Gênesis 14 - Abrão, Ló e Melquisedeque

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Abrão e Ló se separam - resumo

Boa noite, paz. Estamos seguindo no livro de Gênesis, e hoje vamos ver o capítulo 14.
E só pra nos situar, vou dar um resumo rápido de onde estamos.
Abraão foi chamado por Deus, para sair de sua casa e de sua parentela, e Deus então faz duas promessas para ele: a sua descendência seria uma grande nação, mais numerosa que as estrelas do céu, e herdariam uma terra onde mana leite e mel.
Então Abraão sai, com sua família, sua esposa Sara e seu sobrinho Ló, e seguem o chamado de Deus.
Mas então tem uma grande fome, e eles vão para o Egito, pois lá ainda tinha comida.
Mas Abraão fica com medo que o matem por causa de sua esposa, e então diz que são apenas irmãos. E Sara então vai parar na casa de faraó.
Mas Deus castiga Faraó, que manda Abraão sair com Sara do Egito.
Deus começa a abençoar muito Abraão e seu sobrinho Ló materialmente, eles começam a ter muito gado, muitos servos, e a terra onde estão não está dando conta de sustentar a todos.
E com isso, começa a haver algumas brigas entre os servos de Abraão e de Ló.
Abraão então age rápido, e chama Ló para resolverem logo a situação. E Abraão diz para Ló escolher para onde iria, que Abraão iria para o outro lado, pois como parentes, não deviam brigar.
Ló então enche os olhos quando olha para o vale do Jordão, terra linda, muitos rios, árvores, muito espaço, e escolhe aquela terra.
O problema dessa terra é que, apesar de ser muito boa, era onde ficava Sodoma e Gomorra, e seus terríveis homens pecadores.
Mas mesmo assim, Ló vai para lá, e Abraão então vai habitar perto dos carvalhos de Manre.
E depois desse resumo, vamos ler o texto que está lá em Gênesis 14, que se passa logo após essa história que eu resumi.

Leitura - Gênesis 14

Gênesis 14 NVI
1 Naquela época Anrafel, rei de Sinear, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, 2 foram à guerra contra Bera, rei de Sodoma, contra Birsa, rei de Gomorra, contra Sinabe, rei de Admá, contra Semeber, rei de Zeboim, e contra o rei de Belá, que é Zoar. 3 Todos esses últimos juntaram suas tropas no vale de Sidim, onde fica o mar Salgado . 4 Doze anos estiveram sujeitos a Quedorlaomer, mas no décimo terceiro ano se rebelaram. 5 No décimo quarto ano, Quedorlaomer e os reis que a ele tinham-se aliado derrotaram os refains em Asterote-Carnaim, os zuzins em Hã, os emins em Savé-Quiriataim 6 e os horeus desde os montes de Seir até El-Parã, próximo ao deserto. 7 Depois, voltaram e foram para En-Mispate, que é Cades, e conquistaram todo o território dos amalequitas e dos amorreus que viviam em Hazazom-Tamar. 8 Então os reis de Sodoma, de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Belá, que é Zoar, marcharam e tomaram posição de combate no vale de Sidim 9 contra Quedorlaomer, rei de Elão, contra Tidal, rei de Goim, contra Anrafel, rei de Sinear, e contra Arioque, rei de Elasar. Eram quatro reis contra cinco. 10 Ora, o vale de Sidim era cheio de poços de betume e, quando os reis de Sodoma e de Gomorra fugiram, alguns dos seus homens caíram nos poços e o restante escapou para os montes. 11 Os vencedores saquearam todos os bens de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento, e partiram. 12 Levaram também Ló, sobrinho de Abrão, e os bens que ele possuía, visto que morava em Sodoma. 13 Mas alguém que tinha escapado veio e relatou tudo a Abrão, o hebreu, que vivia próximo aos carvalhos de Manre, o amorreu. Manre e os seus irmãos Escol e Aner eram aliados de Abrão. 14 Quando Abrão ouviu que seu parente fora levado prisioneiro, mandou convocar os trezentos e dezoito homens treinados, nascidos em sua casa, e saiu em perseguição aos inimigos até Dã. 15 Atacou-os durante a noite em grupos, e assim os derrotou, perseguindo-os até Hobá, ao norte de Damasco. 16 Recuperou todos os bens e trouxe de volta seu parente Ló com tudo o que possuía, com as mulheres e o restante dos prisioneiros. 17 Voltando Abrão da vitória sobre Quedorlaomer e sobre os reis que a ele se haviam aliado, o rei de Sodoma foi ao seu encontro no vale de Savé, isto é, o vale do Rei. 18 Então Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, trouxe pão e vinho 19 e abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra. 20 E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos”. E Abrão lhe deu o dízimo de tudo. 21 O rei de Sodoma disse a Abrão: “Dê-me as pessoas e pode ficar com os bens”. 22 Mas Abrão respondeu ao rei de Sodoma: “De mãos levantadas ao Senhor, o Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra, juro 23 que não aceitarei nada do que lhe pertence, nem mesmo um cordão ou uma correia de sandália, para que você jamais venha a dizer: ‘Eu enriqueci Abrão’. 24 Nada aceitarei, a não ser o que os meus servos comeram e a porção pertencente a Aner, Escol e Manre, os quais me acompanharam. Que eles recebam a sua porção”.

