Romanos 12.2
Introdução
Desenvolvimento
Em primeiro lugar, o que se deve evitar.
Por certo que os membros da igreja romana eram “santos”. Mas ainda não tinham alcançado o pináculo da impecabilidade. Eram santos, mas também ainda eram pecadores, porque, do lado de cá do céu, nenhum mero ser humano jamais atinge a condição de perfeição moral e espiritual.
Há, ainda, um fato que se deve acrescentar: os membros daquela igreja eram imitadores. Todos nós também não o somos em certa medida? Ou esta regra se aplica unicamente às crianças? Em certo sentido, ela não se aplica a todos? Ela vale especialmente na esfera do pecado e do mal. Não foi Juvenal que disse: “Todos nós somos facilmente ensinados a imitar o que é vil e depravado”? A má companhia corrompe o bom caráter” (1Co 15.33) e, neste presente mundo, é quase impossível evitar completamente a “má companhia” ou ainda afastar os maus hábitos que ainda aderem ao que, em geral, se pode chamar de “boa companhia”. Portanto, a menos que nos ponhamos em guarda, corremos grande risco de nos tornarmos presa do “padrão dessa era má”.
Quando Paulo diz: “não se deixem amoldar segundo o padrão desta era [má]” (1Co 2.6, 8; Gl 1.4), ele está advertindo a membresia de então e de agora contra entregar-se às várias manifestações de mundanismo por meio das quais se veem constantemente cercados, tais como o uso de linguagem suja ou ofensiva, o cântico de músicas obscenas, a leitura de livros torpes, a associação, em termos íntimos, com companheiros mundanos etc. É difícil chegar ao fim da lista.
Observe a questão de entretenimentos. É possível que a pessoa se torne culpada nesse aspecto mesmo quando não haja nada de errado com a recreação que ela escolhe. Por exemplo, se uma pessoa põe no entretenimento seu coração, deixa-se absorver por ele, deixa-se privar de tempo e energia para o envolvimento em causas necessárias e nobres (família, educação cristã, igreja, caridade, missões etc.).
A principal razão pela qual Paulo adverte os leitores a que não se deixem amoldar ao padrão desta era [má] é que o alvo principal do homem não deve ser jamais viver somente para si mesmo. Deve fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10.31).
Eis uma segunda razão: a constante entrega à tentação de amoldar-se ao padrão desta “era [má]” (1Co 2.6, 8; Gl 1.4) termina em amarga frustração, pois “a forma deste mundo passa” (1Co 7.31).
A experiência dos que permitem que sua vida seja assim desperdiçada se assemelha à dos viajantes do deserto. Sua vida é completamente exaurida. Seus lábios são ressecados pela sede. De repente veem ao longe uma fonte borbulhando cercada por árvores frondosas. Com a esperança renovada, apressam-se para esse lugar… só para descobrir que o que veem não passa de miragem. “O mundo e seus desejos estão passando, mas a pessoa que faz a vontade de Deus vive para sempre” (1Jo 2.17).