A Oração Eficaz

Exposição Evangelho de Mateus  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 56 views
Notes
Transcript

A Oração Eficaz

Introdução
Vamos nos localizar em nossa exposição do evangelho de Mateus, estamos nesse momento estudando o sermão do monte, o maior, o mais extenso sermão registrado nos evangelhos, Mateus narra essa pregação de Jesus nos capítulos 5, 6 e 7 do seu evangelho.
Já vimos todo o capítulo 5, onde Jesus possui como alvo falar sobre o testemunho de vida que seus discípulos deveriam manter nesse mundo. Agora, no capítulo 6 que é onde nos encontramos no momento, Jesus fala, nos versículos 1-18, sobre como os seus seguidores deveriam manter suas práticas religiosas.
Jesus coloca um princípio geral, um princípio regulador, você encontra esse princípio no versículo 1 desse capítulo 6, e então cita três exemplos práticos, o exemplo da caridade, da oração e do jejum.
Na última semana nós analisamos o primeiro exemplo, sobre a prática religiosa da caridade. Jesus mostra que essa é uma prática comum entre os seus discípulos e que eles não deveriam fazer isso como os hipócritas, pois os hipócritas fazem caridade apenas para atrair a atenção das pessoas para si mesmos com o objetivo de receberem aplausos dos homens.
Os seus discípulos devem praticar a caridade de maneira simples, sem atrair a atenção de ninguém. A caridade deve ser uma prática tão comum que nem mesmo o discípulo sabe ao certo o quanto ele tem ajudado as pessoas que necessitam. Acima de tudo, deve fazer isso como um ato de obediência a Cristo, e aos seus ensinamentos, que possui como um dos seus pilares o amor ao próximo.
Hoje veremos o segundo exemplo prático dado por Jesus em relação as práticas religiosas, o exemplo da oração. A oração era um dos pilares do judaísmo, um judeu reconhecido como piedoso, como religioso, era um judeu que apresentava visivelmente uma vida de oração.
Podemos dizer que no cristianismo isso permaneceu muito presente, não conseguimos nem imaginar a religião cristã sem a prática da oração. Ela é tão fundamental para o cristão quanto uma das asas é importante para um pássaro.
Por outro lado, mesmo sendo algo tão importante, essa é uma área de muita luta para o cristão, acredito que grande parte de nós compartilhamos das dificuldades para se manter com uma prática constante e diária de oração, mas além disso, se você é uma pessoa que luta por uma vida de oração, certamente possui o desejo de viver uma vida de oração eficaz, o desejo de experimentar e provar as respostas de Deus para as suas orações.
Imaginem se vocês tivessem uma vida de oração onde toda a vez que você se coloca diante de Deus para orar, você tem a certeza de estar sendo ouvido e de que suas orações serão atendidas? Que maravilha, não é mesmo?
Pois bem, no texto de hoje, onde Jesus trata desse assunto, nós temos informações importantíssimas para orarmos sempre de maneira eficaz. Meu objetivo essa noite é esse, aprendermos como desfrutar de uma vida de oração confiante, e faremos isso por meio de estudar o ensino transmitido por Jesus no sermão do monte.
Para isso, vou fazer um pouco diferente das minhas últimas exposições, primeiro eu vou explicar todo o texto de , e só depois pretendo tirar dois princípios fundamentais que o texto apresenta que nos ensina em como orar de maneira eficaz. Lembrando que o texto de hoje não é exaustivo no assunto, teremos mais a tratar sobre a oração na sequência desse capítulo 6.
1) Explicação do texto
E, quando orardes,” – Temos aqui o mesmo padrão usado por Jesus nessa sua sessão de ensino sobre as práticas religiosas, Jesus afirma que a oração é uma prática religiosa que serve para nos aproximar de Deus, nos religar com o Criador. Jesus não inicia dizendo “se vocês orarem”, mas, “quando orarem”.
