Jesus Purifica o Templo.

Exposições no Evangelho de João.   •  Sermon  •  Submitted
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Texto.

Jesus purifica o templo
13-Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém.
João 2.12–22

Todo judeu do sexo masculino, de 12 anos para cima, devia comparecer à Páscoa em Jerusalém, uma festa celebrada para comemorar o livramento do povo de Israel do cativeiro egípcio. No décimo dia do mês de Abib ou Nisã (que geralmente corresponde ao nosso mês de março, embora seus dias finais às vezes se estendam mês de abril adentro), um cordeiro de um ano, sem mácula, era escolhido. Era morto no décimo quarto dia, entre três e seis horas da tarde. A celebração noturna elaborada da festa nos dias da jornada de nosso Senhor incluía os seguintes elementos:

a) Uma oração de gratidão pelo chefe da casa, bebendo-se a primeira taça de vinho. Outras taças eram esvaziadas na continuidade da festa.

b) O consumo de ervas amargas, como lembrança da amarga escravidão no Egito.

c) A pergunta do filho: “Por que esta noite é diferente de todas as demais?”; e a resposta apropriada do pai, em forma narrada ou lida.

d) O cântico da primeira parte do Hallel (Sl 113–114) e o lavar das mãos.

e) Cortar e comer o cordeiro, junto com pães sem fermento. O cordeiro era comido em comemoração às ordens recebidas pelos antepassados na noite em que o Senhor feriu todos os primogênitos do Egito e livrou seu povo (veja Êx 12.13). Os pães sem fermento eram um memorial dos primeiros dias de jornada, durante os quais este pão da pressa foi comido pelos ancestrais. Era também um símbolo de pureza.

f) A continuação da refeição, cada um comendo tanto quanto quisesse, mas sempre após o cordeiro.

g) O cântico da última parte do Hallel (Sl 115–118).

Após o dia em que o cordeiro era morto, seguiam-se sete dias da Festa dos Pães Asmos, celebrada do décimo quinto dia até o vigésimo primeiro de Nisã. Era tão íntima a conexão entre a refeição da Páscoa em si e a Festa dos Pães Asmos, que se seguia imediatamente, que o termo Páscoa frequentemente é usado para se referir a ambos os eventos.

Assim, em Lucas 22.1 – uma passagem bem significativa – lemos: “Ora, a Festa dos Pães Asmos estava próxima, que é chamada Páscoa”. Também em Atos 12.4 (veja o verso precedente) o termo Páscoa claramente se refere a todos os sete dias da festa. O Antigo Testamento também denomina a Páscoa como uma festa de sete dias (Ez 45.21).

Durante este festival de sete dias, chamado de Páscoa, muitos animais eram oferecidos em sacrifício (Nm 28.16–25) a Javé. Portanto, ao lermos no segundo capítulo de João acerca de bois e ovelhas sendo vendidos no pátio do templo, parece justificada a conclusão de que o termo Páscoa, no verso 13, também se refere aqui a todo o festival de uma semana. Jesus subiu para Jerusalém, verdadeiro neste caso até em sentido literal (realmente subindo de 207 metros abaixo do nível do mar, perto do Mar da Galileia, para 760 metros acima do nível do mar, a altitude da Cidade Santa), mas sempre verdadeiro no sentido religioso.

