A perseverança da oração em dias difíceis
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Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer: Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem algum. Havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário. Ele, por algum tempo, não a quis atender; mas, depois, disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum; todavia, como esta viúva me importuna, julgarei a sua causa, para não suceder que, por fim, venha a molestar-me. Então, disse o Senhor: Considerai no que diz este juiz iníquo. Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?
Propósito/Alvo: O propósito desse sermão é meditar sobre o imperativo da oração para a vida do cristão diante de dias difíceis, apresentando que o dever de orar está relacionado de forma inerente aquilo que um cristão é e independente das circunstâncias devemos orar com fé, confiantes na justiça de Deus que se manifesta aos seus. De forma específica, vamos meditar sobre as implicações que esses princípios têm na nossa vida e em nosso serviço a Deus, considerando os dias difíceis que viemos.
Introdução
Introdução
Chamada ao assunto
Chamada ao assunto
A oração é uma prática dos filhos de Deus, podemos ver logo nos primeiros capítulos quando a partir de Enos volta-se a "invocar o nome do Senhor" (Gn 4.26). Ao decorrer de toda a história do Antigo Testamento o povo de Deus manteve-se constantemente buscando a Deus, mesmo em momentos críticos de sua história. No Novo Testamento, Jesus também insiste nessa prática em diversas orientações e ações do seu ministério, vemos no sermão do monte e no próprio ensino de Cristo da oração do "Pai Nosso". Orar é algo inerente daqueles que fazem parte do povo de Deus.
Sumário do Sermão
Sumário do Sermão
A nossa exposição do texto apresentará a seguinte sequência,
(1) primeiramente iremos analisar o contexto mais próximo da parábola para lermos de forma atenta as verdades que ela nos apresenta. Nessa etapa iremos descrever a relação dessa parábola com a parábola que vem após (parábola do fariseu e do publicano) e do contexto que vem anteriormente, quanto a vinda do filho de Deus. Nesse contexto que iremos situar o imperativo dado pelo texto quanto ao dever de orar e não esmorecer (v.1).
(2) Após isso iremos apresentar a doutrina contida nessas verdades e os ensina- mentos que derivamos delas. Iremos ver com a perseverança da fé é uma virtude essencial para aqueles que são de fato escolhidos de Deus e como essa implica nos conceitos da nossa vida no tempo, de fé e de justiça.
Ao final do sermão espero que possamos
(3) visualizar as aplicações dessas verdades na nossa vida e contexto pessoal e em como podemos responder com fé e confiança em Cristo para agir diante desses ensinamentos, buscando aperfeiçoar essa prática essencial da nossa vocação em Cristo.
Exposição
Exposição
Contexto imediato
Contexto imediato
O contexto imediato dessa parábola é precedido pela vinda do reino de Deus, conforme visto no capítulo anterior (Lc 17.20-37). Enquanto os discípulos esperam o reino de Deus 2, é impelido a eles que perseverem enquanto vivem nesse mundo na expectativa da segunda vinda. É importante a ênfase dada pelo texto anterior sobre a temporalidade: A vinda virá “naquela noite”, “assim como nos dias de Noé” ou “nos dias de Ló”, de forma inesperada.
Também é importante que observemos o contexto anterior apontando para dias em que o Filho do Homem foi rejeitado. Nesse sentido a expressão do v. 8 “achará, porventura, fé na terra?” é marcante. Nos dias de Noé, rejeitavam a Deus, nos dias de Ló, rejeitavam a Deus. Nos dias que o filho do homem se manifestar, muitos também o rejeitarão. Serão dias difíceis.
Dentro desse contexto, Cristo então conta duas parábolas direcionada aos discípulos (v. 22) com o tema da oração. Na primeira vemos a história do juiz injusto e da viúva importuna, e na segunda sobre o fariseu rejeitado e o publicano justificado. Em um sentido global, parece que Cristo está primeiro dando o (1) imperativo da oração para a vida do Cristão (e esse enquanto condição inerente a quem assim professa) para posteriormente indicar a (2) postura que estes devem ter enquanto oram.
