PODER SOBRE O DEMÔNIO
o reino de Deus é chegado • Sermon • Submitted
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PODER SOBRE O DEMÔNIO
Texto –
Tema – evangelístico
Serie – O reino de Deus Chegou
INTRODUÇÃO
Como analisamos ontem Jesus e os discípulos cruzaram o Mar da Galileia para o lado oriental. Foram oito quilômetros em noite tempestuosa. Por que Jesus faz isso? Ele sabe que do outro lado tem um homem que anda nu, atacando as pessoas, se cortando, e todos querem se livrar dele, Jesus precisa ir lá porque ele é a única solução para esse homem. Ao chegar ao território dos gentios e desembarcar, Jesus Se confronta com um endemoninhado, vivendo entre sepulcros, banido de todo convívio social. Note a aguda semelhança entre, a furiosa tempestade e os discípulos histéricos nos versículos 22–25, e os gritos do endemoninhado e o clamor dos demônios, o terror dos porcos e o medo do populacho nos versículos 26–39; em ambos os relatos, existe um grande contraste com a atitude de Jesus, revestido de uma majestosa calma, como se faz evidente à luz de suas palavras e atos.
A tradição judaica acreditava que os cemitérios, pântanos e desertos eram regiões habitadas pelos demônios. Lucas descreve a condição do homem abandonado. Seu estado não é apenas de insanidade, mas de possessão. Que valor se poderia atribuir a alguém assim? O confronto de Jesus com esse homem ocorreu próximo da praia, no exato momento em que o Mestre desceu do barco. Note que o homem era “da cidade”. Ele tinha visto dias melhores, quem sabe uma casa, posses, status. Houve um tempo em que vivera entre seus semelhantes e usava roupas. Agora usava bem pouca; aliás, à luz de passagens como , , provavelmente não usava nada. Possuíra um lar (), mas já não o possuía. Por muito tempo habitava onde agora vivia, nos túmulos. Era casado, talvez, tinha filhos? Era filho, era irmão de alguém? Amigo de alguém? Mas agora Estava de posse de demônios, em companhia deles. Era feroz () e, como revelam seus fortes gritos (v. 28; cf. ; ), completamente miserável. Seus concidadãos o consideravam um perturbador público. Nunca demonstravam qualquer interesse por ele, nem qualquer desejo de ajudá-lo. Para proteger-se dele, tinham-no amarrado mais de uma vez, mãos e pés; mas, mesmo quando o vigiavam bem de perto, tão forte e feroz era ele que constantemente quebrava todas as amarras. Entrementes, em meio a seus gritos espantosos, o possesso estava fazendo com que as coisas se tornassem ainda piores para ele, ferindo a carne de seu corpo desnudo com cantos afiados de pedras quebradas ().
Aqui revela-se a suprema especialidade de Cristo: ver além das aparências e circunstâncias. O homem possesso correu e adorou, os demônios fizeram isso não por humildade, mas com medo de ser destruído naquele momento. Curiosamente, o homem nada falou. Os demônios falaram em lugar dele. A fala dos demônios é a resposta da pergunta dos discípulos no verso 25.
Mas Jesus não deixou passar despercebido o pedido de ajuda da criatura desamparada. O nosso senhor não veio a este planeta para entrevistar o inimigo como alguns professos líderes religiosos tem feito. O real inimigo à Sua frente era um velho conhecido. Um colecionador de fracassos em encontros anteriores. “Qual é teu nome?”, Jesus interroga (v. 9). Entre os rabis havia a crença de que, para se ganhar poder sobre o demônio e autoridade para o exorcismo, era necessário conhecer-lhe o nome. Essa não é, contudo, a razão de Cristo. Segundo o verso 29, Ele já havia ordenado que os demônios deixassem o homem. Ao perguntar o nome do poder opressor, Jesus deseja estabelecer uma distinção entre a identidade do ser humano e as forças malignas. Tão completamente esse poder o havia subjugado que o homem tornara-se incapaz de se ver ou agir separado dele. “Legião” era uma lembrança da presença de um poder estrangeiro na Palestina.
Na vizinhança, na encosta, uma manada de porcos – cerca de dois mil deles () – estava a comer. Então os demônios pediram permissão para entrar nos porcos. Jesus lhes dá permissão. O ponto não nos deve escapar, a saber: sem essa permissão os demônios não teriam sido capazes de concretizar seu plano. O evangelista quer imprimir nos leitores o fato de que tudo, até mesmo o reino dos demônios, está completamente sob o controle de Cristo.
Jesus, então, permite que os demônios tomem posse da manada de porcos. Porventura diremos que os porcos – imundos, de conformidade com a lei (; ) –, eram o lugar apropriado para os espíritos imundos? Não podemos pensar assim, eles são criaturas do SENHOR como um gato ou cachorro, que alias também é proibido ingerir, mas seja como for, os demônios agora desistem do domínio opressivo que exerciam sobre o homem e entram nos porcos. Resultado: todos os porcos se precipitam desordenadamente despenhadeiro abaixo no lago e se afogam. Mas como eu disse porco sabe nadar, aqui vemos o plano satânico, que tinha o objetivo de fazer com que toda aquela população expulsasse Jesus da região, mas Jesus ele tem o controle de toda situação.
Duas perguntas requerem consideração: Primeira: “Que justificativa ética havia para que Jesus permitisse que isso ocorresse com os animais?” Porventura não temos em a verdadeira resposta? “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?” Cf. .
