Efésios 6.10-18: Vencendo As Batalhas Espirituais

Notes
Transcript
Em torno do ano 60 d.C., Paulo está preso em Roma e de lá escreve sua carta aos Efésios. Esta é uma dentre as quatro cartas que Paulo escreve dentro prisão romana.
Esta epístola é de extrema importância para o nosso entendimento sobre os planos eternos de Deus para a sua Igreja. Todavia, como o mal entrou no mundo pelo pecado, a Igreja do Senhor está sujeita aos mais vis ataques malignos, ainda que o Senhor tenha bons planos para ela.
Então, após dar vários ensinamentos para a Igreja em Éfeso, Paulo chega ao final de sua carta, mas não deixa passar em branco a verdade da luta espiritual que a eleita do Senhor enfrenta e continuaria a enfrentar.
Ideia homilética: Todo cristão enfrenta lutas. Essa lutas, no entanto, não são humanas, mas, espirituais. Para opor-se ao Império do Mal e ficar de pé após o embate, o cristão tem que estar vestido com toda a armadura de Deus.
Portanto, o texto nos transmite a seguinte ideia central: Todo cristão enfrenta lutas. Essas lutas, no entanto, não são humanas, mas, espirituais. Para opor-se ao Império do Mal e ficar de pé após o embate, o cristão tem que estar vestido com toda a armadura de Deus.
Paulo compara o cristão, neste texto, a um soldado que vai à guerra. Batalhas espirituais são constantes na vida do cristão. Você está preparado para a guerra?
A maneira pela qual o cristão pode preparar-se para a guerra, combater o inimigo e vencê-lo é usando toda a armadura de Deus. Perceba, não é uma ou outra armadura, mas toda a armadura de Deus.
A luz do que Paulo escreve, veremos hoje a razão para vestir-se de toda a armadura de Deus. Por fim, veremos também como usar esta armadura e ficar de pé após o embate com o Inimigo.
Se há um ensinamento nesta passagem, o ensinamento é este [proposta]: Para vencer as lutas espirituais devemos vestir toda a armadura de Deus.
Proposta: Para vencer as lutas espirituais devemos vestir toda a armadura de Deus.
Por que tenho que estar vestido de toda a armadura de Deus? Qual a razão disto? Essa é uma boa pergunta que tentaremos responder agora.

I: DEVEMOS VESTIR TODA A ARMADURA DE DEUS: DUAS RAZÕES PARA ISTO (12,13)

Primeira razão: esta luta não é humana, mas, espiritual (12)
Exposição
“porque não temos que lutar contra carne e sangue”
Paulo está dizendo que a nossa luta não é contra seres humanos, este é o sentido da expressão “carne e sangue”.
“mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade”
Não devemos nos prender no que significam as patentes “principados, potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade”. Na época de Paulo, estava em alta classificar os anjos, bons ou maus, em organizações. Contudo, o que Paulo está a dizer é que os cristãos deveriam se preocupar em combater as forças do mal, isto é, Satanás e seus demônios.
Outra observação importante é sobre a organização do Império do Mal. Ainda que as nomenclaturas não sejam importantes, o sistema organizacional que Paulo faz deste império, é. Satanás tem um exército extremamente organizado e poderoso, e que atua há milhares de anos - desde a Queda.
“nos lugares celestiais”
O embate do crente não é na terra, mas “contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas” (NTLH).
Ilustração
Não se pode embolsar uma parede usando uma chave de fenda, nem se pode apertar um parafuso usando colher de pedreiro. Para todo o serviço é preciso usar a ferramenta certa.
Aplicação
A luta do cristão não é humana. Não adianta esbravejar ou ficar irritado, é preciso usar a ferramenta certa. Por isso o cristão tem que vestir toda a ferramenta de Deus. São ferramentas espirituais e poderosas para destruir as fortalezas do Inimigo.
Segunda razão: o ataque maligno é certo (13)
Exposição
“tomai toda a armadura de Deus”
“tomai” é imperativo, é uma ordem. É dever do crente se equipar para a batalha. Perceba que a armadura é de Deus. É dele que vem o poder para vencermos a guerra espiritual, mas o dever de vesti-la é do crente.
“para que possais resistir no dia mau”
Deus não apenas dá o poder de vencer, como também a capacitação para tal. Este é o significado da palavra “possais”. Vestido de toda a armadura de Deus, o crente é capaz de resistir, ficando de pé após a guerra.
Deve-nos chamar a atenção, ainda, as palavras: “dia mau”. Isto se refere a um evento. Há momentos em que o Maligno investe pesado contra o crente.
“e, havendo feito tudo, ficar firmes”
Depois de haver feito tudo, isto é, de ter lutado contra Satanás usando toda a armadura de Deus. Se o crente usar toda a armadura de Deus na batalha ele, no final, permanecerá inabalável.
Ilustração
Há um ditado que diz que a única certeza que se tem na vida é a morte. Porém, à luz das Sagradas Escrituras, podemos esperar também o ataque do Inimigo contra nossas vidas.
Aplicação
Mesmo diante da certeza do ataque maligno, o crente não deve temer. Ele tem diante de si, não apenas uma arma, mas toda a armadura de Deus para livrá-lo. Tudo isto está a nossa disposição, mas, cabe a nós o dever de usá-la.
Frase de ligação
Todo cristão enfrenta lutas. Essas lutas, no entanto, não são humanas, mas, espirituais. Para opor-se ao Império do Mal e ficar de pé após o embate, o cristão tem que estar vestido com toda a armadura de Deus. Primeiramente, Paulo nos dá a razão de vestir toda a armadura de Deus. Agora, porém, podemos dizer: Já sei a razão de me equipar com a armadura de Deus, mas como usa-la? Vamos a isso então!

