Filhos de Deus
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· 13 viewsA vida em submissão ao Espírito é um padrão que os crentes irão obedecer à medida que são guiados pelo Espírito a desfrutar de sua filiação (8:12–17).
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Filhos de Deus
Filhos de Deus
Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne.Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.
Depois de enfatizar a capacidade do Espírito Santo de nos libertar, em Cristo Jesus, para a salvação, para a santificação e para a glorificação, o apóstolo Paulo passa a exortar os irmãos a mortificarem, pelo Espírito, os efeitos da carne, uma vez que receberam o espírito de adoção e tornaram-se filhos de Deus, herdeiros de Deus e possuem a esperança da glorificação com Cristo.
O parágrafo possui uma ideia central, mostrando que os crentes devem desfrutar da sua filiação com Deus. Uma vez que receberam o Espírito de Adoção e se tornaram filhos de Deus, os irmãos possuem a obrigação (ὀφειλέτης, uma pessoa que está debaixo de uma obrigação moral de fazer alguma coisa) de:
I) Demonstrar a sua filiação por meio da mortificação dos feitos do corpo ()
Se somos habitados pelo Espírito de Deus e de Cristo, recebemos vida por meio dele, não podemos ficar cortejando a carne como se ainda tivéssemos alguma obrigação para com ela. Tal atitude seria uma completa incoerência. John Stott disse que:
"Nossa dívida é para com o Espírito de vida que em nós habita, a dívida de viver a vida que nos foi dada por Deus e de fazer morrer tudo que a ameace ou seja incompatível com ela" (Stott, 2000,p.274)
Paulo apresenta um contraste entre a vida na carne e a vida no Espírito. Ele passa a mostrar que existe uma forma de viver que conduz à morte e uma morte que conduz à vida.
Os cristãos devem mortificar os feitos do corpo porque:
Não são devedores à carne
Sua exortação, de Paulo, não envolvem apenas os irmãos, mas ele mesmo. Como apóstolo de Cristo, Paulo diz: somos devedores. Ele, juntamente com os irmãos, foi abençoado por Deus com a habitação do Seu Espírito e, por isso, encarava a responsabilidade como sendo para ele também.
Os que vivem na carne caminham para a morte
Paulo recorre a um discurso direto neste caso, ele diz:
Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.
Ele não se inclui, pois provavelmente já tomou essa decisão de fazer morrer os feitos do seu corpo.
A mortificação:
Consiste em encarar o mal como mal e repudiá-lo de forma decisiva e radical ao pondo de "fazer morrer os feitos do corpo". θανατόω significa parar alguma atividade com determinação letal. Jesus ensinou: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" () Carregar a cruz é um símbolo de seguir a Jesus para a execução. Devemos executar, fazer morrer, os feitos do corpo (olhos, ouvidos, boca, mãos e pés) que queiram ser instrumentos do pecado e não da justiça para a santificação. Godet escreve que existe aqui "como que uma noção de santa violência; o Espírito arrasta o homem para onde a carne não se disporia a ir" Stott, p.278.
Consiste em assumir a responsabilidade como sendo pessoal e intransferível. θανατοῦτε é um verbo que está no presente do indicativo ativo. Não somos passíveis nesta tarefa, esperando que outros façam por nós. É verdade que dependemos do Espírito Santo para essa tarefa, só Ele tem poder para tal. Não obstante, somos nós que devemos tomar a iniciativa. Se temos o Espírito, já temos condições de fazer morrer os feitos do corpo, se não fazemos é incompetência nossa. Cabe a nós arrancar o olho que nos fez pecar, assim como cortar e lançar fora a mão ou o pé que tropeçou. Devemos repudiar tudo o que sabemos que é errado e não "ficar premeditando como satisfazer os desejos da carne" () . John Stott nos lembra que "fazer morrer" (fazer morrer o mal) é a contrapartida de "aspiração" (ter fome e sede por aquilo que é bom). O verbo também está no presente indicando que esta atitude deveria ser contínua. Deveríamos tomar nossa cruz dia após dia.
