Evangelho de Marcos

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Marcos

Marcos, unido a Mateus e Lucas, compõem o que é chamado de: “Evangelhos Sinóticos”, este termo vem de dois termos gregos que unidos significam “visto junto”.
Autor: À semelhança dos outros três evangelhos, Marcos é anônimo. O título “Segundo Marcos” , foi provavelmente acrescentado quando os evangelhos foram reunidos e houve necessidade de distinguir a versão de Marcos dos demais evangelhos. Em geral acredita-se que os títulos dos evangelhos foram acrescentados no século II, mas isso pode ter acontecido bem antes. Com certeza podemos afirmar que que o título indica que até aproximadamente 125 a.C. um segmento importante da igreja primitiva achava que uma pessoa de nome Marcos havia escrito o evangelho.
O mais antigo escritor cristão à afirmar a autoria marcana é Papias que foi bispo de Hierápolis, na região da Frígia, na Ásia Menor, até cerca de 130 d.C. ele diz:
•“E o presbítero costumava dizer isto: Marcos tornou-se intérprete de Pedro e escreveu com exatidão tudo aquilo de que ele se lembrava, é verdade que não em ordem, das coisas ditas ou feitas pelo Senhor. Pois ele não tinha ouvido o Senhor nem havia-o seguido, mas mais tarde, de acordo com o que eu disse, seguiu Pedro, que costumava ministrar ensino conforme se tornava necessário, mas não organizando, por assim dizer, os pronunciamentos do Senhor, de sorte que Marcos nada fez de errado ao pôr por escrito fatos isolados à medida que se lembrava deles. De uma coisa ele cuidou: não deixar de fora nada do que ouvira e não fazer nenhuma afirmação falsa.” (História Eclesiástica de Eusébio, escrita em 325.
Escritores cristãos posteriores confirmam que Marcos foi o autor do evangelho em questão e que ele dependia de Pedro quanto as suas informações: Ireneu; Tertuliano; Clemente de Alexandria; Orígenes.
O Marcos em questão, também conhecido como João Marcos, era filho de uma mulher de destaque da igreja primitiva de Jerusalém (Os cristãos reuniram-se na residência dela durante a prisão de Pedro ), também era primo de Barnabé () e, juntamente com ele, seguiu na primeira viagem missionária de Paulo (; ). Contudo, Marcos os abandonou no caminho para Perge, voltando para Jerusalém. (). Quando Barnabé quis que João Marcos participasse da segunda viagem missionária, Paulo recusou. O atrito resultante entre Paulo e Barnabé fez com que os dois se separassem ().
Era filho de uma mulher de destaque da igreja primitiva de Jerusalém (Os cristãos reuniram-se na residência dela durante a prisão de Pedro )
Porém, a indecisão anterior de João Marcos evidentemente deu lugar a uma grande força e maturidade, e, com o passar do tempo, ele mostrou o seu valor até mesmo ao apóstolo Paulo.
Quando escreveu a carta aos Colossenses, () Paulo os instruiu que, se João Marcos fosse até eles, deveria ser bem recebido. E em Paulo cita Marcos como “cooperador”.
Um fato interessante emerge de uma comparação do discurso de Pedro, em , com esse evangelho:
-
v.38 - 1.10
v. 37 - 1.16-8.26
Data: Estudiosos dos Evangelhos já sugeriram datas para a composição do Evangelho de Marcos que variam de 50 a 70 d.C. Uma data anterior à destruição de Jerusalém e do templo no ano 70 d.C. é obrigatória em função do comentário de Jesus em 13.2. “Mas Jesus lhe disse: vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.” Portanto, é provável, ainda que não seja certo, que Marcos tenha sido escrito provavelmente em algum momento dos anos 50 a 70 d.C.
Público alvo: Os teólogos enxergam certas ênfases em cada um dos evangelhos, incluindo o de João, que não faz parte dos sinóticos. Ele vãos dizer que Mateus se preocupa em apresentar Jesus como Rei, Mateus escreve pra uma audiência Judaica, então é importante pra ele provar que Jesus é o Rei dos Judeus prometido pelos profetas. Lucas escreve, ao que tudo indica, pra uma audiência grega/gentílica, a ênfase de Lucas é mais literária. João é um evangelho geral, e como está inserido em um ambiente de debates e combate de falsos ensinamentos, principalmente debates relacionados á divindade de Jesus, apresenta Jesus como Deus.