II: DEVEMOS VESTIR TODA A ARMADURA DE DEUS: COMO MANTER-SE DE PÉ (14-18)

Mantenha-se de pé conhecendo as peças da armadura de Deus, seus valores e como utilizá-las (14-17)
O cinto da verdade (14)
Exposição
“tendo cingidos os vossos lombos com a verdade”
O soldado cingia o seu lombo, isto é, prendia um cinto em volta de sua cintura antes de ir a guerra. O cinto, entre outras coisas, servia-lhe de integração, pois a espada do soldado se prendia nele.
A verdade aqui se trata de integridade, sinceridade de mente.
Ilustração
Se ligarmos um carro apenas em um dos polos da bateria, ele não vai dar partida. O cristão, cingido com o cinto da verdade, é como esta bateria. Em um dos polos está a integridade de vida, e no outro, a integração com a palavra de Deus.
Aplicação
O cristão só pode usar a sua espada, que é a Palavra de Deus, se estiver firmado na verdade. Hipócritas não vencem a luta. Cristãos apenas de carteirinha não ficam de pé na batalha. Covardes e medrosos precisam dar meia-volta, mas o cristão verdadeiro tem apoio para usar a Palavra de Deus neste embate.
O peitoral da justiça (14)
Exposição
“e vestida a couraça da justiça”
O soldado usava uma couraça que cobria o peito e os ombros. Paulo estava dizendo que o cristão deve se vestir com o peitoral da justiça. Mas, de que justiça Paulo está falando? Ele não está falando da justiça obtida na salvação, e sim da justiça santificadora de Cristo praticada na vida de um crente, é retidão de vida.
Ilustração
Um policial em troca de tiro deve estar protegido com o seu colete. Este equipamento protege um órgão vital, o coração.
Aplicação
O cristão em batalha deve estar vestido com o peitoral da justiça. Assim como o colete do policial protege o seu coração, uma vida justa e santificadora protege o coração do crente contra os ataques do diabo.
As sandálias do evangelho da paz (15)
Exposição
“calçados os pés na preparação do evangelho da paz”
Os soldados precisavam estar devidamente calçados para estar prontos para a guerra. O termo “preparação” significa “prontidão”.
Os soldados não poderiam usar qualquer calçado. Suas sandálias eram próprias para a guerra. Era uma espécie de calçado de couro com pedras ou pregos nas solas para lhes dar firmeza no combate.
O que dará estabilidade ao cristão na guerra é o “evangelho da paz”. Evangelho são boas novas e, essas boas novas são de paz. O cristão está em guerra contra o Maligno, mas está em paz com Deus. Isto deve prevalecer em sua vida.
Ilustração
Quando os inimigos vinham para cima dos soldados em batalha, eles precisavam firmar os seus pés. Por isso, nas solas de suas sandálias haviam rochas ou pregos. Isto é semelhante a colocar correntes em torno do pneu do veículo para não agarrar no barro.
Aplicação
O cristão precisa firmar-se nessa luta lamacenta contra os poderes do mal. Seus pés não podem derrapar nem atolar. É preciso estar firmado no evangelho da paz. Se tivéssemos que lutar contra Deus, perderíamos a batalha, mas nossa luta não é contra Ele, pois temos paz com o nosso Senhor, e Ele está a nosso favor na peleja. Quando batalharmos contra o mal sairemos vitoriosos firmados nestas boas novas.
O escudo da fé (16)
Exposição
“tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”
A versão atualizada diz: “embraçando sempre o escudo da fé”. O cristão tem o dever de andar sempre com o escudo da fé em seus braços. A razão para isto é que com ele “podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”. Na antiguidade, flechas flamejantes eram lançadas pelo inimigo. Os escudos dos soldados, não apenas impediam que essas flechas os atingissem, como também, as apagavam.
A fé a que o texto se refere não é a fé para salvação, mas a fé como fruto do Espírito. É a confiança plena de que Deus está no controle de tudo e que está te guiando rumo à vitória, ainda que a situação pareça contrária.
Ilustração
Todos quando saímos de casa não a deixamos de qualquer modo, à mercê de ladrões. Damos duas voltas nas chaves, usamos corrente, cadeados, câmeras, cercas elétricas e tudo o mais.
Aplicação
A proteção de nossa casa, isto é, do nosso corpo, é a fé. É a certeza de que Deus está no controle de tudo. Quando o Inimigo lançar suas setas flamejantes dizendo que Deus não está te vendo, que não vale a pena servi-lo como você tem servido, defenda-se com o escudo da fé. Saiba que Deus tem em suas mãos as rédeas do universo, e que, ainda que estejas vivendo em catástrofe o seu “Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” ().