Nesse sentido, temos a parábola que estamos meditando a qual aponta sobre a necessidade de perseverarmos na oração em dias difíceis, quando Cristo é rejeitado. Devemos continuar em oração enquanto esperamos a sua gloriosa vinda. Essa é nossa lição principal.
Jesus inicia o ensino desse texto nos contando uma parábola. A parábola é um dos métodos mais utilizados por Cristo para o ensino e busca ilustrar de forma comparativa verdades ou princípios que Cristo deseja ensinar para seus ouvintes. Logo no início do texto lemos Lucas nos contando que Cristo utilizou desse método, buscando relacionar essa parábola ao que ele contou antes, o que pode ser visto na expressão que introduz ("e lhes contou uma parábola").
"o dever de orar sempre e nunca esmorecer" (v. 1)
"o dever de orar sempre e nunca esmorecer" (v. 1)
Aqui vemos a tensão do imperativo do texto. Existe um dever que implica sobre toda a história, e esse dever é o dever da oração. Esse dever implica em uma obrigação/necessidade básica e se contextualiza no tempo “sempre” (ou constantemente), sobre a condição de não “esmorecer” (ou não se cansar, ou não se desanimar). A oração deve ser constante e não se cansar. Ela é vital e indispensável para o Cristão. Um discípulo de Cristo inevitavelmente ora constantemente. Esse é o imperativo que irá guiar todo o texto.
A persistência da oração: o juiz injusto e a viúva importuna (v. 2-5)
A persistência da oração: o juiz injusto e a viúva importuna (v. 2-5)
A parábola nos conta a história de duas personagens principais. (1) Um juiz injusto e uma (2) viúva importuna. Todo o ensinamento de Cristo deriva da compreensão da relação posta aqui entre essas duas personagens e da comparação que irá fazer sucessivamente.
a) ”o juiz injusto": O texto nos apresenta esse juiz de forma contraditória, vejamos: “um juiz que não temia a Deus e nem respeitava homem algum” (v.2). Um juiz que não cumpre a lei de Deus, e faz isso por decisão resoluta e consciente.
b) “a viúva importuna": Já a viúva importuna, uma mulher desprovida de atenção e que clamava por justiça à sua causa (v.3). É possível que essa viúva chegue até o ponto de ameaçá-lo (e isso pode justificar um certo medo do juiz de que ela pudesse até machucá-lo). O quadro da viúva é tenebroso pois se olharmos na história do próprio povo de Israel, a viúva está inserida no grupo dos desfavorecidos. Aqueles a quem a lei de Deus era necessária para fazer justiça a eles uma vez que sem a lei, eles não teriam justiça. Essa mulher abandonada recorre insistentemente aquele juiz por justiça, pois essa era a sua única esperança.
c) O juiz diante dos clamores da viúva, "não a quis atender" "por um algum tempo”, proporcionalmente ao desfavorecimento daquele juiz está o clamor da viúva pela sua atenção. Por isso ela é importuna e insistente. Ele não a atende, mas ela continua clamando por justiça.
d) Percebemos aqui que a causa pela qual o juiz atende a viúva é o seu interesse próprio de não ser mais importunado por ela (seja fisicamente ou socialmente). Ele quer apenas se livrar da importunação. Continua injusto mesmo se dispondo a fazer a “justiça”. Ele atende o pedido daquela viúva, mas por egoísmo.
