A ARMADURA DE DEUS

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3 – ESTUDO – A Origem do Mal
A ARMADURA DE DEUS
Texto – ; ; ; ; Éf 6.13-18;
Série – Histórias do Grande Mestre
Tema – A Origem do mal
Tese – A satanás Existe, um ser criado perfeito por Deus tornou-se o nosso inimigo, mas nós podemos vencer usando a armadura de Deus.
INTRODUÇÃO
a) Quando eu era menino e morava no Pará, a criançada tinha uma brincadeira bem diferente. Quando o vento sobrava forte e formava um redemoinho no meio da estrada ou do descampado corríamos em direção a ele com um punhado de alho nas mãos com a intenção de jogar no meio do remoinho e assim ver a cara do Diabo, eu não sei de onde surgiu essa ideia de que isso seria possível, talvez alguém tenha tirado do livro de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, pois ali tem uma parte que Riobaldo se encontra com um redemoinho e o diabo está nele. O interessante era que na minha imaginação infantil, tinha uma ideia de que o diabo fosse feio, vermelho, com chifre, rabo, pé de bode, um tridente na mão e fedia. E por causa desse imaginário nós jogávamos o alho para ver o diabo, mas corríamos, o mais depressa possível, para não vê-lo, não é irônico?
b) E essa ideia de que o diabo tem uma imagem grotesca não é de agora, ele tomou essa forma na imaginação popular a partir do século 11, como afirma o escritor Umberto Eco no livro História da Feiura: "É somente a partir do século 11 que ele começa a aparecer como um monstro dotado de cauda, orelhas animalescas, barbicha caprina, artelhos, patas e chifres, adquirindo também asas de morcego", escreveu.1
c) O pior de tudo nesta trama é que essa imagem de Satanás tão horrorosa, que colocava medo e pavor, tornou-se algo tão ridículo que a humanidade acabou deixando de acreditar na existência desse ser. E assim não sente necessidade de se proteger do inimigo, até porque, na imaginação de muitos, ele não existe. Muitos afirmam o diabo não existe, o mal está dentro de cada pessoa. Será que não existe esse ser maléfico? Será que o mal é somente a ausência do bem? Se o diabo existe como relaciona-lo com a existência de um Deus? Como nos proteger de um ser superpoderoso, com anos de experiência e que deseja nossa destruição? Ele seria feio como falam?
II – PARÁBOLA DO TRIGO E O JOIO (; )
a) Nesta parábola gostaria de chamar a atenção para a realidade da existência de um inimigo que se posiciona como um adversário, alguém que tem a intenção de destruir tudo de bom que Deus tem feito. Esse inimigo presente na parábola do joio, também está presente na parábola do semeador, lá ele arrebata a semente, aqui ele semeia o joio.
b) “O que esse inimigo faz é sujo, cruel, covarde, sádico. Ele espera até que todos estejam em profundo sono, para não ser visto e apanhado. É assim com as obras do inimigo, nós não podemos ver ele semeando, mas vemos apenas os resultados de sua obra nefasta. O inimigo sem o menor laivo (sinal) de preocupação por todo o trabalho que foi feito na lavoura, os gastos empregados e as esperanças alentadas, ele semeia novamente a lavoura, mas agora com joio. Essa era uma forma muito comum de se vingar de alguém em alguns lugares do Oriente”2
c) Nem Deus nem os anjos jamais semearam semente que produzisse joio. O joio é sempre lançado por Satanás, o inimigo de Deus e do homem. Tudo o que é bom na Terra vem de Deus. Tudo o que é mau, em última instância, resulta da semente que o diabo semeou no coração humano.
III – DEUS NÃO CRIOU O MAL ()
a) Como pode um ser tão vil existir? Foi Deus quem o fez assim? (Ler ) Deus não criou satanás, ele criou Lúcifer um anjo perfeito que amava fazer a vontade do Criador. A maldade não surgiu de Deus, não tem parte nEle, em Deus não existe trevas conforme declara 1 . O nome Lúcifer não está na bíblia, ela é uma palavra do latim que significa - Anjo de Luz - ainda que o nome Lúcifer não se encontra na bíblia, sua referência porém está presente em Isaías 14.12.
b) A posição original de Satanás é ilustrada pelos querubins que cobriam o propiciatório no templo hebraico. Lúcifer, o querubim cobridor, estava à luz da presença divina. Era o mais elevado de todos os seres criados, e o primeiro em revelar ao universo os desígnios divinos (ver DTN, 758).
c) A obra de Lúcifer em disseminar a rebelião no Céu, é comparada ao comércio ganancioso da cidade de Tiro. nos informa que era seu desejo ser igual a Deus, mas não igual em amor, misericórdia, justiça, porém queria ser honrado como Deus e ter o mesmo poder que Ele. Satanás foi orgulhoso, egoísta, mentiu, disseminou a rebeldia, por isso sua obra é retratada aqui como um comercio desonesto.
