UMA REFLEXÃO SOBRE AS MÍDIAS SOCIAIS

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1João 2.17 RA
17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
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MÍDIA SOCIAL I

UMA REFLEXÃO SOBRE AS MÍDIAS SOCIAIS

Estudo 450

“E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” 1João 2.17

INTRODUÇÃO

Há pouca dúvida de que o mundo está no meio de mudanças fundamentais. Nós estamos convivendo não apenas com uma revolução das comunicações, mas uma nova era que tem situações extremamente complexas e desafiadoras.

A tecnologia – marca deste tempo – se emerge com tanta velocidade que por vezes sequer podemos compreender ou integrar de maneira satisfatória. Para muitos, em razão dessa adrenalina tecnológica, especialmente no que corresponde a mídia social, não temos a habilidade de avaliar criticamente o que aparece e aplicar os princípios bíblicos de forma satisfatória (observe que até os termos sequer são traduzidos da língua original, daí tantas palavras estrangeiras no nosso linguajar – blog, online, Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, like, news etc.).

No entanto, não podemos simplesmente nos acomodarmos diante da missão ‘quase impossível’. Cabe a nós, obreiros: conhecer, experimentar, avaliar, ensinar, corrigir; enfim, não podemos fugir da responsabilidade que pesa em nossos ombros.

A nossa proposta neste primeiro estudo é mais reflexiva do que normativa. Vamos dedicar tempo meditando sobre o que está acontecendo para eventualmente oferecermos práticas saudáveis e bíblicas ao povo de Deus.

1. DEFINIÇÃO

Parece que todo dia nasce uma nova palavra relacionada à internet. Fica quase impossível acompanhar todas e saber o significado de cada uma delas, mas algo que está presente em nosso cotidiano são as expressões “mídias sociais” e “redes sociais”. Será que existe diferença?

Ao pé da letra, mídias sociais e redes sociais não são a mesma coisa. Rede social é uma expressão já antiga, que basicamente significa: criar relacionamento com as pessoas compartilhando objetivos e valores em comum. Portanto, eu não preciso estar conectado à internet para fazer parte de uma rede social.

Levando o termo para o universo online, um site de rede social ou site de relacionamento (termo que nem é mais tão usado), é um site onde eu posso me conectar com outras pessoas ou grupo de pessoas através de um perfil e compartilhar conteúdos. A proposta principal da rede social é a interação entre as pessoas, sendo assim, sites como Facebook, Google+, MySpace, entre outros, podem ser considerados redes sociais.

A mídia social é o ambiente online onde podemos compartilhar informações, como por exemplo um blog. Por definição, toda rede social é também mídia social. A rede social é uma parte da mídia social. Por exemplo, o YouTube é uma rede social ou uma mídia social? É uma mídia social. No YouTube, a gente pode até conversar com as pessoas e criar perfis, mas o foco principal do site é o compartilhamento de conteúdo em vídeo. Em suma, define-se assim:

* Rede social = interação entre pessoas, relacionamento interpessoal;

* Mídia social = compartilhamento de conteúdo.

2. A NOVA REALIDADE

Com a velocidade das mudanças que ocorrem na sociedade moderna, torna-se quase impossível acompanhar quais e em que grau as mudanças estão acontecendo, nos diferentes lugares onde vivemos.

Todavia, neste breve estudo, procuramos apresentar os dados mais recentes que demonstram o uso das mídias sociais pela sociedade americana, local onde estamos inseridos. Lembrando que pode haver variações (em maior ou menor grau) em outros países.

Atualmente, cerca de 7 em cada 10 americanos usam a mídia social para se conectarem com outras pessoas, engajar com notícias, compartilhar informações e se entreter.

Quando os institutos de pesquisa começaram a acompanhar o consumo das mídias sociais em 2005, apenas 5% dos adultos usavam alguma plataforma de mídia social. Hoje, 72% da população americana usa alguma dessas plataformas.

À medida que mais e mais pessoas adotaram as mídias sociais, a base de usuários também se ampliou para uma composição de todos os grupos da sociedade. Jovens adultos (18-29 anos) compunha a base de usuários nos primeiros anos das mídias sociais e continuam sendo a maioria hoje, mas o uso por pessoas do grupo da terceira idade (+65 anos) foi o que mais aumentou quando comparado aos outros grupos.

