UMA PALAVRA DE CONFORTO
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BÍBLIA SAGRADA – ISAÍAS - ESTUDO 491
BÍBLIA SAGRADA – ISAÍAS - ESTUDO 491
UMA PALAVRA DE CONFORTO
UMA PALAVRA DE CONFORTO
Isaías 40:1-2
1 “Consolem, consolem o meu povo”, diz o Deus de vocês.
2 “Falem ao coração de Jerusalém e anunciem que o tempo da sua escravidão já acabou, que a sua iniquidade está perdoada e que ela já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados.”
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
É fácil aprender que o consolo[1] de Deus para seu povo, não é do tipo que exalta o “pelo menos”; pelo menos você não morreu, pelo menos você ainda está casado, pelo menos você ainda pode agradecer, pelo menos igreja não fechou de vez. Não! O consolo divino é aquele que anima a olhar ao futuro, é do tipo que diz: 1Coríntios 2:9
9 Mas, como está escrito: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.”
Vivemos em dias que não podemos ter certeza sobre o que há de acontecer na semana que vem. Apesar de o futuro não poder ser dirigido de maneira pragmática por nenhum de nós, pode ser esperado com esperança ou terror. Podemos estar aguardando um dia de céus abertos, de ouvir a trombeta de Deus e a voz do Arcanjo, ou podemos estar como aqueles que descem à cova, como alguém sem repouso algum (Hb. 4:9).
Assim, Isaías, na segunda parte de seu livro, fala sobre os eventos que aconteceriam depois do cativeiro. Isto inclui o decreto de Ciro para libertar os cativos remanescentes e permitir o seu retorno a Jerusalém após conquistar a Babilônia. O profeta ainda prediz a vinda do Servo Sofredor - Jesus Cristo - e descreve a sua vida e morte com incríveis detalhes; fala de um novo céu e uma nova terra, quando o povo de Deus estará completamente consolado. Como todos os crentes participarão deste novo mundo por vir, podemos ter esperança e estarmos confiantes e consolados quanto ao futuro.
No estudo de hoje vamos ver este aspecto do livro de Isaías – A Consolação – onde ocorre uma drástica mudança no seu livro (Is 40-66) que começa a dar ênfase à majestade de Deus que está prestes a reinar e julgar toda a terra. Deus reunirá Israel e Judá e restituirá a Glória. Eles ainda teriam mais 100 anos de dificuldade pela frente[2], mas agora, ao invés de anunciar castigos, Isaías começa a falar a eles do conforto do Senhor.
Isaías 46:9-10
9 Lembrem-se das coisas passadas, das coisas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim.
10 Desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade revelo as coisas que ainda não sucederam. Eu digo: o meu conselho permanecerá em pé, e farei toda a minha vontade.
O SENHOR LIVRA JERUSALÉM (Is 36.1 – 37.35)
O SENHOR LIVRA JERUSALÉM (Is 36.1 – 37.35)
Há uma rica variedade de gêneros literários no Livro de Isaías:
profecias,
discursos,
parábolas,
visão,
hinos,
históricos (central)
Porém, contém uma narrativa histórica, que é justamente o foco deste tópico para entrarmos no tema central deste estudo.
O décimo ano do reinado de Ezequias foi 701a.C., um ano quase catastrófico. Senaqueribe, rei da Assíria, governou de 704-682a.C., e Ezequias, como outros reis vassalos da Assíria, havia se declarado independente no ano da ascensão de Senaqueribe ao trono. Os primeiros dias de Senaqueribe foram difíceis, mas logo quando ele ganhou estabilidade, em 701 a.C., lançou uma campanha para castigar a Jerusalém. E o ponto de partida era justamente a propaganda.
18 Não deixem que Ezequias os engane, dizendo: ‘O Senhor nos livrará.’ Será que os deuses das nações puderam livrar, cada um a sua terra, das mãos do rei da Assíria?
