Jesus e a Mulher Samaritana.
Exposições no Evangelho de João. • Sermon • Submitted
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Transcript
Contexto.
Contexto.
Na última mensagem que tivemos sobre o evangelho de João, analisamos o encontro de Jesus com Nicodemos. Este que era um homem de alta patente em Israel, Judeu, Fariseu, um dos líderes dos fariseus, mestre em Israel, rico. Jesus se dirige a ele e diz que para ele e qualquer outra pessoa verem o Reino de Deus era necessário nascer de novo. Nicodemos se mostra ignorante em relação ao que Jesus diz, mesmo sendo mestre. Ele interpreta o que Jesus está dizendo de forma literalista, e Jesus o instrui e o ensina.
No texto que vamos analisar hoje nós temos basicamente a mesma estrutura, Jesus sozinho com alguém explicando os mistérios do reino de Deus. Porém, ainda que as estruturas são parecidas, a conversa é bem diferente. Agora temos uma mulher, samaritana, ela teve vários casamentos, e Jesus vai até ele mostrar que Ele é a água viva que ela precisa para saciar a sede espiritual que possuía.
É interessante percebermos que há salvação para o Fariseu rico, modelo de homem exemplar, como da mesma forma, há salvação para a mulher samaritana estrangeira, com uma vida não tão exemplar. Jesus é o Jesus de todos, judeus, samaritanos e gentios.
Análise do texto.
Análise do texto.
1-Quando, pois, o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João
2-(se bem que Jesus mesmo não batizava, e sim os seus discípulos),
3-deixou a Judéia, retirando-se outra vez para a Galiléia.
O ministério de Jesus em certa altura se mescla temporalmente com o ministério do Batista, ou seja, temos os dois ministérios em vigor ao mesmo tempo. João sobe para uma região mais ao norte, naquilo que seria uma junção entre 4 províncias, ele continua batizando. Porém, mais e mais pessoas estão deixando de ir até João e estão indo a Jesus.
Jesus fica sabendo que os Fariseus sabiam que o ministério dele estava crescendo além do de João e resolve sair da Judéia, e subir para a Galiléia.
4-E era-lhe necessário atravessar a província de Samaria.
Talvez nem tanto por causa da geografia e sim mais por conta do propósito, Jesus necessitava passar por Samaria.
5-Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José.
Jesus ao estar em território Samaritano, chega a cidade de Sicar. Alguns identificam a cidade de Sicar com a antiga Siquém. É uma região entre os montes Gerizim e Ebal, exatamente os montes onde o povo ouviu a lei de Deus e prometeu obediência (Dt 27.11-26).
6-Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta.
Jesus chega então ao território que Jacó dá a José no momento de sua morte, e que fora o local onde o próprio Jacó havia cavado um poço, bebido da água e dado de beber aos seus filhos e animais.
7-Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
8-Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos.
Jesus está ali sozinho porque havia enviado os discípulos à cidade para comprar comida. E então chega uma mulher da cidade para tirar água. Ao ver a mulher Jesus se dirige a ela e pede-lhe um pouco de água.
9-Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?
À pergunta de Jesus a mulher responde com aparente rispidez. Ela questiona a comunicação daquele homem, judeu com ela que além de mulher, era samaritana.
Há uma rixa histórica entre Judeus e Samaritanos.
A rivalidade entre judeus e samaritanos datava de muitos séculos. Tudo começa após a destruição do reino do norte em 722.
Quando os judeus retornaram da Babilônia os samaritanos se ofereceram pra ajudar na reconstrução, algo que os judeus não aceitaram, com isso os samaritanos intentaram prejudicar a reconstrução o que acentuou ainda mais a rusga entre os povos.
Havia o templo construído sobre o monte Gerizim para rivalizar com o templo em Israel.
Havia um sacerdócio independente.
Os samaritanos só aceitavam o pentateuco.
Os judeus liderados por João Hircano, em 128 a.C. destruíram o templo construído no monte Gerizim.
10-Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
Assim como nas passagens anteriores Jesus introduz conceitos espirituais e muito além da compreensão direta de seus interlocutores. Foi assim na purificação do templo, foi assim com Nicodemos e agora é assim com a mulher Samaritana. A mulher samaritana está preocupada com água para saciar a sede. Jesus está introduzindo algo que tem implicações eternar, enquanto a sede tem implicações somente momentâneas e físicas.
11-Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
12-És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado?
A mulher demonstra aqui sua noção terrena da conversa que estão tendo. O termo água viva era comumente utilizada para se referir a água corrente, em contraste com a água parada. a mulher parece estar pensando que a água viva é a água borbulhante do fundo do poço, ou seja a água da nascente. Por isso ela diz que Jesus não tem corda nem balde e que o poço é fundo.