O YouTube e o Facebook são as plataformas mais usadas no mundo ocidental (WeChat, Weibo, Qzone, no oriente), e a base de usuários é a que melhor representa a população ocidental como um todo. Parcelas menores da população usam plataformas como Twitter, Pinterest, Instagram e LinkedIn.

As mídias sociais já se tornaram mais populares como canal de notícias (20%) do que os impressos (16%). Apesar da televisão ainda ser o meio de notícias mais popular na atualidade, seu declínio é notório. Em 2016, apenas 3 anos atrás, 57% da população tinha a televisão como principal canal de notícias, hoje, são apenas 49%, e esse número continua caindo. YouTube, Instagram e Snapchat são as plataformas mais populares entre adolescentes (13-17 anos). A maioria (95%) de adolescentes têm acesso a um smartphone, e 45% estão “quase constantemente” online. Um outro dado importante é sobre a disseminação ideológica nas mídias sociais. Os liberais são os que mais utilizam as plataformas digitais para espalharem suas ideias. O uso das mídias sociais como ferramenta pelos liberais é quase o dobro comparado aos conservadores, i.e., 44% para 26% aproximadamente.

Diante desta nova realidade, a Igreja não pode fugir ou ocultar-se da sua responsabilidade de se engajar. Apesar da resistência de alguns crentes à essas tecnologias (e todas as suas complicações), precisamos conhecer, aprender e ensinar o povo de Deus sobre estas coisas com muito temor e sabedoria.

3. MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO

Nós vivemos na chamada “era tecnológica”, ou “era digital”. A prensa móvel (de Gutenberg) mudou a Europa e o mundo. A pólvora sem fumaça (de Alfred Nobel) mudou o mundo na gangorra do poder para os que melhor souberam usá-la. Agora vivemos nesta nova era de tecnologia, com seus efeitos massivos e incalculáveis.

É certo que a tecnologia não é má em si mesma. Nas vilas mais distantes, onde livros levariam anos para chegar, há agora trabalhadores rurais com smartphones. Ainda me recordo das grandes dificuldades dos imigrantes brasileiros nos Estados Unidos em se comunicar com seus familiares, a saudade apertava muito mais porque a interação era pouca e cara. O avanço tecnológico e a popularidade das mídias sociais deram outra qualidade na manutenção dos relacionamentos que deixamos para trás! Hoje trocamos informações com familiares e amigos que ficaram para trás quase que diariamente.

Mas a despeito das muitas coisas boas, não podemos ser levianos. Precisamos reconhecer o que a tecnologia está fazendo em nós. Um dos impactos que gerou uma mudança gigantesca de comportamento é o aumento da possibilidade de qualquer um de nós – e qualquer um mesmo! – se tornar famoso. O veículo de distribuição massiva da sua imagem e conteúdo em todo o mundo é um aplicativo gratuito: Twitter, Facebook etc., ou seja, as barreiras para que alguém se torne viral, ou até uma fama mais consistente, são muito pequenas ou quase inexistentes.

Nós percebemos pessoas cada vez mais ansiosas sobre a sua aparência com o uso de aplicativos – como o Instagram – com filtros (cachorrinhos, personagens etc.). Vemos o bullying nas mídias sociais, que acabam contribuindo para o aumento de suicídios. E os vídeos com milhares de cliques e “curtidas” que promovem teorias da conspiração como verdade coerente? Mais recentemente estamos convivendo com as “fake news” e já se debate a grande dificuldade para saber o que é realmente um fato.

No campo religioso, já convivemos com crentes que são completamente discipulados pelas mídias sociais. Frequentam uma igreja local por razões secundárias, mas toda sua nutrição é ditada pelos líderes “famosos” do momento, os quais estão em todas as plataformas digitais já mencionadas. É lamentável que tais líderes até usem expressões como “meus seguidores”, “meus fãs”, e por aí vai. São líderes que ganharam expressão pelas mídias sociais e porão tudo em negócio para se manterem no topo, o que nos lembra a mensagem ao líder da igreja em Laodiceia, que via o índice de popularidade como essencial para manutenção da sua liderança.

Todas essas mudanças de comportamento mencionadas, e tantas outras, estão sendo impulsionadas pelas mídias sociais.

