Desafiando as Torres da Independência: Ídolos do Coração
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· 3 viewsOs caminhos do coração dos homens é em sua maioria enganoso e destrutivo. Dois aspectos forjam estes caminhos, a independência e a idolatria. Em Babel temos um Torre de independência e em Ezequiel somos confrontados a rejeitar os ídolos do coração. Para os dois o remédio é o mesmo, a graça de Deus que nos leva a obediência.
Notes
Transcript
Introdução
Introdução
Gênesis 11.1–8, Ezequiel 14.1–11
Gênesis 11.1–8, Ezequiel 14.1–11
A passagem de Gênesis relata a construção da Torre de Babel, um símbolo da tentativa da humanidade de alcançar a independência de Deus, enquanto Ezequiel adverte sobre os ídolos que habitam o coração do homem, mostrando a necessidade de se voltar ao Criador em adoração verdadeira.
Quero lhe desafiar esta noite a refletir sobre as torres que estamos construindo em nossas vidas, buscando independência em vez de dependência em Deus.
Observamos nossos próprios ídolos, sejam eles sucesso, aceitação e precisamos confrontá-los com honestidade para restaurar nosso relacionamento com o Senhor e viver plenamente para Ele.
O ensino central é que a busca pela autossuficiência leva à confusão e à divisão, enquanto a rendição a Deus gera unidade e propósito. A dependência de Deus nos liberta dos ídolos que criamos em nossos corações e nos conduzem a um relacionamento pleno com Ele.
As escrituras apontam para Cristo como a resposta ao desafio de Babel — em vez de tentarmos edificar torres que nos elevem acima de Deus, somos chamados a nos submeter ao seu Senhorio. Cristo, como nosso redentor, nos oferece o caminho de volta à verdadeira adoração e ao relacionamento com Deus que os ídolos nos afastam.
A verdadeira liberdade e identidade são encontradas na rendição a Deus, não na construção de torres de independência que, no final, nos aprisionam.
1. Fundamentos da Futilidade
1. Fundamentos da Futilidade
Gênesis 11.1–4
David Koyziz faz a seguinte afirmação citando outro autor: a natureza religiosa dos seres humanos pode ser compreendida em termos de “três regras bíblicas fundamentais”. Primeiro, todo ser humano serve a algum tipo de deus. Segundo, cada um é transformado a imagem do Deus a que serve. Terceiro, as pessoas estruturam sua sociedade à sua própria imagem.
Afinal qual a finalidade de juntar todas as nações? Este parece ser o intento primário dos homens em Babel, veja o que diz Geerhadus Vos: A construção de uma cidade e de uma torre foi inspirada, primeiramente, pelo desejo de obter um centro de unidade, de tal modo que isso manteria a raça humana unida. Mas assegurar essa unidade não era, de maneira alguma, o propósito final desse esforço. O propósito era o de prover a possibilidade para a fundação de um império gigantesco, glorificando o homem em sua independência de Deus.
Podemos concluir que a construção da Torre de Babel é uma afronta direta a Deus, a Torre de Babel é a mais clara expressão da idolatria humana que busca a todo custo sua independência de Deus.
Em todos as áreas da vida humana se vê refletido a tendência humana à idolatria. Seja na família, na política como espaço público, seja nas instituições que fazemos parte como o trabalho a igreja, todos foram afetados com a idolatria.
2. Fracasso na Fragmentação
2. Fracasso na Fragmentação
Gênesis 11.5–8
O SENHOR desce para ver os intentos dos homens. A arrogância dos homens em querer ser os protagonistas de suas próprias histórias parece sempre encaminha-los para a confusão.
Egbert Schuurman em Cristãos e Babel afirma: Para obter sucesso em nossas lutas em relação ao futuro precisamos rejeitar toda pretensão de que eu a ciência e a tecnologia podem nos ajudar a salvar a nós mesmos e assegurar o futuro.
Toda nossa tentativa de levantar nossas torres de segurança e auto-suficiência apontam para uma reação de justiça do nosso Deus.
Para preservar seu ato redentivo Deus espalha a humanidade para que pudesse escolher dentre eles aquele que seria o povo da promessa e aliança. Deste povo Deus estenderia sua benção a toda as nações.
3. Ídolos da Ilusão
3. Ídolos da Ilusão
Ezequiel 14.1–5
Saber definir o significado de alguns termos é muito importante para podermos chegar a conclusões plausíveis. Evitar o senso comum é válido quando estamos buscando entender as grandezas de um Deus Eterno e Senhor da história. O comentarista Daniel Blok conclui:
a idolatria é essencialmente uma questão de mente/coração. Neste texto a reclamação de Yahweh não é dirigida a imagens concretas, mas aos corações/mentes iludidos nos quais tais noções se levantam. Se a verdadeira religião é essencialmente uma questão de coração (Dt 10.12–22), o mesmo é verdade de qualquer tipo de adoração. No final são os compromissos espirituais internos em lugares errados que provocam a ira de Deus.[1]
[1]Block, D. I. (2012). O livro de Ezequiel. (D. A. M. da Silva, S. O. Nocetti, M. Tollentino, & V. G. Martins, Trads.) (1a edição, Vol. 1, p. 412). São Paulo, SP; Cambuci, SP: Editora Cultura Cristã.
