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Grande como uma criança • Sermon • Submitted
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O PODER DO TESTEMUNHO
Texto – II Reis 5.2-3;
Série – Grande como uma Criança
Tema – Testemunhar é preciso.
Tese – Todos somos testemunhas de Jesus.
INTRODUÇÃO
A Suprema Corte dos Estados Unidos ordenou, em 1954, que as escolas públicas passassem a incluir alunos negros. Em Nova Orleans, Ruby Bridges, uma garotinha negra de seis anos, foi aceita na Escola William Frantz. Todos os alunos brancos de sua classe deixaram de ir à escola. Apenas Barbara Henry, uma nova professora, concordou em lecionar para Ruby, e as duas se assentavam sozinhas na classe. Ao entrar na escola e sair dela, Ruby enfrentava uma multidão de revoltados, atirando objetos e brandindo punhos para a criança, com insultos e ameaças.
Uma mãe branca chegou a levar uma boneca negra em um caixão. Outra ameaçou envenená-la. Porque a polícia local se negou a oferecer proteção à criança, o governo federal enviou agentes especiais, que escoltavam a menina todos os dias. A pressão do racismo era extrema. Os pais de Ruby eram paupérrimos e iletrados. Em represália, o pai perdeu o emprego como frentista, seus avós que eram meeiros, foram expulsos da terra em que trabalhavam, e as mercearias se negavam a vender mantimentos para eles. A mãe limpava o chão de casas, quando arranjava algum trabalho, e encorajava sua pequena filha a ser forte.
No mesmo ano, Robert Coles, psiquiatra, autor e professor na escola de medicina da Universidade Harvard, que estudava o estresse, decidiu analisar o caso Ruby. Ele foi para Nova Orleans e entrevistou Ruby e seus pais. Para sua surpresa, não encontrou na garota ou em sua família qualquer sinal de estresse. Coles soube que aquela garotinha parecia conversar com a multidão todos os dias. Ele perguntou a Ruby o que ela dizia. Ela lhe disse que orava por todos. Coles descobriu que Ruby e sua família oravam juntos todas as noites em favor dos manifestantes brancos. Ruby aprendera que Jesus havia orado por Seus inimigos. Ela O imitava.
Suas orações se tornaram tão famosas que em agosto de 1985, a revista Christianity Today publicou o artigo “As Inexplicáveis Orações de Ruby Bridges”. Frequentando sozinha uma escola de brancos, Ruby diariamente parecia estar conversando com a multidão irada ao entrar na escola e sair dela. Estava, na verdade, orando pelos inimigos. O artigo acrescenta o seguinte subtítulo. Essa atitude deixou o psiquiatra de Harvard intrigado, pois a fé revelada por essa menina de seis anos era algo estranho para ele.
O doutor Coles não conseguia esquecer aquela criança. Por causa de sua influência, finalmente ele se entregou a Cristo. Ruby, em sua fé, não permitiu que a multidão que a insultava e a ameaçava, duas vezes por dia, a perturbasse. A imagem daquela pequena garota negra, escoltada por quatro enormes agentes federais brancos, inspirou o famoso cartunista Norman Rockwell a criar um belo quadro que ilustrou a capa da revista Look, em 1964. Charles Burks, um dos agentes, mais tarde comentou que Ruby demonstrava grande coragem. “Nunca chorou ou reclamou”, disse Burks. “Ela apenas marchava como um pequeno soldado.”
Em 1995, o doutor Coles publicou o livro The Story of Ruby Bridges. Barbara Henry, a professora que se assentou por um ano ao lado de Ruby para ensinar-lhe as lições na escola vazia, sob o boicote dos brancos, participou com ela no programa televisivo Oprah Winfrey Show. Ruby começou a ver, então, a necessidade de envolver os pais nas escolas e levá-los a assumir um papel mais ativo na educação das crianças. Em 1999, ela criou a Fundação Ruby Bridges, em Nova Orleans, com o lema: “O racismo é uma doença de adultos, e devemos deixar de usar as crianças para disseminá-la.” Em 2007, o Museu das Crianças de Indianápolis passou a exibir um documentário sobre Ruby.
