Cristo em nós, esperança da glória

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Colossenses 1.24–29 RA
Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja; da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus: o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim.

Introdução

A carta de Colossenses tem sido especial em sua afirmação sobre o senhorio e suficiência de Cristo para a vida da Igreja. Hoje nós iremos para o 4o sermão dessa série e para isso é importante entender o que Paulo disse até aqui:
1. Uma afirmação da fé dos Colossenses e a necessidade de Cristo;
2. Uma resposta a necessidade: Uma afirmação de Cristo (“Ele é a imagem do Deus invisível...”);
invisível...”);
3. A ênfase na obra de Cristo (“... nos transportou das império das trevas e nos trouxe para o reino do Filho do seu amor”) ;
reino do Filho do seu amor”) ;
Todas estas afirmações são necessárias para introduzir ao assunto que Paulo está trazendo agora no texto que lemos, e este é: O que a afirmação sobre Cristo opera em vocês. A proposta deste trecho é responder a pergunta de: "Como que a fé em Cristo Jesus atua em nossa vida?”. Aqui devemos lembrar, diante de um contexto da “heresia de Colossos” que tentava substituir ou acrescentar algo a suficiência de Cristo, este trecho começa a apresentar o problema das outras propostas de esperança, as falsas heresias, que prometem oferecer algo que esteja além ou que substitua a Cristo.
agora no texto que lemos, e este é: O que a afirmação sobre Cristo opera em vocês. A proposta
deste trecho é responder a pergunta de: "Como que a fé em Cristo Jesus atua em nossa vida?”. Aqui devemos lembrar, diante de um contexto da “heresia de Colossos” que tentava substituir ou acrescentar algo a suficiência de Cristo, este trecho começa a apresentar o problema das outras
propostas de esperança, as falsas heresias, que prometem oferecer algo que esteja além ou que substitua a Cristo.
Este problema é bem comum a nós, infelizmente. O coração humano busca a todo o tempo se justificar e procurar uma resposta que esteja ao seu controle: Nós não conseguimos lidar com mistérios e coisas que não sabemos. Quando pensamos sobre a natureza das heresias - e em especial a “heresia de Colossos”, em todas elas existe uma vontade de controlar a Deus, dizer qual que é o sistema correto de aceitação e conhecimento de Deus.
Muitas vezes em igrejas até evangélicas vemos as pessoas dizendo a Deus quando que ele tem que abençoar e o que ele tem que fazer, como se fosse o homem quem o controlasse. Nessas mesmas igrejas, o conhecimento especial de Deus pertence a um homem - pastor, ministro de louvor - e por causa de uma oração poderosa desse homem a chave “com Deus” fosse ser virar para fazer algo acontecer. Como se Deus estivesse limitado aquela ação ou aquele homem. O problema aqui é quando essas coisas fogem de Cristo, "diminuem" o seu poder, sua suficiência e a esperança que vem quando ele está presente. Estas “heresias" oferecem outras esperanças, que podem até ser amigáveis, mas longe de Cristo, não nos trazem a sua glória, mas a perdição.

