Eleição e Predestinação
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1. DECLARAÇÃO CONFESSIONAL DA COALIZÃO EVANGÉLICA
1. DECLARAÇÃO CONFESSIONAL DA COALIZÃO EVANGÉLICA
Artigo 5 - O Plano de Deus
Cremos que desde toda a eternidade Deus determinou, em sua graça, salvar uma grande multidão de pecadores culpados, vindos de toda tribo, língua e nações, e com este fim os conheceu e escolheu. Cremos que Deus justifica e santifica aqueles que, por sua graça, têm fé em Jesus, e que um dia ele os glorificará — tudo para o louvor de sua gloriosa graça. Em amor, Deus ordena e suplica que todas as pessoas se arrependam e creiam, tendo posto esse amor salvífico sobre aqueles que escolheu e tendo ordenado a Cristo como redentor deles.
2. JONATHAN EDWARDS (1703-1758) E A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
2. JONATHAN EDWARDS (1703-1758) E A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
Desde a infância, minha mente esteve cheia de objeções contra a doutrina da soberania de Deus, na Sua escolha de quem iria para a vida eterna, e Sua rejeição a quem desejasse; deixando-os perecer eternamente, e sendo eternamente atormentado no inferno. Parecia ser uma doutrina horrível para mim. Mas eu me lembro muito bem do tempo quando eu parecia estar convencido, e totalmente satisfeito, com a soberania de Deus e a sua justiça em assim eliminar eternamente os homens, de acordo com a sua vontade soberana.
No entanto, minha mente descansou nisso; e pôs fim a todas essas contestações e objeções. Houve uma alteração maravilhosa em minha mente, no que diz respeito à doutrina da soberania de Deus, desde aquele dia até hoje... A soberania absoluta de Deus e Sua justiça, no que diz respeito à salvação e condenação, é o que minha mente descansa convencida, assim como qualquer coisa que eu vejo com meus olhos... Essa doutrina tem muitas vezes sido agradável, brilhante e doce. Soberania absoluta é o que eu amo nomear Deus.
(Jonathan Edwards, Selections [New York: Hill and Wang, 1962], pp. 58-59).
3. AGOSTINHO DE HIPONA (354-430)
3. AGOSTINHO DE HIPONA (354-430)
“Que eu te conheça, ó conhecedor de mim, que eu te conheça, tal como sou conhecido por ti. Ó virtude da minha alma, entra nela e molda-a a ti, pra que a tenhas e possuas sem mancha nem ruga.”
(Confissões X.I.1)
CONHECER VERDADEIRAMENTE A DEUS É UM PROCESSO DE DOR!
O VERDADEIRO CONHECIMENTO É UM PROCESSO DE HUMILHAÇÃO!
4. “ORDO SALUTIS”
4. “ORDO SALUTIS”
• Antes do tempo, Deus amou e predestinou (elegeu) os piores pecadores para a salvação;
• No tempo, estes foram chamados e regenerados, o que leva os eleitos a responderem ao chamado do evangelho com fé e arrependimento; Isso implica a justificação e a adoção, assim como a santificação, a perseverança;
• Ao fim do tempo, a glorificação, tendo como alvo a união mística do fiel com Cristo.
• Ainda que seja possível sistematizar essas graças sequencialmente, algumas delas são dadas instantaneamente, enquanto outras progressivamente.
CALVINO
1.União mística
2.Fé
3.Arrependimento
4.Reconciliação
5.Regeneração
A.H. STRONG
1.Eleição
2.Vocação
3.União com Cristo
4.Regeneração
5.Conversão: arrependimento e fé
6.Justificação
7.Santificação
8.Perseverança
5. DEFINIÇÃO
5. DEFINIÇÃO
Eleição é um ato de Deus, antes da criação, no qual ele escolhe algumas pessoas para serem salvas, não por causa de algum mérito antevisto delas, mas somente por causa de sua suprema boa vontade.
- Wayne Grudem
Deus Pai escolheu quem ele iria salvar e enviou seu Filho para salvá-los (João 6:37-40). Aqueles que foram “escolhidos” (Ef 1:4, etc.) também são descritos como “dados” ao Filho (João 6:37, 39; 17:6, 9-12, 24) e como suas “ovelhas” que ele veio salvar (João 10:11, 15, 16). De fato, é porque são as ovelhas de Cristo que ouvem sua voz e o atendem prontamente quando ele chama (João 10:26-27; cf. Atos 13:48; Rom 11:7; 1 Tes 1:4-5).
Zaspel, F. G. (2018). . In B. Ellis, M. Ward, & J. Parks (Orgs.), Sumário de Teologia Lexham. Bellingham, WA: Lexham Press.