Depois de informar a ação que será alvo do seu exemplo, Jesus ensina como não devemos fazer tal prática religiosa, ele diz: “não sereis como os hipócritas”; apenas para recordar e para informar aqueles que não estiveram aqui na semana passada, a palavra hipócrita na língua grega possui o sentido literal de um ator, uma pessoa que desempenha um papel, está assumindo uma outra personalidade que não a dele mesmo.
É um ator religioso, age dessa forma como um único objetivo: “para serem vistos dos homens”, o hipócrita ele está atuando de uma maneira a enganar as pessoas e, por consequência, acaba por enganar a si mesmo.
Como esses hipócritas se comportavam em relação a oração? “gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças,”. Os hipócritas procuravam os horários de maior concentração de pessoas nas sinagogas, gostavam de fazer suas orações em público, quanto mais pessoas para lhe observar melhor. O único objetivo deles era demonstrar como eram bons religiosos.
---
Um parêntese aqui em relação a postura durante a oração, você pode observar que o hipócrita que tinha a intenção de passar uma imagem de religioso ele fazia a sua oração em pé; essa postura, de estar em pé durante a oração era o mais comum no judaísmo do primeiro século.
Biblicamente você encontrará exemplos de homens de Deus orando de várias maneiras, você encontrará pessoas prostradas, com o rosto em solo; pessoas de joelhos, em pé e até mesmo sentadas. Ou seja, a questão fundamental não está na postura física, o que realmente importa para Deus é a postura do seu coração.
Por exemplo, muitas pessoas estranham que nós cantamos os cânticos sentados, porque no contexto religioso atual isso não é frequente, porém o que agrada mais ao Senhor, pessoas em pé cantando chorando, gritando, a música da vitória que possui sabor de mel; ou pessoas sentadas, quase sem conseguir acompanhar a música, por conta do peso que é cantar miserável homem que sou?
Outro ponto importante aqui é que Jesus não está condenando a oração pública como algo a não ser feito. O que Cristo condena é a oração feita em público com um único objetivo específico, o objetivo da auto exaltação.
---
Jesus diz então que a recompensa é a mesma que vimos no texto anterior, da caridade feita para atrair a atenção das pessoas: “Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.” Aqui ocorre a mesma coisa em relação ao versículo 2 sobre a caridade, a palavra “recompensa”, nesse versículo, possui a ideia de salário, de receber o pagamento por algo que você trabalhou. Para terem uma ideia do peso do argumento de Jesus, da raiz dessa palavra grega descende a palavra mercenário.
v.6 “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
Jesus inverte a sua argumentação informando a maneira correta, como os seus discípulos deveriam realizar essa prática religiosa sem hipocrisia. O segredo, segundo Cristo, está na busca pela discrição; a prática da oração sem buscar atrair a atenção de ninguém, apenas a atenção de Deus.
Mais uma vez quero ressaltar, isso não é uma proibição da oração pública, precisamos ler de acordo com o contexto, de acordo com aquilo que Cristo está combatendo aqui. O alvo de Jesus é acabar com a atitude hipócrita, ou seja, o ponto não é a oração em público, mas a intenção das pessoas que desejam atrair olharem para si mesmas.
A oração em secreto, sozinhos em nosso quarto, sem que ninguém nem saiba que estamos orando, esse tipo de oração tem apenas um único objetivo, falar com o nosso Pai. Nesse versículo Jesus repete duas vezes a expressão “teu Pai”, já está anunciando o texto que virá mais a frente, a oração modelo, a oração do Pai Nosso.
A verdade é que uma pessoa que se preocupa mais com a oração em público, ou que ora apenas na frente de outras pessoas, mas quando está sozinha, na sua casa, nunca se coloca diante de Deus em oração; uma pessoa assim, ela está mais preocupada com a aprovação das pessoas do que com a aprovação de Deus.
Ao fazer uma oração onde o único objetivo é o Pai, esse Pai em secreto também te recompensará. E aqui a palavra “recompensa”, outra vez, é diferente da recompensa do versículo 5. Lembram que a raiz da palavra grega usada no versículo 5 dava origem a palavra mercenário?
