A Graça do Pai e o Amor do Filho

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Notes
Transcript

Introdução:

Segurança. Vivemos uma crise sem precedentes de segurança em nosso país. Muitos, acho que todos nós, deixamos de fazer coisas que fazíamos em tempos anteriores por falta de segurança.
Pais já não permitem que seus filhos brinquem nas ruas como eles próprios brincavam nas suas infâncias. Vivemos atemorizados por falta de segurança e pensamos muitas vezes: Estou saindo, mais não sei se volto em segurança.
No meio evangélico, além da segurança pessoal ou a falta dela, muitos estão em crise quanto a segurança da salvação.
Estamos realmente salvos? Como posso ter certeza da minha salvação? São perguntas que tiram o sono de muitos cristãos genuínos.
Mas o que este texto que acabamos de ler tem a dizer sobre isso? Bem é isso que pretendemos verificar na pregação de hoje. Que o Senhor nos dê graça para compreendermos a riqueza da sua palavra.

A Graça do Pai

31 Que diremos, pois, à vista destas coisas?

Neste trecho que acabamos de ler Paulo utiliza do recurso das perguntas retóricas com meio de ensino.
A primeira pergunta que faz é: 31 Que diremos, pois, à vista destas coisas?
Com esta pergunta somos levado ao contexto anterior desta passagem.
Na verdade, este trecho final do capítulo 8 é um resumo da carta aos Romanos até aqui. Até porque, após o capitulo 8, Paulo passa a escrever mais diretamente aos judeus, capítulo 9,10 e 11, e a partir do capítulo 12, ele passa para as questões práticas da carta.
No contexto anterior, principalmente a partir do capítulo 5, nós podemos ver que o assunto da justificação já havia sido ensinado:
5:1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; 2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.
Foi nos ensinado também que pela desobediência de um só homem (Adão) muitos se tornaram pecadores, mas que pela obediência de Cristo nós fomos justificados.

19 Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.

No capítulo 6, Paulo enfatiza que estamos livres do pecado pela morte e ressurreição de Cristo. Aprendemos também sobre a graça da Lei, pois a lei que nos condenava ,agora pela graça, nos conduz para mais perto de Cristo.
No capítulo 8 podemos começar lendo esta magnifica sentença: “1 Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. 2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.”
Aprendemos ainda que o Espírito Santo nos assiste nas nossas fraquezas, inclusive intercedendo por nossas orações sem sentido. “26 Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. 27 E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. “
É sobre estas coisas que Paulo diz: Que diremos pois, à vistas destas coisas?

Quem será contra nós?

Almeida Revista e Atualizada. (1993). (). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.

Almeida Revista e Atualizada. (1993). (). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.

Almeida Revista e Atualizada. (1993). (). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
Almeida Revista e Atualizada. (1993). (). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
Paulo novamente através de uma pergunta retórica exprime uma sentença elevada, majestosa, sublime e triunfante que conclui de forma resumida o que ele disse até aqui. Esta sentença é a proposição, o enunciado, deste trecho que será desenvolvido nos versos subsequentes. Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Almeida Revista e Atualizada. (1993). (). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
Esta expressão não nos dá razão para pensarmos que estamos livres dos nossos adversários ou de ataques deste mundo, do diabo e da carne, até porque, os versículos que virão a seguir nos darão conta que estamos sim sobre risco de morte, angústias, ataques de principados, etc.
Na verdade o texto está se referindo à acusações feitas contra nós diante de Deus, como veremos nos versos a frente.

Aquele que não poupou o seu próprio Filho

Vamos pensar um pouco no significado destas palavras:
Penso eu que quando Paulo escreveu esta frase seus pensamentos foram até aquele monte Moriá onde Abraão estava prestes a sacrificar seu filho Isaque. Naquela ocasião Deus interviu e poupou Isaque da morte provendo um sacrifício em seu lugar. Mas aqui no texto, Deus não poupou seu filho de ser sacrificado. Aliás, de forma figurada, aquele carneiro que Deus proveu a Abraão como sacrifício em lugar de seu filho, representou Cristo, o filho de Deus.
Deus não poupou seu filho de receber toda a sua ira. Ali no calvário, Cristo tomou todo o cálice da ira de Deus, não houve um arrefecimento da ira por ser seu filho. Não, naquele momento Deus derramou sim toda a sua ira sobre Cristo.
Deus não poupou seu filho quanto a aplicação da condenação. Deus não amenizou, restringiu ou enfraqueceu a condenação. Deus cumpriu em Cristo toda o juízo que estava destinada à nós.
Apesar de não poupar seu filho quanto ao juízo, não houve suspensão do relacionamento entre Pai e Filho, conforme entendemos pela expressão “seu próprio filho”. Consequentemente, entendemos que não houve também a suspensão do amor entre Eles.

antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?

