O pai dos dois filhos perdidos

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Todos nascemos perdidos, e por vezes pode demorar para percebermos nosso estado espiritual caído, por isso Deus como nosso Pai nos procura para que voltemos ao lar do qual nunca deveríamos ter saídos.

Notes
Transcript
INTRODUÇÃO
Contexto: O capítulo 15 de Lucas narra três parábolas de Jesus contadas em resposta aos murmúrios dos fariseus e escribas de que Jesus “recebe pecadores e publicanos” (). A primeira parábola narra a história de uma ovelha que se perdeu em meio a outras cem. O pastor “vai em busca da que se perdeu” () e quando a acha reúne com júbilo os seus amigos e vizinhos por encontrar a ovelha perdida. A segunda parábola conta a história de uma mulher que tinha 10 dracmas (moedas gregas equivalentes a 10 dias de trabalho) e que quando perdeu uma, procura “diligentemente até encontra-la” (). Quando a encontra se reúne as amigas e vizinhas com alegria por tê-la encontrado. Nas três parábolas desse capítulo existem alguns elementos em comum: (I) Existe um perdido; (II) O perdido não sabe que estar perdido; (III) O proprietário procura pelo perdido e; (IV) Quando é encontrado é dado com alegria uma festa.
ARGUMENTAÇÃO
OS FILHOS PERDIDOS
O filho mais novo
Algumas pessoas receberam uma boa herança sem “merecerem”. Sergey Sudev havia se encontrado com seu tio apenas uma vez. Pelo visto o tio gostou tanto dele que logo o incluiu em seu testamento. Após sua morte ele foi contatado pelos advogados e foi informado de que receberia uma fortuna de quase R$ 2,55 milhões. Um sem teto boliviano quando procurado pela polícia fugiu e nunca mais foi encontrado, pois deve ter achado que seria preso por uso de drogas. O real motivo da perseguição foi para dizer-lhe que ele havia herdado R$ 11 milhões de herança.
Jesus conta-nos que o pai tinha dois filhos. Na cultura antiga (assim como hoje), a herança era repartida entre os herdeiros somente após a morte dos pais. Em outras palavras, o filho mais novo estava insatisfeito com o pai que tinha. Vejamos a seguir o que fez o filho mais novo na rebelião contra o pai:
Individualismo: A vida era dele e por isso podia fazer com ela o que bem entendesse, independente daquilo que fosse melhor para a sua família.
Egoísmo: Ele desejou a sua parte dos bens, mesmo que isso requeresse a morte e/ou pobreza do pai.
Este filho se perdeu porque (I) desejou aquilo que pertencia exclusivamente ao pai, (II) decidiu sair de casa, (III) julgou que por si só era autossuficiente. 
O filho mais velho
Aparentemente o filho mais velho nunca desobedeceu um mandamento do pai (). Entretanto, quando analisamos sua história mais a fundo vemos que isso não era a realidade. revela que uma simples afirmação verbal positiva não é o mesmo que obedecer ao pai. Nessa história, paradoxalmente, aquele que de início desobedece ao pai (aqui está o cerne da questão), mas depois se arrepende e começa uma nova vida, esse faz a vontade do pai. Vejamos a seguir alguns dos problemas do filho mais velho:
Individualismo: Contanto que a sua herança permanecesse assegurada, para ele não havia nenhum problema no pedido do irmão.
Egoísmo: Não se esforçou para reconciliar o irmão com o pai; ele e seus amigos mereciam prêmios pelos seus serviços.
Este filho estava perdido porque (I) se omitiu ao pedido do irmão, (II) achou que seus méritos eram suficientes para alcançar o favor do pai, (II) não aceitou o perdão do pai ao irmão pecador.
A ILUSÃO DOS FILHOS PERDIDOS
O Filho mais novo
Assim como na história da ovelha, ele decidiu fugir do aprisco/casa e nem se deu conta que ao fazer isso estava perdendo a segurança e cuidados do pastor. Ele procurou dentro de si o que julgou ser importante, afinal, procurou ser feliz através da independência. Fica implícito no texto que conseguindo os bens do pai satisfaria os anseios da sua alma, pois segundo a sua visão, o pai era um empecilho para a sua felicidade. Como ele pretendeu isso?
Distância do pai: O filho “partiu para uma terra distante” (). Para alguns parece que na casa do pai não é possível ser feliz. As suas regras parecem uma camisa de força ou uma cela cheia de grades que nos impedem de sermos livres.