Quatro reis se juntam para guerrear

E a primeira coisa que vemos no texto é que quatro reis, os reis de Sinear, Elasar, Elão e Goim, se juntam, formam uma aliança para invadir outros lugares para guerrear contra outros cinco reinos.
Esses cinco reinos estavam sujeitos a Quedorlaomer, o rei de Elão, mas eles então se rebelam contra esse domínio.
Então o rei de Elão junta seus aliados para ir a guerra, pra mostrar que era ele que mandava ali naquele lugar.
E aproveitar e, no meio do caminho, começar a saquear as cidades que passavam, pra aproveitar e aumentar suas riquezas.

Reis como prefeitos

E uma coisa importante pra falar aqui é que quando a gente escuta falar em reis, já pensamos naqueles caras com mantos e coroas, dentro de um castelo, com muita gente servindo eles, grandes exércitos, essas coisas.
Mas nessa época, um rei era mais parecido com um prefeito de uma cidadezinha no interior, aquelas com 2, 3 mil habitantes.
Então não eram grandes monarcas, com grandes exércitos. Eram na maioria das vezes exércitos de 300, 400, 500 pessoas. E isso para a época, era muita coisa, pois as cidades ainda eram bem pequenas, comparadas com as de hoje em dia.

Cinco reis se juntam para se defender

Então esses reis que tinham se rebelado, os reis de Sodoma, Gomorra, Admá, Zebolim e Belá, se juntam para tentar vencer a batalha contra os outros 4 reis.

Apesar do maior número, perdem a batalha

Os quatro reis começam então a vir, saqueando as cidades que encontravam pelo caminho, até chegar no vale de Sidim, onde trava a batalha contra os utros 5 reis.
Mas o texto nos diz que, apesar de serem cinco reis contra quatro, os quatro levam a melhor, mesmo estando em menor número.

Saqueiam tudo, e levam Ló

Então os reis perdedores acabam fugindo, e os vencedores continuam fazendo aquilo que estavam fazendo: saqueiam tudo, levando não apenas bens materiais, mas também pessoas para fazerem de escravos.
Então no verso 12 nós vemos um fato muito importante.
Ló, sobrinho de Abraão, estava morando em Sodoma. E quando saquearam Sodoma, acabam levando Ló, seus bens e sua família como despojos da batalha.

Abraão descobre sobre Ló

Mas então alguém que conseguiu escapar da batalha corre até Abraão, e fala tudo que aconteceu, inclusive que Ló, seu sobrinho, tinha sido levado como prisioneiro.

Quem mandou ele ter ido morar lá?

E Abraão poderia nesse momento ter tido uma resposta que muitas vezes nós mesmos temos:
“Quem mandou Ló escolher aquela terra? Eu deixei ele escolher primeiro, escolheu errado porque quis. Tá vendo só? Deus castigou ele, só colheu o que plantou. Vou continuar aqui, na minha terra, tranquilo. Azar dele!”
Quantas vezes nós não temos reações assim, não é? Ao invés de nos preocuparmos com uma situação que acontece, até ficamos felizes por dentro, porque aquela pessoa terminou se dando mal...