Capacete da salvação (17)
Exposição
“Tomai também o capacete da salvação”
O verbo “tomai” aqui é melhor traduzido por “recebei”. Após vestir a sua armadura, o soldado recebia de seu criado o capacete. Assim, o crente tem de receber a sua salvação de Deus e tê-la em mente, ele não pode desviar-se disso.
Ilustração
Sonhos, muitas vezes, só são realizados quando o sonhador não perde o foco naquilo que sonhou. Um lutador, por exemplo, só irá alcançar o seu auge caso mantenha-se focado em seus treinamentos sonhando com o apogeu.
Aplicação
A salvação ainda que presente é também futura. Em Cristo estamos seguros, mas é preciso persistência, é preciso correr neste objetivo. A nossa salvação ainda não está completa. Por isso, Paulo disse: “uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (,). O crente que quer vencer a batalha espiritual precisa ter a salvação em mente e não se desviar de seu alvo.
A espada do Espírito (17)
Exposição
“e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”
Está muito claro o simbolismo desta espada do Espírito, o texto já diz que ela é a palavra de Deus. Mas há ainda três observações a serem feitas aqui.
A primeira observação é que “espada do Espírito” pode ser melhor traduzido como “a espada que o Espírito dá”. Espírito aqui é o Espírito Santo e não o espírito humano. Então, percebemos que o Espírito Santo nos esta dá a espada da palavra de Deus.
A segunda observação está relacionada ao termo “palavra de Deus”. O termo para “palavra” aqui é “rhema” e pode tanto significar as Escrituras, como uma inspiração divina. Em qualquer um dos casos, vemos apoio bíblico. Jesus disse aos discípulos que se “vos conduzirem para vos entregarem, não estejais solícitos de antemão pelo que haveis de dizer; mas o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo” (). Vemos também Jesus usando as Escrituras para vencer o diabo na tentação do deserto. Paulo podia ter uma, ou as duas coisas em mente.
No entanto, vemos Jesus usando a Bíblia para vencer o diabo na tentação do deserto. Talvez Paulo tenha isto em mente.
Por fim, percebemos que, dentre todas as armas, a única arma de ataque que o cristão tem a seu favor é a Palavra de Deus.
Aplicação
Nós, soldados de Cristo, não temos outra arma de ataque ao Império do mal. Por isso, não podemos usar as armas erradas. O diabo não fugirá de nossas fortes vozes, nem de nossa habilidade em retórica. Você precisa enfrentá-lo pela Palavra de Deus. Use esta poderosa ferramenta!
Mantenha-se de pé em oração constante (18)
Exposição
“orando em TODO tempo com TODA oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com TODA perseverança e súplica por todos os santos”
Primeiramente, deve-se distinguir quatro termos aqui:
Oração. Termo genérico para expressar louvor e pedidos reverentes a Deus.
Súplica. Fazer um pedido urgente e severo ao Senhor.
Vigiar. Vigiar é manter-se alerta como um bom sentinela.
Perseverar. Perseverar é persistir até obter o resultado desejado.
Uma vez identificado estes quatro termos, não podemos deixar de destacar a palavra “todo/toda”. Em apenas um versículo ela aparece quatro vezes. A razão disto é que Paulo quer que seus leitores entendam que, enquanto estão em batalha, em todo o tempo, eles devem estar orando, suplicando, vigiando e perseverando em oração.
Perceba também que, enquanto luta, o crente deve estar equipado com a armadura que é de Deus, mas, neste momento deve também fazer a sua parte, orando, suplicando, vigiando e perseverando. Isto cabe ao homem fazer.
Aplicação
Deus tem a sua forma de trabalhar. Ainda que Ele não precise do homem, a sua bondade não o permite agir sozinho. Deus conta com o homem. As armas são de Deus, mas o homem é convocado a agir em oração, súplica, vigilância e perseverança o tempo todo. Nunca despreze estas armas poderosas!

Conclusão

Todo cristão enfrenta lutas. Essas lutas, no entanto, não são humanas, mas, espirituais. Para opor-se ao Império do Mal e ficar de pé após o embate, o cristão tem que estar vestido com toda a armadura de Deus. Vimos que existem duas razões para vestirmos toda a armadura de Deus. Primeiro, a luta não é humana. Segundo, o ataque maligno é certo. Vimos também como manter-se de pé ao conhecermos as armas de Deus e como usá-las e aprendemos que em todo o tempo devemos orar, suplicar, vigiar e perseverar em oração. E agora, você se vê pronto para a batalha? Não perca tempo, vista toda a armadura de Deus, saia para a batalha e permaneça de pé!
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