Um outro fator importante a destacarmos aqui é que a idolatria pode se transformar em ideologia. David Koyzis afirma:
Como as idolatrias bíblicas, cada ideologia se fundamenta no ato de isolar um elemento da totalidade criada, elevando-o acima do resto da criação e fazendo com que esta orbite em torno desse elemento e o sirva. A ideologia também se fundamenta no pressuposto de que esse ídolo tem a capacidade de nos salvar de um mal real ou imaginário.
Agostinho afirma:
Em um edifício, o alicerce está em primeiro lugar. Quem, então, tem Cristo em seu coração, de modo que nenhuma coisa terrena ou temporal — nem mesmo aquelas que são legítimas e permitidas — sejam preferidas a Ele, tem Cristo como fundamento. Mas se essas coisas são preferidas, então, embora um homem pareça ter fé em Cristo, Cristo não é o fundamento para esse homem.
Agostinho de Hipona
O que a passagem de Ezequiel nos ensina sobre estes ídolos do coração?
a. As autoridades visitam o profeta (14.1-3) – Existe algo importante aqui, as autoridades procuram o profeta para buscar conselho, mas o que parece é que existe uma situação de coração dividido, Yaweh identifica que estas autoridades de Israel o buscam muito mais como uma segunda opinião que mesmo como quem consulta ao único Deus.
b. Ídolos do coração (14.4-5)– A resposta de Yaweh a indagação das autoridades é que Ele usaria a própria artimanha deles para expor sua idolatria. Isso significa que não tendo coragem de materializar sua idolatria a mantinham em seus corações.
4. Liberdade através da Firmeza
4. Liberdade através da Firmeza
Ezequiel 14.6–11
a. Convite ao arrependimento (14.6) – O convite é para que o povo se desvie de seus ídolos, isso tem um significado interessante, uma vez que a ideia de tropeços é a de pedras colocadas bem em frente a suas faces.
b. A estranha intervenção de Deus (14.7,8) – Parece incomum, mas o que temos aqui é o próprio Yaweh respondendo diretamente aos questionadores, só que ele faz isso segundo o coração idolatra deles.
c. O juízo contra os profetas que se deixam enganar (14.9-11) – Qualquer um que se deixar levar pela ilusão de que há esperança fora de Deus estará debaixo do seu juízo.
Fugir da idolatria é um imperativo para o servo de Deus. Apesar da idolatria ser esse compromisso do coração em confiar naquilo que está fora de Deus podemos identificar estes entes idólatras em outras estruturas, vejamos o que diz Tim Keller:
Qualquer “Esperança” cultural dominante que não seja o próprio Deus é um falso deus. Os ídolos, então, não tomam apenas formas individuais, mas podem ser corporativos e sistêmicos. Quando estamos completamente imersos em uma sociedade de pessoas que consideram normal certo compromisso idólatra, torna-se quase impossível discernir o que ele é.
Ele continua:
Não devemos pensar que uma cultura é menos idólatra que outra. As sociedades tradicionais tendem a fazer da unidade da família e do clã uma coisa última e absoluta. Isso pode levar ao assassinato em nome da honra, ao tratamento de mulher como um bem e à violências contra gays. As culturas ocidentais seculares transformam em ídolos a liberdade individual, e isso leva ao colapso familiar, ao materialismo desenfreado, ao carreirismo e ao endeusamento do amor romântico, da beleza física e do lucro.
Afinal o que Deus espera de nós? Por que devemos ter tanto cuidado com as ideologias?
O nosso coração é terreno fértil para os manipuladores de sonhos, estamos vulneráveis porque não nos conformamos com a perda do Éden.
Cada promessa de dias melhores, famílias perfeitas, carreira de sucesso, estabilidade econômica, um mundo mais justo, menos violência, um mundo moralmente parecido com nossa forma de pensar a vida, vão acalentando nossos corações frustrados.
Algumas dicas de como não ser seduzidos pelos encantos de uma ideologia idólatra:
Alinhe seu coração e mente com as coisas do reino de Deus.
Não se preocupe em falhar nem gere expectativas de um mundo ou país 100% cristão, a única certeza que temos é que no reino de Deus todas as coisas irão voltar ao seu lugar.
Não transforme sua fé em cultos e regras religiosas apenas, se envolva com a vida real das pessoas anunciando que o Reino de Deus chegou e que voltará definitivamente.
Não transforme sua religiosidade em idolatria criando idealismos demoníacos, Jesus condenou todo tipo de religiosidade que não expressasse real compromisso com seu reino.
Finalmente, fale como quem de fato acredita em Cristo Jesus como Senhor (governo) e salvador do mundo.
Conclusão
Conclusão
Seja cuidadoso e examine seu coração sempre.
Não permita que idolatrias construa muros em seu coração, a Bíblia nos ensina que nossa total confiança deve estar em Cristo Jesus.
Afinal ele é nosso redentor e salvador.
