2 Pe 1.5-7 | IPVM no Lar
Exposição 2 de Pedro • Sermon • Submitted
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· 46 viewsTodo o conteúdo desse estudo, foi extraído do Comentário Epistolas de Pedro e Judas, da Cultura Cristã. Aqui você encontra um breve resumo de 2Pe 1.3-11
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2 Pedro 1.5-7 - Promessas e Virtudes (2)
2 Pedro 1.5-7 - Promessas e Virtudes (2)
5 por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; 6 com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; 7 com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor.
Virtudes
Provavelmente a coisa mais importante a ser notada aqui é que esse mandamento se baseia nos versículos 3 e 4, que não são um mandamento, mas uma descrição do que Deus fez por nós.1.5–7
Trabalhamos pela virtude porque Deus já trabalhou por nós e está trabalhando em nós.
Nunca inverta a ordem, para que não acredite em outro evangelho (que não é evangelho).
A lista começa com fé e termina com amor. Isso está de acordo com o resto do Novo Testamento: a confiança nas promessas de Deus é a maneira como nos ligamos ao poder de Deus, e o amor (mesmo para nossos inimigos) é a meta e a soma da vida, a luz do mundo que mostra aos outros o caminho o Reino.
Não são virtudes sequenciais, existe uma sobreposição dessas virtudes.
Esse texto pode ser lido assim: os verdadeiros cristãos não param de buscar o crescimento na graça.
1. Fé, bondade e conhecimento
1. Fé, bondade e conhecimento
Como viver bem, apropriando-se das promessas de Deus e evitando a corrupção do mundo.
Ele faz uma lista das qualidades que os cristãos devem ter, que levam a uma vida espiritual produtiva e eficaz.
Ele exorta o discípulo(a) a ter várias virtudes, sendo a primeira delas a fé.
5 por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento;
Pedro reitera a idéia dos versículos anteriores na palavra por isso mesmo.
Ele fez alusão à obra de Deus ao nos salvar, e, agora, enfatiza nossa parte no processo da salvação.
Aquilo que só Deus pode fazer.
De certa forma, ele diz a mesma coisa que Paulo escreveu em uma de suas epístolas: “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; (Fp 2.12,13).
Deus nos deu suas promessas e, fiel à sua palavra, ele as cumpre. Agora, Deus espera que façamos a nossa parte. Assim, Pedro escreve:
“reunindo toda a vossa diligência, associai”.
No grego, essa frase é, de fato, interessante.
Pedro usa o substantivo Diligência e o verbo reunindo e o último verbo, associai.
O substantivo diligência transmite a idéia de pressa, ou seja, quando Deus chama uma pessoa, quer que ela faça todo o esforço possível para obedecer ao seu chamado divino, e que ela o faça sem demora.
O verbo reunindo significa que devemos levar nosso esforço à presença de Deus e colocá-lo junto àquilo que Deus faz por nós. Mesmo que a iniciativa da salvação parta de Deus, ele trabalha em nossa santificação ao nos tornar ativos.
O verbo associai é significativo no grego.
A palavra ASSOCIAI vem do meio teatral grego. O diretor de uma peça não apenas coordenava o elenco. Juntamente com o Estado, ele pagava as despesas que os artistas tinham para atuar no palco. Em outras palavras, o diretor acrescentava sua contribuição financeira à quantia que era paga pelo Estado.
O verbo acrescentar, portanto, significa que o crente tem uma contribuição importante no trabalho de sua salvação.
Pedro apresenta uma lista de oito virtudes, das quais a fé é a primeira e o amor é a última (comparar com Gl 5.6,22). Estas são as três primeiras virtudes:
Fé.
Fé é a esperança pessoal do crente (ver também v. 1), é sua confiança subjetiva em seu Senhor e Salvador e, portanto, a base de sua vida espiritual.
A fé é a raiz de outras virtudes citadas por Pedro.
O apóstolo exorta os leitores de sua carta a acrescentarem as sete virtudes seguintes à fé. “Essas virtudes são inalcançáveis, até que se tenha dado o passo inicial de fé”.
Virtude (Bondade).
Das sete virtudes que estão diretamente relacionadas à fé, Pedro cita a bondade primeiro.
Ela se relaciona a uma das características de Deus (ver v. 3).
Por ser um atributo divino, devemos refletir essa virtude em nossa vida.
Conhecimento.
