At 1.4 - Uma mesa de comunhão e fé

Hechos de los Apóstoles 1.4–8 RC95

E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.

Fé pessoal e relacional

v.4 “E, estando com eles...” ou também de modo mais preciso pode ser dito e fazendo refeição junto com eles…

Veja que a fé não se travava apenas de um conjunto de proposições e mandamentos. Mas estava firmado em um relacionamento e dentro deste relacionamento fluía as instruções.

Comer juntos transcendia a formalidade, tocava a vida, a amizade, o coração. Reafirmando a dimensão pessoal e relacional da fé cristã.

Jesus deixa claro também quando inicia a separação e preparação dos apóstolos:

Lucas 6.12–13 RC95

E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos:

Lc

Marcos 3.13–14 RC95

E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar

Mc 3.

Marcos 3.13–15 RC95

E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios:

“E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele...”

A fé é pessoal essa característica exclui a fé como herança natural, como fé estatal e legal ou como fé ritualística.

A fé também é relacional. Trata de uma relação do homem com Deus e de uma vida de relacionamento com o próximo.

Desde o começo da história da humanidade percebemos que há um interesse da parte de Deus de cultivar um relacionamento próximo com os homens.

Deus não necessita deste relacionamento conosco. Contudo, nós fomos criados para ter este relacionamento com Ele.

Deus está em uma comunidade de amor e relacionamento desde sempre, nós a conhecemos como Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo.

Nós fomos criados a imagem e semelhança de Deus, somos portanto feitos seres relacionais. Deus é pleno e perfeito em seu relacionamento trinitário.

Nós somos imperfeitos e incompletos em nosso relacionamento se não tivermos relação com Deus.

Nós precisamos de Deus. Deus não precisa de nós. Deus nos ama. Veja que o amor de Deus é perfeito e não há interesse algum, pois Ele não precisa de nós.

Nós precisamos de Deus. E a fé ela tem este aspecto pessoal e relacional que nos leva a um relacionamento pessoal com Deus.

Esse relacionamento não deve ser cultivado por intermediários. Esse relacionamento não deve depender de terceiros. Esse relacionamento não pode depender apenas nas reuniões no templo. Esse relacionamento tem que ser pessoal e direto: “e estando com eles...”

A prática devocional regular não pode ser encarada como uma tarefa que preciso riscar em minha lista de coisas a fazer do dia. Ela deve ser vista como o momento em que vou bater um papo com Deus, maravilhar-me com sua companhia, e admira-lo em adoração.

Restante do dia, devo ter a minha consciência alimentada com a convicção de que Ele está comigo e eu estou com Ele.

Também precisamos por outro lado lembrar que nosso relacionamento não deve ser cultivado por intermediários e nem deve depender de terceiros ou das reuniões no templo, mas isso não pode ser tomado para se empreender a caminhada de fé solitária. Pois, a fé ela chama a gente a um relacionamento com Deus e com o próximo. Veja que os apóstolos estavam juntos, e “estando com eles”.

Você não é o corpo de Cristo, você é membro do corpo de Cristo. Um membro fora do corpo não é corpo, e obviamente perde a vida. Um membro só tem significado, sentido e vida no corpo.

A fé cristã é pessoal e relacional.

Pessoal

Juan 8.38–44 RC95

Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. Responderam e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas, agora, procurais matar-me a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isso. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente, me amaríeis, pois que eu saí e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra. Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.

Isaías 29.13 RC95

Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído;

É uma fé pessoal não é a fé de uma linhagem, em um rito, em uma liturgia. É pessoal porque é intransferível (é comunicável, mas não é transferível) e é pessoal porque é dirigida a uma pessoa (Deus).

Gálatas 3.6–7 RC95

É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.

Ju 8.38-44

Efesios 6.21–22 RC95

Ora, para que vós também possais saber dos meus negócios e o que eu faço, Tíquico, irmão amado e fiel ministro do Senhor, vos informará de tudo, o qual vos enviei para o mesmo fim, para que saibais do nosso estado, e ele console os vossos corações.