4. POSICIONAMENTO CRISTÃO

Qual deve ser a nossa posição com relação às mídias sociais? Seria importante começarmos com duas reflexões que se equilibrem sem se tencionarem. Como o trilho que conduz um trem ao seu destino.

De um lado, nós devemos dar boas vindas a tecnologia e usá-la com rapidez, amplitude e eficiência o tanto quanto possível. Da mesma maneira que os reformadores popularizaram seus pensamentos e o Evangelho com o uso da prensa móvel, devemos fazer hoje com a tecnologia. Para alguns de nós – nativos digitais – isso parece instintivo. Para os que não são, soa estranho. Independente dos nossos sentimentos, devemos abraçar a revolução tecnológica e usar isso para glorificar a Deus o tanto quanto pudermos (1Co 10.31).

Por outro lado, não devemos nos gloriar nessas coisas. O grande perigo dessa exposição exagerada do nosso ego e nossas ideias é criarmos personagens irreais numa tentativa frustrada de sermos relevantes e nos tornarmos deuses da era tecnológica, forçando nossa agenda egoísta. Promover a Cristo sem promover a nós mesmos requer sabedoria. Mas, mais do que isso, requer caráter. E caráter é formado pelo ensino. E o ensino vem da Palavra de Deus, da Igreja, e uma vida devocional séria. Em outras palavras, se quisermos promover a Cristo de forma ampla e rápida, então muito maior e profunda deverá ser nossa humilhação.

Para nós, que estamos inseridos nessa era tecnológica, repleta de coisas boas e úteis, o texto de 1Coríntios 7.31 é bem propício:

“E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa.”

O verbo “abusar” não implica em mal-uso, como nossa língua moderna pode sugerir, mas um uso exagerado, em demasia. Observe que as coisas mencionadas nos versículos anteriores (1Co 7.28-30) são justas; assim, a admoestação é contra a escravização por estas coisas que são boas e honestas, e não um uso criminoso delas. Apesar de não serem más em si mesmas, não devemos nos entregar a elas, o que é típico de escravidão; devemos renunciá-las (1Co 6.12). Sêneca, um filósofo romano, disse algo semelhante: “Que nos utilizemos delas (das coisas materiais), mas que não ufanemos das mesmas; e que nos utilizemos delas com comedimento, como um empréstimo que nos foi confiado, e que logo desaparecerá.”

Outra palavra importante no texto que mencionamos é “mundo”. O mundo (gr. kosmos) é uma vasta ordem ou sistema que Satanás tem promovido, que se conforma aos seus ideais, alvos e métodos. É a civilização que agora funciona à parte de Deus – uma civilização da qual nenhum dos seus promotores realmente espera que Deus compartilhe, que não atribui a Deus qualquer consideração com respeito aos projetos deles; nem eles atribuem qualquer causalidade a Ele. Esse sistema abrange seus governos ateus, conflitos, armamentos, invejas, sua educação, cultura, religiões de moralidade e orgulho. É essa esfera na qual o homem vive. É o que ele vê, o que ele emprega. Para muitos é tudo o que sempre souberam enquanto viveram neste mundo. O Novo Testamento também nos revela os direitos de Satanás e o controle que ele tem sobre o mundo (Lc 4.5-7; Jo 12.31, 14.30, 16.11; 1Jo 5.19; Is 14.12,16-17; Jó 1.13-19, 2.7).

O crente precisa se conscientizar que o mundo é totalmente mau. É uma verdade muito dura – eu sei, e ela precisa ser elucidada. Satanás incorpora em seu vasto sistema certas coisas que não são más em si mesmas (mídia social, TV, internet etc.). Muitos ideais humanitários, morais e aspectos da cultura são consoantes com as realidades espirituais, embora residam no mundo. Mas a raiz do mal no mundo é de tal forma que há uma ordem ou sistema totalmente abrangente que é esquematizado sobre uma base de completa independência de Deus. É decepcionante que coisas que não são más em si mesmas estejam inclusas nesse grande sistema! Aliás, o esquema satânico é tão sedutor que muitos teólogos já ensinam a ‘perpetuação’ das coisas pertencentes a este cosmos (Randy Alcorn chega a sugerir uma eternidade com obras de arte, jogos esportivos etc.; o que ele chama de ‘continuidade’).