A provocação era completa e ia desde a realidade no campo material – e dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles. Isaías 36:8
8 — Agora, pois, comprometa-se com meu senhor, o rei da Assíria, e eu lhe darei dois mil cavalos, se você puder achar cavaleiros para montá-los.
ao escárnio da população: Isaías 36:12 –
12 Mas Rabsaqué lhes respondeu: — Você pensa que o meu senhor me enviou para dizer estas palavras apenas a você e ao seu rei? Ele me enviou para falar também aos homens que estão sentados sobre a muralha e que, junto com vocês, terão de comer o seu próprio excremento e beber a sua própria urina!
e a ineficácia da confiança em Deus: Isaías 36:20
20 De todos os deuses destes países, quais foram os que livraram a sua terra das minhas mãos? Então como o Senhor poderá livrar Jerusalém das minhas mãos?”
Até benefícios à população foram oferecidos, para que o povo não confiasse em Deus: Isaías 36:16.
16 Não deem ouvidos a Ezequias. Porque assim diz o rei da Assíria: Façam as pazes comigo e se entreguem. Então cada um comerá da sua própria videira e da sua própria figueira, e beberá a água da sua própria cisterna,
Tudo isso se parece com o enredo de secularização de nossa época; a fé em Deus é questionada, comparada com a “realidade da vida cotidiana”, resumida ao ridículo e por fim taxada como ineficaz.
Mas, Ezequias foi orar! O rei se vestiu com vestes de lamento[4](Is 37.1), convocou os sacerdotes e profetas para estarem diante de Deus como ele (Is 37.2) e fez uma assombrosa e terrível comparação – a criança está prestes a nascer, mas não há forças para dar a luz! Em outras palavras; queremos ter esperança, mas a situação não nos permite.
1 Quando o rei Ezequias ouviu isto, rasgou as suas roupas, cobriu-se de pano de saco e entrou na Casa do Senhor.
2 Então ele mandou que Eliaquim, o responsável pelo palácio, Sebna, o escrivão, e os anciãos dos sacerdotes, todos vestidos de pano de saco, fossem falar com o profeta Isaías, filho de Amoz.
3 Eles lhe disseram: — Assim diz Ezequias: “Este dia é dia de angústia, de castigo e de vergonha. Como se costuma dizer, chegou a hora de a criança nascer, mas a mãe não tem forças para dar à luz.
Isaías, envia as palavras para tranquilizar o rei, ouve Deus, que ao final daquele desafio traria à morte Senaqueribe (Is 37:7).
7 Eis que porei nele um espírito, e ele, ao ouvir certo rumor, voltará para a sua terra; e lá eu farei com que ele seja morto à espada.”
Ezequias então dá continuidade aos procedimentos normais do reino enviando o porta-voz para averiguar com Senaqueribe acerca das animosidades entre as nações (Is 37:8-9); o que ele recebe em troca é uma mensagem ainda mais dura: Isaías 37:10-11
10 — Digam a Ezequias, rei de Judá: “Não deixe que o seu Deus, em quem você confia, o engane, ao dizer: ‘Jerusalém não será entregue nas mãos do rei da Assíria.’
11 Você já ouviu o que os reis da Assíria fizeram com todas as terras, como as destruíram totalmente. E você pensa que poderá escapar?
Em outras palavras: A fé é inútil e não resolve confiarmos em Deus. Vivemos em dias que muitos crentes tem confiado nessas palavras dos “senaqueribes” de nossas histórias, que lhes é inútil a fé em Deus para problemas “reais” da vida. Algum famoso no Brasil disse esses dias – “a fé não imuniza” - como a dizer que: sobre as questões fatídicas da vida (doenças, dificuldades, circunstâncias ruins) todos devemos passar. Pois então, apesar da realidade dos apertos, como foi o de Jerusalém, confiar em Deus faria toda a diferença.
Isaías 37:15-20
15 E Ezequias orou ao Senhor, dizendo:
16 — Ó Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, que estás entronizado acima dos querubins, somente tu és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra.
17 Inclina, ó Senhor, os ouvidos e ouve; abre, Senhor, os olhos e vê; ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele enviou para afrontar o Deus vivo.
18 É verdade, Senhor, que os reis da Assíria assolaram todos os países e suas terras
19 e lançaram no fogo os deuses deles, porque não eram deuses, mas objetos de madeira e pedra, feitos por mãos humanas; por isso, os destruíram.
20 Agora, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das mãos dele, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o Senhor.