A mesma resposta também vale para a segunda pergunta, a saber: “Era certo que Jesus privasse seus proprietários de uma proporção tão elevada de suas possessões materiais?”
Não obstante, além de apelar para a soberania divina, também é preciso realçar que, ao permitir tal perda, Jesus estava realmente ajudando esses proprietários; ou seja, estava ajudando-os caso simplesmente estivessem dispostos a receber sinceramente a lição. Esses proprietários – e em geral as pessoas daquela comunidade – eram egoístas. Em sua escala de valores, a aquisição, a conservação e a multiplicação das possessões materiais – como os porcos – ocupavam um lugar mais importante que a libertação, a restauração da saúde e a liberdade de um homem oprimido, infeliz, indesejável e com o qual não tinham nutrido preocupação; sim, escravizado, desditoso, odiado e abandonado. Por isso necessitavam dessa lição.
Com esse ato fica então confirmando para o homem que ele está livre, tais forças estão separadas, vistas longe dele. Sua identidade está plenamente restaurada, como vemos na cena final do relato (v. 35) A verdadeira religião, em uma verdadeira entrega a Jesus ocorre mudanças, elas afetam cada departamento da vida e cada “faculdade” do ser mais íntimo do homem. Os porcos estão mortos, os porqueiros com um grande problema, de quem é a culpa? Resposta simples, não era deles, correram até a cidade e contaram aos donos e concidadãos, que vieram de forma apresada e confirmaram o que eles disseram. Qual deveria ter sido o resultado? O pesar inicial pela perda dos porcos era natural. Mas não deveriam os proprietários e todos os que de alguma forma foram afetados por essa perda ter dito algo mais ou menos assim: “Compreendemos agora que a perda de nossos porcos foi um preço baixo ante a lição que aprendemos. Esses porcos, essa possessão significava muito para nós. Éramos egoístas. Nunca sentimos preocupação pelas necessidades de nosso concidadão, este pobre e desditoso homem. Agora vemos as coisas de forma diferente. Agora entendemos que os valores humanos excedem em muito os valores materiais”? Não deveriam ter felicitado o homem pelo fato de ele estar sentado aos pés de Jesus? Não deveriam ter levado seus enfermos inválidos a Jesus para que fossem curados? Certamente o povo de toda a região não podia ser totalmente ignorante acerca desse grande Benfeitor! Veja . Não deveriam ter tentado convencer a Jesus a ficar mais tempo em seu meio com o fim de comunicar bênçãos para o corpo e a alma? Cf. . A verdadeira reação deles foi completamente diferente. Aliás, foi completamente contrária. Jesus tinha de ir embora e quanto antes melhor. Ele era um problema e não a solução.
Note que nem sequer demonstram interesse pela restauração do possesso. Parece que nunca haviam aprendido a alegrar-se com os que se alegram (). Não devemos ignorar que tal preocupação por parte deles era mais censurável, porque a atenção deles acabava de voltar-se para a cura do possesso. Note o contexto: “Aqueles que assistiram, contaram ao povo como o possesso de demônio fora curado. Portanto… pediram a Jesus que os deixasse”. Na verdade o coração deles tinha se tornado em extremo endurecido. E tudo indica que não havia exceções favoráveis entre eles: “toda a população da região” apresentou a solicitação.
Aquele que atendera o pedido dos demônios, permitindo-lhes a entrar nos porcos, e do povo para sair do território deles, recusa conceder o pedido de um homem que se convertera em seu ardoroso seguidor. Desse fato aprendemos que, quando Deus permite que seu povo receba o que deseja possuir, isso nem sempre é uma bênção sem mistura. E quando se nega a dizer “sim” em resposta às suas fervorosas petições, isso necessariamente não é sinal de seu desagrado.
O ex endemoniado tornou-se um missionário improvável entre os gentios. Observe a sequência: Jesus toma o barco e retorna à margem ocidental (v. 37). Parece que Ele fora ali apenas para recuperar esse homem e voltar. Um perfeito símbolo de Sua vinda a nós, cruzando o abismo que nos separava dEle. Assim como Jesus foi aquele lugar exclusivamente para salvar esse homem, ele teria vindo aqui a esse mundo e passado tudo o que passou exclusivamente por mim e por você. Esse amor é incompreensível, é sublime.
É possível que você esteja passando por um aprisionamento seja por um vicio, de pecados que você tem lutado contra, que as pessoas acha que não tem mais solução, pensa que você é um caso perdido, e seja possível que você já se tenha convencido disso também, mais eu te digo, Jesus está aqui hoje e quer te libertar, ele afirma que veio “se o filho do homem te libertar verdadeiramente serei livres, conhecereis a verdade e ela te libertará. Ele não veio a esse mundo para deixar alguém nos braços do inimigo, escravizado por ele.
Como Calvino observa, todos nós, “nus e desfigurados, vagamos sem rumo, até que Ele nos restaure à sanidade”. Talvez você precisa ser restaurado a sanidade, ter uma vida nova, um novo homem, uma nova mulher.
BIBLIOGRAFIA
RODOR. Amim, Encontros com Deus, 1° ed. Tatuí, SP, Casa Publicadora Brasileira, 2014.
Hendriksen, W. (2014). Lucas. (V. G. Martins, Trad.) (2a edição, Vol. 1, p. 548–549). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.