Pois bem, agora a raiz dessa palavra usada no contexto de uma oração feita de maneira correta, essa recompensa que tem o sentido de retribuição por algo bom que foi feito. A raiz dessa palavra grega usada aqui dá origem as palavras “presente, dom, gratuidade, dar, conceder”, todas essas palavras descendem da mesma raiz. Fica claro o objetivo, o sentido que Cristo quer dar ao texto.
---
Da para afirmarmos também, de acordo com o texto, que Jesus tem uma preocupação maior com a prática religiosa da oração do que com a caridade e o jejum. Jesus expande o seu padrão usado nos seus outros dois exemplos. Os versículos 7 e 8 mostram isso, Jesus ele repete o padrão.
v.7 e 8 “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.”
Temos novamente a ação: “E, orando”; depois Jesus informa como não fazer: “não useis de vãs repetições”, qual a recompensa que receberão? Eles presumem que serão ouvidos; e, por fim, como praticar de maneira correta essa ação: “Não vos assemelheis, pois, a eles”, qual a recompensa de quem faz da maneira correta? Ter as suas necessidades conhecidas pelo Pai.
Jesus repete todo o padrão pois tem como objetivo atacar outra característica que envolve a oração do hipócrita, nos versículos 5 e 6 o alvo era a intenção, o atrair olhares para si; agora Jesus coloca no foco as “vãs repetições”. O objetivo de Jesus aqui é combater esse tipo de oração; orações extensas usando repetições sem sentido.
Para Jesus esse tipo de oração está ligada intimamente ao paganismo, o povo gentio era o povo pagão, um povo que adorava muitos deuses, onde suas orações era marcadas por esse tipo de artifício para chamar a atenção das divindades.
O povo grego e romano, eles possuíam um panteão de deuses, vários tipos, vários nomes, por causa disso era comum em suas orações a repetição de cada nome, como que para chamar a atenção de cada um desses falsos deuses. O paganismo usa desses artifícios em suas práticas, a repetição, as oferendas, os sacrifícios penitentes, a oração pública.
Portanto, Jesus não está dizendo que a oração extensa, aquela oração mais longa, é errada; o que ele está condenando é a oração que é estendida pelo uso de repetições que não possuem sentido, repetições vãs, frases vazias, que no fim das contas, possui apenas um único objetivo, achar que por muito repetir Deus os ouvirá. Isso apenas revela o que? Uma tremenda falta de conhecimento sobre o próprio Deus.
A oração dos sacerdotes de Baal é um bom exemplo disso, está narrada em .-25-29: “Eles clamaram ao nome de Baal desde manhã até ao meio-dia.” Outro exemplo, só que mais moderno, o rosário católico não traz essa mesma ideia combatida por Jesus? Como se por muito repetir Deus nos ouvisse.
Qual a maneira correta então? “Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.”
Seja objetivo em suas orações, por que Deus sabe muito bem as necessidades dos seus filhos. Existem muitos exemplos na bíblia de homens de Deus orando de maneira simples, orações breves e objetivas, o próprio exemplo de oração que Jesus dará na sequência é uma excelente prova disso.
Tendo explicado todo o texto, creio que temos informações suficientes para responder a pergunta principal, que certamente é de interesse de todos nós:
Qual o segredo da oração eficaz? O texto nos traz dois princípios fundamentais para isso, o primeiro é que a oração deve ser...
2) Feita exclusivamente a Deus
v.6 “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
Pode parecer até algo muito óbvio esse primeiro segredo da oração eficaz, talvez você pense: “é claro que alguém que ora, faz isso exclusivamente para que Deus o escute, para que Deus responda esse clamor”. O problema é que a própria Palavra nos mostra que não é bem assim.
O texto de hoje nos apresenta um grupo de pessoas que se colocam em oração, que clamam ao Senhor, de uma maneira não eficaz. Devemos estar bem conscientes de que quando nos colocamos em oração, existem algumas barreiras que podem nos atrapalhar até mesmo em algo que deveria ser muito claro.
