O PROFETA OBADIAS
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CONTEXTO HISTÓRICO
A respeito do autor não temos informações suficientes para saber quem ele era. O nome Obadias era comum e aparece algumas vezes no A.T (1RE 18: 3; 1CRO 3: 21; NE 10: 5). Obadias significa “SERVO DO SENHOR”
A data também sofre algumas discussões, e entre as possibilidades duas se destacam: Ela ocorre no tempo de Jeorão (848-841 a.C), tempo em que Judá (Jerusalém) é atacada pelos Filisteus e Árabes (2CRO 21: 8-20); e a segunda é o tempo em que Judá é invadida por Nabucodonosor em 586 a.C (SL 137: 7)).
QUAL O PROPÓSITO DO LIVRO
Obadias profetiza contra Edom (nação descendente de Esaú).
A relação entre Israel e Edom sempre foi de inimizade, o que já fora dito pelo Senhor anteriormente (GN 25: 23). A história bílica nos mostra que essa inimizade sempre esteve presente (NM 20: 14-21; SL 137: 7-9)
Diante de seu comportamento com relação a Judá, Edom agora ouviria da parte de Deus através do profeta Obadias, aquilo que a esperava, o retorno/pagamento de suas atitudes.
VERSÍCULOS 1-2
Obadias não era o autor da mensagem, aquilo que seria dito não fora originado de seus próprios desejos (de vingança talvez; SL 137). Mas a mensagem foi recebida por ele (Visão; uma das formas de Deus comunicar sua palavra no AT; cf. HB 1: 1).
O Deus que outrora ordenou a Israel que tratasse Edom com bondade (DT 23: 7-8), agora iria trazer sobre eles juízo por causa de suas obras más. Deus entrará em guerra/batalha contra esta nação (v.2), essa era a notícia para a qual as nações deviam atentar.
Uma lição importante aqui é a de que o povo de Deus não é chamado para se vingar de seus inimigos. Ainda que o povo de Deus sofra muito nas mãos dos inimigos, o que pode vir a fazer com que clamemos por justiça (SL 137; GL 4: 12; AP 6: 10), esse clamor não é de vingança, baseado em nós mesmos, como se dissessemos “Olha, SENHOR, nós queremos vingança, não merecemos essas coisas, somos melhores do que eles”.
O próprio Deus deixou claro ao seu povo que a ele pertence a vingança (DT 32: 35; RM 12: 19)
O DISCURSO DE DEUS: AS SENTENÇAS CONTRA EDOM (v.2-9)
Os versículos seguintes nos mostram que Deus estava se levantando contra um povo soberbo, que confiava em si mesmo e no auxílio dos seus aliados.
Edom dizia: “Quem me deitará por terra”? A posição geográfica de Edom tornava a acessibilidade a ela dificultosa, e isso lhe dava autoconfiança contra algum tipo de ataque inimigo.
Todo o soberbo possui uma confiança enganosa, mas todo o soberbo tem como seu inimigo principal aquele que não encontra barreirras diante de si, aquele que abate os soberbos e destrói os arrogantes: Deus.
A visão que Deus possuia de Edom era totalmente diferente do que ela possuia de si mesma. Para Deus, Edom era pequena, insignificante (IS 40: 17). Quantos são aqueles que pensam muito a respeito de si mesmos?
Deus está dizendo a Edom: Você pode habitar no mais alto possível, mas eu vou te derruar de lá (v.4); você será saqueada de forma diferente do normal (v.5-6), nada seria deixado.
Durante sua história Edom se aliou com outras nações contra Judá, não tiveram nenhuma pena, desejaram a destruição de seus irmãos. Mas agora, diante do ataque que iriam sofrer, Edom não alcançaria ajuda das outras nações, muito pelo contrário, eles seriam traídos. E isso vinha do Senhor, não devemos pensar que as nações que se levantariam contra Edom estavam agindo pela própria força, ou que isso era coincidência ou que Deus previu o futuro.
No versículo 8 Deus diz que aquilo pelo qual Edom era conhecida, homens sábios (JR 49: 7), não serviria pra nada, os sábio não poderiam ajudar e também seriam destruídos. E tudo isso era certo, pois quem disse é o Senhor (1° pessoa; Eu farei!)
Edom confiou no lugar de sua habitação, nas alianças com outras nações, na sua própria sabedoria, por meio da qual veio a adquirir uma aparente condição tranquila, mas tudo isso iria mudar. Deus estava contra Edom (HB 10: 31), e destruiria cada um dos pontos em que ela confiava.
OS MOTIVOS PELOS QUAIS EDOM SERIA DESTRUÍDA (v. 10-17)
Nós vamos perceer que o motivo seria a maneira em que Edom tratou o povo da aliança, o povo de Deus.
Por causa da violência (hamas: crueldade) contra seus irmãos (o que acentua a crueldade). Ao invés de lutar com seu irmão contra os invasores, Edom se juntou a eles se tornando ela mesma um deles (v.11)
Edom tinha prazer e alegria ao ver Judá sendo destruída (v. 12-13), não era simplismente uma atitude de omissão ou indiferença (SL 137: 7); ela aproveitava os ataques a Judá e saqueava seus bens (V. 13b); os edomitas entregavam e também matavam os israelitas que fugiam (v.14)
Todo ímpio se porta como se suas obras malignas nunca fossem punidas, talvez ele sinta que como o tempo passa e nenhum juízo vem, então estão tranquilos (EC 8: 11). Mas o dia da retribuição estava por vir, o Dia do Senhor (dia de juízo) estava para chegar, o dia do acerto de contas.
O DIA DO SENHOR (v.15-16)
Há dois significados para a expressão “Dia do Senhor”, quando olhamos para o NT nós vamos encontrar a expressão sendo utilizada para o primeiro dia da semana, o domingo, o dia em que muitos fatos importantes aconteceram, como a ressurreição do Senhor e a descida do Espírito Santo. No entanto, este não é o significado aqui. Quando essa expressão aparece nos profetas ela está fazendo referência ao dia em que Deus trará juízo sobre os seus inimigos e os inimigos de seu povo, e este é o significado aqui.
Observem que Deus vai incluir outras nações juntamente com Edom, todas as nações que se alinharam com o comportamento de Edom, arrogantes, soberbos, autoconfiantes, cruéis, nações que desprezavam o próprio Deus.
A característica deste dia é a justa retribuição de Deus, assim como eles fizeram, lhes será feito. Chegou a hora em que eles beberiam o cálice da ira de Deus.
QUAL FOI O FIM DE EDOM?
A história foi marcada por momentos de guerra em que, ora Edom era subjugada (Davi/Salomão), ora eles se rebelavam com sucesso (2CRO 28: 17). No entanto, Edom foi subjugada por outras nações (Assíria e Babilônia), acabou por ser expulso de sua terra no século V a.C (MACARTHUR).
Eles acabaram por se mudar para a região sul da Palestina (perto do deserto do neguebe) e passaram a ser chamados de Idumeus. Mas a inimizade não termina, em 37 a.C um Idumeu se torna Rei na Judéia, seu nome é Herodes, O Grande.
Em certo sentido a inimizade continuou, Herodes, descendente de Esaú, quis matar a Jesus, descendente de Jacó, mas não obteve sucesso.
Pulando um pouco mais adiante na história, os Idumeus acabaram por participar da rebelião dos Judeus contra Roma, e no ano 70 d.C, quando o general Tito invade e destrói Jerusalém, os Idumeus também são derrotados e somem da história. A linhagem dos Herodes teve fim. E a profecia de Obadias se cumpriu (v.10, 18; EZ 35).