Junta seu “exército” e vai

Mas não é essa a reação de Abraão. Pelo contrário.
Ele ao ouvir que Ló está em perigo, reúne seu grandioso exército de 318 homens, e vai com seus aliados Manre, Escol e Aner atrás de Ló.

Abraão vence, e salva Ló

Então Abraão vai com seu exército, sai das terras de Manre e anda cerca de 200km até chegar em Dã, onde faz um primeiro ataque a noite, e derrota os inimigos, que ainda conseguem fugir.
Então Abrão anda mais uns 100km até chegar Hobá, onde termina de vencer os quatro reis.
Então ele recupera tudo que os reis tinham saqueado, inclusive Ló, sua família e seus bens, além de todos os outros prisioneiros.

Abraão volta, e antes de falar com o rei de Sodoma se encontra com Melquisedeque

Então Abraão volta para sua terra, e quando chega no vale do Rei, o rei de Sodoma (que tinha sido um dos derrotados na batalha) vai ao seu encontro, para falar com ele.
Só que meio que do nada aparece uma outra pessoa nesse momento: Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo.
Então Melquisedeque traz pão e vinho, traz mantimentos para Abraão e seus homens, e depois invoca uma benção sobre Abraão. Vemos isso no verso 19:
Gênesis 14.19–20 NVI
19 e abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra. 20 E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos”. E Abrão lhe deu o dízimo de tudo.

Abraão venceu por causa de Deus

E aqui vemos uma resposta pra uma pergunta importante:
Como Abraão, com seu pequeno exército, conseguiu vencer 4 reis juntos? Reis estes que já tinham derrotado um exército de 5 reis juntos!
Melquisedeque, na sua benção, nos explica como Abraão conseguiu isso:
“bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos”
Foi Deus que deu a vitória para Abraão.

Melquisedeque daqui a pouco

Daqui a pouco eu vou voltar pra Melquisedeque pra gente tentar entender quem é ele, e porque ele aparece meio que do nada, e some, meio que do nada também.
Mas antes queria refletir um pouco com os irmãos nessa questão que acabamos de ver, que Deus que deu a vitória para Abraão.

Abraão tomou a iniciativa

E aqui acho que isso pode nos ensinar uma coisa muito importante.
Porque vimos aqui que quem deu a vitória para Abraão foi Deus.
Mas a vitória não veio de mão beijada para Abraão, muito pelo contrário.
Ao ouvir que Ló tinha sido feito prisioneiro, ele sai do seu conforto, junta seu exército, e isso exige preparação.
Depois se reúne com seus aliados e vai atrás de Ló. E se você se lembra, até o primeiro combate Abraão andou cerca de 200km.
Dava pra ter desistido no meio do caminho, não dava? Andando, andando, e nunca chegando lá.
Mas ele continuou. Chegou onde estavam os inimigos, e trava a primeira batalha.
Os inimigos fogem, e ele ainda vai mais 100km atrás deles, depois de uma grande caminhada e de uma batalha.
E só então ele consegue derrotar totalmente os inimigos e resgatar Ló.

Abraão mudou

E vemos aqui que Abraão está mudando, amadurecendo.
Vemos que aquele homem sem fé, que entregou sua mulher para Faraó, está diferente.
Abraão agora tem sua fé renovada, lembra das promessas de Deus em sua vida, e por isso, pode se levantar e ir atrás de Ló, confiando não no seu grande exército de 318 homens, mas confiando no Senhor.

