2 Pe 1.3-4 | IPVM no Lar
Exposição 2 de Pedro • Sermon • Submitted
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· 31 viewsTodo o conteúdo desse estudo, foi extraído do Comentário Epistolas de Pedro e Judas, da Cultura Cristã. Aqui você encontra um breve resumo de 2Pe 1.3-11
Notes
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2 Pedro 1.3-4 - Promessas e Virtudes (1)
2 Pedro 1.3-4 - Promessas e Virtudes (1)
A transição do versículo anterior (v. 2) para esses dois versículos é abrupta.
A palavra conhecimento dá continuidade à passagem, mas a construção do versículo 3 causa um rompimento com a saudação.
Talvez o autor tenha removido uma oração que tornaria a transição entre os dois versículos mais suave.
Nos Salmos, é usada a palavra Selá, para esta finalidade. Pausa
Versículo 3
Versículo 3
3 Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude,
a. “pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas ”.
Por causa de seu poder divino, Deus nos deu tudo o de que precisamos. Essa é uma declaração impressionante!
Na verdade, nesse versículo introdutório da epístola encontramos uma alegria maravilhosa.
Pedro exclama que ele e os leitores são recebedores de incontáveis bênçãos; a palavra todas resume essa idéia.
Para “doadas” δεδωρημένης (Dedoremenes) consta no grego uma palavra que designa a plena liberdade da doação divina.
Ninguém fez por merecer de Deus, de forma livre e gratuita nos advém tudo do DIVINO PODER.
b. “que conduzem à vida e à piedade”.
VIDA = VIDA ETERNA / PIEDADE = VIVER PIEDOSAMENTE
Observe que Deus concedeu e continua nos concedendo “tudo de que precisamos para a vida e para a piedade”.
Ele quer que vivamos em harmonia com sua palavra ao honrá-lo, amá-lo e servi-lo.
A vida eterna não é um ideal que se torna realidade quando deixamos este mundo.
Pelo contrário, temos a vida eterna no exercício diário de viver para Deus e para nosso próximo.
Ao obedecer à vontade de Deus em nossa vida, praticamos a piedade e somos possuidores da vida eterna.
c. “pelo conhecimento completo daquele que nos chamou ”.
Pedro diz aos leitores de sua epístola que Deus lhes concede tudo o que é necessário para gozar a vida a seu serviço.
Ele indica que Deus concede seus dons liberalmente “pelo conhecimento completo daquele que nos chamou”.
Mais uma vez, Pedro fala do conhecimento (v. 2) e nos informa que Deus torna suas dádivas disponíveis para nós quando passamos a conhecê-lo.
O conhecimento é um conceito básico na epístola de Pedro.
A questão é se a frase conhecimento daquele se refere a Deus ou a Cristo.
Se entendermos que o pronome se refere a Cristo, então temos que concluir que a palavra nos se refere aos apóstolos.
Mas o pronome nos no início do versículo 3 inclui todos, pois Pedro fala de si mesmo e dos leitores.
Se interpretarmos o pronome como sendo relativo somente aos apóstolos e não aos leitores, estaremos negando a declaração de igualdade dentro da igreja, idéia que Pedro deixa implícita nos dois primeiros versículos da epístola.
Esperamos, porém, que Pedro seja coerente no uso dos pronomes. Assim, entendemos que a palavra dele se refere a Deus, e não a Cristo.
d. “para a sua própria glória e virtude”.
O ato de nos chamar é uma demonstração da própria glória e virtude de Deus.
Essas duas características são extremamente pessoais: o pronome sua modifica ambos os termos.
Além disso, os dois termos – apesar de serem, de certa forma, sinônimos – diferem entre si.
Somos capazes de observar a glória com nossos olhos (comparar com Jo 1.14) e ficamos cientes da virtude (glorificação) com nossa mente e coração.
Assim, Deus revela seu ser essencial por meio da glória visível e demonstra sua virtude em seus atos
Versículo 4
Versículo 4
4 pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,
a. “pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas”.
As promessas em si são uma parte importante desse versículo, pois Pedro as descreve como “preciosas e mui grandes”.
Observe que ele usa a forma superlativa para retratar as promessas.
Com o tempo perfeito nos deu, ele deixa implícito que Deus não apenas deu essas promessas, mas também já as cumpriu na pessoa e na obra de Cristo.
b. “para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina”.
Ele nos informa que, através dessas promessas, compartilhamos da natureza de Deus.
Apesar de essa declaração dar espaço para várias interpretações, devemos observar quão precisamente Pedro escolheu suas palavras.
Ele diz que participamos da natureza de Deus, e não do ser de Deus.
Ele escolheu o termo natureza, porque este indica crescimento, desenvolvimento e caráter.
O termo ser, por outro lado, aponta para essência e substância.
Não podemos jamais participar da essência de Deus, pois somos e continuaremos sendo seres humanos que foram criados por Deus.
O que Pedro revela é que compartilhamos da santidade de Deus, a qual experimentamos através do Espírito Santo, que habita em nosso coração (ver 1Co 6.19).
Qual é, então, o propósito de Deus ao nos fazer compartilhar de sua natureza?
Nas palavras de Calvino: “Observemos que o fim do evangelho é nos fazer, algum dia, conformes a Deus e, se assim podemos dizer, nos deificar”.
Ele DIZ que NÓS participamos da excelência moral de Deus.
Pedro toma emprestado o termo natureza divina do vocabulário filosófico dos gregos.
Os filósofos gregos ensinavam que o homem que está vivendo num mundo corrupto de prazer físico deve tornar-se como os deuses.
Eles aconselhavam seus seguidores a compartilharem da natureza divina.
Pedro lança mão do uso dessa mesma expressão, “participar da natureza divina”.
“Há uma diferença enorme entre esses dois conceitos. O primeiro é humanista e reflete a exaltação própria do homem natural. O outro é cristão e exalta a graciosa provisão de Deus”.
Através das promessas em Cristo, obtemos a santidade de Deus.
Ele nos chamou à sua esfera de santidade, na qual temos comunhão com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo (1Jo 1.3).
Ao fixarmos nossos pensamentos em Jesus, somos co-participantes no chamado celestial e no próprio Cristo (Hb 3.1,14).
COMO QUE ISSO É POSSÍVEL? Fazer parte da natureza divina.
c. “livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo”.
Já em sua vida, o crente participa da natureza de Deus ao refletir suas virtudes.
Ele se afasta do pecado e do mal, pois sabe que não pertence ao mundo, mas a Deus.
paixões - Epitumia - desejo pelas coisas proibidas.