A Revolução do Coração
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Introdução
Introdução
Você já parou para pensar que Deus se importa não só com o que fazemos, mas também com o que pensamos e sentimos? Muitas vezes achamos que ser “certinho” é apenas evitar os grandes erros externos : não xingar na frente dos pais, não colar na prova quando o professor está olhando, não bater em ninguém. Mas Jesus nos ensina algo muito mais profundo, quase uma revolução no coração. Ele quer santidade de verdade, algo mais que aparência. No Sermão do Monte (Mateus 5–7), Jesus mostra que a verdadeira justiça vai além das regras visíveis: começa lá dentro do nosso peito, nas intenções e atitudes secretas. Hoje, ao refletirmos em Mateus 5:27-37, veremos a vida real no Reino de Deus: vida de pureza, compromisso e verdade no mundo real, valores de Deus para nós em áreas bem práticas: sexualidade, relacionamentos e em nossa fala. Será que nossas redes sociais, amizades, namoro e vida em família refletem essa justiça do Reino que começa no coração? Vamos descobrir!
Antes de tudo, lembremos o contexto: Jesus estava ensinando seus discípulos e a multidão sobre o significado profundo da Lei de Deus. Ele repetia a fórmula: “Vocês ouviram o que foi dito... Eu, porém, lhes digo...”. Ou seja, Ele pegava mandamentos bem conhecidos e mostrava um padrão ainda mais elevado, não para ser chato ou “estraga-prazeres”, mas para revelar o propósito original de Deus: um coração transformado, não só aparências religiosas. Jesus deixa claro que Deus vê não apenas nossas ações externas, mas também nossas motivações internas. Com isso em mente, mergulhemos nos três ensinamentos de Jesus em Mateus 5:27-37 e como eles se aplicam à nossa vida.
27 Vocês ouviram o que foi dito: “Não adultere”. 28Mas eu digo que qualquer que olhar para uma mulher e desejá‑la já cometeu adultério com ela no coração. 29Se o seu olho direito o induz a pecar, arranque‑o e lance‑o fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que todo ele ser lançado no inferno. 30E, se a sua mão direita o induz a pecar, corte‑a e lance‑a fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que todo ele ir para o inferno.
Jesus começa tratando do sétimo mandamento: “Não adulterarás”. Os líderes religiosos da época ensinavam que o adultério era somente a infidelidade física, o ato sexual fora do casamento. Mas Jesus ampliou o significado desse pecado para incluir o olhar e o desejo impuro. Ele disse: “Eu, porém, lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5:28). Ou seja, do ponto de vista de Deus, cobiçar alguém em pensamento já viola a pureza que Ele espera de nós. Não basta evitar “ir para a cama” com a pessoa errada; alimentar fantasias ilícitas já quebra a vontade de Deus. Deus sonda nossos corações e condena a intenção pecaminosa como se fosse o pecado consumado. Forte isso, né? Jesus não está dizendo que desejar e praticar são a mesma coisa em consequências, mas que ambos são equivalentes em termos espirituais diante de Deus. Em outras palavras, Jesus nos mostra que pureza sexual começa no coração e na mente.
Vamos traduzir isso para nossa realidade. Vivemos num mundo hiper-sexualizado. Tudo na mídia, nas redes sociais, na roda da escola parece incentivar a gente a pensar em sexo o tempo todo. Vamos traduzir isso para nossa realidade. A pornografia está a um clique, empurrada por algoritmos que “adivinham” o que prende nosso olhar. O que Jesus chama de “olhar para desejar” hoje acontece no scroll: vídeos, fotos, perfis sugeridos que transformam pessoas em objetos. Talvez você nunca tenha “feito” nada com alguém, mas seu coração vive preso à tela, alimentando fantasias no secreto. A pornografia treina nosso olhar para cobiçar, deforma o amor (porque usa o outro) e aprisiona com culpa e vergonha.
Mas o que Jesus nos fala vai na contramão disso. Ele nos chama a valorizar a pureza no pensar e no agir. O desejo sexual não é mau — Deus nos criou assim —, mas a pornografia distorce esse desejo: ela treina nosso olhar para cobiçar, transforma gente em produto, ensina “roteiros” de uso e descarte e desconecta prazer de amor, aliança e cuidado. Jesus quer nos libertar desse olhar que usa o outro; no Reino, pessoas não são cliques nem objetos, são imagem de Deus. Por isso, em vez de ver o outro com malícia, aprendemos a enxergá-lo com dignidade e respeito, como filhos e filhas de Deus. Como aconselha um autor cristão: “trate pessoas como pessoas, não como brinquedos”. Lascívia — esse olhar que alimenta fantasias e reduz o outro a coisa — não combina com quem segue Jesus.