IV – HOUVE GUERRA NO CÉU ()
a) Por mais incrível que pareça o pecado surgiu onde ninguém imaginaria que pudesse surgir, no céu. Um ser perfeito, que amava fazer a vontade de Deus se rebelou, pecou e assim não podia morar mais no monte santo de Deus, (Ler ) ele foi expulso, não havia espaço para ele entre os outros seres celestiais.
b) Alguém me perguntou outro dia, por que Deus não destruiu capiroto de uma vez? Por que deixou que esse encardido viesse aqui para a terra? Era para ter matado esse infeliz lá no céu mesmo. Eu respondi, não é tão simples assim. Ellen White afirma no livro parábolas de Jesus que:
c) Assim convivemos com esse ser vil que segundo Pedro está como um “leão procurando alguém para devorar” 1 Pe 5.8, João já afirma que ele peleja contra aqueles que guarda os dez mandamentos de Deus. () O diabo deseja constantemente a nossa destruição. No Éden ele se utilizou do desface e do engano para levar Adão e Eva ao pecado. Hoje ele opera de várias maneiras. Escrevendo aos Efésios, Paulo coloca o conflito cristão dentro dos limites do sobrenatural. “Nossa luta não é contra o sangue e a carne”, diz ele (). O inimigo é entendido como acima do plano humano. Satanás é mais poderoso, astuto, determinado, organizado e possui mil disfarces. Como nos proteger desse inimigo? Como entrar nesta luta preparado?
V – A ARMADURA DE DEUS (Éf 6.13-18)
a) Se nossa luta não é contra o sangue e a carne, o Senhor cria o equilíbrio, lembrando-nos de que “as armas da nossa milícia [também] não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas” ().
b) No texto de efésios 6.13-18, Paulo descreve o teor das armas disponíveis, utilizando símbolos e metáforas tiradas do mundo militar antigo. “Cingindo os vossos lombos com a verdade” (). A verdade é vista como um cinturão de couro semelhante ao que era utilizado pelos soldados romanos para cobrir os órgãos nobres e vitais. Por que iniciar com a verdade? Porque a mentira é a mais poderosa arma do inimigo. Com ela, o diabo introduziu a rebelião no Céu. Também estabeleceu na Terra um reino nela baseado: mentira a respeito de Deus, do significado da vida, de nós próprios, da família, do sucesso, do dinheiro, do sexo. Respiramos mentiras por todas as partes. Apenas a verdade tem o poder de nos proteger contra a mentira. Apenas a verdade pode libertar nossa visão e coração. Para Jesus, a verdade é uma força protetora (). Apenas a verdade pode desmascarar as mentiras do diabo.
c) Paulo relaciona as peças adicionais da armadura cristã: a couraça da justiça, as sandálias do evangelho, o escudo da fé, o capacete da salvação. Todas essas são armas defensivas. Pela fé, a justiça de Cristo se torna nossa justiça. Lutero inicialmente entendeu a justiça de Deus como sendo justiça condenatória. Mas compreendeu afinal que justiça é o que Deus oferece, não o que Ele exige. Isso o transformou para sempre. “Calçados os pés na preparação do evangelho da paz” (v. 15, ARC). As sandálias eram características das pessoas livres. Em termos militares, elas representavam prontidão para avançar. O evangelho da paz também nos torna embaixadores da paz entre famílias em guerra, em conflitos na fábrica, no escritório, na escola e na própria igreja. Os filhos do reino agem como agentes de reconciliação.
d) “O escudo da fé” (v. 16). A referência era um grande escudo oval usado pelos soldados em batalhas. Os dardos inflamados eram uma perigosa arma do inimigo. Setas com pontas em fogo eram disparadas de direções desconhecidas. O escudo, por sua mobilidade, representava uma extraordinária proteção. A fé é tal escudo. ilustra o enorme poder da fé atuando na vida dos filhos de Deus: pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada e da fraqueza tiraram força; na batalha se esforçaram e puseram em fuga os exércitos inimigos (v. 33, 34). Que descrição impressionante daquilo que a fé em Deus é capaz!
e) “O capacete da salvação” (). O capacete é a proteção da cabeça, parte vulnerável do corpo. Ele significa proteção contra a dúvida. Frequentemente recebemos mensagens negativas vindas de familiares, de um chefe, do professor, de amigos, de inimigos e do diabo. A salvação é a permanente afirmação de nosso valor. No mundo, se você não possui dinheiro, inteligência ou aparência física segundo os padrões da sociedade, as circunstâncias podem estar lhe dizendo que você não vale muito. Lembre-se: o Rei do Universo entregou-Se por você para que você nunca mais se veja em termos negativos. A salvação assegura o perdão do passado, poder para as vitórias no presente e a promessa da redenção final.
