Amor que permanece

Sermões para casamento  •  Sermon  •  Submitted
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1Coríntios 13.4–7 NVI
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Vocês escolheram um texto clássico para casamentos, mas na verdade este texto não é sobre família. Paulo está falando a uma igreja profundamente dividida. Corinto era uma igreja em que crentes no Senhor Jesus se separavam por diversas razões: por seguir uma ou outra liderança, pelas suas classes sociais, pelo uso que faziam dos dons espirituais. Alguns se achavam superiores a outros por possuírem um ou outro dom. Paulo escreve esta carta, então, para corrigir esta situação. Não é possível que uma casa dividida permaneça, disse Jesus e, por isso, compreender o que nos une é essencial.
Vocês escolheram um texto clássico para casamentos, mas na verdade este texto não é sobre família. Paulo está falando a uma igreja profundamente dividida. Corinto era uma igreja em que crentes no Senhor Jesus se separavam por diversas razões: por seguir uma ou outra liderança, pelas suas classes sociais, pelo uso que faziam dos dons espirituais. Alguns se achavam superiores a outros por possuírem um ou outro dom. Paulo escreve esta carta, então, para corrigir esta situação. Não é possível que uma casa dividida permaneça, disse Jesus e, por isso, compreender o que nos une é essencial.
Este não é um texto sobre casamento, mas é um texto sobre pessoas, sobre como lidamos uns com os outros, sobre o que forma a base de relacionamentos duradouros, seja na igreja, seja na sociedade, seja na família; e é aí que podemos aplicar 1Co13 a este contexto de hoje, de um casamento que, todos nós esperamos, seja feliz e duradouro, vivido sob as bênçãos do Senhor.
Ora, disse eu que este não é um texto sobre casamento e
Primeiro, é preciso saber o que é o amor. O grego, a língua em que a Bíblia foi escrita, usa de três palavras para descrever o amor. A primeira é a palavra eros, para descrever o amor físico, o desejo sexual entre um homem e uma mulher. A segunda é phileo, que fala da nossa afeição, das nossas emoções, o amor de amigo, por exemplo. A terceira é agape, exatamente a palavra que Paulo usa neste trecho. Agape é o amor que escolhe entregar-se a favor do outro. É um amor que não se caracteriza pela afeição, pela emoção, pela escolha em dar-se. É o amor que levou Jesus à cruz, que fez com que ele escolhesse entregar-se em favor do seu povo. Eu espero que o casamento de vocês tenha bastante eros, e que todos os dias vocês olhem um para o outro com todo o phileo; mas somente o agape pode construir um casamento duradouro - porque as dificuldades vem e se vocês não escolherem dar-se um ao outro, renunciando muitas vezes aos seus próprios interesses, dificilmente sua família permanecerá em pé.
Paulo vai descrever, o que é este agape. O agape é paciente, é uma disposição de suportar o sofrimento causado pelo outro, de entender que o outro é um ser humano em processo de transformação, tanto quanto nós mesmos, de não dar o troco diante da ofensa. Agape é também bondoso, ou gentil, ele age sempre para o bem do outro, buscando o que é melhor - e o melhor, às vezes, é dizer não, ou repreender o erro. Agape não inveja, não se enciuma. Ele pensa o que é melhor do outro e não com malícia. Agape não se vangloria, náo promove as suas próprias qualidades acima do outro.Um amor assim não permite, por exemplo, que nós usemos contra o outro o bem que fazemos, dizendo o quanto a pessoa deveria estar grata por estar junto conosco. Agape não se orgulha, não se acha superior, mas nos coloca na posição de servos uns dos outros. É um amor que não promove o bem de si, mas de quem é alvo dele.
Paulo prossegue descrevendo o agape. Agape não maltrata o outro, não acrescenta cargas à vida alheia. É um amor que nos leva a dividir as dificuldades, para que a vida corra mais leve. Agape não procura seus próprios interesses. Não é um amor que espera retribuição. É amor que se dá sem esperar nada em troca, às vezes nem mesmo um muito obrigado. Agape não se ira facilmente. Ele se autodomina e evita as explosões de raiva, a palavra dura, lançada pra machucar o outro. Agape não guarda rancor. Ele diz o que deve ser dito de maneira branda no tempo certo. É amor que resolve as diferenças e não as reserva para o dia seguinte, ou para quando nos convém atacar o outro. É amor que mata a amargura na raiz.
Agape é amor que se alegra em tudo o que é verdadeiro. É amor transparente, em que a verdade é sempre dita em amor. Ele nada esconde: nem as dores do coração, as preocupações, as faturas do cartão de crédito ou o que passa pelos nossos olhos. É amor de consciência limpa, nutrido no poder do Espírito da verdade, que nos capacita a viver a Palavra de Deus.
Agape é amor que tudo sofre. Ele não se deixa abater pelas dificuldades, mas a tudo suporta na força que Deus dá. Agape é amor que tudo crê. O seu motor é a fé, fé que Deus os abençoa e fortalece, fé que o caminho do Senhor é sempre o melhor, ainda que difícil, fé que o outro está se santificando dia a dia até a glorificação final; e se ele tudo crê, então ele também tudo espera, porque sabe que Deus é fiel em suas promessas e há de honrá-las, na vida e no casamento de vocês. É amor que permanece, mesmo quando o outro não colabora, as contas apertam ou a doença vem. É um amor, como Paulo conclui, que nunca perece, mas permanece vivo, aquecendo o coração de vocês.
Falta, porém, uma definição sobre este amor. Paulo diz que ele é um dom. Um dom é um presente, uma dádiva; e tem de ser assim mesmo. Todos nós conhecemos como é o ser humano; e por conhecermos como as pessoas - e nós mesmos - somos, é que reconhecemos que nosso amor eros pode ser perfeito; até nosso phileo se sai bem; mas agape… Nós não somos dados a este tipo de amor! Desde que Adão e Eva escolheram tentar fazer-se iguais a Deus, o homem se colocou em um trono e deseja ser servido, deseja receber, não entregar. As nossas ações são movidas muito mais pelos nossos interesses, não pelo do outro.
É justamente aí que famílias e casamentos sofrem. Deus projetou o casamento como uma parceria de serviço mútuo; mas, se não existe agape, como este projeto pode funcionar? A mentalidade moderna sobre casamentos é: ‘que dure, enquanto for bom para ambos’. Na verdade, o que se está querendo dizer é ‘que dure, enquanto for bom para mim’. Daí porque muitas uniões naufragam na primeira dificuldade.
Queridos, aprendam agape com aquele que é a própria fonte. Que seria de nós se não fosse o agape a própria natureza de Deus? É pela sua misericórdia, sua graça, sua intenção benigna em nosso favor que somos preservados todos os dias. Não merecemos dele nada mais do que a sua ira. Ainda assim, ele se mostra paciente, sempre bondoso e disposto a dar. Se duvidam, olhem para Jesus. Ninguém encarnou agape com tanta perfeição quanto ele. Sua vida, a sua obra, o seu exemplo nos falam do amor perfeito que temos de ter uns pelos outros.
E vocês, como crentes no Senhor Jesus já receberam este dom. Ele habita em vocês. Vocês já foram capacitados a amar como ele mesmo ama. Coloquem o agape em prática na vida de vocês. Orem para que este dom cresça a cada dia. Nutram este amor em oração juntos, em exortação mútua, em conforto nas dificuldades. Um amor assim jamais será abalado.
Que vocês possam sempre buscar o bem um do outro e que a felicidade do agape de Deus seja o fundamento que permitirá a construção de um lar, de uma família que reflita ao mundo a glória do agape de Deus. Que ele assim os abençoe!
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