Temos que tomar a iniciativa

E da mesma forma que Deus abençoou Abraão, mas Abraão teve que se esforçar e muito pra que isso acontecesse, nós também temos que muitas vezes nos esforçar para que Deus nos abençoe.
Entenda o que estou querendo dizer. Tem muitas vezes que precisamos de algo, um emprego por exemplo.
E a gente até ora bem muito pra que Deus abra uma porta de emprego. Mas muitas e muitas vezes eu estou acomodado no meu canto, passo o dia deitado em casa, assistindo vídeo no Youtube, batendo papo no Whatsapp, e por aí vai.
Não me interesso em buscar algum curso gratuito pra me capacitar, não vou colocar um currículo, não falo pras pessoas que estou procurando um emprego.
Simplesmente quero que Deus me abençoe sem eu fazer nada.
E da mesma forma que dei um exemplo de um emprego, poderia ter sido da nossa casa. Posso ficar reclamando que minha mulher não me entende, que meus filhos não me obedecem, etc.
Mas eu estou fazendo algo pra mudar isso? Estou indo atrás? Estou conversando com minha esposa sobre isso? Buscando conselhos com homens maduros sobre como devo tratar minha família?
Ou só faço reclamar?
E isso serve pra tudo. Pra coisas práticas, como um emprego, mas também para as coisas espirituais.
Porque vemos muitas pessoas hoje nas igrejas dizendo que estão fracas na fé, sem ânimo pra ir pra igreja, que queriam que o Espírito Santo as reanimasse.
Mas elas estão indo atrás? Claro que o Santo Espírito de Deus é soberano, e pode fazer um milagre mesmo sem a pessoa fazer nada.
Mas a ordem natural das coisas é Deus abençoar aqueles que estão indo atrás. Tá frio na fé? Se obrigue a ler a Bíblia 15min por dia. Vá passar 10min em oração. Saia do sofá, desligue a tv e vá pro culto, mesmo sem vontade!
Temos que fazer como Abraão fez aqui, meus irmãos. Nos levantar, juntar as coisas, e se for preciso andar 200km pra chegar numa batalha, que caminhemos!
Agora lembrando que temos que fazer tudo isso mas com fé em Deus, sabendo que não é nosso esforço unicamente que vai resolver, mas sim, a graça maravilhosa do nosso Senhor, que tem prazer em abençoar seu povo.
Nossa confiança sempre tem que estar em Deus, única e exclusivamente. Façamos nosso melhor, mas sabendo que é Deus que abençoa.

Rei de Sodoma faz uma oferta

E voltando pro texto, vemos no verso 21 que o rei de Sodoma fala pra Abraão :
“Dê-me as pessoas e pode ficar com os bens”
E aqui temos que lembrar de como funcionavam as coisas na época. Quando se tinha uma batalha, quem vencia ficava com tudo:
Com os bens, com o gado e com as pessoas como escravas.
E temos que lembrar que quem ganhou e quem perdeu a batalha?
Primeiro, o rei de Sodoma, junto com os outros 4 reis, tinham sido derrotados.
Depois, Abraão vem, e vence os 4 reis, e com isso, pelo costume da época, ele teria direito a ficar com tudo o que tinha conquistado.
E isso incluía os bens e as pessoas como prisioneiras.
Então vemos que o rei de Sodoma está querendo algo a mais do que lhe era devido. Ele não tinha mais direito a nada, mas tenta barganhar com Abraão para que pelo menos possa ter as pessoas de volta.

Abraão rejeita a oferta

Mas Abraão, assim com já tinha feito com Ló, quando abriu mão de seu direito de escolher para onde iria, também abre mão do direito de ficar não apenas com os prisioneiros, mas também abre mão de tudo que foi conquistado na batalha.
Então Abraão faz um juramento, jurando por Deus, que não quer nada daquilo.
E diz o motivo:
Ele não quer que as pessoas comecem a dizer que ele está rico porque ficou com o que era dos outros.
Muito pelo contrário. Abraão sabe que quem o tem abençoado financeiramente é Deus, e que ele não precisa de nada que não venha de Deus para ele.
“Deus tem me abençoado, porque vou querer mais? Pra quê buscar além do que o muito que Deus já me tem dado?”
Ele diz apenas que quer o que os seus homens comeram durante a campanha, e a parte que cabe aos seus aliados, Aner, Escol e Manre, que tinham ido para a guerra junto com ele.

E assim termina mais uma parte da história de Abraão

E assim, vemos mais uma parte da história de Abraão se encerrar. E olha que nessa história ainda tem muita coisa pra acontecer...
Mas queria chamar a atenção para alguns pontos dessa história que acabamos de ver.