Marcos por sua vez, tem uma audiência romana, o interesse dos romanos não era em genealogias, não estavam tão interessados no debate humanidade x divindade, como eram muito práticos e ativos, o interesse deles era mais no que Jesus fez.
Este evangelho insiste pouco na lei e nos costumes judaicos. Quando os menciona, explica-os mais completamente do que os outros sinóticos. Marcos oferece a tradução de termos aramaicos empregados (5.42; 7.11,34; 9.43), oferece detalhes da topografia ao redor de Jerusalém (13.3), traduz palavras gregas para o latim (15.16), heleniza palavras latinas (flagellare em 15.15, centurio em 15.39), menciona líderes cristãos identificados com a igreja em Roma (Alexandre e Rufo em 15.21) e usa um centurião romano como testemunha chave em sua vindicação de Jesus como Filho de Deus (15.39). A evidência interna do evangelho adapta-se admiravelmente bem à tradição externa, que diz ter sido Roma o lugar de sua publicação. De qualquer modo, Marcos era apropriado para o leigo de mentalidade romana prática que ainda precisava ser evangelizado.
Propósito: Embora não haja afirmações diretas do propósito com que o evangelho de Marcos foi escrito, há indicações de que sua preocupação principal fosse comunicar a verdade da divindade e da messianidade de Jesus Cristo.
Isto é enfatizado no princípio do evangelho, tanto no título dado a Jesus quanto na profecia messiânica citada em relação a João Batista (1.1-3). Aparece claramente também nas duas confissões a respeito de Jesus: a de Pedro (8.29) e a do centurião romano (15.39).
Características: Marcos é um evangelho de ação concentrada, onde as multidões estão continuamente a cercar Jesus, cujas ações são com frequência precedidas pela palavra grega eutus, traduzida por “imediatamente” (usada um total de 41 vezes neste evangelho).
Marcos dedica grande parte de seu livro à última semana da vida de Cristo, colocando assim considerável ênfase em sua paixão. Isso se encaixa bem com um contexto de perseguição para seus leitores originais.
O retrato que Marcos pinta dos Doze está longe de ser lisonjeiro, talvez com o propósito de usar sua falta de perseverança, e posterior restauração ao ministério apostólico, como um meio de encorajar seus leitores, que passavam por duras provas à sua fé.
Outra característica do Evangelho de Marcos é sua elevada Cristologia.
O evangelho de Marcos é uma narrativa histórica que expõe um quadro representativo da pessoa e obras de Jesus Cristo. Não é primariamente uma biografia, pois não apresenta a origem, o ambiente do começo, o nascimento, a educação , ou a família de sua figura principal; tampouco visa fornecer dados acerca de qualquer fase particular de sua vida. Dá, em sucessão, provavelmente em ordem cronológica geral, uma série de episódios da carreira de Cristo com alguns pormenores da última semana que ele passou na terra. É quase inteiramente objetivo na apresentação da matéria. Apresenta poucos comentários; a narrativa conta sua própria história. Se suprimirmos os últimos doze versos, amplamente considerados alheios a Marcos, o evangelho termina de forma abrupta. Ele é breve, uma autêntica série de retratos, curto, claro e poderoso.
O assunto do evangelho é adequadamente resumido no versículo de abertura, “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus”. Essas palavras, quer sejam um título antigo dado ao evangelho quer sejam do autor, constituem uma introdução apropriada a seu conteúdo.

Feitas essas considerações, vamos analisar o livro.

Marcos inicia deixando claro o propósito com o qual escreve sua obra: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” (). Marcos apresenta dois testemunhos de que Jesus era o Filho de Deus. Primeiro, apresenta o testemunho de João Batista quando diz nos vs 7 e 8: “Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias. Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.” João aqui dá testemunho de Jesus como sendo alguém além da normalidade humana. Enquanto João representava os Profetas, sendo um deles, ele agora fala de um que é superior ao ministério profético, um que batizaria com o Espírito Santo. João então dá testemunho de que Jesus é o Filho de Deus, o Messias prometido pelos profetas.
Além do testemunho de João temos o testemunho do próprio Deus. Veja: Jesus vem até João para ser batizado, e ao sair da água ele vê os céus abertos e o Espírito Santo descendo como pomba sobre ele. Então é ouvida a voz do próprio Deus Pai, dando testemunho sobre Jesus dizendo: “Tu és meu Filho amado, em ti me comprazo” ().