O que temos aqui nesta sentença é o objetivo de Deus não ter poupado seu próprio filho:
Deus foi entregue, para o nossa favor, para homens iníquos até a morte de cruz. O objetivo de Deus em entregar seu próprio à morte foi em nos beneficiar.
Parafraseando Paulo poderíamos dizer assim: Vocês acham que depois de Deus não ter poupado o seu próprio filho, entregando-o para morrer pelas mãos de homens iníquos, isso não seria para o nosso benefício?
Através da morte de Cristo Deus nos dá graciosamente todas as coisas. Usando de uma pergunta retórica, o apóstolo responde todas as perguntas anteriores. A conclusão é realçada de modo vigoroso e irrefutável. Quem poderá ser contra nós , se Deus através da obra vicária de Cristo se tornou propício a nós.
Porém todas estas bençãos concedidas graciosamente à nos, só tem valor por causa da pessoas de Cristo. Vejam que todas as coisas vem com Cristo, sendo impossível desassociar as bençãos recebidas da pessoa de Cristo. Aliás, a luz da interpretação do texto, Cristo é nosso bem maior.
Ainda neste versículo, seria bom fazer um parentese para uma nota teológica:
Ainda neste versículo, seria bom fazer um parentese para uma nota teológica:
Percebam que o texto nos informa que Cristo morreu por todos nós. Antes de acharmos que a expressão todos nós faz referências a todos os homens, seria importante primeiramente se inteirar que Paulo escreveu esta carta para os crentes da igreja em Roma, portanto, em primeira estância a carta e estas palavras foram direcionadas aos eleitos salvos.
Em segundo lugar, se olharmos para o contexto imediato a este versículo, veremos que faz-se referencia aos eleitos de Deus, reforçando portanto que estas palavras foram direcionadas aos salvos por Jesus Cristo.
Diante destes fatos podemos dizer que Deus não poupou seu filho e o entregou à morte para o benefício e propiciação dos eleitos. Ou seja, Jesus Cristo não morreu por todos os homens indistintamente, pelo contrário, Cristo morreu somente por aqueles que o Pai elegeu.
A luz do que vimos até agora. Quem poderá ser contra aqueles para quem o Pai deu graciosamente o Filho?
ILUSTRAÇÃO
No Livro das Crônica de Nárnia de C.S Lews, no episódio do Leão, a feiticeira e o guarda-roupa, temos uma cena que pode ilustrar este ponto que vimos.
Lá pelas tantas, Sussana, Lúcia, Edmundo e Pedro, entram no mundo de Nárnia através de um guarda-roupas. Edmundo que entrou sozinho, se deixou capturar pela feiticeira em troca de um manjar turco. E que depois, em um ato de covardia denunciou o plano de seus irmãos de resgatar Nárnia da maldição para a feiticeira.
Os irmãos de Edmundo conseguem chegar até a presença de Aslam que parece estar se preparando para uma grande Batalha.
Para a surpresa de todos a feiticeira se aproxima também do arraial, trazendo Edmundo como prisioneiro, e pede uma audiência com Aslam. Os dois conversam e a feiticeira vai embora deixando Edmundo livre.
No desenrolar da história nós vamos entender que a feiticeira acusou Edmundo de traição, que aliás, houve de fato, mas que porém, Aslam se propôs a sofrer a pena em seu lugar se entregando a feiticeira que o matou na mesa de pedra.

Quem nós acusará?

Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?

Para entendermos melhor os versículos 33 e 34 seria bom fazermos um exercício de imaginação. Vamos imaginar que esta narrativa esteja acontecendo em um tribunal de justiça, mas não um tribunal qualquer. Esse tribunal precisa ser um tribunal celeste onde Deus é o supremo Juiz.
Do lado da acusação: Satanás munido de muitos escritos de dívidas e documentos que atestam nossas transgressões. E neste ponto é preciso dizer que todos estes documentos são verdadeiros e legítimos e que a quantidade de acusações contra nós é incontável. Mas o diabo faz questão de traze-las todas a presença do Supremo Juiz.
No banco dos réus estamos nós, os pecadores, diante de uma acusação indefensável.
Mas surpreendentemente, o Juiz apresenta seu filho, o Justo, aquele que não há nenhuma acusação. E este filho justo do Juiz toma para si todas as acusações que estavam contra nós, inclusive sofrendo a pena da condenação. Este ato do filho justo, satisfaz plenamente a justiça requerida pelo supremo Juiz, deixando o acusador sem ação de nos acusar.
Apesar de termos usado da imaginação para expor o texto, não erramos no cenário, pois o texto está repleto de palavras e termos jurídicos tais como: acusação, condenação, justificação e interseção.
Por isso é que Paulo dá tanta ênfase: Quem nós acusará? Quem poderá nos condenar?
Estas expressões retóricas unidas as explicações do texto são libertadoras. Pois a segurança da nossa salvação já foi assegurada por Deus. Foi ele mesmo que entregou seu próprio filho para sofrer a pena em nosso lugar. E por causa disso, unicamente isso, nós podemos ter a certeza da nossa salvação.
O diabo não pode mais nos acusar, nós não seremos mais julgados para condenação e consequentemente, não sofremos mais a pena da condenação.
Por quê? Porque lá na cruz do calvário Jesus Cristo rasgou o escrito de dívida que estava contra nós.