Ruby, mais tarde, tornou-se uma líder de ação social contra o racismo. Recentemente, em 2011, ela foi homenageada pelo presidente Barack Obama, e em 2014 uma estátua de Ruby foi levanta na escola Willian Frantz. Ruby testemunhou para a nação, em várias ocasiões, de sua fé e visão. Uma revista de liderança afirma que “Ruby Bridges agiu como líder e demonstrou o tipo de atitude exemplar”. Mais que isso, Ruby agiu como uma seguidora de Jesus Cristo. A história dela terminou com a liberação das escolas para alunos negros e inspirou toda a nação.
II – AS TEMPESTADES DA VIDA NÃO CONHECEM IDADE
Em uma de suas constantes invasões a Israel, os sírios levaram cativa uma pequena garota, talvez entre 12 e 14 anos. Teriam seus pais e irmãos sido exterminados ou vendidos como escravos? Além do fato de ela ser uma cativa em terra estranha e distante, nada mais sabemos dela. Não sabemos nem mesmo seu nome, a que tribo pertencia ou a cidade de origem. Mais uma vez, contudo, no cenário bíblico, um papel maior é desempenhado por um figurante menor.
Essa garota anônima não apenas nos surpreende. Ela toca nossas emoções. Sua vida havia sido arruinada. E quem era o responsável? O marechal de campo Naamã, o supremo comandante militar. Estrangeira, escrava, mulher, ela se encontrava na prateleira inferior da estrutura social da Síria. Tinha tudo para se tornar amarga, cínica e dominada por ressentimentos. Porém, como ela responde quando ouve que aquele que lhe causara tamanha dor está ferido de lepra? Ela não diz: “Oh, lepra, hein? É por isso que eu vi aquelas manchas terríveis. É um caso sem esperança. Dançarei em sua sepultura.”
Nesse drama, ela se destaca por sua fé em Deus. Certamente, essa humilde garota hebreia não sabia o que sua piedade, precisamente sua única distinção, haveria de realizar. Jamais poderia imaginar que sua história fosse imortalizada nos escritos sagrados.
III – PAIS PIEDOSOS, FILHOS EXEMPLARES
À mercê de seus senhores pagãos, ela deve ter tido formidáveis questões em sua mente juvenil. Ela poderia ter rejeitado sua fé e suas raízes. Os pais, entretanto, piedosos israelitas, não haviam sido negligentes. No coração daquela criança, eles implantaram para sempre o temor do Senhor. Ela poderia ter escondido sua fé, mas não fez isso. Ela a usa. Que extraordinário encorajamento para todo aquele que se julga humilde e incapaz, limitado por circunstâncias adversas! A história dessa menina é a permanente lembrança de que, pela fé, podemos ser instrumentos de bênção para o mundo. Ela não busca revanche. Simplesmente confia nAquele que julgará todas as coisas. Ela perdoa Naamã.
A heroína anônima superou qualquer síndrome de amargura ou ressentimento contra o agressor e o conduziu à cura e salvação, ela tornau-se um instrumento de benção e esperança. Com palavras que expressam simpatia, compaixão, convicção e fé, ela diz: “Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra” (v. 3). Ela faz, afinal, aquilo que toda a Bíblia nos ensina fazer. Amar nosso inimigo.
Naamã tinha esperança porque um pai e uma mãe foram fieis a Deus ensinando a pequena menina a amar seu inimigo, o comandante seria abençoado porque os pais dessa menina tiraram tempo para educa-la no caminho do SENHOR, aconteceu um milagre na vida de Naamã, porque esses israelitas ensinaram a criança no caminho em que andar.
IV – CONTRASTE DA MENINA COM O REI
Após o testemunho impactante desta pequena juvenil, Naamã consegue autorização do rei da Síria para ir a Israel. A Bíblia na NVT nos informa que: Naamã partiu levando 350 quilos de prata, 72 quilos de ouro e dez roupas de festa. Segundo os cálculos de alguns, seria o equivalente a 60 mil dólares em presentes. Há coisas que o dinheiro pode comprar, mas ele é absolutamente impotente diante dos grandes desafios da vida. O preço que Naamã teria que pagar para ser curado da lepra seria muito maior do que sua arrogância poderia imaginar.
Naamã foi a Jorão, rei de Israel, com a carta de seu rei. Ao ler a carta, Jorão não sabia o que fazer. Que extraordinário contraste com a pequena serva hebreia! Com todo seu poder político, ele se mostra impotente diante da situação. Seu preparo para ser rei nada lhe ensinara sobre uma questão assim. Poder e posição não poderiam tratar com uma emergência dessa natureza. Apenas o homem de Deus poderia assumir o controle. Jorão encenou seu espetáculo patético. A carta provavelmente não fizera menção ao profeta. Isso revelou a desconexão do rei com a fé israelita.
