Jesus ou Barrabás?
Mateus • Sermon • Submitted
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· 569 viewsTodos estavam seguindo suas vontades ou a de outros homens. Apenas Jesus seguia a vontade de Deus. Todos achavam que estavam se dando bem. Jesus, o único para quem tudo parecia estar dando errado, era o único que estava indo corretamente.
Notes
Transcript
Handout
Introdução
Introdução
Bom dia, graça e paz. Esse mês, como todos devem saber, estamos lendo um capítulo do Evangelho de Mateus por dia. E como hoje é dia 27, resolvi trazer um texto que está nesse capítulo. O texto que vamos meditar nessa manhã está lá em Mateus 27.26.
Então Pilatos soltou-lhes Barrabás, mandou açoitar Jesus e o entregou para ser crucificado.
Essa passagem faz parte da paixão de Cristo, os momentos finais de nosso salvador antes de sua morte.
Essa passagem que lemos mostra exatamente o momento em que Jesus é condenado por Pilatos, à crucificação. Também nos mostra a multidão e os sacerdotes e líderes dos judeus tendo sua voz ouvida, pois Pilatos, ao mesmo tempo que condena Jesus, liberta Barrabás, um assassino revolucionário.
E acho que essa passagem tem muito a nos ensinar sobre quando, ao invés de ouvirmos a voz de Deus, damos ouvidos as vozes de outras pessoas, ou muitas vezes, damos ouvidos apenas ao que queremos.
Ao invés de colocarmos as coisas de Deus em primeiro lugar, colocamos nossos próprios interesses, ou os interesses dos outros, nesse primeiro lugar.
Essa passagem tem vários personagens, e gostaria que víssemos cada um deles e meditássemos no que cada um deles estavam fazendo nesse momento.
Os líderes e sacerdotes
Os líderes e sacerdotes
Em primeiro lugar, temos os chefes dos sacerdotes e líderes dos judeus. Foram eles que pagaram as 30 moedas para que Judas Iscariotes traísse Jesus.
Foram eles que o prenderam, que o espancaram, e que o acusaram de blasfêmia. Foram eles que o levaram para Pilatos, para que ele condenasse Jesus a morte.
Foram eles que incentivaram a multidão a pedir pela libertação de Barrabás. Esses homens estavam incomodados com Jesus a muito tempo, sempre procurando um motivo para acusá-lo e para matá-lo. Basta ler os evangelhos que vamos ver o quanto Jesus foi perseguido por esses homens.
E tudo isso tinha apenas um motivo, que o próprio Pilatos percebeu logo, está lá em Mateus 27.18
Porque sabia que o haviam entregado por inveja.
Não foi outro motivo senão inveja de Jesus, de todos os milagres que Ele fazia, das multidões que o seguiam e o ouviam, de tudo de bom que Jesus estava fazendo.
O sucesso de Jesus os incomodava. Eles estavam perdendo seu poder e prestígio por causa daquele homem, e eles não estavam dispostos a deixar que isso acontecesse.
Então a mente deles passou a buscar somente uma coisa:
uma forma de prender e matar Jesus.
Eles eram pessoas religiosas, líderes. Pessoas que conheciam a Palavra de Deus. Pessoas que sabiam que ia chegar a hora que Deus enviaria seu Messias para trazer a salvação.
Mas quando essa hora chegou, entre seguir a Cristo e perder seus privilégios, ou matar a Cristo, e continuar com seu poder, eles escolheram a segunda opção.
E isso nos mostra o que a inveja faz em uma vida. Quando invejamos alguém, podemos chegar até o ponto de fazer como esses homens fizeram. Acho que todos aqui já viram alguma notícia de que um profissional matou outro porque estava com inveja do sucesso dele, teve até caso recente de um médico que matou o outro justamente por inveja.
E mesmo que não cheguemos a esse ponto, a inveja nos torna pessoas terríveis, murmuradoras. Acho que ninguém aqui gosta de ficar do lado de alguém que é invejoso, não é? A pessoa só fala mal dos outros, acha que merece mais do que os outros, etc.
E tudo isso parte de uma concepção bastante errada de nós mesmos. Ao invés de nos contentarmos com o que Deus nos dá, e nos alegrarmos quando alguém que conhecemos ganha algo, ou consegue alguma conquista, achamos que Deus errou em dar as bençãos para aquela pessoa, e desejamos ter aquilo que é delas.