Esta foi uma das orações mais cheias de devoção em toda a Bíblia Sagrada. Alguns pensam que ser próprio na oração é questão de “farisaísmo”, de demonstração inútil de intelectualidade bíblica, que o Senhor responde o sincero de coração e pronto. É preciso tomar cuidado para não confundir essa “sinceridade” com falta de interesse por conhecer o Deus da Bíblia e conversar com ele como sua Palavra o descreve.
21 Então Isaías mandou uma mensagem para o rei Ezequias. Nela, ele dizia que em resposta à oração do rei,
22 o Senhor, o Deus de Israel, tinha dito o seguinte: “A cidade de Jerusalém ri e caçoa de você, Senaqueribe.
23 A quem você pensa que ofendeu e insultou? De quem zombou? Você fez tudo isso contra mim, o Santo Deus de Israel.
24 Você me mandou os seus oficiais para se gabarem de que com os seus muitos carros de guerra você conquistou as mais altas montanhas do Líbano. Você se gabou de ter cortado os mais altos cedros e os melhores ciprestes e de ter chegado até os lugares mais distantes das florestas.
25 Você se gabou de ter cavado poços em terras estrangeiras e de ter bebido água deles. Gabou-se também de que os pés dos seus soldados fizeram secar o rio Nilo.
26 “Por acaso, você não sabe que fui eu que planejei tudo isso há muito tempo e agora fiz tudo acontecer? Eu dei a você o poder de fazer cidades cercadas de muralhas virarem montões de entulho.
27 Por isso, os seus moradores ficaram fracos e andaram cheios de medo e de vergonha. Eles ficaram como o capim do campo e a erva verde e como a erva que cresce nos telhados e que seca quando o vento quente do leste sopra nele.
28 “Mas eu conheço você muito bem; sei o que você faz e aonde vai. Sei que você me odeia.
29 Eu soube do seu ódio e do seu orgulho, e agora vou pôr uma argola no seu nariz e um freio na sua boca, e farei você voltar pelo mesmo caminho por onde veio.”
30 Então Isaías disse ao rei Ezequias: — Este é o sinal daquilo que vai acontecer: neste ano e no ano que vem, vocês terão para comer somente o que nascer por si mesmo, sem ser plantado. Mas no ano seguinte vocês poderão semear e colher cereais e também plantar parreiras e comer as uvas.
31 As pessoas de Judá que não tiverem morrido vão florescer como plantas que firmam as suas raízes na terra e dão frutas.
32 Pois ficará gente em Jerusalém e no monte Sião porque o Senhor Todo-Poderoso resolveu fazer com que isso aconteça.
33 Isaías continuou: — Portanto, o Senhor diz o seguinte a respeito do rei da Assíria: “Ele não entrará nesta cidade e não atirará uma só flecha contra ela. Nenhum soldado com escudo chegará perto da cidade, e não serão construídas rampas de ataque ao redor dela.
34 O rei da Assíria vai voltar pelo mesmo caminho por onde veio, sem ter entrado nesta cidade.
35 Eu defenderei e protegerei esta cidade por causa da minha honra e por causa da promessa que fiz ao meu servo Davi. Eu, o Senhor, falei.”
Não foi o rei Ezequias quem deu resposta aos insultos de Senaqueribe, foi o Rei do rei Ezequias foi quem respondeu. E na resposta fica claro ao povo de Judá que na verdade era motivo de piada as ameaças dos assírios.
Você consegue confiar em Deus de maneira que entenda que as ameaças das circunstâncias claras e reais da vida, são motivo de piada ao comparar o que Deus pode fazer por nós para glória do seu nome?
Deus não só desvenda o motivo dos sucessos dos assírios bem como revela o trágico, repentino e iminente fim deles, bem como a proteção completa e absoluta de Jerusalém – Isaías 37:33 – não é o tema nosso, mas as maiores e mais terríveis guerras de Israel, eles nem sequer entraram em batalha (Ex. 14; Jz. 6-7; Is. 36-37). É desta passagem que surge o lindo Salmo 46.
36 Então o Anjo do Senhor saiu e matou cento e oitenta e cinco mil homens no arraial dos assírios. De manhã, quando os restantes se levantaram, lá estavam todos aqueles cadáveres.