Se você possui o hábito da oração, lembrando que esse é um hábito do povo cristão, se isso não for presente na sua vida e, mesmo assim, você se considera um discípulo de Cristo, então digo de antemão, reavalie o seu cristianismo, pois não existe um único cristão verdadeiro, um único habitante do reino de Deus que não tenha essa prática religiosa em sua vida. Lembre-se das palavras de Jesus “quando orares”.
Se você possui essa prática religiosa presente na sua vida, você certamente vai se identificar com o que vou dizer. Como é fácil perdermos o foco nisso, como é fácil nos distrairmos, como é fácil desanimarmos, como é fácil você fazer uma oração pública, seja na igreja, num grupo de estudo, no almoço da sua família, e sua mente estar apenas preocupado com o que as pessoas vão achar da sua oração ao invés da sua mente estar unicamente concentrada em falar com Deus exclusivamente.
Jamais devemos cair no engano de olhar para a figura do hipócrita aqui no texto e pensar: “nossa que povo incrédulo, nossa como que eles faziam isso”, existem muitas coisas que podem nos atrapalhar, assim como acontecia com esses religiosos, existem barreiras que impedem a oração de ser eficaz.
A barreira que impedia os hipócritas de fazerem orações eficazes, orações que atingem o alvo certo, que chegam até Deus e que são respondidas, estava em orar com a motivação errada. A motivação deles era serem vistos pelos homens, a motivação deles não era adorar a Deus, não era agradecer a Deus, não era tornar as suas necessidades conhecidas de Deus; a única motivação era passar uma aparência de pessoa religiosa.
Essa motivação errada ela denuncia um problema maior, o problema do pecado não confessado. e o dizem assim: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”.
Temos aqui uma péssima notícia, segundo a Palavra de Deus, o Senhor não escuta a oração de pecadores não arrependidos. Entretanto, a mesma Palavra de Deus nos apresenta uma boa notícia, Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
Qualquer pessoa que não for humilde de espírito, que não reconhecer a sua condição de pecadora, essa pessoa pode tagarelar o quanto quiser em oração, pode passar a madrugada orando na igreja, pode subir o monte mais alto, pode gritar, falar coisas sem sentido, Deus rejeita a oração de um pecador que não reconhece a sua condição.
Confessar os nossos pecados envolve muito mais do que reconhecer pecados pontuais, “eu reconheço que menti, que cobicei, que roubei, etc.” Significa reconhecer o seu estado, significa reconhecer que existe um problema no coração e que apenas Deus pode resolver esse problema. Reconhecer que o pecado causou separação entre você e Deus.
Essa consciência do meu estado pecaminoso, reconhecendo que preciso de salvação, que preciso de Deus, que preciso de Cristo em minha vida é que me protegerá de estar orando com intenções erradas. Quando existe um convencimento do pecado e das suas consequências na minha vida, eu não estarei preocupado com o que ou outros pensam quando me coloco em oração, estarei apenas preocupado com o que Deus acha, estarei preocupado apenas com o meu salvador.
Outra barreira que nos atrapalha em realizarmos orações eficazes, creio ser a principal delas, é a falta de conhecimento sobre Deus.
Deus se revelou a nós por meio da sua Palavra, sendo que em Cristo, na pessoa de Jesus temos a expressão exata de Deus. Por meio de Cristo podemos compreender o tamanho do poder de Deus, por meio dos milagres podemos ver o poder de Deus em todas as esferas, poder sobre a natureza, sobre as doenças, sobre a esfera espiritual, e principalmente, por meio da ressurreição, o poder de Deus sobre a morte.
Então nós temos amplo material de estudo para aprendermos sobre Deus e com isso fazermos orações eficazes, tendo conhecimento sobre quem Deus é, sobre o seu poder. Será que existe algo impossível para Deus? Tem algum pedido que eu possa fazer eu oração que Deus não tem capacidade de realizar? Eu posso falar de qualquer jeito com Deus? Ou existem palavras certas a serem ditas?
As suas orações são baseadas no seu conhecimento sobre Deus que foi adquirido da bíblia, ou é mais uma reprodução de palavras que você escuta de outras pessoas orando? Já parou para pensar nisso? Mas vai além, vou dizer algumas consequências graves de você orar sem um conhecimento correto sobre Deus.
a) Falta de confiança
Como confiar em alguém que você não conhece direito? Não é assim que funciona em nossos relacionamentos pessoais? Quanto mais você conhece alguém, mais as chances de você confiar nessa pessoa.