O tempo não nos permite aprofundar nessas questões, mas podemos com toda certeza concluir que, toda propriedade terrena é de ordem satânica, propriedade essa que o crente pode usar, mas não deve abusar. Aquilo que Deus agora tolera para propósitos sábios é condenado à completa destruição (1Co 7.31; 1Jo 2.17; 2Pe 3.10).

CONCLUSÃO

Há diversas questões filosóficas e éticas que envolvem a era digital e toda a sua complexidade. A nossa proposta aqui foi um olhar reflexivo e um chamado ao equilíbrio. Com a graça de Deus, no segundo estudo desta curta série, vamos abordar o tema de forma mais prática, mostrando as ações adequadas e concretas no uso (sem abuso) das mídias sociais.

Que Deus nos ajude a navegar sem que fiquemos presos nas redes!

1João 2.17 RA
17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
INTRODUÇÃO

Introdução

INTRODUÇÃO

Há pouca dúvida de que o mundo está no meio de mudanças fundamentais. Nós estamos convivendo não apenas com uma revolução das comunicações, mas uma nova era que tem situações extremamente complexas e desafiadoras.
A tecnologia – marca deste tempo – se emerge com tanta velocidade que por vezes sequer podemos compreender ou integrar de maneira satisfatória. Para muitos, em razão dessa adrenalina tecnológica, especialmente no que corresponde a mídia social, não temos a habilidade de avaliar criticamente o que aparece e aplicar os princípios bíblicos de forma satisfatória (observe que até os termos sequer são traduzidos da língua original, daí tantas palavras estrangeiras no nosso linguajar – blog, online, Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, like, news etc.).
No entanto, não podemos simplesmente nos acomodarmos diante da missão ‘quase impossível’. Cabe a nós, obreiros: conhecer, experimentar, avaliar, ensinar, corrigir; enfim, não podemos fugir da responsabilidade que pesa em nossos ombros.
A nossa proposta neste primeiro estudo é mais reflexiva do que normativa. Vamos dedicar tempo meditando sobre o que está acontecendo para eventualmente oferecermos práticas saudáveis e bíblicas ao povo de Deus.

1. DEFINIÇÃO

Parece que todo dia nasce uma nova palavra relacionada à internet. Fica quase impossível acompanhar todas e saber o significado de cada uma delas, mas algo que está presente em nosso cotidiano são as expressões “mídias sociais” e “redes sociais”. Será que existe diferença? Ao pé da letra, mídias sociais e redes sociais não são a mesma coisa. Rede social é uma expressão já antiga, que basicamente significa: criar relacionamento com as pessoas compartilhando objetivos e valores em comum. Portanto, eu não preciso estar conectado à internet para fazer parte de uma rede social. Levando o termo para o universo online, um site de rede social ou site de relacionamento (termo que nem é mais tão usado), é um site onde eu posso me conectar com outras pessoas ou grupo de pessoas através de um perfil e compartilhar conteúdos. A proposta principal da rede social é a interação entre as pessoas, sendo assim, sites como Facebook, Google+, MySpace, entre outros, podem ser considerados redes sociais.A mídia social é o ambiente online onde podemos compartilhar informações, como por exemplo um blog. Por definição, toda rede social é também mídia social. A rede social é uma parte da mídia social. Por exemplo, o YouTube é uma rede social ou uma mídia social? É uma mídia social. No YouTube, a gente pode até conversar com as pessoas e criar perfis, mas o foco principal do site é o compartilhamento de conteúdo em vídeo. Em suma, define-se assim:
Ao pé da letra, mídias sociais e redes sociais não são a mesma coisa. Rede social é uma expressão já antiga, que basicamente significa: criar relacionamento com as pessoas compartilhando objetivos e valores em comum. Portanto, eu não preciso estar conectado à internet para fazer parte de uma rede social.
Levando o termo para o universo online, um site de rede social ou site de relacionamento (termo que nem é mais tão usado), é um site onde eu posso me conectar com outras pessoas ou grupo de pessoas através de um perfil e compartilhar conteúdos. A proposta principal da rede social é a interação entre as pessoas, sendo assim, sites como Facebook, Google+, MySpace, entre outros, podem ser considerados redes sociais.
A mídia social é o ambiente online onde podemos compartilhar informações, como por exemplo um blog. Por definição, toda rede social é também mídia social. A rede social é uma parte da mídia social. Por exemplo, o YouTube é uma rede social ou uma mídia social? É uma mídia social. No YouTube, a gente pode até conversar com as pessoas e criar perfis, mas o foco principal do site é o compartilhamento de conteúdo em vídeo. Em suma, define-se assim:
* Rede social = interação entre pessoas, relacionamento interpessoal;
* Mídia social = compartilhamento de conteúdo.