Jesus sabe que lutar contra a impureza é difícil. Ele até descreve radicalmente: “Se teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o... se tua mão direita te faz pecar, corta-a fora” (Mt 5:29-30). Claro, Jesus não quer que ninguém se mutile literalmente. Essa é uma figura de linguagem forte para dizer: lidar com pecado requer medidas drásticas. Ele nos chama a uma “cirurgia espiritual” – cortar pela raiz aquilo que nos leva a pecar. Em outras palavras, nada de ficar “brincando” com a tentação. Se um tipo de conteúdo, conversa ou situação te leva a pensamentos impuros, fuja! Na Bíblia, vemos que a estratégia para resistir à imoralidade sexual muitas vezes é correr mesmo (lembra do José fugindo da esposa de Potifar?). É por isso que Jesus fala de medidas radicais: não é sobre arrancar o olho, é sobre remover as fontes — silenciar, deixar de seguir, bloquear, usar filtros, sair de grupos — para proteger o coração. Melhor perder alguns cliques do que perder a pureza e a paz com Deus. É melhor perder algo do que perder sua pureza ou sua comunhão com Deus. Talvez isso signifique sair daquele grupo de WhatsApp cheio de vídeos impróprios, instalar um filtro no seu computador/celular, deixar de seguir certos perfis que só têm postagens sensuais, ou evitar certas rodas de conversa. Pode parecer radical, mas o próprio Jesus disse que vale mais entrar no céu “manco e caolho” do que ir inteiro para o inferno (Mt 5:29-30). Um problema radical exige uma solução radical.
E dentro de nós, como vencer? Reconhecendo que há mesmo uma guerra interna acontecendo. A Bíblia descreve que dentro de nós o Espírito luta contra nossa carne (nossa natureza pecaminosa). Somos meio “dois em um”: parte de nós quer agradar a Deus, outra parte quer ceder aos desejos errados. Já se sentiu assim? Pois é, “o homem é um ser em conflito, uma guerra civil ambulante”! Saber disso já nos ajuda a depender de Deus. Você não está sozinho nessa batalha – todos nós enfrentamos. Por isso, encha sua mente com o que é bom: busque conteúdo que agrade a Deus, amizades que te incentivem ao que é certo. Converse com alguém de confiança (um líder, pastor, seus pais) se estiver lutando com tentações; não enfrente sozinho. E lembre-se: Jesus perdoa e purifica quem se arrepende. Se você já caiu em pecado nessa área (nos pensamentos ou atos), não ache que “acabou” para você. Cristo derramou Seu sangue exatamente para nos limpar por dentro e por fora. Ele não nos condena, mas nos oferece perdão e um novo começo. Então, podemos ser sinceros com Ele, pedir ajuda do Espírito Santo e nos comprometer de novo com a pureza sexual. Vale a pena nadar contra a maré agora para experimentar, no futuro, a bênção de viver a sexualidade do jeito de Deus, com uma consciência limpa e um coração em paz.
31 Foi dito também: “Aquele que se divorciar da sua mulher deverá dar‑lhe uma certidão de divórcio”. 32No entanto, eu digo que todo aquele que se divorciar da sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a divorciada comete adultério.
Em seguida, Jesus toca num assunto relacionado: casamento e divórcio (Mateus 5:31-32). Talvez você pense: “Ok, isso aí vou pular porque só tenho 15 anos, to longe de casar!”. Mas calma! Esse ensinamento de Jesus tem tudo a ver com a forma como encaramos nossos relacionamentos desde já. Na época de Jesus, os rabinos judeus discutiam muito o que era motivo aceitável para se divorciar. Alguns eram extremamente liberais – em especial a escola do rabino Hillel – e diziam que um homem podia se divorciar da esposa por qualquer motivo bobinho, até por queimar a comida! Bastava dar uma “carta de divórcio” formal e pronto, cada um seguia sua vida. Resultado: o casamento havia se tornado algo descartável para muitos, um compromisso frágil.
