SALMO 100: O Senhor Reina, Venham Adorá-lo!

Introdução

O Salmo 100 é uma das mais belas canções já produzidas na história. Ele finaliza uma série de salmos (desde o 93) que revelam que o Senhor reina.

É um salmo escatológico e missionário. É escatológico, pois revela o cumprimento do estabelecimento do Reino de Deus na terra. É missionário pois em profecia, o salmista vê a união de gentios e judeus formando a Igreja e conclama a todos os povos do Senhor a celebrarem com júbilo.

Uma única palavra hebraica foi traduzida em português por “celebrai com júbilo”. Essa palavra foi muito usada em dois sentidos principais: como um grito de guerra e como um grito de alegria na presença de um rei. Este último é o sentido aqui. Profeticamente, o salmista antevê o Senhor reinando e todos os salvos diante dele gritando de alegria.

Tendo o Senhor como o Grande Rei, o salmista convida a todos os salvos a cultuar ao Grande Rei, o Senhor.

Esta é a mensagem deste salmo, isto é: todos os salvos são convocados a cultuar ao Senhor, o Grande Rei. Isto nos leva a seguinte pergunta: Como? É o que descobriremos a partir de agora.

I - Devemos cultuar ao Senhor, o Grande rei com alegria (2)

Exposição

“Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto”.

No AT, os levitas e sacerdotes serviam ao Senhor quando ofereciam sacrifícios e faziam seus deveres religiosos. O serviço, biblicamente, significa ato de adoração.

O chamado de todo o crente é de adorar ao Senhor, mas não por mero profissionalismo, e sim com alegria, ou seja, prazerosamente.

A palavra hebraica “renanah” que na RC foi traduzida por canto, aparece apenas 4 vezes no AT., às vezes com o sentido de grito alegre, às vezes com o sentido de música alegre. Música alegre é o sentido aqui representado. Tiago certa vez disse: “Está alguém contente? Cante louvores” (Tg 5.13).

Ilustração

As pessoas quando estão na frente de celebridades ficam naturalmente alegres, afinal, não é todo o dia que se vê alguém assim tão importante.

Aplicação

Você está se apresentando diante do Soberano de toda a terra, o Criador e Mantenedor do universo. O Deus que te fez e que te escolheu, ainda que não precise de você, mas, mesmo assim o fez porque te ama. Ora, isso não é motivo para se alegrar? Por que ficar com semblante triste diante desse Deus?

Ilustração

Sempre escutamos conselhos do tipo: “não trabalhe por dinheiro, trabalhe por prazer”. Quando deixamos de ter prazer no que fazemos e agimos apenas por dinheiro, tornamo-nos meros profissionais. Pessoas excelentes no que fazem, não o fazem por mero profissionalismo, mas por prazer.

Aplicação

Quando cultuamos, devemos procurar fazer isso por prazer. É muito fácil deixar que nossa “adoração” se torne profissional quando nos acostumamos a ela. Vir ao templo não é como ir a um clube, é lugar de reverência e adoração prazerosa e sincera!

Recapitulação

Todos os salvos são convocados a cultuar ao Senhor, o Grande Rei . Já vimos que o Senhor deve ser cultuado com alegria. Mas, isso não é tudo.

II - Devemos cultuar ao Senhor, o Grande Rei, reconhecendo quem Ele é e o que Ele nos fez (3)

Quem é o Senhor.

Exposição

“Sabei que o SENHOR é Deus;”

“Sabei que o SENHOR é Deus” é a primeira sentença deste versículo. Saber significa “conhecimento através da experiência”. É o reconhecimento de quem Ele é por já tê-lo experimentado. É confessá-lo como o único Deus. Ele é, e isso basta!

“foi ele, e não nós, que nos fez”. Isso significa que pertencemos a Deus e não a nós mesmos. Pertencemos a Deus, pelo menos três vezes:

Por direito de criação

Por direito de preservação

Por direito de redenção

Ilustração

Imagine um policial que vai fazer uma revista em um determinado cidadão que anda a noite sozinho pela rua. O policial é rude com o indivíduo, pergunta o que ele faz ali a essa hora da noite e sozinho. Quando o policial lhe pede seus documentos, observa que o indivíduo possui uma credencial que o identifica como um coronel da polícia. Nessa hora o policial, com medo do que pode lhe acontecer muda o tom de voz, pede desculpas e torce para o pior não lhe acontecer.