2. A NOVA REALIDADE

Com a velocidade das mudanças que ocorrem na sociedade moderna, torna-se quase impossível acompanhar quais e em que grau as mudanças estão acontecendo, nos diferentes lugares onde vivemos.
Todavia, neste breve estudo, procuramos apresentar os dados mais recentes que demonstram o uso das mídias sociais pela sociedade americana, local onde estamos inseridos. Lembrando que pode haver variações (em maior ou menor grau) em outros países.
Atualmente, cerca de 7 em cada 10 americanos usam a mídia social para se conectarem com outras pessoas, engajar com notícias, compartilhar informações e se entreter.
Quando os institutos de pesquisa começaram a acompanhar o consumo das mídias sociais em 2005, apenas 5% dos adultos usavam alguma plataforma de mídia social. Hoje, 72% da população americana usa alguma dessas plataformas.
À medida que mais e mais pessoas adotaram as mídias sociais, a base de usuários também se ampliou para uma composição de todos os grupos da sociedade. Jovens adultos (18-29 anos) compunha a base de usuários nos primeiros anos das mídias sociais e continuam sendo a maioria hoje, mas o uso por pessoas do grupo da terceira idade (+65 anos) foi o que mais aumentou quando comparado aos outros grupos.
O YouTube e o Facebook são as plataformas mais usadas no mundo ocidental (WeChat, Weibo, Qzone, no oriente), e a base de usuários é a que melhor representa a população ocidental como um todo. Parcelas menores da população usam plataformas como Twitter, Pinterest, Instagram e LinkedIn.
As mídias sociais já se tornaram mais populares como canal de notícias (20%) do que os impressos (16%). Apesar da televisão ainda ser o meio de notícias mais popular na atualidade, seu declínio é notório. Em 2016, apenas 3 anos atrás, 57% da população tinha a televisão como principal canal de notícias, hoje, são apenas 49%, e esse número continua caindo. YouTube, Instagram e Snapchat são as plataformas mais populares entre adolescentes (13-17 anos). A maioria (95%) de adolescentes têm acesso a um smartphone, e 45% estão “quase constantemente” online. Um outro dado importante é sobre a disseminação ideológica nas mídias sociais. Os liberais são os que mais utilizam as plataformas digitais para espalharem suas ideias. O uso das mídias sociais como ferramenta pelos liberais é quase o dobro comparado aos conservadores, i.e., 44% para 26% aproximadamente.
Diante desta nova realidade, a Igreja não pode fugir ou ocultar-se da sua responsabilidade de se engajar. Apesar da resistência de alguns crentes à essas tecnologias (e todas as suas complicações), precisamos conhecer, aprender e ensinar o povo de Deus sobre estas coisas com muito temor e sabedoria.

3. MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO

Nós vivemos na chamada “era tecnológica”, ou “era digital”. A prensa móvel (de Gutenberg) mudou a Europa e o mundo. A pólvora sem fumaça (de Alfred Nobel) mudou o mundo na gangorra do poder para os que melhor souberam usá-la. Agora vivemos nesta nova era de tecnologia, com seus efeitos massivos e incalculáveis.
É certo que a tecnologia não é má em si mesma. Nas vilas mais distantes, onde livros levariam anos para chegar, há agora trabalhadores rurais com smartphones. Ainda me recordo das grandes dificuldades dos imigrantes brasileiros nos Estados Unidos em se comunicar com seus familiares, a saudade apertava muito mais porque a interação era pouca e cara. O avanço tecnológico e a popularidade das mídias sociais deram outra qualidade na manutenção dos relacionamentos que deixamos para trás! Hoje trocamos informações com familiares e amigos que ficaram para trás quase que diariamente.
Mas a despeito das muitas coisas boas, não podemos ser levianos. Precisamos reconhecer o que a tecnologia está fazendo em nós. Um dos impactos que gerou uma mudança gigantesca de comportamento é o aumento da possibilidade de qualquer um de nós – e qualquer um mesmo! – se tornar famoso. O veículo de distribuição massiva da sua imagem e conteúdo em todo o mundo é um aplicativo gratuito: Twitter, Facebook etc., ou seja, as barreiras para que alguém se torne viral, ou até uma fama mais consistente, são muito pequenas ou quase inexistentes.
Nós percebemos pessoas cada vez mais ansiosas sobre a sua aparência com o uso de aplicativos – como o Instagram – com filtros (cachorrinhos, personagens etc.). Vemos o bullying nas mídias sociais, que acabam contribuindo para o aumento de suicídios. E os vídeos com milhares de cliques e “curtidas” que promovem teorias da conspiração como verdade coerente? Mais recentemente estamos convivendo com as “fake news” e já se debate a grande dificuldade para saber o que é realmente um fato.
No campo religioso, já convivemos com crentes que são completamente discipulados pelas mídias sociais. Frequentam uma igreja local por razões secundárias, mas toda sua nutrição é ditada pelos líderes “famosos” do momento, os quais estão em todas as plataformas digitais já mencionadas. É lamentável que tais líderes até usem expressões como “meus seguidores”, “meus fãs”, e por aí vai. São líderes que ganharam expressão pelas mídias sociais e porão tudo em negócio para se manterem no topo, o que nos lembra a mensagem ao líder da igreja em Laodiceia, que via o índice de popularidade como essencial para manutenção da sua liderança.
Todas essas mudanças de comportamento mencionadas, e tantas outras, estão sendo impulsionadas pelas mídias sociais.