37 Então Senaqueribe, rei da Assíria, levantou acampamento, foi embora, voltou para Nínive e por lá ficou.
38 Certo dia, quando ele estava adorando no templo de seu deus Nisroque, os seus filhos Adrameleque e Sarezer o mataram à espada; depois fugiram para a terra de Ararate. E Esar-Hadom, filho de Senaqueribe, reinou em seu lugar.
O rápido relato a seguir (Is. 37.36-38) conta sobre a morte de grande parte de seu exército, sua fuga, e o fim trágico e repentino de Senaqueribe pela mão de seus próprios filhos.
Como é doce a guarda de Deus mediante as ameaças fatais da vida.
9 Ele faz cessar as guerras até os confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo.
UMA PALAVRA DE CONFORTO
UMA PALAVRA DE CONFORTO
Essa seção anuncia as boas-novas de salvação que Deus concederá. O Senhor vem para vindicar o seu povo e julgar seus inimigos. A salvação se realizaria por meio da vinda, do sofrimento e da exaltação do Senhor Jesus Cristo. A expressão voz do que clama no deserto, no contexto profético nos remete claramente ao profeta Jo ão Batista (Mc. 1:3; Jo 1:23) mas também é uma boa referência histórica do atual contexto para com a expectativa do povo.
Is 40
O povo que viveria esses dias, estaria já, há muito, sem ouvir nada de bom. A vontade de Deus era ter uma palavra benigna (v. 2). Como temos necessidade nesses dias de caos de uma palavra benigna, muitos vão para a internet falar dos direitos da religião, das brigas com celebridades, dos escândalos dentro e fora do contexto religioso - mas o Senhor está dizendo – fala benignamente à Jerusalém.
Todo conteúdo da segunda parte de Isaías até o cap. 66 é voltado para um fim glorioso através de um método doloroso (Is. 53). E aí é onde o conforto que Deus oferece é diferente do que os homens se propõem a conceder. O Senhor não estava dizendo que teriam um alívio para diminuir as cargas, mas sim, anunciando um estado superior a qualquer um, vivido em qualquer tempo da antiguidade. Nós também estamos para viver dias assim.
Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão. Isaías 40:31
A seguir, ele expõe os esforços humanos e, até mesmo, o emprego das habilidades para empreender projetos bem sucedidos (41:1-7). Mas ao descrever Israel, o expõe como alguém solitário, porém completo na sua companhia, o próprio Senhor – tu, a quem tomei desde os confins da terra e te chamei dentre os seus mais excelentes e te disse: tu és o meu servo, a ti te escolhi e não te rejeitei; não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. Isaías 41:9,10 –
Essa relação que coloca o desprezo do mundo com todo seu aparato e “socorro”, mas completamente amparado por Deus, deve ser sempre o foco da igreja. O mundo e suas filosofias (que aqui Deus descreve como ilhas e confins da terra, dado aos pensamentos completamente seccionados e longe de Deus) temem e são aniquilados diante da soberania do agir divino – Buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que pelejarem contigo tornar-se-ão nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem contigo. Isaías 41:12
Outro tema muito claro na profecia de Isaías é o contraponto dos nomes por quais Deus chamava a nação – Jacó e Israel, pelo menos 23 vezes neste livro. Isso tem uma importância sem igual, principalmente nesta etapa da palavra de conforto, onde Deus exibe a origem e objetivo de sua obra entre este povo.
Te achei um Jacó, mas produzi a Israel (Gn. 32). Glória Deus.
Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi, semente de Abraão, meu amigo, Isaías 41:8
Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, eu o primeiro, eu também o último. Isaías 48:12
Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, e tu, ó Israel, a quem escolhi. Isaías 44:1
Não temas, ó bichinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu Redentor é o Santo de Israel. Isaías 41:14
Por amor de meu servo Jacó e de Israel, meu eleito, eu a ti te chamarei pelo teu nome; pus-te o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses. Isaías 45:4
Lembra-te dessas coisas, ó Jacó, e, tu, Israel, porquanto és meu servo; eu te formei, meu servo és, ó Israel; não me esquecerei de ti. Isaías 44:21
Este dirá: Eu sou do Senhor; e aquele se chamará do nome de Jacó; e aquele outro escreverá com a mão: Eu sou do Senhor; e por sobrenome tomará o nome de Israel. Isaías 44:5
Que maravilhoso esse tema de Conforto nesta parte do livro - Deus mostra a prova que seu plano não falhou. A um Jacó, Deus transformou em Israel e numa grande nação.