A nossa condição de oração: o caso do juiz justo e os seus escolhidos (v. 6-8)
A nossa condição de oração: o caso do juiz justo e os seus escolhidos (v. 6-8)
De forma comparativa Cristo nos leva a olhar para essa ilustração e pensar na nossa relação com a oração em função dos dias que vivemos e da nossa condição diante desses dias. O que temos aqui é uma comparação entre o juiz injusto (ou iníquo) e Deus como juiz justo e da persistência da viúva com o seu pedido em comparação a persistência necessária dos escolhidos de Deus com a oração. Isso pode ser percebido tendo em vista o imperativo do assunto da parábola: o dever de orar e não esmorecer. A viúva é persistente assim como nós em oração também devemos ser.
a) ”Considerai no que diz este juiz iníquo": Jesus chama os seus discípulos a ouvirem o que a fala daquele juiz iníquo representava. E a fala dele mostra que ele é um juiz que "não teme a Deus" mas que fará justiça aquela mulher. Aqui está a situação na qual um mau juiz resolve atender a um pedido por justiça, mas apenas por interesse próprio (veja que o temor a Deus não é algo que lhe obriga a isso). Jesus quer que olhemos para isso.
b) "Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?": Aqui vem o tema central de toda essa parábola. O trecho que Jesus queria chegar. A pergunta é de certa forma irônica, pois Deus faz a comparação, se até um juiz ruim, impróprio a sua função, e que faz justiça de forma interesseira atende um pedido, quanto mais Deus fará justiça aos seus escolhidos que persistentemente clamam a ele.
d) A ideia de comparação persiste, pois enquanto o juiz injusto atende a um pedido por auto-preservação, sendo aquela viúva no mínimo merecedora de algum tipo de julgamento diante do seu adversário, Deus em total oposição ao juiz injusto (e ele é o justo juiz) atende aos seus não por auto-preservação mas pela sua própria decisão (e ele não se preservou para isso, Cristo prova isso em sua obra) e nós não merecedores da sua justiça.
e) “Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça.": A condição de tempo é afirmada aqui. "Embora pareça demorado" ele vem "depressa" com a sua justiça.
f) ”Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?": E aqui é o clímax do texto, o seu momento maior. Os dias são difíceis, e o contexto anterior apresenta o quadro das outras situações (Noé e Ló) quando Deus julgou a terra. A pergunta de Jesus desconcerta, pois, será que no juízo de Deus, na vinda do Filho do Homem, ele irá encontrar fé (que se manifesta naqueles que se estiveram com perseverança em oração) na terra? É esse questionamento que implica os resultados da oração persistente.
Doutrina
Doutrina
Como vimos na exposição do texto, a perseverança da oração diante dos dias difíceis deve ser colocada a luz da justiça do nosso juiz, Deus. O nosso pedido é atendido depressa não pela natureza deles mas por causa da atenção imerecida que recebemos de Deus. Nesse sentido, vamos agora ver quais ensinamentos temos sobre a perseverança da oração em função do
tempo (no decorrer dos dias);
justiça;
fé requerida por Cristo nos últimos dias;
A perseverança da oração
A perseverança da oração
Podemos ver que a temática da perseverança da oração é chave nesse texto desde a primeira expressão do trecho. Ela é reforçada pela última pergunta que Jesus faz quanto a fé que ele irá encontrar na terra pois existe uma dimensão na qual a oração deve ocorrer, e para que ela a oração não se desfaleça (ou esmoreça) ela deve ser perseverante. A oração perseverante é aquela que assim como a viúva clama por justiça, clama em oração diante de Deus.
A perseverança da oração no decorrer dos dias
A perseverança da oração no decorrer dos dias
A questão temporal é percebida no tom que está conduzindo a parábola. Os advérbios de tempo “sempre” e “nunca” dizem respeito quanto a qualificação do assunto da parábola. A perseverança da oração ocorre em uma dimensão de espaço e tempo. Também é possível ver a dimensão temporal na relação entre juiz e a viúva, enquanto o juiz por algum tempo não a quis atender, a viúva estava clamando proporcionalmente a ele por algum tempo também. Na conclusão, vê-se também essa discussão, quando Cristo pergunta retoricamente sobre a justiça de Deus aqueles que clamam “dia e noite”, embora pareça “demorado” mas que será “depressa” a vinda dessa justiça. De forma adjacente, a vinda do filho do homem repercute em um cumprimento temporal de uma expectativa lançada anteriormente (17.20-37). Ele virá a terra e perguntará (isso será em um tempo também).