12 tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. 13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; 14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; 15 e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.

O amor do Filho

É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.

Na língua original em que este texto foi escrito, o grego, os verbos “morreu” e “ressuscitou” estão no aoristo, que é um forma temporal do verbo expressa uma ação que foi completamente feita no passado, mas que ainda surte efeito no presente.
Já o verbo “intercede” está no presente do indicativo ativo. Ou seja, se com tudo que foi dito, você ainda não está seguro quanto a sua salvação o apóstolo acrescenta: Aquele que morreu e ressuscitou em nosso favor em cumprimento ao desejo do Pai, calando a acusação do inimigo, agora, neste momento, está à direita do Pai e intercede por nós.

Quem nos separará do amor de Cristo?

Ainda que esta pergunta esteja em conexão com as perguntas anteriores e com o enunciado deste texto: Se Deus é por nós, quem será contra nós? Fica evidente a mudança de cenário. Se no trecho anterior o cenário era um tribunal celeste, neste nos parece que o cenário faz parte da nossa vida terrena.
Perseguições, angústias, fome, nudez, perigos e espadas, fazem parte da vida dos cristão, tanto na história passada da igreja, como nos dias atuais.
Enquanto que o trecho anterior retrata basicamente o último dia, o dia do juízo final de Deus, este trecho que estamos agora, retrata a nossa caminhada nesta vida.
Mas o importante é entendermos que apesar da mudança de cenário, a segurança não é removida. É como se tivéssemos sido movidos de uma pedra sólida para outra igualmente sólida.
Saímos do cenário da graça do Pai para o Amor do Filho.
Basicamente, estes versículos nos comunica três coisas simples:
Basicamente, este versículo nos comunica duas coisas simples:
Nada pode nos separar do amor de Cristo. Apesar de sofrermos nesta vida, e muitos tem passados por momentos realmente extremos, estes sofrimentos não podem nos separar de Cristo.
Temos o exemplo bíblico de Estevão, no momento em que estava sendo apedrejado para morte viu os céus abertos e o Filho em pé a destra de Deus. Estevão em seus momentos finais não pode ser separado do amor do filho.
Entre os mártires da igreja podemos encontrar inúmeras histórias parecidas com a de Estevão.
O não deixa dúvidas: Ainda que eu passe pelo vale da sombra e da morte, não temerei mal algum, porque tú estas comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.
2. O sofrimento não é sinal que Deus não se importa conosco. Paulo está sendo bem realista quanto a condições em que os servos do Senhor poderiam passar. Aliás foi Cristo mesmo que já havia alertado que os seus seguidores seriam perseguidos, afligidos e mortos por amor do seu nome.
3. Apesar de passarmos por tantas situações adversas nesta vida, Paulo diz que seremos mais que vencedores. Paulo usa uma palavra no superlativo para descrever a vitória que temos pelo poder do amor de Cristo.
Podemos dizer em auto e bom som que somos super-vitoriosos em Cristo e que nada nesta terra, nem fora dela, nem nesta vida ou fora dela, nenhum homem ou outra criatura, nem o maior sofrimento ou a maior alegria, nem mesmo nós ou qualquer outra pessoa, poderá nos afastar (separar) do amor de Deus que está em Jesus Cristo.
Irmãos, a segurança da salvação não está em nossas mãos, não temos nenhum controle sobre ela.
A nossa salvação está segura pela graça do Pai, pelo amor do Filho e pela obra do Espírito Santo.
Deixa eu concluir esta exposição com uma ilustração baseada em feita pelo pastor Patrick Cambell na conferência de Fiel de 2003:

27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. 30 Eu e o Pai somos um.

Pense da seguinte forma: Deus te cobriu com o sangue de Cristo, e depois de ter feito isso ele te coloca nas mãos poderosas de Cristo e Ele o aberta bem em suas mãos, de modo que não você não consiga escapar. Em seguida o Pai sobrepõe as mãos do filho com suas poderosas mãos, apertando ainda mais.
Você se sentiria seguro assim? Com esta ilustração em mente, leiamos novamente João Capitulo 10: 27-30 e depois leiamos também romanos 8:31-39 .
Você se sente seguro agora? Mais para encerrar, vamos supor que o Diabo, que é nosso acusador, consiga abrir as mãos do Pai, ele não consegue, isso é impossível, mas vamos supor que ele consiga. Depois, vamos supor que ele consiga abrir as mãos do Filho, novamente, isso é só uma suposição, pois o diabo não tem poder para isso. Bem, se isso fosse possível, ele teria passado por duas barreiras, mas ainda tem uma terceira, pois para chegar a te nós ele teria que passar pelo sangue de Cristo e se ele fizer isso ele deixa de ser diabo, pois estaria salvo.
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