Jesus, porém, vai na direção oposta. Ele afirma claramente que o desejo de Deus para o casamento é compromisso permanente. No Evangelho de Mateus, Ele ensina que divorciar-se e casar com outra pessoa, salvo no caso de “imoralidade sexual” (adultério), é cometer adultério – ou seja, trair o vínculo que Deus criou. Palavras fortes! Cristo explica que “o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Mesmo que legalmente alguém consiga se divorciar no papel, na visão de Deus aquela aliança de casamento era para valer e não para ser rompida por qualquer razão. Em outras palavras, casamento não é como namorinho que termina e começa outro; é um pacto sagrado diante de Deus. Que contraste com a mentalidade “moderna” de Hillel! Jesus estava defendendo a mulher (que naquela cultura ficava desamparada ao ser repudiada levianamente) e resgatando o alto padrão de fidelidade no matrimônio.
Agora, trazendo para nossa realidade adolescente: nós ainda não estamos casados, mas vivemos numa cultura de “ficar” e namoros descartáveis. Muitos de nós vemos colegas “trocando de namorado(a) como quem troca de roupa”. Até mesmo entre cristãos jovens, às vezes o namoro é vivido sem propósito, só por status ou prazer momentâneo, e não como um passo em direção a algo sério. Deus não é contra relacionamentos – Ele criou o casamento! –, mas Ele reprova os relacionamentos descartáveis, sem responsabilidade. Pense bem: se eu me acostumo a “curtir” pessoas e depois descartar, o que impede de levar esse hábito para a vida adulta, estragando famílias? É na juventude que começamos a moldar nosso caráter sobre compromisso.
Há uma ilustração interessante: antigamente, nossos avós e bisavós começavam namoro/noivado já pensando em casamento. Não existia muito esse conceito de “ficar” por diversão. Olhe na Bíblia o exemplo de Maria, mãe de Jesus, embora adolescente (uns 17 anos), tinha um compromisso sério com José desde o noivado. Hoje, é diferente. Um pastor comenta que muitos rapazes atualmente “pegam a filha [dos outros] emprestada para curti-la por uns anos e depois devolvem-na, como se tivesse terminado o prazo de validade da curtição”. Que descrição, hein? Imagina o pai da garota ouvindo isso... Na verdade, continua o autor, namorar alguém deveria ser como dizer ao pai dela: “Me concede sua filha para um ensaio para o casamento? Eu quero um compromisso com ela, sonhando com uma vida a dois até eu morrer”. Já pensou você falando uma coisa dessas para o pai/mãe do seu crush? Soa meio assustador, eu sei. Mas essa ideia nos provoca a refletir: qual é a finalidade do meu namoro, ou da minha vontade de namorar? É só curtição passageira, status, suprir carência? Ou estou disposto a cultivar relacionamentos de forma honrada, visando o bem do outro e um compromisso duradouro?
Talvez você diga: “Ah, mas é exagero pensar em casamento agora... Eu só tenho __ anos”. De fato, ninguém está sugerindo marcar casamento na adolescência. Porém, se você ainda não tem maturidade para encarar que namoro envolve responsabilidade e possível futuro compromisso, talvez não seja a hora de namorar ainda. E tudo bem! Cada coisa a seu tempo. Não há pressa. O importante é desde já aprender a valorizar a fidelidade e o respeito. Se você namora ou vier a namorar, encare com seriedade. Não brinque com os sentimentos dos outros. “Não use as pessoas”, lembra? Seja transparente sobre suas intenções e não iluda alguém só para alimentar seu ego. E sim, se você é cristão, inclua Deus no relacionamento – busque viver em pureza também no namoro, respeitando os limites que honram a santidade de ambos.
Jesus nos chama do amor descartável para o amor responsável. No Reino de Deus, relacionamento não é jogo, é coisa séria e linda ao mesmo tempo – é aliança. Peçamos ajuda a Ele para nadar contra a corrente de uma cultura de descartabilidade e vivermos compromisso de verdade.
33Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: “Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor”. 34Mas eu digo: não jurem de forma alguma; nem pelos céus, porque é o trono de Deus; 35nem pela terra, porque é o estrado dos seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. 36Não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo. 37Quando disserem “sim”, que seja realmente sim; quando disserem “não”, que seja não. O que passar disso vem do Maligno.
O terceiro tema que Jesus aborda nesses versículos é honestidade, ensinado através da questão dos juramentos (Mt 5:33-37). “Não jurar falso, mas cumprir os juramentos feitos ao Senhor”, era o que a Lei dizia. Na prática, os religiosos tinham desenvolvido umas “técnicas” para jurar sem parecer que estavam usando o nome de Deus em vão. Por exemplo, juravam pelo céu, por Jerusalém, pelo altar do templo, tudo para soar confiáveis sem, teoricamente, envolver diretamente o nome de Deus. Era como criar níveis de compromisso com a verdade: alguns juramentos valiam, outros nem tanto. Sabe aquelas promessas de dedos cruzados nas costas? Coisa do tipo: “Juro por isso ou aquilo...” – mas dependendo do que foi invocado, a pessoa se dava ao direito de não cumprir. Uma baita malandragem religiosa! Os fariseus achavam brechas para parecerem justos sem de fato ter caráter verdadeiro.