É sempre bom nos lembrarmos do décimo mandamento, em Êxodo 20.17
“Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença”.
Que possamos te nossos corações atentos para não cair nesse pecado tão grande...
A multidão
A multidão
O segundo personagem que esse texto nos traz é a multidão. Com certeza o julgamento de Jesus por Pilatos chamou a atenção de muita gente, principalmente dos judeus.
Essa multidão estava claramente sendo usada pelos líderes e sacerdotes para fazer uma pressão maior para que Pilatos condenasse Jesus. Isso fica bem claro no verso 20:
Mas os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos convenceram a multidão a que pedisse Barrabás e mandasse executar Jesus.
Quando Pilatos perguntou se era para soltar Barrabás, um assassino revolucionário ou Jesus, a multidão gritou unânime (v21):
Barrabás!
E quando Pilatos perguntou o que deveria fazer com Jesus, todos novamente falaram (v22,23):
Crucifica-o!
Talvez muitos daquela multidão tivessem até ouvido Jesus falar, e talvez alguns até tivessem gostado. Mas quando se juntaram, no calor do momento, com o incentivo dos seus líderes, eles clamaram juntos pela condenação de Jesus.
Pediram a libertação de um criminoso conhecido, um assassino, líder de uma revolução. E pediram a morte do Autor da vida.
E tudo isso porque não estavam ouvindo a voz de Deus, presente ali em Cristo, mas estavam ouvindo as vozes dos homens.
Essa multidão representa ainda hoje aqueles que não querem aceitar que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Representa aqueles que ao invés de escutar o que a Bíblia diz, prefere escutar o que os cientistas, os filósofos, os líderes de nossa era dizem.
E eles dizem uma coisa muita clara: Jesus não é o Filho de Deus, então devemos tirar ele completamente das nossas vidas. Devemos esquecer tudo que é dito sobre Ele, pois não vale a pena. Vale mais a pena seguir o que os líderes, aqueles que acham que são capacitados acham.
E muitos daqueles que algum dia até acharam boa a mensagem do Evangelho, terminam virando as costas para o Senhor Jesus.
Mas esses, que querem matar Cristo hoje em dia, dizendo que isso tudo não existe, é apenas invenção, mentiras, vão ter que prestar contas um dia, e seu sofrimento vai ser terrível.
Como foi para aquela geração. Pilatos, após lavar as mãos, diz que a responsabilidade da morte de Jesus é da multidão. E a multidão responde:
Todo o povo respondeu: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos!”
E meus irmãos, a história nos mostra que apenas cerca de 40 anos, aquela população de Jerusalém foi devastada. Não sabemos ao certo a data do julgamento de Jesus, mas deve ter ocorrido entre os anos 30 e 33 d.C.
Perto do ano 70 d.C. existiu a invasão romana a cidade de Jerusalém foi um verdadeiro massacre. Os que não morreram de fome ou de peste foram chacinados. Os romanos crucificavam cerca de 500 pessoas por dia, só paravam quando não tinham mais madeira para fazer as cruzes. Estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas morreram durante o cerco a Jerusalém. Eles só poupavam os homens jovens e saudáveis, para transformá-los em escravos.
Realmente, o sangue dele caiu sobre aquela geração e sobre seus filhos.
Pilatos
Pilatos
O terceiro personagem que temos aqui nessa passagem é um dos que tem mais importância em toda essa história: Pilatos.
Pilatos era o prefeito da Judeia na época em que Jesus foi crucificado. Pela Bíblia, não sabemos muita coisa sobre ele, mas alguns autores da época nos falam mais de alguns de seus feitos.
Uma coisa que sabemos é o seguinte: desde que chegou como prefeito da Judeia, Pilatos sempre teve problemas com os judeus. Ele logo que chegou colocou a imagem de César pela cidade, o que era uma ofensa para os judeus. Depois, ele pegou o dinheiro do templo para construir um aqueduto, e os judeus novamente protestaram. Só que dessa vez, ele mandou os guardar para o meio da multidão, e eles mataram vários dos judeus. E ainda teve alguns outros problemas com muita mortes entre ele e os judeus e também com os samaritanos.
Então dá para perceber que, quando se tratava de judeus e Pilatos juntos, o clima era bem tenso.
Então Pilatos recebe esse problema vindo dos judeus:
eles queriam que Jesus fosse condenado a morte.
Só que ao interrogar Jesus, Pilatos vê claramente que não tem motivo nenhum para condená-lo, ele percebe que os judeus apenas estão querendo matar Jesus por inveja.
