O Pai que não nega

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Transcript

Intro

Estamos no evangelho segundo Levi ou Mateus, o publicano. Este livro foi escrito com o propósito de anunciar Jesus Cristo, aos judeus, como o Messias Prometido, como a Raiz de Davi, como o grande libertador de Israel. Israel, após passar pelo exílio babilônico e pela invasão grega, agora perece no jugo romano. Todo esse sentimento de opressão era terra fértil para que se pregasse Jesus como a definitiva libertação, e é nesse caminho que o livro segue.
Neste livro, o autor inicia sua obra expondo a genealogia judaica de Jesus, mostrando que ele é o grande cumprimento da Aliança Antiga e o começo da Aliança Nova. Seu nascimento é anunciado por anjos, mas 30 anos de sua vida são passados em anonimato. É após o seu batismo e seus 40 dias de tentação no deserto que estamos nesse texto. Ele é a sua primeira grande aparição pública. Estamos falando do Sermão do Monte. Lá o Senhor levou seus discípulos que se assentaram ao seu entorno para ouvir suas palavras.
E o evangelho de Mateus constrói a narrativa de uma forma muito precisa, mostrando que o Rei nasceu, foi aprovado pelo Deus Pai e agora está ensinando sobre os valores do seu Reino. Quem é cidadão do Reino de Deus aqui? O Sermão do Monte nos dá, em primeira mão, o que devemos portar como nossos valores diretos e é com essa perspectiva que nós vamos olhar o texto.

Ponto 1

Muita gente acha esquisita essa passagem estar aí onde está. Vejam, o capítulo 7 começa nos exortando a não condenar as farpas nos olhos do próximo quando temos traves gigantes na nossa visão, e é assim que não devemos julgar. Entretanto, o capítulo continua dizendo que não devemos dar pérolas aos porcos e nem o sagrado aos cães. Então há um nível de julgamento que devemos ter, para que não sejamos displiscentes com as coisas de Deus. Para que não as entreguemos a quem não quer saber nada do Senhor. Assim, essa passagem é interrompida e o Senhor começa a falar sobre oração.
Mas, curiosamente, no sermão do monte, no capítulo 6 de Mateus, o Senhor já trabalha sobre oração. Ele diz que, quando formos orar, que oremos no nosso quarto em secreto, e seremos vistos pelo Pai. É então aí que ele ensina a oração do Pai Nosso.
Mas existe um motivo para que esse tema seja tratado aí: é como se a ligação entre a passagem sobre julgamento e a nossa fosse "como faremos isso?"
Como teremos essa disposição para julgar de modo equilibrado e sem hipocrisia?
A resposta: Peçam e vos será dado. Busquem e encontrarão. Batam e a porta lhes será aberta.
Aqui, nesse contexto, Jesus nos ensina sobre o poder de uma oração perseverante para que saiamos de becos e armadilhas espirituais.
Ele então nos exorta a três coisas: pedir, buscar e bater.
Fazer uma petição implica duas coisas: necessidade e humildade
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