VI – A ESPADA DO ESPÍRITO
a) No fim da descrição da armadura de Deus, composta quase que somente de peças de defesa, o apóstolo menciona a única arma ofensiva: a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Ele não permite que Seus filhos se dirijam ao campo de batalha de mãos vazias. Oferece-lhes a espada da Palavra.
b) Pense nisto: contra os poderes invasivos que nos cercam e agridem, apenas uma espada, que em última instância é de fato “palavra”! O que podem palavras fazer por nós em tal conflito? Não muito, se estas fossem as fracas palavras humanas. Mas a espada aqui é a poderosa Palavra de Deus. Plena no poder do Espírito. O mesmo poder utilizado de modo verbal na criação e que, na forma escrita, não sofre nenhum grau de fossilização. A Bíblia se coloca à parte da filosofia humana, suas máximas e opiniões. Muito mais que mero fenômeno da literatura universal, ela é a Palavra de Deus, vestida nas palavras dos homens, útil e eficaz.
c) A Palavra foi a grande arma ofensiva de Cristo no conflito contra Satanás no deserto. Foi utilizada diante de todos os Seus oponentes. Em qualquer circunstância possível, Ele apelou para o que havia sido escrito no Antigo Testamento. “Está escrito” era seu argumento final. Não é surpreendente que Jesus Cristo, Deus encarnado, Senhor dos Céus e da Terra, tenha apelado para a ajuda de Moisés, Seu servo, e de outros profetas? Como explicar que Aquele que dava testemunho do Céu contra as tentações do inferno tenha apelado para palavras da Terra? Como explicar essa reversão da ordem? A explicação é apenas uma: para Jesus, as palavras das Escrituras são as palavras do próprio Deus, e não as palavras de homens.
CONCLUSÃO
a) De fato, as Escrituras ensinam que Satanás e as forças do mal são uma realidade. Elas são muitas e são poderosas, organizadas, excessivamente astutas, são especialistas na psicologia humana, hábeis no uso do engano e invisíveis. O inimigo que não vemos ou do qual não temos consciência é com toda a certeza o pior de todos. Em condições normais, não teríamos nenhuma chance.
b) Contudo, a maior característica do inimigo não foi incluída acima. O que a Bíblia ensina de mais importante sobre Satanás e seus aliados é que eles são inimigos vencidos. Foram derrotados de modo completo por Cristo em Sua vida, ministério e ressurreição. Todos aqueles que genuinamente se submetem a Jesus partilham dessa vitória. Jesus venceu e a sua vitória é a nossa garantia de vitória também. Satanás é um colecionador de derrotas contra Cristo e se quisermos vencer precisamos nos alistar no exército dos que estão vencendo pelo sangue do cordeiro.
c) As armas estão a nossa disposição lancemos mãos delas e façamos como Davi (Ler ) Esta vida é uma guerra, e cada dia, uma batalha. Peça a Deus para adestrar suas mãos para a batalha e os seus dedos, para a guerra. Davi não se atreve a sair correndo como um louco para enfrentar a batalha do dia. Ele gasta tempo para reconhecer a grandeza de Deus. Coloca seus planos nas mãos da “Rocha”. Nada pode fracassar quando Deus é o fundamento. Depois de reconhecer que ele não está sozinho, o salmista está pronto a lutar. Lutar sem Deus é loucura. Confiar em Deus sem lutar é tolice.
APELO
Às vezes, tornamo-nos tão presos às circunstâncias, tão obcecados pelos problemas da vida, que nos esquecemos de que a vitória já está assegurada e das medidas tomadas por Deus para garantir nossa proteção no combate. A vida não é só uma vitória. É uma sucessão de vitórias. Cada pequena vitória é parte da grande vitória final. Cada dia é uma batalha diferente. A vitória hoje não é garantia de vitória amanhã. O sucesso de “quase” toda a vida, não garante o sucesso da vida toda. Fracassar no último momento é jogar por terra todas as vitórias do passado. Olhe para a Rocha antes de sair para a guerra. “Se submeta diante de Deus resista ao diabo e ele fugirá de vós.” . Jesus é a Rocha dos séculos, Ele é a nossa vitória.
1<https://www.bbc.com/portuguese/geral-45108192#orb-banner> Acessado em 15/01/2020
2Hendriksen, W. (2010). Mateus. (V. G. Martins, Trad.) (2a edição em português, Vol. 2, p. 77). Cambuci; São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
3WHITE, Ellen G. Parábola de Jesus, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1954.
4Comentário Bíblico adventista sobre Mateus, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
5 RODOR, Amin A. Meditações Diárias: Encontros com Deus, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014.
6 WHITE, Ellen G. O desejado de todas as Nações, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
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