E então Pilatos tem uma ideia. Ele se lembra do costume que se tinha de soltar um prisioneiro, escolhido pela multidão, por ocasião da festa da páscoa. Então ele escolhe Barrabás, um assassino que estava preso por causa de uma revolta contra o governo, e pergunta para a multidão qual dos dois eles queriam que fossem solto.
Pilatos muito provavelmente achava que a multidão não iria escolher Barrabás, um criminoso conhecido, e assim, ia escolher para que Jesus fosse solto.
Além disso, durante o julgamento, Pilatos recebe um recado enviado por sua esposa, dizendo o seguinte:
Estando Pilatos sentado no tribunal, sua mulher lhe enviou esta mensagem: “Não se envolva com este inocente, porque hoje, em sonho, sofri muito por causa dele”.
Sua mulher, através de uma revelação vinda por sonho, tinha o avisado para ele não se envolver com Jesus, pois ele era um inocente.
Então vemos aqui que Pilatos, por sua própria intuição, já tinha visto que Jesus era inocente, e agora, por um modo sobrenatural, sua esposa também o avisa da mesma coisa.
Então aparentemente não teria mais nada que fazer, não é? Ele sabia de todas as formas que Jesus era inocente, e ele tinha o poder para soltá-lo, declarando que ele era inocente de todas aquelas acusações que o judeus estavam fazendo.
Mas não. A multidão escolheu Barrabás para ser solto. E começou a pedir cada vez que Jesus fosse condenado. Então ele percebe que um tumulto está se iniciando, a multidão cada vez mais pede a condenação de Jesus.
Vemos no evangelho de João, quando descreve essa mesma passagem, mais uma coisa que Mateus não nos fala:
Daí em diante Pilatos procurou libertar Jesus, mas os judeus gritavam: “Se deixares esse homem livre, não és amigo de César. Quem se diz rei opõe-se a César”.
Agora a coisa estava ficando pior para Pilatos. Apesar de saber que Jesus era inocente, e até tentar soltá-lo, ele tinha dois grandes problemas.
O primeiro, era a multidão de judeus que começava a criar um tumulto, e lembrando que a relação de Pilatos com eles não era nem um pouco boa.
E agora, estavam querendo acusar Pilatos de traição, pois pela lei romana qualquer um que se dissesse rei no lugar de César deveria ser condenado. Então os judeus, para pressionar mais ainda, avisam que se ele soltar Jesus, vão o denunciar a César por traição, por não acabar com uma pessoa que também se dizia rei.
E se ele fosse denunciado, sua relação com César, que também não era boa, ia ficar ainda pior. Muito provavelmente, na melhor das hipóteses, ele ia perder seu cargo como prefeito da Judeia.
Então Pilatos manda trazer água, lava as mãos diante da multidão, e diz que está inocente do sangue desse homem. Ele atende ao apelo da multidão, e ao seu medo de perder o seu cargo, seu prestígio, seu poder.
Então ele solta Barrabás, e manda açoitar Jesus e depois o manda para a cruz.
E aqui tem uma coisa que temos que prestar bastante atenção. Apesar de Pilatos ter dito que Jesus era inocente, e ter lavado suas mãos em sinal de que não tinha nada a ver com a morte de Cristo, ele foi sim, totalmente culpado pela morte de Jesus.
Ele tinha o poder para soltar Jesus. Ele sabia, tanto pelo interrogatório quanto pelo sonho de sua mulher, que Jesus era inocente.
Mas com medo de perder seu cargo, querendo também melhorar um pouco do seu relacionamento bastante conturbado com os judeus daquela região, ele condenou Jesus. Por mais que seus lábio falassem que ele não tinha culpa, suas ações lhe tornaram culpado.
Apesar de saber que Jesus era inocente, ele não acreditou realmente que ele era quem dizia ser:
o Filho de Deus.
Como Pilatos
Como Pilatos
E muitas pessoas hoje em dia são exatamente como Pilatos. Muitos dizem que Jesus foi uma boa pessoa, que ele ensinou coisas muito boas, que foi uma pessoa que não fez mal a ninguém.
Mas essas pessoas, assim como Pilatos, não acreditam que Jesus era realmente quem ele dizia ser.
Pilatos, se tivesse realmente crido que ele era o Filho de Deus, teria libertado Jesus sem nem pensar duas vezes, sem nem ouvir a multidão, sem nem pensar se ia ou não perder seu cargo.