Consiste em abrir mão de uma vida de morte para receber vida. Não é uma contradição de Paulo. Ele não está se referindo à vida eterna, mas a vida abundante que o Espírito traz àqueles que suportam a dor da mortificação. Quando compreendemos que por trás da porta da mortificação existe um vida em plenitude, iremos atravessar esse portal!. Stott diz que "o que o mundo chama de vida só conduz à alienação de Deus, que na realidade é morte, enquanto que o fazer morrer todo mal que porventura haja dentro de nós, coisa que o mundo rejeita como um insuportável ato de abnegação, é na realidade o caminho para a verdadeira vida" (Stott, 2000,p.277).
II) Desfrutar da paz que o Espírito de Adoção nos dá ()
Mortificando os feitos do corpo ()
Demonstrando sua filiação divina ()
III) Alegrar-se na esperança da glória futura ()
I) O Espírito Santo coopera na mortificação da carne ()
A vida no Espírito deve envolver duas atitudes:
Demonstrar constrangimento pelo benefício recebido
Quem é de Deus compreende o preço pago por Deus para nos libertar da lei do pecado e da morte. Compreendeu que Deus puniu, na carne, o pecado através da vinda do Seu Filho. Paulo diz em que:
Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto um morreu por todos; logo, todos morreram.
Mortificar, pelo Espírito, os feitos do corpo
II) O Espírito Santo guia os crentes atestando a sua filiação ()
III) O Espírito Santo
I)
O Espírito de Adoção testifica que somos filhos de Deus:
O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
Como Ele faz isso?
Essa dívida gera um constrangimento.
Conduzindo-nos a uma vida de santidade, Ele nos guia (,)
Substituindo o nosso medo pela liberdade ()
"pois vocês não recebeream um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos"
Impele-nos a chamarmos Deus de Pai (,)
F.F.Bruce nos relembra que as implicações de nossa adoção devem ser interpretadas, não em termos de nossa cultura contemporânea, mas no contexto da cultura greco-romana nos dias de Paulo. Eis o que ele escreve: "O termo adoção pode soar um tanto artificial aos nossos ouvidos; porém no mundo romano do primeiro século d.C. um filho adotado era um filho deliberadamente escolhido por seu pai adotivo para perpetuar o seu nome e herdar a sua propriedade; ele não era nem um pouquinho inferior em status a um filho nascido segundo o curso normal da natureza, e até podia desfrutar mais plenamente da afeição do pai e reproduzir com muito mais dignidade o caráter do pai" Stott, p.280.
A palavra Abba era uma palavra do dia-a-dia, uma palavra familiar caseira. Nenhum judeu ousaria dirigir-se a Deus dessa forma. Jesus sempre o fazia, em todas as suas orações que nos foram legadas, com uma única exceção: o grito na cruz. O Espírito nos dá a liberdade de falarmos com o Pai Celeste literalmente como uma criancinha fala com o seu pai, no mesmo tom infantil e confiante.
III) Alegrar na esperança da glória dos filhos de Deus ()
Não à carne
Recordando toda a parte inicial de , vimos um pouco do que seriam os múltiplos ministérios do Espírito Santo. Ele nos libertou da escravidão da lei (2) e ao mesmo tempo nos capacita para cumprirmos as suas justas exigências (4). Agora nós vivemos a cada dia de acordo com o Espírito e as nossas mentes estão voltadas para os seus desejos (5). Ele vive em nós (9), vivifica o nosso espírito (10) e um dia haverá de dar vida também aos nossos corpos (11). Porque ele habita em nós, somos obrigados a viver de acordo com a sua vontade (12), e seu poder nos dá forças para fazer morrer os atos pecaminosos do nosso corpo (13). Ele nos orienta como filhos de Deus (14) e testemunha com o nosso espírito que é isso que nós somos de fato (15-16). Ele próprio é o antegosto de nossa herança na glória (17,23). E é a presença dele em nós, habitando nosso ser, que faz a diferença fundamental entre e .
Não devemos nos constranger a andarmos segundo a carne
Não devemos nos enganar, quem vive na carne caminha para a morte
Ao Espírito
Devemos viver constrangidos a vivermos pelo Espírito
Devemos mortificar os efeitos do corpo para podermos viver
Quem anda segundo o Espírito de Deus são filhos de Deus.