Ló: péssimas escolhas, terríveis consequências

O primeiro poto diz respeito a Ló, e suas escolhas.
Ló, ao escolher a terra para onde iria, escolheu a terra mais bela, com rios, florestas, campos. Mas essa terra, apesar de ser muito bonita aos olhos, era lugar onde habitavam terríveis pecadores, incluindo as tão famosas cidades de Sodoma e Gomorra.
Inclusive, Ló vai morar na cidade de Sodoma, com seus habitantes perversos.
E a história de Ló ainda vai piorar um pouco, mas aqui já temos um exemplo de que sua escolha não foi nada boa.
Ele vai para a cidade onde os homens se rebelam contra Quedorlaomer, e trazem para Ló e todos na cidade a guerra, e ele termina sendo prisioneiro.
Isso tem que nos lembrar que ao tomarmos nossas decisões, não devemos nos basear apenas em nossos olhos, mas devemos fazer tudo debaixo de muita oração e meditação bíblica.
Porque muitas oportunidades que parecem ótimas aos nossos olhos, se tornam muitas vezes armadilhas de Satanás em nossas vidas.

Dízimo, antes da lei

Outro ponto que esse texto abora diz respeito ao dízimo.
Vemos no fim do verso 20 que Abraão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo que tinha conquistado naquela batalha.
E logo que eu me converti, ficava com o pé atrás por causa do dízimo.
Primeiro, que as notícias que chegam pra quem não é cristão é só das roubalheiras que alguns pastores fazem com os dízimos dos fiéis.
Notícia boa não chega não, mas notícia de falcatrua chega logo aos nossos ouvidos.
Mas outra coisa que me deixava muito em dúvida quanto ao dízimo, é um questionamento que acho até válido fazermos, que é o seguinte:
O dízimo, ao que parece a primeira vista, é instituído na Lei. Mas quando Jesus vem, ele aboliu muitas e muitas coisas da Lei.
E se você for dar uma pesquisada na internet, vai ver muita gente falando tanto que é pra dar o dízimo, porque foi uma das coisas que Jesus NÃO aboliu na Lei, quanto outros dizendo que você não deve dar o dízimo, porque foi uma das coisas que FORAM abolidas com Jesus.
Aí você já vê que é muita confusão. Lei pra cá, versículo pra lá, tudo pra provar tanto que Jesus aboliu o dízimo quanto que Jesus não aboliu o dízimo quando cumpriu a Lei.
Não sei quantos já viram algumas discussões desse tipo, mas foi uma coisa que eu me deparei muito nos primeiros anos de convertido.
Mas acho que esse texto aqui resolve 100% desse tipo de discussão, por um motivo bem básico.
Quando se discute se é ou não pra dar o dízimo, as pessoas sempre vão pra Lei.
Mas aqui nós vemos Abraão dando o dízimo para Melquisedeque muitos anos antes de Deus dar a Lei para Moisés.
E vemos que Melquisedeque não pede pra Abraão, mas Abraão que dá. Pois muito provavelmente esse já era um costume de Abraão, um costume da época.
Abraão dizima para o sacerdote, dizima para aquele que está a frente da obra de Deus. E faz isso não por uma lei, por uma obrigação. Mas porque ele sabe que é o certo a se fazer.
Então que possamos também ter isso em nossos corações, que dizimar é algo muito bom, poder participar da obra de Deus, com nossos esforços, nossos talentos, e também com nossos recursos financeiros, é uma dádiva que Deus nos dá, que devemos sempre fazer, e fazer com alegria.

Rei e sacerdote Melquisedeque, um tipo de Cristo

E o terceiro ponto que quero falar diz respeito a Melquisedeque. Quem é esse rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo que simplesmente aparece do nada, e depois some da mesma forma que entrou?

Vem e vai do nada, sem história

Eu confesso que a primeira vez que vi essa passagem de Gênesis fiquei bem confuso. Porque na Bíblia, geralmente as pessoas não aparecem do nada, elas são apresentadas.
E se a pessoa é importante, aí é que ela é apresentada mesmo, mostrando geralmente sua genealogia, de onde vem, o que fez, quando morreu, essas coisas que geralmente acontecem quando a Bíblia fala de alguém.
E Melquisedeque some aqui, e depois só aparece em mais dois momentos na Bíblia: no Salmo 110, e depois só lá no Novo Testamento, no livro de Hebreus.