Isso acontece em relação ao nosso relacionamento com Deus, seu eu não o conheço o suficiente, se não sei a extensão do seu poder, se não sei o que ele é capaz de fazer, isso acabará refletindo em falta de confiança, eu oro mas não tenho certeza se serei atendido, na verdade não tenho nem certeza que ele está realmente me ouvindo.
A falta de conhecimento sobre Deus pode nos levar em terrenos ainda mais perigosos do que apenas uma oração feita sem confiança.
b) Você pode estar orando para um deus estranho
Quando você gera um pensamento sobre Deus, quando em sua mente você possui, segue e ora para Deus de acordo com um conhecimento que não foi obtido pela revelação do próprio, único e verdadeiro Deus, você na verdade está se relacionando com um deus estranho, com um falso deus.
E ao orar e se relacionar com um deus que é falso, que não existe em nenhum outro lugar que não na sua própria cabeça, você está cometendo o terrível pecado da idolatria. A teologia te salva desse terrível erro, muita gente diz: “pra quê teologia, eu quero é Deus no meu coração, eu me relaciono com ele do meu jeito, Deus fala comigo não preciso de mais nada”. Vai nessa!
Quando você diz que não precisa de teologia, você está dizendo que não precisa do verdadeiro conhecimento sobre Deus, Teologia é o estudo de Deus. Teologia é para todo aquele que realmente busca um relacionamento íntimo com Deus.
É desse tipo de mentalidade que nascem a terceira e última consequência da falta de conhecimento sobre Deus, assunto tratado por Jesus no texto. A falta do conhecimento verdadeiro de Deus é:
c) A origem das vãs repetições
De onde poderia sair uma prática de repetir frases sem sentido por longos período na intenção de que pelo muito falar e repetir Deus pudesse dar uma maior importância para esse tipo de oração?
Como Jesus disse aqui no texto, isso é coisa de pagão, isso é coisa de pessoas que produzem ideias falsas sobre Deus e de como se relacionar com esse deus, que é apenas fruto da sua própria imaginação. Fruto de não conhecer, de não estudar, de não ler a fonte do verdadeiro conhecimento sobre Deus, que é a sua Palavra, a Bíblia.
Portanto, se você quer ser eficaz em suas orações, saiba que você precisa vencer, superar algumas barreiras que nos impedem de fazer isso. A barreira das nossas próprias motivações e a barreira da falta de conhecimento do único e verdadeiro Deus.
Em segundo lugar para termos uma vida de oração de sucesso, além de acertamos o alvo do destinatário, é necessário também, segundo o texto de hoje, para que as nossas orações sejam eficazes:
3) Que a gente retire o foco de nós mesmos
Na parte final do versículo 8 é dito: “Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.
Na NVT “... pois seu Pai sabe exatamente do que vocês precisam antes mesmo de pedirem.
O que Jesus está nos informando é que a gente não deve se colocar diante de Deus em oração imaginando que Deus não sabe da nossa situação, que Deus desconhece as nossas necessidades, que você precisa explicar os mínimos detalhes para que ele entenda o motivo da sua oração. Deus sabe de tudo isso.
Digamos que aconteceu um imprevisto na sua vida, um filho seu ficou doente e você teve que gastar um dinheiro que não tinha com hospital, remédios e etc. Então você procura a sua família ou amigos para pedir um auxílio nesse momento, você vai explicar tudo o que aconteceu, como o seu filho ficou doente, porque você resolveu pagar por atendimento médico, os remédios que teve que comprar, enfim, vai explicar nos mínimos detalhes porque você precisa dessa ajuda.
Cristo está dizendo que com Deus isso não é necessário, você não precisa contar a história toda, explicar cada detalhe, porque Deus, nosso Pai sabe de todas essas coisas. E sobre isso alguém poderia questionar: “Tá, mas se Deus sabe de tudo, por que precisamos orar?”