Junto a isso ela questiona se Jesus é mair que Jacó, o homem que cavou o poço.
13-Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede;
14-aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.
A resposta de Jesus responde o questionamento da mulher, observe: A mulher questiona se Jesus é maior que Jacó, que foi quem cavou o poço, bebeu da água junto com sus filhos e seu gado.
Jesus responde que quem bebe da água provida por Jacó torna a ter sede. Quem bebe da água provida por ele jamais voltará a ter sede.
A água provida por Jacó resolve apenas o problema físico, a água provida por Jesus resolve o problema espiritual.
Mas o que é essa água viva?
“Nesse meio ambiente ‘água viva’ é uma expressão pronta para ser uma metáfora para valores religiosos altamente diversos. O pano de fundo óbvio, entretanto, é o Antigo Testamento. Lá Deus declara: “O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rotas que não retêm água” (Jr 2.13) - ou seja, eles rejeitaram o suprimento de água fresca e ‘corrente’ de Deus e sua fiel bondade, escolhendo, em lugar disso, as águas estagnadas de cisternas que eles mesmos prepararam, descobrindo, ainda assim, que suas cisternas estavam rachadas e os deixaram sem nada para sustentar a vida e bênção. Mas os profetas esperavam um tempo quando “águas correntes fluirão de Jerusalém” (Zc 14.8; cf. Ez 47.9). A metáfora fala de Deus e sua graça, do conhecimento de Deus, da vida, do poder transformador do Espírito Santo; em Isaías 1.16-18; Ezequiel 36.25-27 a água promete purificação. Todos esses temas são retomados no uso que João faz de água ou água viva nesse evangelho. No evangelho de João, há passagens em que Jesus é a água viva como ele é o pão do céu (6.35), e outras passagens em que ele dá a água viva para os crentes. Nesse capítulo, a água viva é a vida eterna que satisfaz e a qual é mediada pelo Espírito que somente Jesus, o Messias e Salvador do mundo, pode prover”. (D.A Carson).
Veja o que diz Hendriksen sobre isso:
“Todavia, na mente de Cristo, a água viva, fresca, pura e infindável é um símbolo da vida eterna ou salvação. Até agora a mulher não sabe quem é ele – a saber, o Autor da salvação – nem o que significa a água viva da qual ele fala”. (William Hendriksen).
Em meio a todos os simbolismos que a água viva representa na literatura bíblica, fica claro aqui pelo contexto que água viva oferecida por Jesus é a salvação. Essa linguagem vem sido usado por Jesus, Jesus diz a Nicodemos sobre nascer da água e do Espírito, agora ele fala a essa mulher sobre a água viva, tudo no mesmo contexto maior, Jesus ainda vai dizer que ele é a água viva (implicitamente em Jo 6.35 “quem vem a mim jamais terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede).
15-Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la.
Aqui a mulher ainda não está entendendo a profundidade daquilo que Jesus está dizendo. Ela ainda está pensando em coisas terrenas. Mas Jesus vai elevar a discussão.
16-Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e vem cá;
17-ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido;
18-porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.
Observe como Jesus está chamando a atenção da mulher para o pecado e para o ponto do arrependimento. A mulher que antes estava falante, agora sua resposta se resume em três palavras: Não tenho marido. Enquanto o termo repetitivo dos versículos acima foi a água, nestes 3 versículos o termo que será repetido é “marido”. O problema da mulher estava nessa vida conjugal. Não sabemos os detalhes dos vários relacionamentos que essa mulher teve. Não sabemos se dentre esse 5 maridos algum morreu. quantos divórcios há, mas sabemos que aqui reside um problema que a mulher quer de certa forma deixar velado, e isso vemos pela resposta dela á pergunta de Jesus. Ela está esquiva.
Jesus confronta a mulher mesmo reconhecendo que ela falou a verdade sobre não ter marido, mas a repreensão está ali.