Aplicação

Reconhecer quem Deus é faz toda a diferença. Quando reconhecemos quem Deus é a irreverência foge da igreja, o respeito e o temor a Deus começam a tomar conta do adorador e assim Deus é mais glorificado por meio de nós.

O que o Senhor nos fez

Exposição

“povo seu e ovelhas do seu pasto”. Reconhecer que Deus é quem nos fez é muito fácil. Todas as pessoas que não são ateias creem. Porém é preciso reconhecer que, em Cristo, o Senhor nos escolheu soberanamente como igreja (Ef 1.4), como ovelhas do seu pastoreio. É bom lembrarmo-nos de que Jesus é o Bom Pastor (Jo 10.11), que nos escolheu como um povo especial (Tt 2.14).

Ilustração

O tijolo e a massa na mão do pedreiro podem virar um lindo castelo ou uma humilde casa. Não cabe a eles decidirem o que vão ser, e sim em obediência aceitarem o que lhes for proposto.

Aplicação

A vida do crente é nas mãos de Deus o que o tijolo e a massa são nas mãos do pedreiro. O nosso papel é ser ovelha obediente no pasto do Senhor. É sermos gratos porque Ele nos achou e não nos descartou ainda que não passávamos de entulho inútil.

Recapitulação

Todos os salvos são convocados a cultuar ao Senhor, o Grande Rei. Aprendemos que Ele deve ser cultuado com alegria e também em reconhecimento de quem Ele é e do que Ele nos fez. Isto nos faz chegar à próxima conclusão.

III - Devemos cultuar o Senhor, o Grande Rei, com gratidão, adoração e exaltação (4,5)

Devemos cultuar ao Senhor, o Grande Rei com gratidão (4)

Exposição

“Entrai pelas portas dele com louvor […] louvai-o”.

“portas” e “átrios” são metáforas para falar do templo em Jerusalém.

A chave para o entendimento aqui está nas palavras “louvor” e “louvai-o”. Ambas, no hebraico, expressam a ideia de “gratidão” ou “ação de graças”. A RA traduz as duas palavras por “ações de graças” e “rendei-lhe graças”, respectivamente.

O livro de Apocalipse revela situações do presente e do futuro. No capítulo 21 e versículo 27, nós somos ensinados que as portas da Nova Jerusalém estarão fechadas para os imundos. No entanto, entendemos que suas portas estarão abertas para nós, os salvos e isso, por si só já é motivo para eterna gratidão a Deus.

Ilustração

Há pais que fazem de tudo para o filho. Dão-lhe boa educação, boa alimentação, luxo e etc., mas no fim, muitos desses filhos são rebeldes e não reconhecem o valor dos pais.

Aplicação

Dentre os que se dizem salvos há também os que são rebeldes, que não sabem valorizar o seu Pai. Recebem do bom e do melhor, são cuidados como as meninas dos olhos do Senhor e não são gratos a Ele. São bons pedintes a Deus, mas maus agradecedores. São como os nove leprosos que não voltaram para agradecer. Não seja rebelde, seja grato a Deus por tudo (1Ts 5.18). Seja como aquele leproso que voltou para agradecer a Jesus pelo milagre recebido.

Recebemos o maior milagre. Ele nos escolheu como ovelhas do seu pasto. Isto já basta! Não precisamos de mais milagres para sermos gratos.

Devemos cultuar ao Senhor, o Grande Rei com adoração (4)

Exposição

“e em seus átrios, com hinos”.

A palavra hebraica “tehilla”, na RC traduzida por “hinos” significa uma “canção de louvor e adoração” em que o adorador oferece a Deus palavras de homenagem como ato de adoração.

Ilustração

Num teatro, o canhão de luz é apontado para dar ênfase a quem é importante em determinado momento. Imagina você ir em um teatro em que o canhão de luz é apontado para a plateia. Isso não atrapalharia a beleza da apresentação?

