2 Pe 1.8-11 | IPVM no Lar

2 Pedro 1.8-11 - Promessas e Virtudes (3)

8 Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

9 Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora.

10 Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.

11 Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Crescimento

1.8,9

Ensino (3-7) > Consequência (8-11)

8 Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Pedro diz que, se possuímos as oito virtudes e se elas continuam aumentando, estamos ceifando uma abundante colheita.

Pedro não está indicando que devemos ter as virtudes em sucessão, como se uma dependesse da outra.

Pelo contrário, ele quer dizer que devemos cultivá-las todas ao mesmo tempo e vê-las crescer e se desenvolver.

A conseqüência desse desenvolvimento é que não ficamos inativos nem infrutíferos em nossa vida espiritual (usar como referência Gl 6.10).

9 Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. Eis o inverso, a saber, o lado negativo da declaração anterior (v. 8).

Consideremos os seguintes pontos: Deficiente, cego e esquecido.

a. Deficiente.

A primeira palavra nesse versículo apresenta um contraste: “Pois”. Ou seja, se há uma pessoa na comunidade cristã que não tem as oito virtudes que vão da fé ao amor, ela é inativa e improdutiva.

Nesse versículo, Pedro usa a palavra "aquele," e não mais o pronome vos, vós.

Ele não está acusando os leitores, está apenas declarando um fato. Para ilustrar sua questão, Pedro usa a metáfora de uma pessoa que é cega.

b. Cega, só vê o que está perto.

Porém, os dois adjetivos são, com efeito, sinônimos. O termo míope, que é traduzido do grego myōpazōn, significa “fechar os olhos”, ou seja, esforçar-se para ver.

A intenção, portanto, é dizer que uma pessoa sem virtudes espirituais é tão cega como alguém que contrai as pálpebras.

Com essa ilustração, Pedro diz que a pessoa que negligencia o cultivo de valores espirituais é cega para a verdade da Palavra de Deus.

Tal pessoa é capaz de ver as coisas da terra, que estão próximas a ela, mas não pode enxergar as coisas celestiais, que estão distantes.

Ela é espiritualmente cega.

c. Esquecido.

Da ilustração da cegueira, Pedro segue para a questão em si: “esquecido da purificação dos seus pecados de outrora.”.

O esquecimento arruina a vida espiritual da pessoa.

As palavras de Pedro, purificação dos seus pecados de outrora, dizem respeito ao batismo.

O batismo é o símbolo dessa purificação, e a morte sacrificial de Jesus na cruz é uma realidade.

Com o termo outrora, Pedro indica que alguém que vivia em pecado converteu-se e foi batizado.

Talvez essa pessoa não tenha percebido a importância dessa purificação e, portanto, não tenha rompido com seu passado, mas misturado sua vida mundana com o viver cristão.

Talvez ela tenha gradualmente se separado de seu compromisso com Cristo ao esquecer-se da importância de seu batismo e ao voltar para sua antiga vida pecaminosa.

Considerações doutrinárias em 1.8,9

Versículo 9

É possível um crente cantar o hino “Que segurança, sou de Jesus” e esquecer-se de seu batismo.

O batismo em si não é garantia de que uma pessoa é salva. O batismo é uma cerimônia externa que precisa ter o seu equivalente num comprometimento interno com Cristo.

Mas se a verdadeira fé não está presente no coração de uma pessoa que foi batizada, todas as outras virtudes citadas por Pedro também estão ausentes.

Segurança

1.10,11

Eis a conclusão da exortação de Pedro nesta seção sobre promessas e virtudes. Ele encoraja seus leitores a estarem certos quanto à sua salvação. Escreve:

10 Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.

Observe três aspectos desse versículo:

a. Diligência.

Com o advérbio Por isso, Pedro resume o que ele vinha dizendo nos versículos anteriores.

O advérbio inclui a certeza do versículo 8 e a advertência do versículo 9.

Com o tratamento pessoal irmãos, Pedro fala às pessoas descritas no versículo 8, separando-se das pessoas mencionadas no versículo 9..

De certa forma, Pedro está usando a mesma exortação do versículo 5. Agora está dizendo “com diligência cada vez maior”. O verbo grego também inclui a idéia de urgência (comparar com 1.15; 3.14). Na verdade, Pedro ordena os leitores a agirem imediatamente, sem delongas. Eles devem continuar a fazê-lo ao tornar isso parte de sua rotina diária e, assim, demonstrar diligência.

b. Vocação e Eleição.

“confirmar a vossa vocação e eleição”. Esses dois substantivos são sinônimos.

A eleição e a vocação são e continuam sendo atos redentores de Deus.

Ele elege o homem na eternidade (Ef 1.4), mas o chama dentro do tempo (Rm 8.30).

c. Fundamentado.

O propósito do esforço do cristão é ser capaz de ficar em pé.

Pedro diz: “procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.”.

No grego, a expressão Em tempo algum é enfática e indica que o tropeçar jamais pode acontecer quando ele procura “garantir seu chamado e eleição”.

O crente está firmemente fundamentado, inabalado e absolutamente certo de sua salvação, pois sabe que não pode perdê-la.

11 Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

3 características desse versículo:

a. Recompensas.

Deus responde à fidelidade do ser humano e supre-lhe ricamente a entrada no reino.

Observe que Pedro usa a expressão amplamente para descrever o modo como será a entrada no céu.

Quando Deus recebe o crente em sua habitação celestial, ele considera o crente seu filho.

John Albert Bengel escreve: “Você será capaz de entrar, não como se tivesse sobrevivido a um naufrágio ou um incêndio, mas em triunfo”.

Pedro usa o pronome pessoal vocês e diz aos seus leitores: “[vocês] receberão uma excelente recepção”.

b. Lugar.

O reino de Cristo é eterno porque o próprio Cristo é eterno.

Pedro gosta de chamar Jesus Cristo de “nosso Senhor e Salvador” (ver 2.20; 3.2,18). No versículo 1, ele chama Jesus de “Deus e Salvador” para enfatizar sua divindade.