Respondeu sobre Jesus Sacerdote

E ao estudar sobre Melquisedeque, eu tive duas dúvidas que eu tinha sobre Jesus respondidas. De Jesus? Como assim?
Uma primeira dúvida que eu tinha, é que o Novo Testamento trata Jesus como sacerdote, o livro de Hebreus principalmente deixa isso bem claro.
Mas eu tinha uma dúvida. Os sacerdotes eram todos da tribo de Levi. E Jesus, como tem até uma música antiga, ele “é o leão da tribo de Judá”.
E se Jesus era de Judá, como ele podia ser sacerdote?

Respondeu sobre Jesus Rei

E outra dúvida que ei tinha era a seguinte:
Da mesma forma que Jesus é considerado sacerdote, ele também é considerado rei.
Se você tem vindo pro SETEB, até estudamos já uma lição em que se fala dos três ofícios de Cristo: Rei, Profeta e Sacerdote.
Mas aí aparece outro problema:
Pela Lei de Moisés, um rei não podia fazer as coisas que os sacerdotes faziam, eram papéis separados, cada um com sua função.
Tanto é que, se você lembra da história do rei Saul, ele perde de vez seu reinado quando ele está perdendo uma guerra, e o Samuel, o sacerdote, está demorando pra chegar.
Aí ele ao invés de esperar, pega o holocausto e oferece os sacrifícios de comunhão. E então Samuel chega, vê ele fazendo aquilo que só era para os sacerdotes fazerem, e o repreende severamente, dizendo que ele, por ter desobedecido a Deus, vai perder seu reinado. Essa história está lá em 1Sm 13.
Temos também o exemplo do rei Uzias, em 2Cr 26, em que ele entra no templo e quer oferecer incenso ao Senhor. Os sacerdotes que estão lá o repreendem, porque aquilo não é função dele. Mas ele insiste, e como punição, o Senhor faz surgir lepra na sua testa, e ele passa o resto dos seus dias vivendo afastado, como um leproso.

Jesus quebrou a Lei?

Então vamos lá. Se Jesus é Rei, ele, pela lei não poderia fazer a função de Sacerdote.
E como sacerdote, ele tinha que ser da tribo de Levi, e não da tribo de Judá, que era sua tribo.
Se ele fizesse essas duas coisas, ele estaria quebrando a Lei.
Mas o Novo Testamento não diz que Jesus foi o único a cumprir perfeitamente a Lei? Como ele pode ter cumprido a lei se tem essas duas questões, que aparentemente fazem com que ele descumprisse a Lei?
Eu, por alguns momentos, achei que a Bíblia tinha algum erro, meus irmãos, sendo bem sincero.
Mas basta você estudar um pouco, orar pra que o Espírito Santo lhe guie, que você vai ver que a Bíblia não tem erro nenhum, e que até algumas aparentes contradições, como essa, são apenas isso: aparentes.