Eu como pai sei exatamente o que as minhas filhas realmente necessitam, mas é uma alegria quando elas vêm até mim e expõem as suas dificuldades, as suas lutas, expõem os seus desejos, aquilo que elas gostariam que eu fizesse para elas. Esse é um relacionamento alicerçado no amor e no conhecimento que elas possuem sobre mim, e também, eu como um pai amoroso desejo que elas façam sempre isso.
E muitas das coisas que os nossos filhos nos pedem nós, os pais, não realizamos, porque nós sabemos o que realmente eles precisam. Exatamente essa é a ideia do texto em relação ao nosso relacionamento com Deus: “... pois seu Pai sabe exatamente do que vocês precisam antes mesmo de pedirem.
fala sobre pedidos não atendidos pelo Pai: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”.
Tiago diz que quando pedimos algo para Deus e não recebemos, isso pode ter acontecido porque nós pedidos algo que não é realmente necessário para nós, podemos estar pedindo coisas apenas para o nosso próprio prazer.
Chega a Isabéli para mim e diz: “Pai eu quero uma moto de presente”, e aí porque eu sou um pai amoroso e bondoso eu vou dar uma moto para uma menina de 11 anos? É óbvio que não, porque eu sei que ela não precisa disso, esse foi um péssimo pedido. Pode soar como uma ilustração absurda, mas pode ter certeza que muitos dos nossos pedidos diante de Deus soam dessa forma, pedidos absurdos.
Então qual o segredo para termos as nossas orações atendidas, se é que existe algum segredo. nos diz: “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que pedimos, estamos certos de que obteremos os pedidos que lhe temos feito.
Aquilo que realmente precisamos, as nossas reais necessidades, essas são conhecidas do Pai e estão de acordo com a vontade Dele. “Mas pastor eu já ouvi que se pedirmos algo com fé, se determinarmos com toda a nossa força, Deus não nos negará o nosso pedido.”
Está escrito isso em ... se tivessem fé, ainda que do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a este monte: Mova-se daqui para lá, e ele se moveria. Nada seria impossível para vocês...
Viu só! Jesus disse: “se você tiver fé, a fé verdadeira, por menor que ela seja, ela te levará a fazer coisas incríveis, como dar ordem para uma montanha se mover de lugar. Por isso, determine com fé e você alcançará o impossível, não importa o que seja, Jesus prometeu isso na sua Palavra.” Será que é isso mesmo que o texto quer dizer?
Que harmonia existiria no que Jesus disse para com o que Tiago e João ensinam? Sobre orações não respondidas, sobre orações que para serem ouvidas precisam estar de acordo com a vontade de Deus? Existe algo que não está encaixando aqui, mas basta olharmos o contexto das palavras de Jesus em para resolver essa situação.
O que estava acontecendo nesse momento que levou Jesus a dizer sobre a fé que move montanhas? O contexto é que os discípulos não haviam conseguido libertar um jovem de uma possessão demoníaca, eles tiveram que levar o jovem até Jesus para que ele fosse curado. Nesse momento os discípulos questionam Jesus: “Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?” A resposta de Jesus foi essa: “por causa da pequenez da vossa fé.
Como assim? Jesus disse que eles não conseguiram curar o jovem por conta da fé deles ser muito pequena, aí na sequência ele diz que se a nossa fé foi do tamanho de uma semente de mostarda, ou seja extremamente pequena, nós daremos ordem para montanhas se moverem de lugar?
O ponto de Jesus não é o tamanho da fé, mas o objeto dessa fé. Os discípulos não conseguiram curar o jovem porque a sua confiança, a sua fé estava sendo depositada nas suas próprias capacidades, nos seus próprios dons e não mais em Deus que governa todas as coisas.
O contraste é que por maior que seja a sua fé se ela for depositada no lugar errado, de nada adianta. Mas se a sua fé, por menor que seja, mas depositada no lugar correto, essa fé pode fazer o impossível.