Após estes dois testemunhos, (vs 12) Jesus vai ao deserto para ser tentado, onde sabemos muito bem que Satanás tenta colocar em xeque a filiação de Jesus, ao repetir duas vezes “... se és o Filho de Deus”.
Após esses eventos “introdutórios” Marcos passa a relatar o aspecto que, de agora em diante, será dominante em sua narrativa, o aspecto prático. Jesus está em constante movimento.
De início Marcos relata Jesus exorcizando um endemoninhado em Cafarnaum (1.21-28), depois Jesus cura a sogra de Pedro (1.29-31), depois, muitas outras curas são relatadas sem dar muitos detalhes, tudo isso, provando por meio de sinais e maravilhas, que Jesus é o Cristo Filho do Deus vivo, o Messias prometido, o Rei e Libertador de Israel (1.32-43).
Marcos coloca o que podemos chamar de uma “pausa” em seu relato frenético, (1.35-39) para relatar que Jesus se retirou para orar, depois volta e finaliza o capítulo um com Jesus realizando mais curas, desta vez um leproso é curado. (1.40-45).
O capítulo dois dá sequência na narrativa mostrando mais curas, dessa vez temos um evento singular, aonde os próprios adversários de Jesus chegam a inevitável conclusão sobre a divindade de Cristo, pois, ao perdoar os pecados do paralítico, os escribas dizem: “quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?”. (). Seguimos vendo várias ações de Jesus; várias curas; vários embates com os escribas e fariseus.
E vemos outra característica marcante do evangelho de Marcos, conhecido na teologia como: “O segredo Messiânico”. O tema do segredo messiânico é predominante na primeira parte do livro (1.1- 10.45). Várias e várias vezes, Jesus pede que aqueles agraciados por milagres não relatem a ninguém o que havia acontecido. Também aos espíritos malignos ele impede de dizer que ele era o Cristo. (1.34, 44; 3.12; 5.43 etc.).
Notamos algumas ênfases teológicas significantes no evangelho de Marcos, além dos já citados testemunhos da Filiação divina e da própria divindade de Cristo, temos a questão da blasfêmia contra o Espírito Santo (3.28-30). A soberania de Deus na eleição (4.11,12). A depravação dos homens (7.20-23). A confissão de Pedro (8.27-30).
Outro aspecto marcante é o registro que Marcos faz questão de mostrar sobre Jesus curando diversas enfermidades, expulsando legiões de demônios, ressuscitando mortos, acalmando tempestades, andando por sobre as águas e multiplicando pães e peixes. Mostrando Jesus como tendo poder sobre doenças, demônios, a morte e a natureza. Como a audiência de Marcos é composta por romanos, que, em geral, eram atraídos por ações, Marcos apresenta Jesus plenamente ativo.
No cap 8 a partir do verso 27 temos o chamado “ponto alto”, do evangelho de Marcos, o autor registra a confissão de Pedro, onde ao mesmo, é revelado por Deus que Jesus é o Cristo.
Aqui inicia a segunda metade do registro de Marcos, enquanto a primeira metade se concentra em torno de quem Jesus é, a segunda metade se concentra em seu propósito – no que ele veio fazer. Na primeira metade, vemos que ele é tanto Deus como homem, o Rei eterno. Ele é perdão, refrigério, poder, amor sem limites. Contudo, a essa altura do evangelho de Marcos, os leitores se perguntam sobre o que Jesus veio fazer e como ele o faria.
Tão logo Pedro confessa que Jesus é o Cristo, Jesus explica imediatamente que teria que morrer. De agora em diante, Jesus falará com frequência de seu sofrimento e morte, de maneiras que os discípulos acham extremamente difíceis de aceitar. Assim, a segunda metade de Marcos nos mostrará por que a cruz era necessária e o que ela conquistou.
Agora Jesus começa a revelar mais detalhes sobre sua missão, ele também passa a tornar mais explícito o que significa segui-lo. Na primeira metade do evangelho de Marcos, ele chamou pessoas a segui-lo, mas agora está pintando um quadro mais vívido do que isso envolve.
Imediatamente após a confissão de Pedro Jesus fala abertamente que Ele, Jesus, deveria sofrer muitas coisas, ser rejeitado pelos principais sacerdotes e pelos escribas, e que seria morto, mas depois de três dias ressuscitaria (8.31,32). Essa notícia choca os discípulos, e Pedro chamando-o a parte o reprova. Esta ideia de Jesus morrer era chocante para eles, pois ainda não haviam entendido plenamente a missão de Jesus.