Salmo 110

E pra resolver isso, queria pedir para os irmãos abrirem suas Bíblias no Salmo 110.
Como tinha dito antes, esse é o único outro texto do Antigo Testamento em que se fala de Melquisedeque. Depois só vamos ver sobre ele lá em Hebreus, no Novo Testamento.
E o Salmo 110 é um texto que a gente deve prestar sempre muita atenção. Porque alguém sabe qual o texto do Antigo Testamento que é mais citado pelos autores do Novo Testamento?
Isso mesmo. Salmo 110.
O próprio verso 1 desse Salmo nos fala muito, pois é um texto que o próprio Senhor Jesus citou, em Mt 22.44.
“O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita”
E Jesus, quando fala desse texto, diz que Davi, que escreveu esse texto, está falando aqui do próprio Jesus! Jesus é o Senhor que o Senhor, isso é Deus Pai, fala com ele.
Então estamos aqui diante de um salmo messiânico, um Salmo que fala do Cristo que iria vir.
E em que esse salmo nos ajuda a entender sobre Cristo e Melquisedeque?
Está lá no verso 4:
Salmo 110.4 NVI
4 O Senhor jurou e não se arrependerá: “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.
Pronto, isso resolve totalmente o problema!
Pois o sacerdócio de Cristo não é o sacerdócio levítico.
O sacerdócio de Cristo veio antes do sacerdócio levítico.
E mais que isso. O autor da carta aos Hebreus, ao falar exatamente disso, de que o sacerdócio de Cristo vem da ordem de Melquisedeque, ele fala que esse sacerdócio é muito superior ao sacerdócio levítico.
Pra gente terminar, queria ler com os irmãos Hebreus 7 .
Hebreus 7 NVI
1 Esse Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, encontrou-se com Abraão quando este voltava, depois de derrotar os reis, e o abençoou; 2 e Abraão lhe deu o dízimo de tudo.3 Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre. 4 Considerem a grandeza desse homem: até mesmo o patriarca Abraão lhe deu o dízimo dos despojos! 5 A Lei requer dos sacerdotes dentre os descendentes de Levi que recebam o dízimo do povo, isto é, dos seus irmãos, embora estes sejam descendentes de Abraão. 6 Este homem, porém, que não pertencia à linhagem de Levi, recebeu os dízimos de Abraão e abençoou aquele que tinha as promessas. 7 Sem dúvida alguma, o inferior é abençoado pelo superior. 8 No primeiro caso, quem recebe o dízimo são homens mortais; no outro caso é aquele de quem se declara que vive. 9 Pode-se até dizer que Levi, que recebe os dízimos, entregou-os por meio de Abraão, 10 pois, quando Melquisedeque se encontrou com Abraão, Levi ainda não havia sido gerado. 11 Se fosse possível alcançar a perfeição por meio do sacerdócio levítico (visto que em sua vigência o povo recebeu a Lei), por que haveria ainda necessidade de se levantar outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e não de Arão? 12 Certo é que, quando há mudança de sacerdócio, é necessário que haja mudança de lei. 13 Ora, aquele de quem se dizem estas coisas pertencia a outra tribo, da qual ninguém jamais havia servido diante do altar, 14 pois é bem conhecido que o nosso Senhor descende de Judá, tribo da qual Moisés nada fala quanto a sacerdócio. 15 O que acabamos de dizer fica ainda mais claro quando aparece outro sacerdote semelhante a Melquisedeque, 16 alguém que se tornou sacerdote, não por regras relativas à linhagem, mas segundo o poder de uma vida indestrutível. 17 Porquanto sobre ele é afirmado: “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. 18 A ordenança anterior é revogada, porque era fraca e inútil 19 (pois a Lei não havia aperfeiçoado coisa alguma), sendo introduzida uma esperança superior, pela qual nos aproximamos de Deus. 20 E isso não aconteceu sem juramento! Outros se tornaram sacerdotes sem qualquer juramento, 21 mas ele se tornou sacerdote com juramento, quando Deus lhe disse: “O Senhor jurou e não se arrependerá: ‘Tu és sacerdote para sempre’ ”. 22 Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior. 23 Ora, daqueles sacerdotes tem havido muitos, porque a morte os impede de continuar em seu ofício; 24 mas, visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente. 25 Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles. 26 É de um sumo sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus. 27 Ao contrário dos outros sumos sacerdotes, ele não tem necessidade de oferecer sacrifícios dia após dia, primeiro por seus próprios pecados e, depois, pelos pecados do povo. E ele o fez uma vez por todas quando a si mesmo se ofereceu. 28 Pois a Lei constitui sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas; mas o juramento, que veio depois da Lei, constitui o Filho perfeito para sempre.
Jesus, meus irmãos, não é apenas o Rei.
Se ele fosse apenas Rei, teríamos que ter medo de sua justiça.
Mas ele também é o Sacerdote perfeito, puro, santo, inculpável.
E o que um sacerdote fazia? Ele era um mediador entre Deus e os homens. Mas os levitas eram apenas homens, mediadores imperfeitos.
Mas Cristo não. Cristo é o mediador perfeito, aquele que nos permite nos achegarmos novamente ao Pai.
E mais que isso. Nessa intermediação, os sacerdotes ofereciam sacrifícios para Deus. Mas eram sacrifícios passageiros, que tinham que ser repetidos todos os dias.
Mas Cristo não. Além de Rei, de Profeta e de Sacerdote, Ele também é o sacrifício.
O sacrifício perfeito, feito apenas uma única vez.
Sacrifício por meio do qual nossos pecados são perdoados.
Vamos orar.
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