“Deus não pede que renunciemos a coisa alguma que traga benefícios para nós. Em tudo o que faz, Ele tem em vista o bem-estar dos Seus filhos” (EGW, Caminho a Cristo, 46).
Ele se esqueceu que só há verdadeira liberdade dentro dos limites da casa do pai.
Vida desregrada: “Lá dissipou todos os seus bens” (). Com o dinheiro do pai procurou os prazeres que este pode proporcionar.
“Nenhuma felicidade verdadeira existe no caminho proibido por Aquele que sabe o que é melhor e quer o bem das Suas criaturas. O caminho da transgressão só leva à miséria e destruição" (EGW, Caminho a Cristo, 46).
O mundo tem uma variedade absurda de bens, serviços e prazeres que só o dinheiro pode comprar, mas ele se esqueceu que o real prazer é dado somente por Aquele que é a fonte do prazer.
Só se importar com o agora: Ele seguiu à risca a expressão latina “carpe diem” que significa “aproveite o momento/agora”. Ele foi traído pelo imediatismo, achando que o amanhã será como o hoje. Esqueceu-se que o mundo é instável e que estabilidade é possível somente firmando-se na Rocha (cf. , , ).
O filho mais velho
A história da moeda dar alguns paralelos com a situação do irmão mais velho, algumas semelhantes e outras contrastantes.
Distância do pai: Ele se perdeu dentro da casa do próprio pai e nem se deu conta disso porque estava longe dele.
Ele se esqueceu que não é só estar próximo do pai, mas é necessário relacionamento com o dono da casa.
Vida desregrada: A moeda não tem um valor inerente, os homens é que conferem valor monetário a ela.
O filho achou que o seu valor era intrínseco a ele próprio. Na verdade, o valor não é próprio dele, mas foi conferido a ele pelo pai.
Só se importa com o agora: Segundo a sua concepção ele nunca havia traído a confiança do pai. A muitos anos estava trabalhando para ele e mesmo assim nunca recebeu nenhuma demonstração de aprovação ou mesmo de recompensa. Durante todo o dia havia trabalho, não merecia pelo menos um “cabrito”?
Ele foi traído pelo histórico de serviço e horas cumpridas. O passado é nulo se não estiver alinhado com uma comunhão presente com o pai.
O PAI DOS FILHOS PERDIDOS
O filho mais novo
A reação do pai em repartir os bens com esse filho é inesperada. De acordo com o justo a se fazer era que o pai punisse o filho com a pena capital: a morte. Entretanto o pai se importava mais com um futuro arrependimento do filho do que com a aplicação imediata da lei. O que levou este filho a imaginar que o pai o aceitaria de volta, em outras palavras, o que fez com que ele “caísse em si” () e se arrepender-se foram os seus atos passados de:
Bondade: Ele conhecia o pai, sabia que tratava bem a seus trabalhadores porque eles tinham “pão com fartura”, ao contrário dos cidadãos da terra distante que não lhe davam nada para comer. O pai o trataria de maneira igual aos empregados?
Perdão: É normal que as pessoas errem, isso é normal da natureza humana. Ele deve ter visto o pai muitas vezes perdoar as falhas dos seus trabalhadores por terem cometido alguma falha. O pai teria a mesma disposição de perdoá-lo?
Assim, quando o pai vai viu o filho vindo para casa teve duas atitudes:
Sair: O pai já o aguardava, pois quando “vinha ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo...” foi ao encontro do filho ().
O pai não esperou que o filho chegasse a sua casa, pois antes do primeiro sinal de arrependimento ele já estava disposto a oferecer o imerecido perdão paterno. O pai já estava disposto a perdoá-lo antes mesmo dele surgir no horizonte.
Conciliar: As desculpas e o pedido de perdão foram ouvidos (). Entretanto, o pai não deu a oportunidade de o filho terminar o planejado discurso de ser recebido apenas “como um dos [seus] trabalhadores” (), pois quando menos se esperou decretou que “trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés” ().
[1] Ellen G. White. Caminho a Cristo, p. 40.
“O verdadeiro arrependimento leva as pessoas a assumir sua culpa e reconhece-la sem justificativas nem hipocrisia” (EGW, Caminho a Cristo, 40).