Cristo em Nós, Esperança da Glória

Nesse sentido que Paulo irá dizer como essa “esperança da Glória” que vem em Cristo opera na vida da Igreja. O que teremos aqui é um simples testemunho da vida de Paulo ,mas que intencionalmente mostra algumas características da “esperança da glória” que Paulo tinha, e era muito maior do que as outras esperanças. E a primeira delas é a Alegria.
(1) A alegria de Paulo: Paulo começa discursando sobre os sofrimentos que tinha recebido por causa da pregação do evangelho. Ele, mais do que ninguém sabe do que precisou abrir mão, das dores que afligiam seu corpo (lembrando que essa carta provavelmente foi escrita na prisão de Roma), dos castigos que recebeu pelo evangelho, dos títulos e honras que tinha enquanto judeu. Porém, ao invés de olhar com tristeza pra tudo isso, ele olha com alegria. Alegria por sofrer pelo Evangelho. Como ele mesmo diz em outra carta:
"Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele”
Por isso que Paulo lembra da sua relação com o Evangelho. Ele lembra que é ministro, um servo. Paulo constantemente afirma sua posição de humildade diante do Evangelho de Cristo. Ele é apenas um servo de um Senhor. Ele não faz isso para "estar bem" mas para cumprir a ordem do seu Senhor. A graça disso é que o Senhor de Paulo (que é o mesmo nosso, nosso Senhor Jesus Cristo) é um senhor amoroso, que mesmo na nossa condição de servos nos chama de amigos.
Na condição de servo, assim como todos nós, Paulo fica feliz porque Deus tem revelado os resultados desse serviço e estes resultados aplicavam-se diretamente na vida daquela igreja: o conhecimento da palavra. A palavra tem sido conhecida por vocês e vocês tem sido tornados corpo de Cristo, Igreja Universal, espalhada por todos os lugares. Minha alegria é grande porque o Evangelho tem sido conhecido.
Por isso nós podemos ir para uma segunda característica da esperança de Paulo, que é o fundamento de tudo, o “mistério" revelado de Deus, a sua palavra.
(2) A palavra de Deus: Paulo continua falando da palavra de Deus, que ele chama de mistério. É interessante que existe uma ênfase aqui entre o que era antes e o que ela era agora. Se antes, no tempo do Antigo Testamento, a verdade de Deus ainda não estava revelada totalmente, agora ela assim era para todos eles - inclusive gentios. Inclusive eles. Inclusive nós. Se antes existia um povo especial que foram os Judeus, hoje este povo é chamado de igreja, corpo de Cristo, a qual Ele encarnado foi revelado. Antes a "Palavra de Deus” era a lei, mas agora ela é plenamente manifesta em Cristo.
A palavra de Deus se tornou manifesta porque Cristo foi manifesto e revelado ao seu povo, sua igreja. Aquilo que o Antigo Testamento falava por meio de símbolos, tipos, imagens, em Cristo tudo se cumpre, para que o mistério de Deus finalmente fosse revelado e assim fosse para todos.
Isso nos faz lembrar do plano de Deus. Existe uma intenção e uma ênfase importante na s expressões “manifesto aos seus santos” e “quis dar a conhecer”, isso no sentido de que somos produto da vontade de Deus. Ninguém conheceu a palavra de Deus, isto é Cristo, por vontade própria. Mas por ação exclusiva e única de Deus.
E por fim, como última característica dessa esperança da glória vemos que ela é “rica”, “as riquezas da glória deste mistério” que é Cristo. Tendo então ...
(3) Riquezas da Glória: ... a resposta aos efeitos da afirmação de Cristo em nós. Conhecer a Cristo assim como ele é, enquanto a única Verdade e sem acréscimos ou restrições produz uma esperança da glória. Uma esperança que também é rica (c.f. “riquezas da glória”).
Uma esperança que por ser rica é (a) Preciosa: Não se encontra em qualquer lugar a não ser em Cristo; e (b) Gratuita: Ninguém precisa pagar, fazer ou se justificar para merecê-la. Ela é dada por Deus e manifesta por Cristo. O que ela exige é somente a fé em Cristo, porque o “justo viverá pela fé”.
Devemos também ter em mente que foi porque Deus quis que temos uma nova esperança. Não foram nossos desejos mais piedosos de ter uma expectativa boa, nem uma filosofia engenhosa, mas a realidade única da obra de Cristo que nos providenciou uma esperança boa. Ninguém conseguia salvar a si mesmo, mas somente Cristo é quem faria isso. Contra todas as tentativas de autojustificação ou autosalvação: Só Cristo é quem salva os homens! é a declaração que deve ecoar sobre a esperança da glória.
E por fim Paulo irá mostrar que isso nos leva a ser perfeitos: os efeitos de sermos aconselhados, ensinados, e recebermos a pregação de Cristo. A perfeição que o homem deve ter não é em si mesmo. Não é ser perfeito para este mundo. Não é ser melhor para este mundo ou para qualquer sistema religioso deste mundo com as suas condições, é ser perfeito em Cristo, por Cristo.
A perfeição que vemos em nossa vida deve ser motivada por uma esperança da glória que é dada apenas por Deus, em nossa salvação. E de acordo com a mesma “eficácia” que movimento Paulo e atuou “poderosamente nele”. É a obra de santificação que o Espírito Santo de Deus aplica em nós. Não para sermos perfeitos para este mundo mas conformados / perfeitos / adequados a Cristo.

Conclusões e Aplicações

E o que podemos aprender com essas verdades? Acredito que primeiro (1) devemos lembrar que os sofrimentos pelo Evangelho valem a pena. Muitas vezes paramos para pensar porque
situações ruins acontecem com a gente. Por que pessoas queridas morrem, por que perdemos um emprego, por que passamos por lutas profundas. O testemunho de Paulo nos ensina aqui.
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” 2 Coríntios 4.17
Também (2) devemos lembrar que se não fosse pela ação de Deus em nossa vida para que pudéssemos conhecer a Cristo, estaríamos perdidos. Foi a revelação dele, a decisão de se mostrar para nós em Cristo que temos o “conhecimento" dele. Saber quem Cristo é ser iluminado pelo Espírito sobre quem nós somos e que somos pecadores, terrivelmente incapazes de conseguir se justificar por si mesmos e totalmente dependente de alguém que possa nos salvar, e só há um que pode fazer isso por nós, e este é Cristo. Isso nos leva a viver uma vida humilde diante do Senhor, distante das tentativas de se autojustificar pela religião, pelo comportamento, pelas obras da lei, mas ter apenas em Cristo os méritos da nossa fé.
E (3) devemos nos apegar à esperança da glória. As consequências dessa salvação tão grande. A graça de viver uma vida não em função de nós mesmos mas a serviço de Cristo e em Cristo sermos perfeitos. Devemos ter essa esperança como uma luz que ilumina o nosso caminho e que nunca se apaga. Esta esperança é revelada na forma como lidamos com a palavra de Deus. Ela deve ser “lâmpada para os meus pés e luz para os meus caminhos” () Uma luz que nos orienta, diz como devemos viver a nossa vida e nos faz depender somente dela para fazer tudo o que temos pra fazer por aqui, aguardando o grande dia de Cristo, onde a luz (esperança, a palavra de Deus) se encontrará com A Luz do Mundo, Cristo.
Tudo isso para que no fim possamos reconhecer que não foi “nem por força, nem poder mas pelo Espírito do Senhor”, que foi para “que nenhum homem se glorie” e para que “tudo estive submetido nele”. "Em Cristo, a esperança da nossa glória!”
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