João Batista e seu Testemunho.

Exposições no Evangelho de João.   •  Sermon  •  Submitted
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João Batista surge no cenário Israelita como a Voz do que Clama No Deserto, sendo o precursor do Messias e testemunha que Jesus é o Filho de Deus.

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Introdução.

Na última mensagem nós iniciamos uma série de exposições no evangelho escrito por João. Na ocasião, nós vimos como este autor inicia seu texto afirmando a pré-existência de Jesus e, consequentemente, sua divindade. O autor também afirma que esse Cristo pré-existente, Divino, um dia se fez carne e habitou entre nós.
No texto que vamos analisar hoje, João começa a nos apresentar os motivos pelos quais o Verbo de Deus se encarnou, e como João Batista é um personagem importantíssimo, pois ele é o primeiro a testemunhar que Jesus é o filho de Deus.
João é testemunha ocular de tudo isso, pois lhe havia sido revelado que, aquele sobre quem ele visse descer e pousar o Espírito este seria o que batizaria com o Espírito Santo, e seria o Filho de Deus.

Texto.

João Batista Repete o seu Testemunho.
19-Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?

19Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?

20Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.

21Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não.

22Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo?

23Então, ele respondeu:

Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor,

como disse o profeta Isaías.

24Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.

25E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?

26Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis,

27o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.

28Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

João Batista torna a repetir o seu testemunho

29No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

30É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim.

31Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.

O batismo de Jesus

Mt 3:13–17; Mc 1:9–11; Lc 3:21–22

32E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.

33Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.

34Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.

20-Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
21-Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não.
22-Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo?
23-Então, ele respondeu:
Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor,
como disse o profeta Isaías.
24-Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.
24Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.
25-E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26-Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis,
27-o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.
28-Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
João Batista torna a repetir o seu testemunho
João Batista torna a repetir o seu testemunho
29-No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
30-É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim.
31-Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.
O batismo de Jesus
O batismo de Jesus
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32-E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.
32E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.
33-Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
34-Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.

Contextualizando.

Sempre houve uma expectativa enorme por parte dos judeus de que alguém viria. Dependendo da compreensão que o povo tinha de , podemos dizer que desde tempos pré-diluvianos tal expectativa era presente na mentalidade do povo.
Com o passar do tempo, de acordo com a progressividade da revelação no Antigo Testamento, tal expectativa foi aumentando e criando corpo. Diversos profetas vieram profetizando uma restauração futura por meio do Messias enviado por YHWH.
A palavra Messias vem do hebraico e significa literalmente “ungido”.
Diversos profetas profetizaram que um dia o Senhor YHWH enviaria o Messias. A palavra Messias vem do hebraico e significa literalmente “ungido”. A figura do ungido, como já disse é muito presente na literatura profética e um dos profetas que mais falou a respeito do Messias foi Isaías. Isaías é o profeta messiânico. Vários capítulos de seu livro trazem predições sobre esta figura. Há também vários Salmos considerados messiânicos, onde o salmista expressa esse conceito de uma vinda de alguém diferente de tudo aquilo que o povo de Israel havia experimentado em toda a sua história.
A figura do ungido se tornou muito presente na literatura profética e um dos profetas que mais falou a respeito do Messias foi Isaías. Isaías é o profeta messiânico.
Basicamente, dos capítulos 40 ao 66 do livro de Isaías o foco principal repousa nesta figura.
Há também vários Salmos considerados messiânicos, onde o salmista expressa esse conceito de uma vinda de alguém diferente de tudo aquilo que o povo de Israel havia experimentado em toda a sua história.
Quando entramos no Novo Testamento esta expectativa está clara em diversas passagens, e aqui no evangelho de João não é diferente.

Análise.