14-E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados;
Quando Jesus chega no templo encontra uma verdadeira “festa” lá.
Como a páscoa era uma festa anual, várias pessoas de várias partes da nação vinham até Jerusalém onde o templo estava localizado para participarem de tal festa.
No decorrer da festa dos pães asmos que, como já vimos, acabou incluindo em si a páscoa, vários animais eram oferecidos em sacrifício no templo.
Como muitos vinhas de longe, era bem mais conveniente comprar os animais ali do que conduzi-los pelo país afora até chegar no templo. Então, havia uma espécie de mercado no templo, com bois, ovelhas e pombas para serem vendidos para aqueles que quisessem.
Além disso, no templo só eram aceitos moedas judias, como quem dominava israel neste momento era o império romano, muitas pessoas que vinham até ali traziam consigo moedas estrangeiras que deveriam passar pelo câmbio e serem trocadas pelas moedas adequadas, e esse tipo de serviço também era oferecido ali.
Então quando Jesus chega o templo parece um shopping center judaico, havia de tudo bois, ovelhas, pombos, cambio para trocar as moedas. Etc.
Jesus não se agrada disso.
15-tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas
16-e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.
Toda essa ação se dá na parte externa do templo que era conhecida como pátio dos gentios.
Jesus aqui tem uma atitude enérgica. Ele faz um chicote de cordas, o que não era difícil de fazer uma vez que haviam muitos animais ali. e com tal chicote expulsou as pessoas e também os animais.
D.A Carson fala algo sobre isso que deve ser levado em conta: “A ação física de Jesus foi vigorosa, mas não cruel; não é possível expulsar gado e ovelhas sem um chicote de cordas. Ainda, sua ação poderia não ter gerado um tumulto turbulento, ou teria havido rápida represália por parte das tropas romanas na fortaleza de Antônia, que vigiava parte do complexo do templo”.
17-Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito:
O zelo da tua casa me consumirá.
O comentário de João aqui evoca a uma lembrança que os discípulos tiveram do salmo 69, um salmo davídico, que também é considerado um salmo messiânico.
Este Salmo demonstra o Salmista sendo desprezado e afrontado pelos demais por causa do zelo que nutria pela casa do Senhor.
A aplicação que João faz aqui da lembrança dos discípulos deste salmo, neste momento caracteriza a ação de Jesus a uma perspectiva escriturística. Como o salmo 69 é um salmo messiânico, e apresenta o conceito do “justo Sofredor”, João aqui conecta Jesus ao justo sofredor do salmo davídico.
18-Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas?
Assim como fizeram com João Batista, novamente aqui os judeus desviam o foco do acontecimento para a questão da autoridade. O modo majestoso como Jesus executou esta tarefa de forma que, ao vê-lo, ninguém chegou a sequer ousar resistir, era prova suficiente de que o Messias tinha entrado no templo e o estava purificando, como fora predito. Que sinal adicional se poderia pedir?
O pedido de um sinal não era apenas estúpido, todavia; era também perverso. Era o resultado da falta de vontade de admitirem sua culpa. As autoridades deviam estar envergonhadas de toda esta corrupção e ganância dentro do pátio do templo. Em vez de questionarem que direito tinha Jesus de purificar o templo, eles deviam ter confessado seus pecados e agradecido a ele.
Precisamos analisar a coisa de forma organizada aqui, veja bem. Temos um problema:
as coisas estão acontecendo de forma indevida no templo. Animais estão sendo vendidos, moedas sendo trocados, comércio está sendo feito onde não era pra fazer.
Jesus identifica isso e age. Jesus expulsa os animais, expulsa os cambistas, expulsa os que vendem e diz que ali era a casa de Deus. Ou seja, Jesus corrige o problema. Ao corrigir o problemas Jesus mostra o verdadeiro papel do templo.
Os judeus nem se preocupam com os desdobramentos da ação de Jesus, sua preocupação repousa puramente na questão da autoridade. Eles não estão se importando com a questão da adoração, sua preocupação é somente religiosa, e burocrática.
Isso fala muito sobre eles. E sobre nós, quais tem sido nossas preocupações? No âmbito de nossas interações religiosas qual tem sido nossa real preocupação, é com as coisas que realmente importam, ou é somente com os aspectos externos?
Agora observe em como eles abordam a questão com Jesus, eles perguntam, que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas?
Eles pedem que Jesus valide sua ação com um sinal.
Jesus está purificando o templo, e eles querem um sinal que demonstre que ele, Jesus, tem autoridade pra fazer isso. Veja a resposta de Jesus.
19-Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei.
19-Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei.
A resposta de Jesus aqui, como em diversas outras ocasiões segue o padrão do enigma para aqueles o estavam ouvindo.
Após a história completa fica fácil compreender que Jesus está dando o que eles querem.
Como bem diz Hendriksen, Jesus aqui está inaugurando o novo templo de Deus. E ele está mostrando que tal templo que representa Deus agora é ele.
a culminação do sinal que os judeus pedem é a cruz, e é isso que Jesus está mostrando.
Eles entendem que Jesus fala do templo de pedras, feito por mãos humanas, Jesus está dizendo que ele é o verdadeiro templo, e o sinal final de que Ele verdadeiramente tinha autoridade para fazer tal coisa seria sua ressurreição. Mas veja como os judeus reagiram a isso.
20-Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás?