O filho mais velho
O irmão mais velho “indignou-se”. As demonstrações de bondade e perdão do pai não tiveram influência sobre o irmão mais velho. O que o pai deveria fazer em resposta ao claro desagradado do filho mais velho em resposta a sua atitude benevolente? O pai novamente teve duas atitudes:
Sair: “Saindo”. A resposta de ir até o filho mais uma vez partiu do pai. Entretanto a diferença crucial entre os dois filhos é que enquanto o primeiro estava com o coração contrito procurando o perdão do pai, o segundo está em aberta rebelião quanto a atitude paterna.
Não importa qual seja a reação, o pai sempre vai atrás dos seus filhos.
Conciliar: “O pai, procurava conciliá-lo”. A procura do pai sempre tem o objetivo de refazer a amizade. Ele nunca foi nosso inimigo, nunca nos abandonou, nunca se afastou de nós. Sempre pretendeu ter uma amizade conosco, por isso hoje ele tem o desejo de se reconciliar comigo e com você (cf. ; ).
A FESTA DADA AOS FILHOS PERDIDOS
O filho mais novo
Procurando ser admitido ao lar como um trabalhador esse “pecador confesso” é exaltado e o pai faz uma grande festa, “porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (). Um filho de Deus é muito mais valioso do que uma ovelha ou uma moeda, assim há júbilo no céu “diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (). A grande cerimônia ocorrerá no grande casamento entre Deus e a sua igreja no Céu (cf. ).
É muito bom participar de festas de casamento aqui na Terra. Geralmente as comidas servidas são as melhores. Há muita alegria pela união do casal. Deus deseja que cada um de nós estejamos presentes na grande festa de Casamento que ocorrerá no Céu.
O filho mais velho
Em contraste com a atitude humilde do seu irmão, este nem ao menos reconhece o pai como seu pai. Negando qualquer parentesco ele considera-se apenas um trabalhador qualquer (). Procurando somente as recompensas provenientes do pai, ele se contentaria simplesmente com um “cordeiro”. Enquanto o foco desses “santos hipócritas” for somente os ganhos, nunca receberão o que realmente importa: a graça de ser chamado “filho do Pai”.
CONCLUSÃO
Quando um jovem está desejando namorar uma menina, ele deve procurar de algum modo externar esse desejo com uma ação, tomando coragem expressando seus sentimentos a garota. Se ele não cria coragem para tal, pode perder a garota para outro rapaz e cair na amargura. Se o filho mais novo permanecesse somente no desejo de voltar ao pai, teria morridos nos seus pecados.
“É correto desejar ser bom e viver uma vida santificada. Mas nada disso tem valor se ficar apenas no desejo. Muitos se perderão enquanto esperam e desejam ser cristãos. Eles não chegam ao ponto de entregar sua vontade a Deus. [...] Por meio do correto exercício da vontade, uma transformação completa pode ocorrer na vida. Entregando a vontade a Cristo, você se une com o poder que está acima de todos os outros. Obterá força do alto para permanecer firme e, pela constante entrega a Deus, será capacitado para viver a nova vida, a vida da fé” (EGW, Caminho a Cristo, 47-48).
Todos nós nascemos condenados pelo pecado (). Podemos nem ter consciência do nosso estado, entretanto Deus sai e corre esperando que aceitemos o seu perdão, pois uma grande festa está preparada para os que se arrependem.
Podemos dar duas respostas ao Pai: (I) Prefiro ser somente um trabalhador e me contentar com os “cordeiros”, isto é, com as bênçãos, dinheiro, saúde, bom emprego, etc. que Ele pode me dar ou; (II) Quero ser o filho do Pai e estar agora nos seus braços de amor e perdão.
1. Você que se identifica com a história do filho mais novo não deseja o perdão do seu Pai celestial, confiando que somente na casa dEle você pode ser feliz, entregando sua vontade a Ele e recebendo o poder para viver uma nova vida transformada pela fé?
2. Você que tem as características de filho mais velho não deseja ser fiel ao Pai celestial, alegrando-se pelos irmãos mais novos que se salvam, se relacionando com eles, procurando não somente as bençãos do Pai, mas o Pai das bençãos?
Hino Inicial
40 – Filhos do Pai Celeste
CD Jovem 2012 – Meu Tudo
CD Jovem 2014 - Não há ninguém
Hino Final
278 – Tal qual estou
CD Jovem 2015 – Sou de Jesus
CD Jovem 2011 – Entrega
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