Quando entendemos quem Jesus realmente é, quando cremos em nosso coração que ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo, nos tomamos as ações que Pilatos não tomou.
Quando ouvimos a voz de Deus, não pensamos mais em nossas profissões, na opinião dos outros. Enfrentamos lutas e rebeliões com firmeza, porque cremos que Jesus é realmente o Filho de Deus.
Pilatos, ao lavar as suas mãos, quis se eximir da culpa da morte de Jesus. Mas ele não conseguiu. Ele é tão culpado quanto a multidão. Apesar de ter escutado que Jesus era o Senhor, o Rei dos reis, ele não acreditou.
Muitos hoje já ouviram que Jesus é o Filho de Deus. Mas assim como Pilatos, eles não estão dispostos a realmente acreditar nisso.
Eles escutam a multidão. Escutam seus desejos interiores. Podem até falar coisa bonitas, mas suas ações mostram o contrário. Eles escutam tudo e todos, menos a voz de Deus.
Barrabás
Barrabás
E ainda temos Barrabás. Sabemos muito pouco de quem era Barrabás, sabemos apenas o que os evangelhos e o livro de Atos nos contam dele.
Sabemos o seguinte:
Ele era um bandido (Jo 18.40)
Tinha cometido um assassinato durante uma rebelião (Mc 15.7)
Era um prisioneiro muito conhecido (Mt 27.16)
Então sabendo disso, sabemos que Barrabás foi preso por participar de uma revolta. Provavelmente, ele queria libertar Jerusalém do império romano, mas quis fazer isso através da violência, de uma revolta armada, que terminou não saindo como ele planejava, e acabou preso.
E isso é uma coisa bem importante para notarmos. Aqui, nesse momento, nós temos duas pessoas que queriam ver seu povo liberto: Jesus e Barrabás.
Mas cada um tinha uma forma totalmente diferente de realizar. Barrabás, tentou através de uma revolta armada, tentou libertar seu povo pela força do seu próprio braço.
Já Jesus, ao invés de fazer uma rebelião armada (como até alguns queriam que ele fizesse, pois esperavam um Messias guerreiro), ele fez a vontade do seu Pai.
Uma outra coisa que podemos notar é o seguinte: o nome Barrabás significa “filho de um pai”. Então estava lado a lado o “filho de um pai” e o Filho do Pai Eterno. um pretenso libertador e o Libertador de nossas almas.
E a multidão, ao invés de soltar Jesus, escolheu soltar Barrabás.
Cristo
Cristo
E então nós chegamos no personagem principal, não apenas dessa passagem, mas o personagem principal de toda a História: Jesus.
Jesus, depois de ser traído por Judas, foi levado para o Sinédrio, para os líderes dos judeus, que os acusaram falsamente de blasfêmia, inclusive chamando falsas testemunhas. Por fim, eles acusam Jesus de blasfêmia, o espancam, zombam dele.
Mas como eles, por estarem numa cidade sob o domínio romano, não podiam condenar ninguém a morte, eles o levaram para o prefeito, Pilatos.
E como já vimos, Pilatos, ao interrogar Jesus, não achou nenhuma culpa nele, mas por medo de perder seu posto e de começar uma rebelião na sua província, terminou soltando Barrabás e condenando Jesus a morte, mas não antes sem mandar açoitar Jesus.
E não sei se você já ouviu alguma pregação sobre, ou já estudou sobre, ou até se já viu a Paixão de Cristo de Mel Gibson, mas o açoitamento praticado pelos romanos era uma coisa bastante cruel.
Primeiro, o instrumento usado era o flagelo. Era como um chicote com várias tiras de couro, e no final de cada tira tinha um pedaço ou de osso ou de metal, para realmente causar dor e sofrimento.
Diferente dos judeus, que só davam 39 chibatadas, os romanos não tinham limites. Eles batiam muitas vezes até a pessoa desmaiar ou morrer, ou até eles ficarem tão cansados que não aguentavam mais bater.
Era uma coisa terrível, e foi isso que Jesus sofreu ao ser condenado por Pilatos.
E logo após o açoitamento, Jesus foi então levado para a crucificação.
Apesar de inocente, estava ali, sendo levado para a morte, após sofrer um grande castigo físico.