Os termos eleição e predestinação são frequentemente usados de forma intercambiável, ambos se referindo ao decreto gracioso de Deus, segundo o qual ele escolhe alguns para a vida eterna. Em Romanos 8:30, Paulo fala daqueles a quem Deus predestinou, chamou, justificou e (no final) glorificou. Em 8:33, Paulo faz referência aos “eleitos”, aparentemente um sinônimo para os predestinados descritos alguns versículos antes.
- Kevin De Young
6. ANÁLISE BÍBLICA
6. ANÁLISE BÍBLICA
28 Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 29 Pois aqueles que Deus de antemão conheceu ele também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
Eleição - ἐκλογή – eklogē (6x)
At 9.15 Mas o Senhor disse a Ananias: — Vá, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e reis, bem como diante dos filhos de Israel.
Rm 9.11 E os gêmeos ainda não eram nascidos, nem tinham feito o bem ou o mal — para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama —,
Rm 11.5 Assim também nos dias de hoje sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça.
Rm 11.28 Quanto ao evangelho, eles são inimigos por causa de vocês; mas quanto à eleição, amados por causa dos patriarcas;
1Ts 1.4 Sabemos, irmãos amados por Deus, que ele os escolheu,
2Pe 1.10 Por isso, irmãos, procurem, com empenho cada vez maior, confirmar a vocação e a eleição de vocês; porque, fazendo assim, vocês jamais tropeçarão.
Textos sobre “eleição” na Bíblia (151 passagens)
Dt 7.6–8; Jo 15.16–17; Rm 9.6–13; 1Co 1.26–31; Ef 1.3–14; 1Pe 2.9; Gn 12.1–9; 15.1–21; 18.16–33; 21.8–21; 22.1–19; 25.12–28; 3.1–24; 2Sm 5.6–16; 7.18–29; 1Rs 11.26–40; 8.14–21, 22–53; 2Rs 19.20–34; 1Cr 15.1–29; 16.7–36; 17.1–27; 28.1–21; 29.1–9; 2Cr 12.13–16; 33.1–9; 6.3–11; 7.12–22; Ne 9.1–21; Sl 105.1–22, 23–45; 106.1–23; 132.1–18; 135.1–21; 33.1–22; 65.1–13; 78.56–72; 89.1–18, 19–37; Êx 19.1–25; 33.12–23; 4.18–31; Is 14.1–2; 41.1–20; 42.1–9; 43.1–21; 44.1–5; 45.1–13; 48.12–22; 49.1–13; 51.1–16; 65.1–16, 17–25; Jr 1.4–19; 27.1–22; 33.19–26; 43.1–13; Ez 20.1–32; Am 3.1–8; Ag 2.20–23; Zc 1.12–17; 2.6–13; 3.1–5; Ml 1.2–5; Nm 15.37–41; 17.1–13; 3.5–13; 8.5–26; Dt 10.12–22; 12.1–28; 14.1–2; 17.14–20; 18.1–8; 21.1–9; 26.16–19; 31.30–32.18; 4.15–40; 7.1–11; 9.1–29; Mt 11.25–30; 12.14–21; 20.1–16; 22.1–14; 24.27–31, 36–44, 4–26; 25.31–46; 3.13–17; Mc 13.24–27, 5–23; 3.13–19; Lc 10.17–24; 18.1–8; 23.26–49; 6.12–19; 9.27–36; Jo 10.22–42; 13.1–20; 15.12–17, 18–25; 17.1–5, 6–19; 6.22–40, 41–59, 60–66, 67–71; At 1.1–3, 15–26; 10.34–43; 13.13–41, 42–52; 2.14–39; 21.37–22.21; 9.10–19; Rm 1.1–7; 11.1–10, 11–36; 8.18–30, 31–39; 9.14–29, 6–13; 1Co 1.1–3, 26–31; Gl 1.11–17; Ef 1.3–14; 2.1–10; Fp 2.12–18; Cl 3.12–17; 1Ts 1.2–10; 2.1–12; 2Ts 2.13–17; 1Tm 5.17–25; 2Tm 1.8–12; 2.1–13; Tt 1.1–4; Tg 1.12–18; 2.1–13; 1Pe 1.1–2; 2.4–10; 5.12–14; 2Pe 1.5–11; 2Jo 1–3, 12–13; Ap 13.1–10; 14.1–5; 17.7–18; 7.1–8; 9.1–12; 1Sm 10.17–27; 12.1–25; 16.1–13
7. PONTOS IMPORTANTES
7. PONTOS IMPORTANTES
Eleição aconteceu na eternidade – Ef 1.4; 2Ts 2.13; 2Tm 1.9
A eleição não é com base no mérito – 1Co 1.26-31; Dt 7.7-8; 9.4-6; Tg 2.5
A eleição não suspende o uso dos meios de salvação - 2Ts 2.13–14;Mt 1.21; Ef 2.8–10; Tg 1.18; 1Pe 1.2; At 18.9-11
A eleição é um motivo para louvor - Rm 11.28–36; Ef 1.3–14; 1Ts 1.2–4; Mt 11.25-26
A eleição é uma fonte de conforto - Rm 8.31–39; Jo 10.27–29; Jo 17.2
A eleição é um incentivo para o comportamento justo - Cl 3.12–14; Fp 2.12–13
Devemos pregar para que Deus salve os eleitos - 2Tm 2.10; At 18.9-11
8. TRÊS RAZÕES PARA A ELEIÇÃO
8. TRÊS RAZÕES PARA A ELEIÇÃO
Deus opera “todas as coisas” de acordo com o seu propósito e a salvação humana não é uma exceção (Ef 1.11).