Se você se prostrar diante de uma estátua, e tiver a maior fé do mundo de que aquela estátua pode fazer alguma coisa por você, essa fé que é grande, você acredita e confia, mas ela não será útil, pois o objeto da sua fé é uma escultura incapaz até mesmo de se mover do lugar onde se encontra.
Agora se a sua fé, mesmo vacilante, mesmo pequena, for depositada em Deus, e de maneira mais objetiva, na sua vontade soberana, confiando que Ele conhece as suas necessidades e sempre sabe o que realmente é o melhor para você, essa fé fará coisas que você nem imagina.
Portanto, segundo o texto de hoje para termos uma vida de sucesso na oração, para fazermos orações eficazes, precisamos orar exclusivamente para Deus, o verdadeiro Deus que se revelou a nós por meio da Bíblia, precisamos depositar a nossa fé, a nossa confiança unicamente Nele.
Eu preciso tirar o foco de mim mesmo, tirar o foco nos problemas, daquilo que eu acho que são as minhas necessidades, naquilo que eu gostaria de receber de Deus. E aqui eu repito, não que eu não possa e não deva dizer para Deus tudo aquilo que eu quero, petições fazem parte da oração, fazem parte do meu relacionamento com Deus.
Mas os meus olhos não devem estar presos nisso, eu não posso colocar todo o foco nas minhas necessidades, o meu foco deve estar em Deus, sabendo sempre que Ele sabe de todas as minhas necessidades, ele sabe o que eu realmente preciso, ele sabe inclusive tudo aquilo que vou pedir a Ele em oração antes mesmo de pronunciar uma única palavra.
A oração eficaz parte desses princípios, o correto entendimento de Deus que vai me levar a orar para o único e verdadeiro Deus, com o foco Nele, em quem Ele é, no seu poder, amor, misericórdia e cuidado que ele tem para comigo. Jamais se coloque diante de Deus em oração com o foco em si mesmo.
Quando você se colocar diante do trono do Rei dos reis, se curve, diminua diante dele e faça com que Ele cresça diante dos seus olhos. “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” ()
Conclusão
Poderia ainda ficar um bom tempo apenas aplicando esses princípios de maneira prática, meditando sobre quais são de fato as nossas reais necessidades, quanto das nossas orações são feitas em pedidos que se enquadram nesse critério, porém Jesus mesmo vai na sequência do sermão do monte abordar todos esses assuntos, ainda no capítulo 6; já na oração modelo de Jesus veremos isso.
O que eu gostaria que você saísse daqui hoje sabendo é que tudo isso que falei essa noite poderia ser resumido em uma única frase. “Poxa pastor, então porque você não disse apenas a frase, não precisaria ficar quase uma hora lhe ouvindo”. Não fique bravo comigo.
Saia daqui tendo a seguinte convicção: O fundamento para se ter uma vida de oração eficaz, uma vida de orações respondidas por Deus está em um relacionamento de intimidade com o nosso Pai.
Para nos tornarmos filhos precisamos reconhecer a nossa condição de pecadores, nos arrepender verdadeiramente, pois só assim buscaremos um redentor, um salvador, e esse salvador é Cristo, ao crer em Cristo, me comprometer com Ele, eu tomo posse da sua obra, do seu sacrifício, Cristo toma o meu lugar e eu passo a desfrutar dos benefícios da morte e ressurreição. Me torno herdeiro, filho legítimo de Deus, que maravilhosa graça!
A partir disso devo construir diariamente um relacionamento com o meu Pai celestial. Esse relacionamento só pode ser construído com conhecimento correto sobre Deus, pois apenas através do conhecimento de Deus você conhece quais são as suas vontades; e consequentemente somente assim você pode ter as suas necessidades conhecidas por Ele, somente assim estaremos em um relacionamento íntimo e amoroso de Pai e filho.
Portanto, o segredo da oração eficaz está em tirar o foco de nós mesmos, dos nossos problemas, das nossas necessidades e colocar todo o foco em Cristo, pois ele nos leva ao Pai que sabe de todas as nossas necessidades antes mesmos de nós manifestarmos essas necessidades a Ele.
Related Media
See more
Related Sermons
See more