Conclusão
Conclusão
E a multidão deve ter ficado maravilhada com aquilo. Os líderes dos judeus, os sacerdotes, devem ter todos ficados fora de si de alegria, pois estavam conseguindo o que planejavam a muito tempo. Pilatos deve ter ficado aliviado, porque resolveu o problema dos judeus de uma forma que eles poderiam ficar um pouco mais “amigos” dele, e não o teriam como acusá-lo de ser infiel a César, ele ia manter seu emprego por mais um tempo. Barrabás também deve ter ficado muito feliz, por ter sido solto da prisão.
Se alguém olhasse de longe, ia ver que parecia que estava dando certo tudo pra todo mundo, menos para Jesus. Todos felizes, tendo suas demandas resolvidas, e Jesus ali, indo para a cruz.
A multidão achava que estava se livrando de um criminoso
Os chefes da sinagoga achavam que estavam livres daquele homem que tanto os estava incomodando.
Pilatos achava que tinha se livrado de um grande problema com os judeus e com César
Barrabás achava que estava livre da sua prisão
Mas na verdade, nenhum desses estava realmente livre. Porque por mais que aparentasse a eles alguma liberdade, para ser realmente livres eles precisavam de uma coisa que nenhum ali tinha:
Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres.
Para qualquer um ser realmente livre, precisa ser liberto pelo Filho de Deus, aquele mesmo que todos aqueles estavam condenando a morte naquele exato momento.
A multidão, ao se deixar levar pelas opiniões dos outros, pecou.
Os sacerdotes, ao invejar Jesus, ao se deixar levar pelos seus próprios desejos, pecaram.
Pilatos, ao deixar de ouvir a voz de Deus e sua consciência, ao se deixar levar pelo medo de perder seu cargo e o desejo de agradar os outros, pecou.
Barrabás, que ao tentar buscar resolver as coisas pela sua própria força, iniciando uma rebelião que acabou com morte, pecou.
Mas Jesus, aquele para o qual tudo parecia estar dando errado, era o único nesse momento que estava fazendo a coisa certa.
Ele poderia ter ouvido seus discípulos e não ter ido a Jerusalém para morrer.
Ele podia ter deixado se levar pelos seus próprios medos, e fugir daquela condenação.
Ele podia ter usado todo seu poder, e chamado uma legião de anjos para irem lhe salvar.
Ele poderia usar de seu infinito poder para colocar tudo em ordem naquele momento.
Mas Jesus não fez isso. Porque ele não veio para cá para fazer nenhuma de suas vontades.
Ele veio para fazer a vontade de seu Pai. Ele não veio pra ouvir a opinião dos outros nem fazer apenas oque ele gostaria. Ele tinha uma missão, e esse exato momento era a preparação para o momento mais importante da história da humanidade.
O preço pelo pecado precisava ser pago, e nenhum de nós poderia pagar. Então foi pra isso que Cristo veio. Como Paulo fala em Cl 1.20 :
e por meio dele reconciliasse consigo
todas as coisas,
tanto as que estão na terra
quanto as que estão nos céus,
estabelecendo a paz
pelo seu sangue derramado na cruz.
O sangue precisava ser derramado na cruz para que pudéssemos ser salvos. Foi por causa dessa cruz que hoje podemos dizer que somos salvos.
E pra gente finalizar, queria só relembrar duas coisas:
1- Temos que aprender a ouvir a voz de Deus. Todos os que vimos aqui estavam ou escutando sua própria voz ou estavam preocupados com a voz dos outros, mas nenhum, exceto Jesus, estava escutando e obedecendo a voz de Deus.
Pilatos até chegou a escutar um pouco, viu que era um inocente, ouviu de revelação que era um inocente, mas ouviu a voz da multidão e sua própria voz ao invés de seguir a voz de Deus.
E pra conseguirmos, sempre tenho falado aqui: não existe atalho. Tem que se estudar a Bíblia, tem que se orar, tem que buscar a Deus de uma forma contínua, cada vez mais.
2- As vezes parece que todo mundo está se dando bem e nós, apesar de não termos feito nada de errado, estamos nos dando mau. Mas queria deixar uma palavra de ânimo:
Deus sempre está no controle de tudo.
Poderia parecer para muitos que Deus tinha abandonado Jesus, mas na verdade, tudo estava decretado no seu eterno plano da salvação.
As vezes parece que tudo está fra do controle, mas tenha certeza de uma coisa: Deus está no controle, e pode usar até mesmo coisas que parecem terríveis para o nosso próprio bem.