Mais ainda, os tempos difíceis que vivemos trazem não só a parábola para perto de nós como a própria aplicação de Cristo sobre a parábola. A dimensão de tempo que vivemos é aquela que exige a nossa perseverança. Não devemos orar nos dias de Ló, pois já passaram, e nem nos dias de amanhã pois ainda não existem, mas hoje, nesse instante. Tudo isso nos indica que não é o tempo enquanto conceito que é importante mas que o tempo de hoje é importante. Orai sem cessar, já dizia a recomendação do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses [3].
A perseverança da oração que clama por justiça
A perseverança da oração que clama por justiça
A justiça emerge no texto já quanto a própria ocupação do cargo de uma das personagens (juiz), que no texto é alguém mau, desobediente, ímpio, iníquo. Mas ela ganha tom positivo na comparação com Deus fazendo justiça aos seus. A justiça que era ruim se torna boa. O tom aqui é irônico: Se até um juiz iníquo atende a causa de uma viúva, como Deus não fará justiça a seus escolhidos? A diferença de Deus e o juiz não está somente nas suas qualidades mas também nas ações de justiça, enquanto uma é (a) demorada e interesseira, a outra, de Deus, é (b) depressa e sem ganhar nada em troca.
Fica clara a distinção entre a justiça dos homens e a justiça de Deus. Podemos refletir sobre a orientação da nossa oração diante não da nossa própria justiça mas sim pela justiça divina. Nós oramos de forma perseverante porque estamos confiados no justo juiz, em seu caráter de justiça aos seus e pela atenção que ele dá a aqueles que nem são dignos dele, e que pela sua misericórdia são acolhidos por ele. O foco da oração não é o que se ora mas a quem se ora. E nós oramos para aquele que é verdadeiramente justo.
A perseverança da oração que é sustentada pela fé
A perseverança da oração que é sustentada pela fé
A fé nesse texto implica de forma basilar para o entendimento da perseverança. Para ter perseverança na oração (orar sempre e nunca esmorecer) é preciso ter fé. É importante perceber que a fé no contexto bíblico não implica em um reforço positivo de pensamento mas sim na firme convicção daquilo que não se vê (Hb 11.1). Nesse sentido a fé que rudimenta a perseverança é aquela que vislumbra com certeza a realidade não percebida pelos olhos. E assim, a fé que guia a oração perseverante é aquela que olha para a justiça do justo juiz, Deus, em favor dos seus escolhidos, mesmo que ela aparentemente tarde, a firme certeza é que a guia, pois ele vem depressa em favor dos seus.
Aplicações
Aplicações
De forma prática, algumas propostas de ação podem ser importantes para que essas verdades ganhem vida em nosso dia a dia e sejam realidades presentes em nossa vida cristã. Para isso, devemos considerar os seguintes ensinamentos:
Perseverança da oração ao decorrer dos dias
Perseverança da oração ao decorrer dos dias
A vida de um cristão não existe sem oração. Muitas vezes o dia a dia e suas ocupações nos levam a ignorar essa prática essencial.
Será que a nossa rotina não nos tem atrapalhado em nossa vida de oração?
Será que não estamos inventando desculpas como "a falta de tempo" para orar?
Uma vida de devoção a Deus e de oração é inerente aqueles que professam a fé em Cristo.
Como podemos dizer que somos cristãos se não oramos? Se não persistimos e não confiamos nele? Se não exercitamos a comunicação com o Espírito de Deus?
Ilustração: Daniel [4], mesmo em terra estrangeira, e em dias difíceis, orava persistentemente, três vezes ao dia 4. Ele chegou ao ponto de colocar a sua vida em jogo por causa da sua prática da oração. Hoje em dia, nós abrimos mão da oração para priorizar a nossa vida, enquanto a oração deve ser a nossa vida.