Jorão, o rei, é um tipo de muitos membros da igreja e muitos de seus líderes. Diante de crises, reais ou imaginárias, eles apenas se desesperam, revelando o verdadeiro caráter. Correndo de um lado para o outro, assustados, demonstram apenas capacidade para fazer barulho, alienados dos recursos da fé. Em vez de ver na dificuldade uma oportunidade para o Deus do Céu, o rei agiu como um louco, lamuriando-se e vendo fantasmas imaginários. Um péssimo testemunho diante dos pagãos!
V – A CURA
Inicialmente Eliseu repreendeu o desempenho confuso do rei Jorão na conversa com Naamã: “Deixai-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel” (v. 8). Naamã, afinal, descobriu não apenas o profeta, mas, por meio dele, o próprio Deus de Israel. Embora relutante em banhar-se no insignificante Jordão, ele compreendeu que seu orgulho quanto aos rios de Damasco era completamente infundado.
Naamã precisou ser curado do orgulho e entender que a cura existia no Jordão, não havia cura em Abana e Farfar. A cura vinha do Deus de Israel, não dos deuses Sírios. Quando ele aceitou isso e foi obediente a voz profética conseguiu a cura tão desejada.
Nós também temos a palavra profética que tem sido tão desvalorizada. Os escritos de Ellen White são uma continua e autorizada fonte de verdade que proporciona conforto, orientação, instrução e correção a igreja. (Manual da I.A.S.D. pág. 15)
CONCLUSÃO
Pense agora na pequena menina. Teria a garota hebreia na casa de Naamã testemunhado a cura de algum leproso? Difícil dizer. Provavelmente não. Mas ela agiu em absoluta confiança. Impressionado com o testemunho dela, o comandante buscou a cura e conseguiu muito mais do que sonhava.
Houvesse ela escondido sua lâmpada, negado sua fé e deixado de dizer o que sabia, a história provavelmente seria outra. Nunca teríamos ouvido a respeito dela. O impacto não foi apenas para Naamã, mas para ela própria. Porque o testemunho missionário é tanto um meio para transformar como para ser transformado. Ele não afeta apenas a pessoa a quem se ministra, mas também afeta quem testemunha, a única distinção dessa garota era sua fé em Deus, e essa é precisamente a única razão pela qual ela entrou para a história sagrada. Seu exemplo sobreviveu para sempre como uma tocha brilhante.
Querido irmão, a única forma de manter sua fé viva e expandi-la é partilhando-a. Não seja negligente ao deixar de ensinar seus filhos a serem fieis a Deus em qualquer situação. E essa fidelidade a Deus não pode estar atrelado somente aos momentos em que vocês pais estão por perto, o juvenis precisam aprender a dar bons testemunhos em prol da verdade mesmo quando não estão sob os olhares dos responsáveis.
Ellen White declara que: “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus. No entanto, um caráter assim não é obra do acaso, nem se deve a favores e concessões especiais da providência. Um caráter nobre é resultado da disciplina própria, da sujeição da natureza inferior pela superior – a renúncia do eu para o serviço de amor a Deus e à humanidade.” (Educação, p. 57)
APELO
Cada jovem e cada criança têm uma obra a fazer para honra de Deus e erguimento da humanidade. Deus deseja revelar hoje, por meio de jovens e crianças, as mesmas poderosas verdades que foram reveladas por pessoas como a menina cativa, José, Daniel e outros. Os jovens precisam ser impressionados com a verdade de que seus dons não pertencem a eles mesmos. Força, tempo, intelecto são tesouros emprestados. Pertencem a Deus. Desse modo, deve ser a decisão de todo jovem fazer deles o mais elevado uso. O jovem é um ramo do qual Deus espera fruto; um administrador cujo capital deve crescer; uma luz para iluminar as trevas do mundo. (Evangelismo, pág. 16)
O maior testemunho que pode ser dado em nome do Deus do Céu são as palavras de uma pessoa cuja vida reflita total confiança nEle. Só a eternidade pode medir os resultados do testemunho de confiança no Deus de Israel, dado pela serva cativa diante de sua senhora em uma terra estranha. E somente os céus poderão revelar a extensão do trabalho feito por pais que amam a Deus e educa os seus filhos no caminho da justiça.