus sempre quer o nosso bem, mesmo quando o que Ele faz parece não fazer sentido algum.
Quando criamos um Deus que só age conforme a nossa vontade, deixamos de adorar o Deus da Bíblia e passamos a adorar um deus feito à nossa conveniência.
VERSICULOS 6-7
E dos versiculos 6 ao 7, o texto no mostra que: Deus vai usar a Babilônia, um povo pagão, violento e impiedoso, para trazer juízo sobre Judá.
O texto começa com uma expressão poderosa:
“Pois eis que trago os caldeus.”
Em outras palavras, o que está sendo dito aqui é que Deus vai levantar ativamente uma nação ímpia com um propósito.
E você pode me perguntar — ou perguntar a si mesmo — por quê?
E a resposta é simples: porque Ele é Deus.
E talvez essa seja a parte mais desconfortável da soberania divina:
Deus pode usar instrumentos e meios que nós jamais usaríamos.
Ele é livre para agir até através de pessoas e circunstâncias que parecem completamente opostas à Sua santidade.
Mas isso não significa que Deus aprove o pecado.
Significa que Ele é tão soberano, tão absoluto, que até o pecado se torna servo dos Seus propósitos.
John Calvin comenta:
“Deus, ao governar o mundo, usa até os ímpios como ferramentas de Sua justiça.
Eles pensam estar cumprindo seus próprios desejos, mas sem saber, estão executando o plano de Deus.”
E é isso que está acontecendo aqui.
Deus vai disciplinar o Seu povo, não por abandono, mas sim por amor.
A correção de Deus não é um sinal de rejeição, é um sinal de paternidade.
O Pai corrige os filhos que ama.
VERSICULOS 8-11
Deus vai mostrar a Habacuque o tamanho do problema.
Habacuque havia pedido que o Senhor olhasse para a violência dentro de Judá
e Deus responde mostrando uma violência muito maior, que viria de fora.
O texto que vemos é poético, mas devastador.
Em quatro versos, vemos o retrato de uma Babilônia como uma força que ultrapassa toda resistência humana.
(Contexto da epoca: os animais tinham significados)
No texto vemos 3 animais sendo comparados aos caldeus:
leopardos (velocidade e agressividade),
lobos (ferocidade e crueldade),
águia (precisão e domínio).
É o exército perfeito — e, por isso mesmo, o exército mais perigoso.
Deus mostra que nenhum poder terreno é autônomo, por mais imparável que pareça.
A Babilônia so avança porque o Senhor a levantou (v.6),
Ainda que ela acredite avançar por sua própria força (v.11).
E é exatamente isso que a tornará culpada.
“Eles vêm para a violência” — o mesmo termo ḥāmās usado em Gênesis 6 para descrever a corrupção antes do dilúvio.
Ou seja, o mal que Deus um dia destruiu nas águas agora volta pelas mãos de um império.
É o juízo de Deus revestido da violência humana.
Os babilônios amontoam cativos como areia,
zombam dos reis,
derrubam muralhas e
riem daquilo que os outros chamam de impossível.
São a personificação da autossuficiência:
não há lei acima deles, nem moral que os detenha, nem Deus que os governe.
O texto culmina na frase mais trágica:
“Seu poder é o seu deus.”
E no domingo passado nos finalizamos nossa serie em Romanos 1, onde falamos sobre a depravacao humana.
E a idolatria da força é uma das manifestações mais claras dessa depravação.
Quando o homem adora o próprio poder, Deus o entrega ao seu orgulho (cf. Rm 1:24).
Mas nenhum império, por mais forte que pareça, pode escapar da justiça divina.
“Toda vez que o homem se coloca no trono, Deus o faz cair de joelhos.” — John Stott
A soberania de Deus garante que a Babilônia será instrumento por um tempo, mas jamais soberana sobre o tempo.
CONCLUSAO
E, meus irmãos, concluindo sobre esse texto:
Habacuque descobriu algo que nós também precisamos aprender:
Deus não se encaixa na nossa lógica.
Deus, às vezes, não faz sentido — e nem precisa fazer, para a nossa mente limitada.
Ele continua governando tudo,
inclusive as coisas que mais tememos.
Deus levanta impérios,
cala o ímpio,
disciplina o justo,
e, ainda assim, continua sendo bom e justo.
O texto nos lembra que a fé madura é aquela que confia mesmo quando não compreende.
“Quando Deus parece apático, Ele está apenas escrevendo um capítulo que ainda não terminamos de ler.”
Por isso, pare de tentar controlar Deus.
Habacuque não recebeu o que queria — ele recebeu o que precisava ouvir.
Ore com honestidade, mas ouça com humildade.
Não esconda a sua dor, mas também não exija explicações.
Aprenda a abrir o coração, sem fechar a porta da fé.
E, sobretudo, pare de interpretar o silêncio de Deus como rejeição.
Às vezes Deus não fala porque está te ensinando a ouvir.
Ele não responde no teu tempo,
mas te molda no tempo dEle.
Deixe Deus ser Deus.
Habacuque viu Deus levantar a Babilônia para disciplinar o Seu povo;
na cruz, Deus levantou o Seu próprio Filho para salvar o Seu povo.
Naquele momento, Jesus enfrentou o silêncio absoluto do Pai.
Mas ali, o silêncio não era indiferença —
era redenção em andamento.
A ira que caiu sobre Judá caiu plenamente sobre Cristo.
O juízo que purificou um povo agora liberta todos os que creem.
E talvez você passe uma vida inteira buscando respostas —
e pode ser que nunca as encontre.
Mas não seja escravo das respostas.
Porque a cruz é a resposta definitiva ao “Até quando?”
Até quando Cristo voltar.
E quando Ele voltar —
não haverá mais injustiça,
não haverá mais dor,
não haverá mais choro,
não haverá mais angústia,
não haverá mais sofrimento.
Porque Aquele que um dia pareceu em silêncio,
voltará em glória,
e toda lágrima será enxugada,
e todo o mal será vencido.
Até lá, vivamos como Habacuque —
não dependendo de explicações,
mas pela fé no Deus que nunca fica parado.