19-Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?
Após João, o evangelista, introduzir seu evangelho nos falando da pré-existência e, obviamente, divindade de Jesus, ele agora vai nos mostrar pessoas que viveram com Jesus e confirmaram isso que ele nos introduziu. A primeira pessoa é João o Batista.(detalhe que para João não é suficiente somente chegar e dizer que Jesus é Deus, ele precisa validar seu argumento com a fala de alguém que tinha credibilidade entre aquele povo). É interessante João Evangelista começar com o testemunho de João o Batista, dado o respeito e credibilidade que João Batista conquistou durante seu ministério. E o autor do evangelho aqui, começa mostrando que João Batista surge, e logo, os sacerdotes e levitas são enviados pelos judeus para perguntarem a João: Quem és tu? Imagine a cena, toda esta expectativa de que o messias viria, o exílio babilônico não era algo tão distante da mente deles, a revolta dos macabeus estava mais fresca ainda na memória, os romanos agora são os dominadores, a terra “santa” infestada de gentios pagãos, de repente um homem surge no deserto pregando, uma multidão se ajunta a ele. Ora, quem é este homem? (Existe um silêncio profético de cerca de 400 anos aqui também, após o profeta Malaquias nenhum profeta apareceu novamente tendo revelações de Deus).
20-Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
O vs 20 é claro ao nos mostrar que João entende a pergunta logo de cara. Quando perguntam quem és tu? João logo diz: Eu não sou o Cristo. Isso é interessante. João começa o seu testemunho da divindade de Jesus com uma negação, e essa negação de que O Batista não é o Cristo, primeiro vai acontecer por palavras de João, e depois por atos de João, e depois ainda, por João indicar Jesus aos seus próprios discípulos ().
21-Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não.
Após João Batista afirmar categoricamente que ele não era o Cristo, segue-se outra pergunta, ou, outras perguntas: quem é pois? És tu Elias? Ele disse não sou. És tu o profeta? (esta pergunta se refere ao texto de ). Respondeu não.
Porque perguntar se João por acaso seria Elias?
Vale lembrar que Elias não experimentou a morte.
O sol da justiça e seu precursor
Sociedade Bíblica do Brasil. (1999). Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (). Sociedade Bíblica do Brasil.
O sol da justiça e seu precursor
1Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.
O livro do profeta Malaquias finaliza da seguinte maneira: ().
2Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria.
3Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos.
4Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos.
5-Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR;
5Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR;
6-ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.
Em Malaquias há esta predição de que Elias viria, no entanto os judeus desenvolveram um pensamento de que o mesmo Elias, literalmente, que foi assunto aos céus desceria novamente. E obviamente, somos informados pela Escritura que João Batista tem pai e tem mãe, então neste sentido, ele não é Elias. No entanto, existe um sentido onde João Batista cumpre esta profecia, não da forma como os judeus pensavam, mas sim da forma que Deus havia predito que seria. E o próprio Jesus reconhece isso, mas primeiro vamos ver o que o Anjo Gabriel diz a Isabel quando fala do nascimento de João: :
11-E eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso.
12-Vendo-o, Zacarias turbou-se, e apoderou-se dele o temor.
13-Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João.
14-Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento.
15-Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno.
16-E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.
17-E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.
Observe que neste texto, especificamente no vs 17, as palavras do anjo concordam claramente com a predição de Malaquias.
Jesus também vai afirmar que João é Elias, veja :
9-E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos.
10-Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro?
11-Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas.
12-Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles.
13-Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.
E Então, João é Elias ou não? No sentido que os judeus esperavam não, pois, como disse, os judeus esperavam o próprio Elias descer do céu. Mas no sentido que a profecia traz sim, no sentido de função, no sentido que o anjo predisse, que ele viria no espírito e poder de Elias, e aqui não se trata de uma encarnação, quando diz espírito, mas sim de ímpeto, de atividade, de representatividade, etc.
Ainda no vs 21 - eles seguem perguntando ainda: é tu o profeta? A probabilidade aqui é que eles se referem ao profeta mencionado por Moisés em :
“ O Senhor, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás,”.
Existe um contexto onde essa predição se aplica a todos os profetas do A.T de Samuel até Malaquias, mas somente em Cristo essa profecia se cumpre plenamente. Então, neste sentido, João Batista também não é o profeta, com artigo definido, porque tal profeta é Cristo.
22-Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo?
Os inquiridores seguem seu papel: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Observe que aqui eles não tentam dar opções, mas perguntam o que vc diz a respeito de vc mesmo? Após esta pergunta João responde com a Escritura:
o definido, porque tal profeta é Cristo.
23 - “Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías”.
Aqui
Para responder aos seus inquiridores João utiliza o texto de , onde o profeta, mostra que o povo de Deus seria convocado por uma voz profética para preparar a vinda de YHWH. João Batista diz ser essa voz. O Dr Andreas Kostenberger diz o seguinte:
“Diversos elementos do contexto originário de estão em harmonia com a aplicação da passagem em :
(Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. G.K Beale e D.A Carson, organizadores).
1) O deserto como lugar de atividade profética.
2) o foco afastado do mensageiro e direcionado à mensagem.
3) a revelação vindoura da glória de Deus por meio de sua vinda visível e por trazer a salvação não apenas a Israel, mas a toda humanidade.
4) a necessidade de arrependimento na preparação do caminho.
A passagem de , por sua vez, invoca o tema mais amplo do Êxodo, que também inclui os temas da salvação e da glória de Deus. Por isso, o emprego de em sugere que, no contexto da história da salvação, João Batista exerce o papel de ‘arauto de um novo êxodo, anunciando que Deus está para redimir seu povo do cativeiro, como o fizera nos dias de Moisés’, e que o fará pela instrumentalidade de João Batista, a ‘voz no deserto’ de Isaías. De acordo com a profecia de Isaías, João Batista conclama o povo de Deus ao arrependimento como forma de se preparar para o Servo, que está por vir”. (Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. G.K Beale e D.A Carson, organizadores).
João evoca um conceito também conhecido pelos estudiosos judaicos, o livro de Isaías deixa claro que a consolação e restauração de Israel seria precedida pela voz do que clama, João Batista diz ser essa voz e os enviados não fazem a menor questão do que ele diz, mas estão preocupados com outra coisa veja os versículos seguintes:
24-Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.

24Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.

25E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?

25-E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
O texto afirma que os que alguns dos que foram enviados eram fariseus, e os fariseus estão preocupados com o motivo pelo qual João está batizando, uma vez que ele não é o Cristo, nem Elias, nem o profeta. João acabou de dizer que é aquele que prepara o caminho para a restauração e a consolação, mas eles estão preocupados com autoridade, com ordenanças. E João responde, veja:
26-Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis,
27-o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.
João responde a pergunta apontando para algo maior que ele, e maior que aqueles que os enviaram. João enfatiza que batiza com água,mais a frente ( vs. 33) João afirma que batiza com água, mas aquele que viria após ele batizaria também com o Espírito Santo.
Observe, ele afirma vós não conheceis, ele vem após mim, e eu não sou digno de desatar-lhes as correiras das sandálias. (Os escravos carregavam as sandálias dos mestres. João alega não ser digno nem mesmo de ser escravo de Cristo). A ênfase que o autor dá aqui então é na diferença entre João e aquele que viria após eles.
Mais uma vez seus inquisidores são informados de como as coisas estão acontecendo em consonância com as profecias. João afirma ser a voz, todos sabiam que a voz não falaria de si mesmo, mas anunciaria a consolação e restauração. João agora fala que é pequeno e enfatiza a grandeza do que viria depois dele, e o vs 29 é o ápice desse prelúdio informativo que João está nos dando, veja:
29-No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
Isso é fantástico! A voz do que clama no deserto prenunciou a vinda da restauração e da consolação. A voz do clama do deserto afirmou que batiza apenas com água, mas aí vem um que ele é indigno de ser seu escravo, agora a voz do que clama no deserto vê o objeto de sua mensagem aponta e afirma categoricamente:
Biblia Sacra juxta Vulgatam Clementinam. (2005). (Ed. electronica, ). Bellingham, WA: Logos Bible Software.
“Ecce agnus Dei, ecce qui tollit peccatum mundi”.
Ἴδε ὁ ἀμνὸς τοῦ θεοῦ ὁ αἴρων τὴν ἁμαρτίαν τοῦ κόσμου”.