Os textos dos capítulos a seguir vão confirmando o futuro brilhante de Israel com exemplos, desde elementos na natureza (Is 44.3), até mesmo a um profissional trabalhando em sua ocupação (Is 44.12-13). É justamente nesse capítulo que Isaías revela o nome do rei que seria levantado para trazer a profecia sobre o retorno do exílio se cumprir e a restauração do Templo – o rei Ciro.
28 Eu digo a respeito de Ciro: ‘Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me agrada.’ Digo também de Jerusalém: ‘Será edificada’; e do templo: ‘Seus alicerces serão lançados.’ ”
Dessa forma, Isaías, cujo Ministério abrangeu quatro reis cujos reinados se estenderam de 742 a 686 a.C., nomeou um governante que ainda não havia nascido. A referência profética diz respeito à derrota imposta pela Pérsia à Babilônia sob a liderança de Ciro em 539 a.C., evento esse, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra natal e reconstruirem Jerusalém. Ciro é chamado de pastor, uma metáfora comum (2Sm 7:7; Ez. 34:23) para uma figura real. A reconstrução de Jerusalém é associada à reconstrução do Templo, uma esperança que se tornou realidade em 515 a.C.
Alguns historiadores mais recentes, afirmam que Ciro, quando leu essa profecia, ficou tão comovido que se esforçou para fazer cumpri-la. O poder da Palavra que Deus disse, me faz querer ver a palavra de Deus cumprida.
Nessa seção (Is 45), escrita pelo menos 140 anos antes de seu cumprimento, Deus se dirige a Ciro e anuncia como Ele pretende usá-lo como Seu agente. A passagem focaliza o comissionamento divino de Ciro. Não há razão para se acreditar que Ciro estivesse consciente de seu papel como agente de Deus de redenção, como também não havia razão para se acreditar que a Assíria e a Babilônia estivessem conscientes de estarem sendo usadas como instrumentos da ira de Deus. Na verdade, as linhas finais dos versículos Is 45.4-5 declaram esse fato. É melhor servir a Deus quando o conhecemos. Temos vividos dias de “ciros” nos governos mundiais, onde eles têm sido favoráveis ao povo de Deus ainda que não me conhecesses. Isaías 45:4
Esse período entre os capítulos Is 40-48 é conhecido como ‘um propósito de paz’ que iniciava com a consolação, apresentava um libertador e terminava com juízo dos deuses estranhos da Babilônia.
Os deuses das nações adjacentes eram partes divinizadas da Criação. Assim, Enlil era o deus da guerra, lnanna era a deusa do amor, Ea era o deus da sabedoria, etc. Mas Deus, não era exatamente como alguma coisa sobre a terra. E verdade que as grandes metáforas da Bíblia ensinam a respeito da natureza e das ações de Deus por meio da comparação de Deus com um rei, um guerreiro, uma rocha , a luz, uma tempestade e assim por diante, mas essas metáforas lançam luz sobre quem é Deus sem identificá-Lo com esses objetos ou elementos da criação. Por outro lado, os ídolos estavam associados à criação e até mesmo identificados com ela. Não havia nada transcendente a respeito deles. Eles eram objetos feitos pelo homem, um ponto que Isaías já tinha destacado (Is 44:11-13).
Deus através da revelação ao filho de Amoz, deixa patente ao seu povo, e aos inimigos da Sua obra:
9 Lembrem-se das coisas passadas, das coisas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim.
10 Desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade revelo as coisas que ainda não sucederam. Eu digo: o meu conselho permanecerá em pé, e farei toda a minha vontade.
A outra sequência de capítulos (Is 49 – 57) vai tratar de ‘O Príncipe da Paz’ o qual vamos dar ênfase no estudo 5 deste breve trabalho, porém para o conteúdo deste tema de hoje – conforto, consolo – perceba o destaque entre o capítulo 53 para o 54.