Ef 6.

Fé relacional - uma fé que valoriza a vida de relacionamento

Proverbios 18.1 NTLH

Quem não gosta de estar na companhia dos outros só está interessado em si mesmo e rejeita todos os bons conselhos.

Jesus cercou-se de pessoas, seus discípulos.

Os apóstolos assim continuaram construindo relacionamentos.

E nós? Vivemos nossa fé em uma redoma de isolamento? Ou temos construído relacionamentos com cristãos e relacionamentos intencionais com não cristãos? Lembre-se nossa fé é relacional. Ela nos empurra e nos puxa a relacionamentos.

Hechos de los Apóstoles 2.46–47 RC95

E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

He 2.46-47

Fé paciente e corajosa

v.4 - “…determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai...”

Perceba que esta ordem que Jesus está dando é para homens galileus. Eles tinham ido a Jerusalém com Jesus para participarem da Páscoa. Eles não foram para permanecerem em Jerusalém. Foram para cumprir seu dever como judeu.

Mas aquela o final de semana daquela Páscoa foi diferente de tudo que eles já tinham vivido e diferente de tudo que eles pudessem imaginar. Jesus foi preso, condenado e crucificado. E ao terceiro dia Jesus ressuscitou!

Agora próximo a Jesus partir para o céu através da assunção, Jesus lhes alerta a permanecerem em Jerusalém. Não é a terra deles. Mas é a cidade que Jesus escolhe para a descida do Espírito Santo.

O papel deles é aguardar em Jerusalém. Eles não devem sair de Jerusalém. Embora certamente eles se sentissem puxados e atraídos a voltarem para a Galiléia.

Certamente a perseguição que culminou com a crucificação de Jesus e a aliança em prol da fraude de lideranças de Israel com o governo Romano () para negar a ressurreição causava desconforto e insegurança aos discípulos. Eles seriam alvos bem mais fáceis em Jerusalém. Ir para a Galiléia era mais confortável e mais seguro, era a terra deles.

Mt 28.13-15

Mas Jesus os manda permanecerem em Jerusalém. Isso exige uma fé paciente. Não há um tempo cronos determinado, há um tempo kairos: “esperar a promessa do Pai”..

“o lugar onde Jesus foi rejeitado haveria de ser o lugar onde começaria o novo testemunho dEle.” Marshall

E também uma fé corajosa, pois permanecer era está sujeito a mesma perseguição que o Mestre sofreu.

A fé paciente espera, por isso sempre alcança.

A fé corajosa corre riscos aqui e não se arrisca desobedecer a Deus.

Conclusão

Seja ativo, mas saiba esperar. Que a ansiedade e o medo não te roube a oportunidade de viver a fé paciente e corajosa.

Desenvolva um plano de construção de relacionamento com Deus e veja sua fé pessoal crescer, construa pontes para novos relacionamentos com irmãos na fé e com pessoas não cristãs e deixe sua fé expressar a dimensão relacional.

Fé mergulhada em Deus e derramada ao mundo

Esta dimensão mostra que ela é poderosa e frágil (martir, testemunha); é centrada e originada em Deus para irradiar-se, propagar-se e alcançar o mundo; O Espírito Santo há de vir sobre vós para vocês irem ao mundo.

Então vamos hoje falar sobre este momento tão importante da partida de Jesus.

Uma dona de casa ao sair de casa sempre tem nos minutos finais enquanto sai direcionamentos para dar aos filhos e/ou as pessoas que executaram as tarefas domésticas.

Do mesmo modo um gerente ou diretor quando vai sair de férias se certifica de passar as últimas instruções e distribuir algumas responsabilidades para que as coisas caminhem bem e não sofra prejuízo com sua partida.

É justamente isso que nós encontramos nestes versos. Jesus está partindo, e antes de partir ele faz um checklist final com seus discípulos para garantir que eles estão certos de sua responsabilidade de levar adiante a obra que Ele começou.