Aplicação. Todo ser humano tem sede. E todo ser humano busca saciar essa sede da sua própria maneira. Pensando que a “sede” aqui se refere a coisas que vão além da água física, entendemos que todo ser humano está em busca de algo. A sede que o ser humano possui é suprida com coisas transitórias. E veja, é um engano pensar que tais coisas transitórias são ruins. Alguns saciam sua sede com as drogas, outros com o sexo, outros com o dinheiro, outros com a popularidade, fama, e assim como aquela mulher diariamente retornavam aquele poço, diariamente essas pessoas retornam às drogas, ao sexo, ao dinheiro, à fama etc.. Sente-se verdadeiramente prazer, sente-se verdadeiramente alegria, porém, tão rápidas como um relâmpago nos céus. É como diz o pregador, “Tudo é vaidade e correr atrás do vento”. (Ec 2.17). Por isso, quando as pessoas se deparam com certas situações elas tiram a própria vida, é porque tudo perdeu o sentido e aquilo que era a fonte do prazer, já não causa mais prazer, e no lugar do prazer vem uma profunda dor, e é isso que as pessoas querem fugir, fugir da dor. As pessoas sempre estão correndo, quando não em direção ao prazer, correm para fugir da dor. O problema é que o prazer é mais veloz do que eles, e a dor é amais veloz de todas. Não dá pra alcançar o prazer e não dá pra fugir da dor. Por isso Cristo é necessário, e é por isso que a água que ele dá é suficiente. A água que ele dá verdadeiramente mata a sede, a água que ele dá verdadeiramente tira a dor, e não é preciso correr atrás dessa água, pois ele Cristo, fonte de água viva, reside em nós. E é por isso que a dor vai embora afogada nessas águas vivas. A água que Cristo dá tem esse duplo sentido, mata a sede e afoga a dor.
19-Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que tu és profeta.
Aqui a mulher percebe que quem fala com ela não é um homem comum. Ela reconhece que Jesus é um profeta.
20-Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
Reconhecendo que Jesus é profeta a mulher logo o questiona sobre a questão do local correto que se deve fazer a adoração.
Alguns estudiosos afirmam que o que a mulher faz aqui é desviar do assunto uma vez que Jesus confronta o seu pecado, bem, isso é uma possibilidade, o problema é que onde a Escritura se cala sobre intenções internar, nós também devemos nos calar. O que temos pra analisar sempre é o texto junto com seu contexto histórico gramatical.
Sendo assim, algumas coisas precisam ser observadas:
Tanto judeus como samaritanos reconheciam que Deus ordenou a seus antepassados que procurassem um local para adorarem ao seu Deus, no entanto esse dois grupos tiraram conclusões diferentes dessa questão. Como os judeus aceitavam todo o cânon do Antigo Testamento, ou seja os 39 livros, eles concluíram que Jerusalém era o lugar pois foi lá que Davi decidiu construir o templo para Deus e Deus solenemente autorizou Salomão a contruí-lo. Como os Samaritanos não tinham esses livro como canônicos o que ficou para eles foi os montes Gerizim e Ebal onde a lei foi lida para o povo, e onde Abraão construiu um altar quando entrou na terra prometida. Por isso construíram seu templo lá,e por isso afirmavam que lá era o verdadeiro local de adoração. Como Hircano destruiu o templo deles em 128 eles ainda continuaram a realizar seus sacrifícios nessa montanha, enquanto os judeus centralizaram tudo no templo. Observe que Jesus não entra nos méritos dessa questão, olha o que ele diz:
21-Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22-Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
23-Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.
A resposta de Jesus vem em três partes:
Tanto Jerusalém quando o monte se tornaram obsoletos para adoração.
Ainda assim ele insiste que a salvação vem dos judeus, pois ele Jesus o Salvador é judeu, e mais à frente a mulher vai confirmar que entendeu isso.
e finalmente Jesus apresenta a natureza da verdadeira adoração. Em espírito e em verdade.
24-Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.
Esse ponto é interessante, Jesus havia falado com Nicodemos que o que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Agora ele diz para a mulher que Deus é espírito e que os verdadeiros adoradores o adoram em espírito, está claro aqui que o local da adoração fica obsoleto porque independente de lugar, os únicos que podem adorar verdadeiramente a Deus são os nascidos do espírito, ou seja os salvos, aqueles que receberam graça e foram regenerados, somente esses adoram verdadeiramente a Deus.
25-Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.
26-Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.
Segundo os estudiosos os Samaritanos esperavam um messias mestre, eles o denominavam de Taheb, ou o restaurador. Enquanto para os judeus o messias seria um libertador militar e político, para os samaritanos ele seria mais um professor. Talvez por isso aqui a mulher diz que quando o Messias vier os anunciará todas as coisas.
A resposta de Jesus a ela é algo impressionante, Jesus se revela diretamente para ela. Jesus não se revelou aos judeus ainda, mas a essa mulher, estrangeira, com sérios problemas morais Jesus se dirige a ela e diz claramente, Eu o sou, eu que falo contigo.