Aplicação

Muitos cultos têm perdido sua beleza porque em lugar do louvor de adoração a Deus está o louvor de adoração ao homem. A luz tem focado a criatura no lugar do Criador. Hoje, muitos “hinos” refletem um “deus” estranho cantando para o homem dizendo que vai fazer isso ou aquilo. Ora, o foco da luz nesses cultos está voltado para meros coadjuvantes e ofuscando o brilho do Ator Principal. É preciso haver verdadeiros hinos de adoração a Deus. É preciso que nossas canções revelem a Sua beleza suprema. É preciso acabar com a comercialização da música na igreja. Hinos de adoração não devem ser vendidos para mim com uma mensagem que me agrade, e sim ofertado para Aquele que é digno da adoração.

Devemos cultuar ao Senhor, o Grande Rei com exaltação (4)

Exposição.

“Bendizei o seu nome”.

Bendizer significa “falar palavras de excelência”.

Há muitos nomes pelos quais o Senhor é conhecido na Bíblia. Além de Yahweh, há nomes como El Elyon, El Shaday, Yahweh Jirê, etc. Cada um desses nomes revelam o caráter de Deus.

Isto quer dizer que devemos adorar a Deus proferindo palavras de excelência que glorifiquem ao Senhor pelo seu caráter.

Ilustração

Rodrigo Caio, jogador de futebol, quando atuava pelo São Paulo Futebol Clube em um clássico contra o seu maior rival, o Corinthians, protagonizou uma das mais belas atitudes futebolísticas. Em uma dividida de bola entre ele, Jô, atacante do Corinthians e Renan, goleiro do São Paulo, Jô, levou cartão amarelo, o que o deixaria fora da próxima rodada. No entanto, quem tinha trombado com o goleiro foi Rodrigo Caio, mas, à distância o juiz entendeu diferente. Foi então que Rodrigo Caio se aproximou do juiz da partida e relatou o fato como aconteceu. Depois de aplaudi-lo e agradecê-lo o árbitro retirou o cartão dado a Jô.

Aplicação

Se seres humanos, falhos como são, são dignos de serem elogiados, o que não se dirá de Deus? Não podemos adentrar em sua presença sem elogia-lo por seus feitos, por suas obras, pela sua beleza e, principalmente, por nossa redenção!

Motivos para cultuar ao Senhor, o Grande Rei com gratidão, adoração e exaltação:

Primeiro motivo: porque Ele é bom.

Exposição

“Porque o SENHOR é bom”

Isto é, Deus é bom em essência. Ele é bom e ponto.

Deus é bom porque criou o homem perfeito.

Deus é bom porque, mesmo depois que o homem se rebelou, Deus enviou Jesus, o socorro bem presente.

Deus é bom porque não deixou o homem órfão, mas enviou o Conselheiro.

Deus é bom porque nossa vitória está garantida. Entraremos na Nova Jerusalém!

Segundo motivo: porque seu amor leal não tem fim.

Exposição

“e eterna, a sua misericórdia”

“Hesed” é uma das palavras mais lindas do Antigo Testamento. “Hesed” significa não apenas misericórdia, mas “amor leal”. Isto é um tipo de amor infalível que está relacionado com sua fidelidade à sua aliança.

Terceiro motivo: porque Ele digno de confiança.

Exposição

“e a sua verdade estende-se de geração a geração”

Verdade aqui é a tradução de “emunah” e tem o sentido de fidelidade. A Nova Versão Internacional diz “a sua fidelidade permanece por todas as gerações”. Por isso Deus é digno de confiança. Ele é fiel à sua aliança. Ele não falha!

Ilustração

Não dá para confiar em um carro velho que nunca fez manutenção, não é mesmo? Para que você confie em alguém ou em algo é preciso haver bons motivos.

Aplicação

Para que cultuemos com gratidão, adoração e exaltação, o Senhor nos deu, pelo menos três bons motivos: Ele é bom em tudo o que faz, o seu amor leal é eterno e Ele é fiel. Louvemos ao Senhor!

Conclusão

Todo salvo está convocado a cultuar ao Senhor, o Grande Rei. Um dia o Reino de Deus será estabelecido plenamente nesta terra e todos o louvaremos com perfeição. Mas, isso não quer dizer que já não devamos buscar louvá-lo corretamente. Por isso, precisamos: 1) Cultuar com alegria; 2) Reconhecer quem o Senhor é e o que Ele nos fez; 3) Ser gratos ao Senhor, adorá-lo e exaltá-lo, porque Ele é bom em seu ser, o seu amor leal é eterno e é fiel para sempre. Louvemos ao Senhor!