Ἴδε ὁ ἀμνὸς τοῦ θεοῦ ὁ αἴρων τὴν ἁμαρτίαν τοῦ κόσμου

Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
Este é o climax da passagem. Se João vem dizendo que ele é aquele que prepararia o caminho, aquele que viria antes, que ele batizava com água, mas o que viria depois é bem maior do que ele pois é o que traria a restauração e consolação de Israel, agora ele identifica todo esse prenuncio com o homem que vem na direção dele.
João é enfático ao dizer que este homem é o cordeiro que tira o pecado do mundo. A consolação e restauração de Israel é ser livre do poder do pecado.
O Batismo eficaz é o que o cordeiro de Deus vem aplicar. E este é o que vem na direção de João para ser batizado.
Agora, o que significa: Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?
Nós temos várias referências a cordeiro nas Sagradas Escrituras:
Existe o Cordeiro Pascal: . Onde, na instituição da Páscoa um cordeiro foi morto, seu sangue foi passado nos umbrais das portas dos Israelitas para que o anjo da morte, na décima praga do Egito, não matasse os primogênitos dos judeus. Daí o termo páscoa, do hebraico פָּסַח, que significa passagem.
Existe o cordeiro para a oferta diária registrado em . Os Isralitas deveriam, diariamente, oferecer um cordeiro como holocausto. Segundo o Dr Shedd essas ofertas diárias serviam para preservar, diante do povo, a realidade da constante presença de Deus entre o Seu povo, cujo dever era manter-se santo como Deus é santo.
Existe o cordeiro do contexto de ,. “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. 10- Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos”.
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. 10- Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos”.
À qual destes cordeiros João se referia? Bem, entendo que João se refere à todos, pois todos esses cordeiros são sombras, são tipos desse cordeiro que viria e faria todo este trabalho de uma vez por todas.
O cordeiro Pascal é um tipo de Jesus, veja que o apóstolo Paulo nos diz: .
O cordeiro da oferta diária é um tipo de Jesus, ele deveria ser sem defeito e sem mácula, veja o que diz .
O cordeiro de é uma referência direta a Jesus. Veja o que diz .
30-É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim.
O texto segue e João Batista repete a ideia da pré-existência e eternidade de Jesus. William Hendriksen enxerga aqui uma possibilidade de João previamente estar ensinando sobre Jesus, o que faz sentido pelo termo: “É este a favor de quem eu disse”.
31-Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.
Ao que tudo indica o “conhecer” aqui se refere mais ao convívio, do que a assimilação da existência. Vale lembrar que Jesus passa todo o seu tempo na Galileia, e João vive na Judeia. Provavelmente não houve um contato íntimo, ainda que suas mães eram parentes. João também parece mostrar que não o conhecia como o cordeiro e que agora isso lhe fora revelado.
Ele aqui responde o porque batizava, João batizava com água para que Ele, o cordeiro, fosse manifestado a Israel, e o Batismo de Jesus por João é a clara manifestação de Deus em favor de seu Filho e o início do ministério de Jesus. Ou seja, primeiro vem João, de boa reputação, reconhecido como profeta do altíssimo. João batiza várias pessoas, as pessoas confiam em João, os líderes questionam quem é João, João prega sobre um que viria após ele, João coloca ênfase de que este que viria é maior que ele, este vêm, e João então dá testemunho de quem Ele é.
João prega sobre um que viria após ele, os líderes questionam quem é João
32-E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.
Agora o autor faz questão de nos contar a fala de João Batista, João Batista afirma que VIU o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Aqui fica mais evidente o descer vagaroso e direcionado do Espírito do que propriamente a forma, em todo caso, a forma não é descartada.
Sociedade Bíblica do Brasil. (1999). Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (). Sociedade Bíblica do Brasil.
33-Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
Mais uma vez João afirma que não o conhecia, ou seja ele sabia que viria um que batizaria com o Espírito Santo mas não sabia quem era, e o Espírito que o enviou o havia revelado que seria aquele sobre quem ele visse o Espírito Santo descer. A ênfase de João é que isso lhe foi revelado, não foi uma compreensão própria.
Sociedade Bíblica do Brasil. (1999). Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (). Sociedade Bíblica do Brasil.

34Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.

34-Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.
João fecha afirmando mais uma vez seu testemunho, ele viu e testifica que Jesus é o Filho de Deus.
Considerações: Em todo a perícope João Batista repete por três vezes que ele batiza com água, fazendo um contraste com aquele que ele informa uma única vez, e num ponto de testificação, que batiza com o Espírito Santo.
Batizar com água remete ao costume ritualístico da lavagem, batizar com o Espírito informa algo sobremodo excelente.
Toda a perícope tem dois ápices, um quando João afirma que Jesus é o Cordeiro de Deus, e outro quando ele diz que Jesus é o Filho de Deus.
João também quer nos mostrar que o ministério de Jesus apenas inicia quando o Espírito desce e pousa sobre ele. Tudo o que Jesus fez, ele, apesar de ser Deus, fez por ter sido capacitado pelo Espírito Santo.
Aplicações:
João Batista entende seu lugar de servo. Em momento algum ele se sente vislumbrado pela posição que ocupava, e toda a glória sempre era direcionada para Deus. Sinto que as vezes nos esquecemos disto. Tudo o que fazemos, fazemos na condição de servos de Deus, nada a mais. Tudo o que fazemos na igreja fazemos para Deus. O culto é para ele, nossa adoração é dele, tudo é dele.
O ministério de Jesus é evidenciado pelo fator salvífico de sua obra e de sua pregação. Nunca podemos nos esquecer disso. Este texto nos mostra que:
Jesus é o que Batiza com o Espírito Santo;
Este texto nos mostra que: Jesus é o que Batiza com o Espírito Santo;
nos mostra que Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, apontando para o caráter sacrificial de sua obra;
e nos mostra que Jesus é o Filho de Deus (vs 34) e o próprio João vai nos dizer que .
Com isso, vida cristã não está ligada com curas, milagres, sinais miraculosos, etc. Vida cristã está ligada com crer que Cristo é nosso representante, morreu em nosso lugar, nos batiza com seu Santo Espírito, não no sentido pentecostal da coisa, mas no sentido bíblico do termo, nos imergindo em sua vida, tirando nossa morte e nos dando sua vida. E, dessa forma, vamos perder, vamos sofrer, não vamos ter tudo o que queremos, mas necessitamos permanecer firmes no nosso propósito, crendo no Filho de Deus.
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