Aplicação: A discussão que havia entre judeus e samaritanos de certa forma é revivida em nossos dias. Como e onde devo adorar a Deus? Existem locais sagrados? Bem, não existem locais sagrados, existe a verdadeira adoração que obviamente deve ser feita de coração e com sinceridade, reconhecimento de quem somos e de quem Deus é. A verdadeira adoração não pode ser mecânica, de forma puramente automática e rotineira, mas ela deve envolver sentimento e verdade. Além claro, de somente salvos adorarem a Deus de verdade. É por isso que culto, como sendo a expressão coletiva máxima da adoração a Deus, é algo para cristãos, ímpios não cultuam. Cultuar a Deus envolve fazer o que Deus quer que seja feito, precisamos ter sempre isso em mente. Além do fato de que nossa vida deve conter todo esse elementos e deve ser uma vida de constante adoração a Deus, devemos ser adoradores ambulantes. Devo adorar a Deus com meu trabalho, perceba, não “em” meu trabalho, mas “com” meu trabalho, fazendo nele coisas que dignificam o nome de Deus e redundem em glória para ele, assim como nas diversas outras áreas da vida. Infelizmente, muitas vezes nos prendemos em nossa discussão de Gerizim x Jerusalém e deixamos o verdadeiro significado de adorar a Deus de lado. Faça a si mesmo a pergunta: como devo adorar a Deus? Como Deus ordenou que ele deve ser adorado.
27-Neste ponto, chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? Ou: Por que falas com ela?
28-Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens:
29-Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!
30-Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele.
A reação da mulher é interessante, ela corre para a cidade, deixa o cântaro para trás. E o fato dela dizer que aquele homem havia falado tudo o que ela vinha fazendo em sua vida, demonstra que isso realmente era um problema e que ela tinha plena certeza disso.
Ela o chama a vir com ela para vê-lo. Será que ele é o Cristo?
Enquanto no primeiro convite Jesus a manda ir e voltar com seu marido, após o diálogo com Cristo ela vai e traz não o marido mas uma multidão da cidade para vê-lo.
31-Nesse ínterim, os discípulos lhe rogavam, dizendo: Mestre, come!
32-Mas ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis.
Dada a insistência dos discípulos para que Jesus comesse, novamente Jesus recorre à fala enigmática. É interessante perceber que Jesus usa essa forma de se comunicar muitas vezes para gerar interesse e curiosidade em seus interlocutores para daí dar prosseguimento ao ensino.
33-Diziam, então, os discípulos uns aos outros: Ter-lhe-ia, porventura, alguém trazido o que comer?
Os discípulos, assim como a mulher samaritana interpretam literalmente a fala de Jesus.
34-Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.
Jesus então, com a atenção dos discípulos voltada para o que ele acabou de dizer lhes explica em que consiste sua comida. Ou seja, o que Jesus está dizendo é que se deleita e se sacia cumprindo sua missão, fazendo a vontade de Deus. Jesus parece dizer que naquele momento, o mais importante não era ele comer, mas sim conduzir aquelas alma ao reino de Deus.
35-Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.
36-O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro.
37-Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o ceifeiro.
38-Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.
Jesus aqui fala dos propósitos gerais da obra que ele como semeador havia feito.
39-Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito.
40-Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus, pediam-lhe que permanecesse com eles; e ficou ali dois dias.
41-Muitos outros creram nele, por causa da sua palavra,
42-e diziam à mulher: Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.
Ao final os rejeitados samaritanos, os subvalorizados samaritanos de Sicar, reconhecem que Jesus é o Salvador do mundo. Não mais pelo testemunho da mulher, mas sim porque o ouviram pregar. O vs 41 é claríssimo ao dizer, “muitos outros creram nele, por causa da sua palavra.
Aplicações.
Aplicações.
Aprendemos algo com essa mulher. Mesmo nossas falhas mais obscuras e que guardamos no fundo do baú de nossas almas o Senhor Jesus conhece. Não sei quais são os vários maridos que vc tem escondido em sua história, e quais vc tem tentado esconder agora, Jesus conhece. Arrependa-se, confesse, peça perdão e abandone.
Faça como a mulher, fale de Cristo, anuncie Cristo. Há discussões tentando mostrar que o fato daquela mulher estar no poço em pleno meio dia, com o sol mais escaldante, e unido ao fato dela ter tido vários maridos, isso pode significar que ela era uma mulher de má reputação na cidade. Se assim for, a reação dela mostra como ele entendeu o que é mais importante, anunciar a Cristo ou continuar na sua vida secreta. Ela rompe as regras sociais em que vivia e sai a falar de Cristo e a anunciar aquele homem que poderia ser o Messias. E as pessoas vem ouvi-lo, assim como virão se vc anunciar se vc falar. Fale de Cristo, anuncie a Cristo, pregue Cristo na vida das pessoas.
E a conclusão da seção comprova isso, Jesus fala aos discípulos dos campos brancos para a seara, ele já plantou a semente, agora cabe a nós a parte mais fácil que é a colheita.