Onde Is 53, talvez o mais conhecido deste livro, trata do sofrimento do Messias para remir o povo de Israel e termina com a euforia do Servo sofredor sendo consolado pelo resultado do seu trabalho
– o trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; (Is 53:11) –a sequência do versículo acrescenta à satisfação do Messias, uma espécie de despojo alcançado por ele através do trabalho – com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos... Isaías 53:11,12
Agora sim, destacamos o Is 54, que é justamente o resultado efetivo do capítulo anterior – do ponto de vista judaico esses textos estariam um tanto desconexos – ao levar em consideração a inauguração da Igreja a partir da morte vicária do Senhor Jesus Cristo, fica claro o motivo dessa progressão. É uma explosão de alegria. Glória Deus!
1 “Cante, ó estéril, você que não deu à luz; exulte e grite de alegria, você que nunca sentiu dores de parto! Porque os filhos da mulher solitária são mais numerosos do que os filhos da casada”, diz o Senhor.
2 “Alargue o espaço de sua tenda e aumente o toldo de sua habitação; não o impeça; alongue as cordas e firme bem as estacas.
3 Porque você se expandirá para a direita e para a esquerda; a sua posteridade possuirá as nações e fará com que se povoem as cidades arrasadas.”
Esse texto não se trata de Israel, as expressões dão o entendimento que era algo que foi arranjado de surpresa para a “mulher” que até então estava desamparada, ela vai precisar “alargar as tendas”, imediatamente porque as coisas passarão a “transbordar”.
– Gostaria de propor a você, que lesse esse capítulo 54 inteiro, fazendo uma impressão desse motivo da igreja sobre ele, você vai perceber ainda ítens como pedras preciosas que são os tipos que falam dos dons do Espírito no Antigo Testamento (Is 54:11-12). Mas, antes destacamos mais um verso.
13 Todos os seus filhos serão ensinados pelo Senhor, e será grande a paz de seus filhos.
A Igreja, que forma discípulos do Senhor, a Igreja que tem a paz que vai além de todo entendimento. Essa Igreja é coluna e firmeza da verdade.
Os últimos dois capítulos dessa seção (Is 58-59) vão fazer acusação à má conduta, mas com o socorro imediato à sua mão. Alguns comentaristas fazem uma fácil conexão destes capítulos com o trabalho de Esdras e Neemias na reconstrução de Jerusalém e restauração do culto a Deus.
10 se abrirem o seu coração aos famintos e socorrerem os aflitos, então a luz de vocês nascerá nas trevas, e a escuridão em que vocês se encontram será como a luz do meio-dia.
11 O Senhor os guiará continuamente, lhes dará de comer até em lugares áridos e fortalecerá os seus ossos. Vocês serão como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca secam.
12 Vocês reconstruirão as antigas ruínas, levantarão os fundamentos de muitas gerações e serão chamados de ‘Reparadores de brechas’ e ‘Restauradores de veredas’, para que o país se torne habitável.”
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Que riqueza! Apenas Deus pode consolar o mundo que morre a cada dia por causa do pecado.
O livro de Isaías ainda é repleto de passagens que, por conta do tempo, não temos condições de explorar, mas que revelam como Deus estava disposto a mudar a situação desse povo, mesmo antes de eles terem entrado nelas. É glorioso pensar que agora mesmo Deus já nos tem o escape preparado antes da guerra:
17 Nenhuma arma forjada contra você prosperará; e você condenará toda língua que quiser acusá-la em juízo. Esta é a herança dos servos do Senhor e a sua justiça que procede de mim”, diz o Senhor.
Na semana que vem falaremos do Reino futuro do Messias profetizado por Isaías, Enquanto isso, devemos, nesses dias de tantos desafios e caos social, econômico e espiritual. Que Deus possa lhe abençoar e incentivar a ler ainda mais desse manancial de promessas para se deleitar no Senhor.
6 Busquem o Senhor enquanto ele pode ser encontrado; invoquem-no enquanto ele está perto.
Michelangelo - Isaías -1502