Jesus desmascara essa falsidade e vai direto ao ponto: “Não jurem de forma alguma... Seja o ‘sim’ de vocês ‘sim’, e o ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno” (Mt 5:34-37). Em outras palavras, seja uma pessoa tão íntegra que ninguém precise exigir que você “jure” para acreditarem em você. Para que servem os juramentos afinal? Para confirmar que alguém está falando sério. E por que chegamos ao ponto de precisar disso? Porque naturalmente nem sempre falamos a verdade. Jesus deixa claro que Deus quer verdade desde o princípio, sem necessidade de muletas. Não é proibido, por exemplo, testemunhar sob juramento num tribunal – o próprio Jesus, quando interrogado pelo sumo sacerdote, respondeu sob juramento da autoridade pública. O que Ele proíbe é o hábito de usar juramento para mascarar mentiras ou meias verdades. Em vez de ficar inventando fórmulas do tipo “Eu prometo mesmo, juro por Deus, pela minha mãe!” para que acreditem em nós, devemos ser transparentes e confiáveis desde a primeira palavra. “Integridade nas palavras é melhor do que torrentes de juramentos” – ou seja, mil promessas não valem o valor de uma palavra verdadeira.
Vamos trazer isso para nosso dia a dia. Quem aí nunca contou uma “mentirinha” para se livrar de uma encrenca? Talvez você já tenha dito “Ah, professora, minha internet caiu na hora de entregar o trabalho, por isso não enviei” (quando na verdade você esqueceu de fazer). Ou disse pros seus pais “Vou dormir na casa do fulano” pra poder fazer outra coisa. Quem sabe você promete algo aos seus amigos – “Apareço aí às 14h, certeza!” – mas já sabe que não vai cumprir. Somos tentados a torcer a verdade o tempo todo, seja para evitar punição, seja para parecermos melhores, ou até para não magoar (como quando dizemos “que legal!” para algo de que não gostamos, só por educação). O problema é que, quando nos acostumamos a mentir ou exagerar, perdemos a credibilidade. Ninguém sabe quando pode confiar no nosso “sim” ou “não”. Você com certeza já lidou com alguém que vive mentindo – dá para confiar? Não dá. E um amigo falso, que fala uma coisa na sua frente e pelas costas fala outra? É muito decepcionante.
Jesus quer nos livrar dessa falta de integridade. Ele ensina que toda mentira vem do maligno, do Diabo que é chamado de “pai da mentira”. Em contraste, nós, filhos de Deus, devemos refletir o caráter do Pai, que é a Verdade. Se pertencemos ao Reino de Deus, nossa boca tem que falar a verdade. “Mas e se a verdade me colocar em apuros?” – você pode perguntar. Bom, às vezes vai doer sim dizer a verdade. Podemos levar bronca, podemos ter que encarar consequências. Porém, uma consciência limpa vale o sacrifício. Além disso, quando mentimos para escapar, depois a culpa e a vergonha nos perseguem, e geralmente a mentira aparece de qualquer jeito. Já notou que mentira é igual bolinha de neve? Você conta uma, aí pra sustentá-la tem que contar outra, e mais outra... Daqui a pouco vira uma bola gigante descontrolada ladeira abaixo. Jesus quer nos poupar desse desastre e nos ensinar a viver com simplicidade e honestidade. Ele basicamente diz: “Fala sério!” – deixe sua palavra ser confiável sem precisar de firulas.
Um comentarista escreveu: “Quando a palavra humana se deteriora de tal modo que, sob certas circunstâncias, ‘sim’ pode significar ‘não’, e ‘não’ pode significar ‘sim’, a comunidade está destruída”. Em outras palavras, sem confiança mútua, os relacionamentos quebram. Pense na sociedade – se todo mundo trapaceia, faz fake news, assina acordo e não cumpre, o que acontece? Caos. Pense num nível mais pessoal: se em casa cada um mente para o outro, a família fica doente. Se no seu grupo de amigos rola muita falsidade, acaba a amizade. A verdade é o alicerce para relações saudáveis. Por isso, Deus valoriza tanto que sejamos sinceros. Não “sincericida” (aquela pessoa grossa que fala verdades para machucar), mas sinceros em amor. Às vezes teremos de pedir perdão em vez de encobrir o erro; às vezes dizer “não posso cumprir tal coisa” em vez de dizer sim e depois furar – e isso exige humildade. Mas agrada a Deus.