A virtude seguinte que vem da fé é o conhecimento.
A palavra deixa implícito que usamos nossa mente, temos uma visão correta de todas as circunstâncias e conhecemos a qualidade moral das pessoas com as quais nos encontramos.
Colocamos nosso conhecimento em prática ao usar o bom senso em tudo o que dizemos, fazemos e pensamos.
Além disso, o conhecimento e a fé andam lado a lado, pois a fé é fortalecida através do conhecimento e o aumento de conhecimento tem suas raízes na confiança.
2. Domínio próprio, perseverança e piedade
2. Domínio próprio, perseverança e piedade
1.6
6 com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade;
As três qualidades seguintes que contribuem para a santificação do crente são:
domínio próprio.
No mundo helenista da época de Pedro, essa expressão estava associada aos esportes.
Nas palavras de Paulo, “todo atleta em tudo se domina” (1Co 9.25; itálico nosso).
Em preparação para os jogos, o atleta “abstinha-se de alimentos não-saudáveis, vinho e de entregar-se aos prazeres sexuais”.
Um cristão deve exercitar a auto-disciplina em todas as circunstâncias e deve fazê-lo ao depositar sua confiança em Deus.
O domínio próprio é uma virtude que o crente deve praticar:
1Co 7.9 " Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado. "
Gl 5.23 "mansidão domínio próprio" Fruto do Espírito.
Tt 1.8 "8 antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si,"
Martinho Lutero faz um comentário apropriado: “As pessoas não são iguais. Por natureza, um é forte e o outro é fraco, e ninguém é competente em todos os mesmos aspectos que uma outra pessoa”.
Um cristão deve manter seu domínio próprio ao confiar completamente em Deus.
Perseverança.
Uma falta momentânea de auto-disciplina leva a um fracasso e à perda do respeito próprio.
Assim, Pedro acrescenta o conceito do Novo Testamento de perseverança.
Essa palavra significa “permanecer debaixo” de um determinado conflito.
A perseverança é definida como “a característica do homem que permanece inabalado quanto ao seu propósito intencional e sua lealdade à fé e à piedade, mesmo em meio às maiores provações e sofrimentos”.
Assim, Zacharias Ursinus (catecismo de Heidelberg) explicou a combinação de fé e confiança com as seguintes palavras:
Podemos ser pacientes quando as coisas vão contra nós,
gratos quando as coisas vão bem,
e para o futuro podemos ter boa confiança em nosso fiel Deus e Pai.
Piedade.
Pedro nos diz para acrescentarmos piedade à perseverança.
Essa é a segunda vez que ele introduz a expressão piedade (v. 3).
Ele também a menciona no contexto da volta de Cristo (3.11).
Assim como Noé e Ló, a quem Pedro chama de “justo” (2.5,7), viveram em meio ao povo iníquo, assim também o cristão dos dias de hoje deve buscar a piedade num mundo pecaminoso.
O cristão pratica a piedade quando está plenamente consciente da presença de Deus em cada circunstância, de modo que sua vida é guiada pelo lema do reformador de Genebra, João Calvino: Coram Deo (na presença de Deus).
3. Fraternidade e amor
3. Fraternidade e amor
1.7
7 com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor.
As duas últimas virtudes são importantes, pois ambas expressam amor.
Observe que, quando demonstramos afeição fraternal e amor, cumprimos o resumo dos Dez Mandamentos:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a alma, e de todo o teu entendimento… O segundo, semelhante a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo” [Mt 22.37–39].
Transliterado do grego, o termo fraternidade é philadelphia (ver Rm 12.10).
O termo implica que expressamos nosso amor aos irmãos e irmãs da igreja que nós “[amamos] de coração, uns aos outros ardentemente” (1Pe 1.22).
Pedro escreve: “[Acrescentem] à fraternidade, o amor.
Ele parece redundante em sua ênfase ao amor, mas não quer restringir nosso amor somente aos membros da igreja.
Ele sabe o ensinamento de Jesus: “Amai os vossos inimigos” (Mt 5.44).
O amor é uma dívida que temos para com o nosso próximo (Rm 13.8), sem exceção.
Em outras palavras, enquanto podemos limitar a aplicação da fraternidade à comunidade cristã, não podemos restringir a prática do amor.
João escreve que “Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus” (1Jo 4.16).
O amor, que Pedro menciona como a última de uma série de oito virtudes, é fruto da fé em Deus