A eleição é necessária dadas as consequências escravizantes e cegantes da depravação humana (1 Cor 2:14; 2 Cor 4:3–4; cf. João 6:44; 8:43, 45; Rom 8:7–8).
Deus nos escolheu “para o louvor da sua graça gloriosa” (Ef 1:4–6). Seu objetivo era seu próprio e exclusivo louvor (1Co 1.30-31).
9. COMO SABEMOS QUE SOMOS ELEITOS?
9. COMO SABEMOS QUE SOMOS ELEITOS?
4 Sabemos, irmãos amados por Deus, que ele os escolheu,
5 porque o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavra, mas também em poder, no Espírito Santo e em plena convicção. E vocês sabem muito bem qual foi o nosso modo de agir entre vocês, para o próprio bem de vocês.
6 E vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra com a alegria que vem do Espírito Santo, apesar dos muitos sofrimentos
1Ts 1.4-5 (ver Rm 8.28; Jo 6.37-40)
10. DOUTRINA DA REPROVAÇÃO
10. DOUTRINA DA REPROVAÇÃO
Quando entendemos a eleição como ação soberana da parte de Deus de escolher algumas pessoas para serem salvas, há então necessariamente outro aspecto dessa escolha, a saber, a decisão soberana de Deus de não levar em conta outras e não salvá-las. Essa decisão de Deus na eternidade passada é chamada reprovação.
Reprovação é a decisão soberana de Deus, antes da criação, de não levar em conta algumas pessoas, decidindo em tristeza não salvá-las e puni-las por seus pecados, manifestando por meio disso sua justiça.
De muitas maneiras, a doutrina da reprovação é o mais difícil de todos os ensinos das Escrituras; difícil de entender e difícil de aceitar, porque trata de consequências horríveis e eternas para seres humanos feitos à imagem de Deus. O amor que Deus nos dá pelos outros seres humanos e também o amor que Ele ordena que tenhamos pelo próximo nos fazem recuar diante dessa doutrina, e é compreensível que sintamos tão grande terror ao contemplá-la. É algo em que não iríamos querer acreditar, e não acreditaríamos, se as Escrituras não o ensinassem claramente.
Devemos lembrar, também, que há importantes diferenças entre a eleição e a reprovação apresentadas na Bíblia . A eleição para a salvação é vista como uma causa para regozijo e louvor a Deus, que é digno de louvor e recebe todo o crédito pela nossa salvação (veja Ef 1.3-6; 1Pe 1.1-3). Deus é visto como quem nos escolhe ativamente para salvação, o que Ele faz com amor e prazer. Mas a reprovação é vista como algo que traz tristeza a Deus, não deleite (veja Ez 33.11), e a responsabilidade pela condenação dos pecadores é sempre lançada sobre as pessoas ou anjos que se rebelam, nunca sobre o próprio Deus (veja Jo 3.18-19; 5.40). Assim, pelo que as Escrituras apresentam, a causa da eleição está em Deus, e a causa da reprovação jaz no pecador. Outra diferença importante é que o fundamento da eleição é a graça de Deus, ao passo que o fundamento da reprovação é a justiça de Deus. Portanto “predestinação dupla” não é uma frase exata nem útil, porque negligencia essas diferenças entre a eleição e a reprovação
Grudem, Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva . 1ª edição. Ed. Vida Nova, São Paulo, SP, 2003. 573-576.
“Decreto, certamente, horrível (que inspira terror), confesso”
- João Calvino, Institutas , 3.23.7
11. ILUTRAÇÃO: A LISTA DE SCHINDLER
11. ILUTRAÇÃO: A LISTA DE SCHINDLER
12. APLICAÇÃO
12. APLICAÇÃO
Que diremos? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum.
Rm 9.14