E de forma prática, o que podemos fazer? Aqui vão alguns desafios diretos para nós, como aplicação de honestidade no dia a dia:
Pare de inventar desculpas mentirosas: se não fez o dever, assuma; se aprontou algo, encare as consequências. É melhor levar uma correção por um erro do que mentir e matar sua integridade aos poucos.
Cumpre o que promete: Experimente pensar bem antes de dizer “Eu prometo” ou “Eu te ligo amanhã”, para só falar se for cumprir mesmo. E se falou, faça! Nossa geração está acostumada a dar palavra e não honrar (quem nunca marcou com amigo e desistiu em cima da hora sem avisar?). Seja diferente.
Diga a verdade com amor: Nada de usar “sou sincero mesmo” como desculpa pra falta de educação. Fale a verdade de forma respeitosa e gentil. Mas fale a verdade.
Lembre-se: Jesus nos chamou para sermos “luz do mundo”: e isso inclui brilhar em meio a tanta mentira que existe por aí sendo pessoas de palavra. Talvez você vá se destacar na turma exatamente porque as pessoas podem confira em você, ou porque não espalha boatos, ou porque admite quando erra. Acredite: isso, embora difícil, glorifica a Deus e traz confiança das pessoas em você. Quem dera digam de nós: “Fulano nem precisa jurar, eu confio porque sei que ele/ela sempre fala a verdade”. Que testemunho lindo seria!
Conclusão
Conclusão
Chegamos ao fim dessa jornada por Mateus 5:27-37. É um padrão alto, né? Sexualidade pura até nos pensamentos; compromisso firme nos relacionamentos; honestidade total nas palavras. De fato, se formos sinceros, ninguém consegue tudo isso sozinho. E é exatamente essa a ideia! Jesus nos mostra que precisamos de um coração transformado. Lembra do que falamos no início? A verdadeira justiça do Reino começa no coração e se expressa em atitudes práticas de pureza, compromisso e verdade. Não é algo que a gente fabrica apenas com esforço humano; é resultado da ação de Deus em nós. Precisamos do Espírito Santo para vencer a batalha contra a impureza, o egoísmo e a mentira. Precisamos da graça do evangelho, do perdão de Jesus para quando falhamos e da presença Dele em nós para fazermos o que é certo.
Talvez, ouvindo tudo isso, você perceba áreas em que tem falhado. Quem de nós já não falhou? Talvez você pense: “Meu coração está tão longe dessa pureza toda... Já alimentei cada pensamento errado…” ou “Fui tão falso outro dia…” ou “Trato relacionamentos de forma tão superficial...”. Em vez de se afundar na culpa, olhe para Cristo agora. Ele não aponta o dedo pra te acusar; Ele estende a mão para te levantar. A beleza do evangelho é que Jesus oferece perdão e recomeço para pecadores arrependidos. Veja o que Ele fez: “Ele não condena; perdoa. Ele não esmaga; alivia. Ele restaura o caído. Ele pode fazer o mesmo com você”. Amém! Davi caiu feio no pecado sexual, mas ao se arrepender foi restaurado. Pedro negou Jesus (falta de compromisso e honestidade), mas Jesus o perdoou e ele se tornou um líder forte. A mulher samaritana tinha uma vida toda quebrada na área de relacionamentos, e Jesus a transformou em uma testemunha cheia de alegria. Não há coração que Ele não possa transformar!
Então, a palavra final aqui não é “se esforce mais. Não! É um convite à graça. Jesus está nos convidando: “Venha, arrependa-se e dependa de Mim. Eu vou te ajudar a viver desse jeito diferente.” Ele nos dá o Espírito Santo exatamente para produzir em nós o fruto de um caráter santo. Com Ele, a gente pode ter vitória progressiva nessa área de sexualidade (mesmo num mundo pornográfico, dá pra ser puro com a força de Deus!), podemos desenvolver relacionamentos saudáveis e fiéis (mesmo que todo mundo em volta banalize isso), e podemos falar a verdade em amor (mesmo que mentir pareça mais fácil).
Que “a revolução do coração” comece dentro de cada um de nós. Amém?