Os acontecimentos seguintes dão claros indícios de como as coisas seriam no futuro, note que no cap 9. 2-8 temos o famoso relato da transfiguração. As vestes de Jesus tornam-se resplandecentes e muito brancas, como nunca visto antes. Nesse momento a própria divindade de Jesus é apresentada diante deles, como prenuncio de como seria após sua ressurreição, mas mesmo assim os discípulos que ali estavam não compreendem. Nos vs 30-32 do cap 9 Jesus mais uma vez fala de sua morte e ressurreição.
O cenário que temos é meio lúgubre, no cap 10. 32-34 Jesus mais uma vez fala de sua morte e ressurreição. Enquanto na primeira metade Jesus não menciona sua morte, agora em 3 capítulos, sua morte é mencionada 3 vezes.
No cap 11 se dá início à última semana de vida de Cristo. Ele entra em Jerusalém sentado em um jumentinho, e é a última vez que entrará em Jerusalém. Nessa última semana em Jerusalém, Jesus purifica o templo, compara os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos á lavradores maus que serão severamente punidos pelo dono da vinha, e aqui eles já procuram prendê-lo (12.1-12). Os fariseus tentam prova-lo na questão do tributo a César. Os saduceus o confrontam quanto á ressurreição de mortos. O cenário é de constante confronto, debate e apreensão.
No cap 13 Jesus profere seu sermão profético escatológico. E no cap 14 os Sacerdotes e os escribas estão procurando uma forma de mata-lo, Judas irá ajuda-los por algumas moedas de prata. Mas ante, Marcos faz uma espécie de pausa para nos contar uma interessante história.
É importantíssimo ressaltar que o propósito da vinda de Cristo a esse mundo sempre foi a Cruz. Nessa segunda metade Marcos registra o desenrolar dos fatos em direção a cruz. Ignorar a Cruz é negar o próprio evangelho, a cruz sempre esteve presente e sempre foi o propósito do evangelho. João batista ao ver Jesus já havia dito “eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (). Paulo ao escrever aos coríntios afirma desde o começo que: “nós pregamos a Cristo crucificado” (1 Co 1.23). Paulo também diz aos Coríntios: “Eu, irmãos quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.1,2). Escrevendo aos Gálatas, Paulo diz: “Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo...” (). Também aos gálatas, Paulo diz: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (,). Não existe evangelho sem cruz, não existe evangelismo sem cruz, não existe cristianismo sem cruz.
Muito do fracasso do evangelicalismo de nossos dias é o fato de tirarem a cruz do evangelho. A cruz foi substituída pela escada. É oferecido as pessoas, formas de mudar de vida, formas de crescer profissionalmente, formas de prosperar financeiramente, mas não lhes é oferecido a mensagem da cruz. E quando se fala da cruz em alguns meios, o que é apresentado é alguma forma mística que não condiz com o evangelho. Falar de cruz é tido como loucura, e Paulo diz aos Coríntios que: “ a mensagem da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus.” (). Jesus diz que não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos, e isso foi feito por meio da cruz.
A cruz sendo tão importante para o cristianismo e estando tão presente na doutrina dos apóstolos não poderia estar ausente no relato dos evangelhos. Marcos registra pelo menos quatro vezes em que Jesus fala de sua morte e ressurreição. (8.31-33; 9.30-32; 10.32-34; 14.8 falando propriamente de sua sepultura, mas, obviamente, implícito sua morte).
A morte de Jesus não era secundária a sua missão, pelo contrário, era absolutamente central tanto para sua identidade quanto para seu propósito neste mundo. Contudo, o avanço mais importante no cap 10 do Evangelho de Marcos é que, pela primeira vez, Jesus conta não apenas que irá morrer, mas por que razão o fará: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a vida em resgate de muitos.” (). Por isto a cruz é tão central no evangelho, por meio dela Jesus cumpre seu propósito aqui na terra, “...dar a vida em resgate de muitos”. Em Jesus fala que ninguém tira a sua vida, pelo contrário, ele espontaneamente a dá, em vs anteriores ele diz que ele dá a sua vida pelas ovelhas. No cap 15.13 de João Jesus diz: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos.” O quadro que temos ao chegar a esse ponto do relato de Marcos, é o de um Rei poderoso, que curou diversas enfermidades, venceu legiões de demônios, venceu as forças da natureza, venceu a própria morte, caminhando como um cordeiro mudo em direção a cruz, por livre e espontânea vontade. Por Amor. Jesus veio para ser um sacrifício substitutivo.
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