4. POSICIONAMENTO CRISTÃO

Qual deve ser a nossa posição com relação às mídias sociais? Seria importante começarmos com duas reflexões que se equilibrem sem se tencionarem. Como o trilho que conduz um trem ao seu destino.
De um lado, nós devemos dar boas vindas a tecnologia e usá-la com rapidez, amplitude e eficiência o tanto quanto possível. Da mesma maneira que os reformadores popularizaram seus pensamentos e o Evangelho com o uso da prensa móvel, devemos fazer hoje com a tecnologia. Para alguns de nós – nativos digitais – isso parece instintivo. Para os que não são, soa estranho. Independente dos nossos sentimentos, devemos abraçar a revolução tecnológica e usar isso para glorificar a Deus o tanto quanto pudermos ().
1Coríntios 10.31 RA
31 Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
Por outro lado, não devemos nos gloriar nessas coisas. O grande perigo dessa exposição exagerada do nosso ego e nossas ideias é criarmos personagens irreais numa tentativa frustrada de sermos relevantes e nos tornarmos deuses da era tecnológica, forçando nossa agenda egoísta. Promover a Cristo sem promover a nós mesmos requer sabedoria. Mas, mais do que isso, requer caráter. E caráter é formado pelo ensino. E o ensino vem da Palavra de Deus, da Igreja, e uma vida devocional séria. Em outras palavras, se quisermos promover a Cristo de forma ampla e rápida, então muito maior e profunda deverá ser nossa humilhação.
Para nós, que estamos inseridos nessa era tecnológica, repleta de coisas boas e úteis, o texto de é bem propício:
1Coríntios 7.31 NTLH
31 os que tratam das coisas deste mundo, como se não estivessem ocupados com elas. Pois este mundo, como está agora, não vai durar muito.
“E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa.”
O verbo “abusar” não implica em mal-uso, como nossa língua moderna pode sugerir, mas um uso exagerado, em demasia.
1Coríntios 7.28–30 RA
28 Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca. Ainda assim, tais pessoas sofrerão angústia na carne, e eu quisera poupar-vos. 29 Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem; 30 mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem;
são justas; assim, a admoestação é contra a escravização por estas coisas que são boas e honestas, e não um uso criminoso delas. Apesar de não serem más em si mesmas, não devemos nos entregar a elas, o que é típico de escravidão; devemos renunciá-las (). Sêneca, um filósofo romano, disse algo semelhante: “Que nos utilizemos delas (das coisas materiais), mas que não ufanemos das mesmas; e que nos utilizemos delas com comedimento, como um empréstimo que nos foi confiado, e que logo desaparecerá.”[1]
Observe que as coisas mencionadas nos versículos anteriores são justas; assim, a admoestação é contra a escravização por estas coisas que são boas e honestas, e não um uso criminoso delas. Apesar de não serem más em si mesmas, não devemos nos entregar a elas, o que é típico de escravidão; devemos renunciá-las ().
1Coríntios 7.28–30 RA
28 Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca. Ainda assim, tais pessoas sofrerão angústia na carne, e eu quisera poupar-vos. 29 Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem; 30 mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem;
1Coríntios 6.12 RA
12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.
1Coríntios 7.28–30 RA
28 Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca. Ainda assim, tais pessoas sofrerão angústia na carne, e eu quisera poupar-vos. 29 Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem; 30 mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem;
Sêneca, um filósofo romano, disse algo semelhante: “Que nos utilizemos delas (das coisas materiais), mas que não ufanemos das mesmas; e que nos utilizemos delas com comedimento, como um empréstimo que nos foi confiado, e que logo desaparecerá.”[1]
Observe que as coisas mencionadas nos versículos anteriores são justas; assim, a admoestação é contra a escravização por estas coisas que são boas e honestas, e não um uso criminoso delas. Apesar de não serem más em si mesmas, não devemos nos entregar a elas, o que é típico de escravidão; devemos renunciá-las (). Sêneca, um filósofo romano, disse algo semelhante: “Que nos utilizemos delas (das coisas materiais), mas que não ufanemos das mesmas; e que nos utilizemos delas com comedimento, como um empréstimo que nos foi confiado, e que logo desaparecerá.”[1]
1Coríntios 7.28–30 RA
28 Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca. Ainda assim, tais pessoas sofrerão angústia na carne, e eu quisera poupar-vos. 29 Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem; 30 mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem;
Outra palavra importante em é “mundo”. O mundo (gr. Κωσμος/Cosmos) é uma vasta ordem ou sistema que Satanás tem promovido, que se conforma aos seus ideais, alvos e métodos. É a civilização que agora funciona à parte de Deus – uma civilização da qual nenhum dos seus promotores realmente espera que Deus compartilhe, que não atribui a Deus qualquer consideração com respeito aos projetos deles; nem eles atribuem qualquer causalidade a Ele. Esse sistema abrange seus governos ateus, conflitos, armamentos, invejas, sua educação, cultura, religiões de moralidade e orgulho. É essa esfera na qual o homem vive. É o que ele vê, o que ele emprega. Para muitos é tudo o que sempre souberam enquanto viveram neste mundo. O Novo Testamento também nos revela os direitos de Satanás e o controle que ele tem sobre o mundo (; , , ; ; ,; , ).
O crente precisa se conscientizar que o mundo é totalmente mau. É uma verdade muito dura – eu sei, e ela precisa ser elucidada. Satanás incorpora em seu vasto sistema certas coisas que não são más em si mesmas (mídia social, TV, internet etc.). Muitos ideais humanitários, morais e aspectos da cultura são consoantes com as realidades espirituais, embora residam no mundo. Mas a raiz do mal no mundo é de tal forma que há uma ordem ou sistema totalmente abrangente que é esquematizado sobre uma base de completa independência de Deus. É decepcionante que coisas que não são más em si mesmas estejam inclusas nesse grande sistema! Aliás, o esquema satânico é tão sedutor que muitos teólogos já ensinam a ‘perpetuação’ das coisas pertencentes a este cosmos (Randy Alcorn chega a sugerir uma eternidade com obras de arte, jogos esportivos etc.; o que ele chama de ‘continuidade’).
O tempo não nos permite aprofundar nessas questões, mas podemos com toda certeza concluir que, toda propriedade terrena é de ordem satânica, propriedade essa que o crente pode usar, mas não deve abusar Aquilo que Deus agora tolera para propósitos sábios é condenado à completa destruição (; ; ).

CONCLUSÃO

Há diversas questões filosóficas e éticas que envolvem a era digital e toda a sua complexidade. A nossa proposta aqui foi um olhar reflexivo e um chamado ao equilíbrio. Com a graça de Deus, no segundo estudo desta curta série, vamos abordar o tema de forma mais prática, mostrando as ações adequadas e concretas no uso (sem abuso) das mídias sociais.
Que Deus nos ajude a navegar sem que fiquemos presos nas redes!
[1] Ep. Mor. Lxxiv. 18
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