21-Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo.
22-Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus.
Trecho diretamente autoexplicativo. Os judeus se referem a reforma e ampliação do Templo iniciada por Herodes o grande. Mas o texto segue e o versículo 21 nos mostra do que ele realmente falava.
Observe que, até mesmo os discípulos só foram entender isso após a ressurreição de Jesus.
Muitos crêem em Jesus
É interessante perceber que, desde sempre, Jesus tinha total noção de seu papel e de sua missão. Jesus também, se refere claramente aqui a todo o processo de redenção, ele fala de destruírem o santuário, e fala também de restituí-lo em três dias, ou seja, sua ressurreição. Era tudo um plano, nada pegou Jesus de surpresa.
23-Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome;
Interessante que na ocasião da purificação do templo, os judeus pedem um sinal. Jesus lhes mostra que o sinal seria sua morte e ressurreição. Agora, Jesus está em Jerusalém por causa da páscoa, fazendo muitos sinais, ou seja, curas, milagres, etc. Muitos, por causa dos sinais criam nele.
No ministério terreno de Jesus fazer certos sinais era totalmente válido. Pois era dessa forma que sua divindade era atestada, agindo no sobrenatural, agindo naquilo quer era fora da ordem normal.
24-mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos.
25-E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana.
Ao mesmo tempo que os sinais atestavam a glória de Deus e muitos criam em Jesus por causa dos sinais, Jesus sendo Deus e conhecendo plenamente o coração dos homens, não se deixava enganar por essas conversões em massa, ou, conversões simplesmente condicionadas pelos benefícios recebidos.
A verdadeira conversão reside, não naquela que vem por meio dos sinais testemunhados, mas sim daquela que vem do brado que atravessa a alma: arrependei-vos.
Na bíblia sagrada temos vários exemplos que atestam isso, o povo que pede sinais é o povo que invalida os próprios sinais.
Israel durante sua peregrinação testemunhou diversos sinais e isso levou a quê? incredulidade, murmuração, idolatria e, claro, falta de fé em Deus.
Depois que o povo entra na terra,
Toda vez que o povo é favorecido por grandes sinais e maravilhas de Deus é evidente grande parte desse mesmo povo que permanece em incredulidade e desobediência.
O versículo fecha com um tema que é recorrente no evangelho de João. A palavra μαρτυς, “testemunha”, aparece 206 vezes no Novo Testamento, tendo as maiores aparições no livro de Atos, 39 vezes, e o evangelho de João é o campeão do uso desse termo, 46 vezes.
Mas o que significa o uso desse termo aqui?
O vasto uso desse termo no evangelho nos indica alguma coisa. Desde o início João usa esse termo para mostrar que a divindade de Jesus, seu ministério e suas obras são atestadas por certas pessoas. A primeira pessoa a que esse termo é referido é João Batista. João Batista, como vimos, é alguém que o povo de Israel da época reconhecia como um homem de Deus, nesse contexto João é primeiro a dar testemunho de Jesus. O texto diz para nós que João Batista viria como testemunha, e ele faz isso. . (Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus). Se levarmos e conta os sinóticos, após o batismo de Jesus o próprio Deus testemunha que Jesus é o seu filho amado e isso está implícito no verso que acabei de citar. Então a ideia do testemunho é forte aqui.
Agora nesta parte o texto está caminhando no sentido inverso, Jesus sendo Deus, como o Evangelista já nos mostrou, conhece tudo e todos, e não precisa que ninguém lhe dê testemunho das pessoas, ele conhece todas as pessoas, e conhece a natureza humana.
Aplicação!
Jesus purifica o templo e institui a si mesmo como santuário de Deus. Isso é interessante para nós pensarmos. Estamos em época de pandemia, e é uma época onde não poemos nos reunir normalmente, a falta dessa reunião nos faz refletir o quanto isso é importante. Sentimos falta. Sentimos falta do contato com os irmãos, sentimos falta de cantar juntos, de orarmos juntos. Isso nos leva a valorizarmos a casa de Deus. E lógico, uso o termo casa de Deus aqui não entendendo que Deus habita corporalmente no templo onde nos reunirmos, uso o termo casa de Deus no sentido de que fisicamente como corpo de cristo e como igreja local é o lugar e o momento onde nos reunirmos. Ou seja, o que valorizamos não é o edifício de tijolos e cimento, mas sim a oportunidade de nos reunirmos com os demais irmãos para prestarmos culto a Deus. Então, neste sentido o Zelo pela casa de Deus deve ser algo presente em nossa vida como cristãos. Que durante e depois dessa pandemia possamos valorizar mais tais momentos e tais oportunidades.
Apesar de nossas igrejas não serem o templo, no mesmo sentido do templo do antigo testamento. Não podemos concordar com contextos onde as igrejas são feitas de comércio. O quadro nas igrejas hoje em dia é um sincretismo entre misticismo e comércio. Então temos objetos ungidos sendo vendidos, temos promessas de bênçãos sendo feitas em troca de ofertas. Temos pastores pedindo que as pessoas doem um mês de aluguel para sair do aluguel, uma prestação da casa ou do apartamento para terem tal dívida sanada. Isso é mentira. Fuja desses homens, não contribua com essas obras, contribuir com isso é fazer o mal se espalhar mais ainda.
Não seja preso a sinais, Deus ainda faz sinais e maravilhas, isso é óbvio, mas vivemos por fé e não por vista. Se vc exige sinais de Cristo para segui-lo, isso sim é um sinal, sinal de que vc não conhece a Cristo verdadeiramente.
Oremos!
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