Perseverança da oração que clama por justiça:
Perseverança da oração que clama por justiça:
É muito comum que no nosso dia a dia, em meio a tantos afazeres e ocupações nos entreguemos aos próprios méritos e a própria justiça. Isso nos adoece pois leva a confiar mais em nós mesmos do que no Deus que é quem nos dá as condições de fazermos o que fazemos. É comum vermos que muitos são enfáticos em dizer aquilo que fazem muito bem. “Olha Deus, eu sou um dizimista fiel”, “Olha Deus, eu ajudei uma pessoa que passava por necessidade”. O problema é que pensando assim, a nossa oração (e o relacionamento com Deus e com os irmãos, consequentemente) é contaminada pela autojustificação.
A oração se relaciona com isso pois devemos lembrar que a justiça que nos reveste é a justiça de Deus. Observemos o ensinamento do texto: "Ele fará justiça". Ele não é como nós e sua justiça não é como a nossa.
As expectativas da nossa oração não devem estar naquilo que fazemos mas sim sobre aquilo que ele fez por nós, primeiro e principalmente em nossa salvação, sem a qual nem aqui estaríamos e nem conheceríamos a maravilhosa graça de Jesus. Nunca foi e nunca será pelo que fazemos ou deixamos de fazer. A nossa oração não se move pelo que fazemos mas pelo que ele fez, e essa justiça vem depressa.
Devemos nos perguntar,
Será que temos orado a Deus considerando mais aquilo que fazemos?
Será que temos sido arrogantes e pretensiosos em nossa oração, achando que Deus deve algo para nós por causa de algo que nós temos feito?
Já dizia o conselho de Provérbios, "O caminho do insensato é reto aos seus próprios olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio." Pv 12.15. Antes de apresentar nossa justiça a Deus, que ouçamos ao seu conselho e descansemos na sua justiça que vem depressa, do único que é Justo, em nosso favor.
Perseverança da oração que é sustentada pela fé
Perseverança da oração que é sustentada pela fé
Também é possível que em nossa vida sejamos levados a nos preocupar demais com as circunstâncias do dia a dia. E assim a nossa fé ser abalada por causa disso. Expectativas, desânimos, lutas e tantas outras situações.
Isso se relaciona a oração e a fé, pois não devemos se atentar as circunstâncias, sejam elas boas ou ruins, mas devemos vislumbrar na perseverança da nossa oração a convicção daquilo que não se vê.
Dessa forma podemos entender que independente das situações, o que nos move a orar é a fé dada de presente pelo próprio Deus. Que não cremos por nós mesmos, mas que ela foi dada para que acreditemos em Cristo, no seu sacrifício por nós, e confiemos as circunstâncias da nossa vida nele. A fé que sustenta a nossa oração perseverante é aquela que não vem de nós.
Ao repensar a nossa oração, devemos ver qual a expectativa que tem guiado a nossa oração.
Será que nos relacionamos com Deus em oração devido as contingências da vida, e isso leva a um relacionamento egoísta, ou oramos por que de verdade confiamos a nossa vida inteiramente nas mãos dele, independente das circunstâncias?
Considerações finais
Considerações finais
Por fim, após nos atentarmos para esses ensinamentos, devemos olhar novamente para a pergunta crucial de Jesus com essa parábola: "Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?".
A nossa posição diante de tudo aquilo que já aconteceu em nossa vida (conversão, obras da providência, trabalho, etc) deve nos impelir a sermos a resposta afirmativa a pergunta de Cristo: "Sim, ele achará porque estaremos perseverantes na oração, todos os dias, clamando pela justiça de Deus e sustentados pela fé". Pois ele nos chamou com poderosa mão, nos convenceu da nossa condição e nos mantém aqui. Estamos até aqui pela fé e oro para que assim estejamos até a sua vinda.