A Parábola da Viúva Persistente

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Explicação da parábola da viúva persistente e o desafio cristão de confiar e orar independente das circunstâncias

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Transcript

Introdução

Cada vez mais vivemos tempos desafiadores. O COVID 19 mudou a forma como enxergamos o mundo, os relacionamentos, a economia, o trabalho e a igreja. De modo que precisamos nos reinventar o tempo todo e as nossas expectativas e perspectivas tem sido duramente afetadas.
Por isso fica o desafio de olharmos menos as notícias, por piores que sejam elas não irão mudar e provavelmente não poderemos fazer nada a respeito, e buscarmos nas escrituras a solução para atravessar por esse tempo tão desafiador, onde a falta de um abraço pode ser um ato de amor e o afeto motivo de contágio.
Em que o futuro é extremamente incerto e não sabemos se a cura, o isolamento, será pior do que a doenças, por causa do potencial catastrófico dos efeitos econômicos e sociais.
Talvez nenhum evangelho ou autor seria melhor para esses dilemas do que Lucas, o médico. Ele é o terceiro autor a escrever os evangelhos, não é uma testemunha ocular, mas é um historiador, médico e teólogo preocupado com os detalhes da história, a história da salvação e com sua igreja.
Lucas escreve o evangelho a uma igreja em que as perseguições vinham se intensificando e que a expectativa da volta de Cristo e da consumação de seu reino diminuía a medida em que o tempo passava e aparentemente nada acontecia, ao contrário a perseguição aumentava e aparentemente o “reino do mundo” e não o de Deus, um dos temas centrais do evangelho, prevalecia.
Olhando para esse contexto Lucas destaca alguns temas relevantes nos dois volumes de uma mesma obra, Lucas e Atos, Espírito Santo, Oração, Perseverança, Reino de Deus, Salvação, Ressurreição, Riquezas. São temas pastorais para uma igreja mais madura que vinha enfrentando forte perseguição e aparentemente o retorno de Cristo e a consumação do reino demorava.
Compreendendo os temas do livro, a preocupação pastoral do autor e o contexto dos leitores as parábolas tomam vida e fazem sentido para compreendermo o que Deus por meio de Lucas deseja que compreendamos para atravessar momentos de crise como o que vivemos.

Ore sempre sem desanimar (18.1-7)

Diferente de outras parábolas essa Lucas deixa claro o motivo de ter separado nessa altura do livro uma parábola contada por Jesus que não é registrada por nenhum outro evangelista. Aqui fica evidente que era um preocupação de Lucas e necessidade específica de sua comunidade.
Lucas evidencia que sua intenção ao registrar essa parábola de Jesus era para que os cristãos seguissem o modelo de Jesus, há o registro de que ele se retira para orar com muito mais frequência do que nos outros evangelhos, precisamos imitá-lo independente das circunstâncias e nunca desanimar.
Sem dúvida é uma parábola para momentos de crises, em que parece que Deus perdeu o controle, não se lembra mais da nossa necessidade, desastres naturais, guerras e etc. Com certeza em momentos de grande paz é um texto que não chamaria a atenção. Mas nesse momento salta aos olhos.
Não devemos desanimar porque aparentemente a resposta não chegou da forma como esperávamos, ou porque a minha expectativa do evangelho do reino de Deus ou da volta de Cristo não se cumpriu. Ao contrário a semelhança de Jesus não devo desanimar em momento algum independente do que aconteça eu devo confiar em Deus e ser capacitado para atravessar esses momentos pelo Espírito Santo de Deus que, em Lucas, foi extremamente atuante na vida e ministério de Jesus e deve ser também em minha vida.
Para ilustrar esse desafio ele conta a história da viúva persistente que insiste contra um juiz iníquo que por razões egoístas, não ser importunado, atende com justiça a causa da viúva. Ela não tinha nada a seu favor, era excluída da sociedade, deixada de lado e vítima de um homem que não temia a Deus, mas a sua causa foi atendida.

Confie em Deus ele é Soberano (18.6-8)

Jesus encerra a parábola com o questionamento não fará justiça o Deus de toda a terra aos seus eleitos? A pergunta é retórica, a resposta é um sonoro sim.
Junto com a boa notícia vem a preocupação, contudo quando finalmente o filho do Homem vier encontrará fé na terra? Outra pergunta retórica que parece ter uma resposta negativa, visto que a fé de alguns dos discípulos já vinham definhando pela aparente demora.
Ainda que as coisas não sejam como esperamos, que a igreja, o reino de Deus, o evangelho, o mundo, a política ou qualquer circunstância aparentemente saia do controle de Deus podemos ter tranquilidade de que ele é soberano e comanda a história.
Por isso podemos com tranquilidade aguardar o seu retorno em poder e glória, ainda que pareça demorar, ele é o rei todo poderoso que domina sobre todas as coisas,
O desafio que temos é aguardar o retorno do Rei e a consumação do reino no tempo dEle. Até la precisamos confiar e orar sem desanimar.

Princípios Eternos

Ore constantemente
Ore confiando na solução em Deus independente das circunstâncias
A solução pode não ser a esperada, mas Deus não perdeu o controle
As circunstâncias não devem interferir na minha confiança, oração e expectativa do retorno de Cristo e restauração de todas as coisas e de seu reino.
Deus sempre é bom e soberano

Confie e Ore sem Desanimar

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