O prenucio da sétima trombeta

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O prenucio da sétima trombeta
by Pr. Hernandes
Referência: Apocalipse 10.1-11
INTRODUÇÃO
Estamos falando sobre as sete trombetas. Soaram as seis trombetas, e aguardamos agora a sétima. As últimas três trombetas foram anunciadas como “ais” que viriam. A quinta trombeta foram os gafanhotos saídos do abismo que vieram para atormentar os homens que não têm o selo de Deus. A sexta trombeta é uma cavalaria inumerável que mata uma terça parte dos homens impenitentes. Quando a sétima trombeta tocar, não haverá mais chance para os pecadores. A sétima trombeta aponta para o juízo final. Então, será tarde demais.  O capítulo 10 e o 11:1-14 são um interlúdio antes do juízo final. Assim como entre o sexto e o sétimo selo houve uma mensagem de consolo para a igreja, mostrando os santos em glória, também entre a sexta e a sétima trombeta haverá um interlúdio, com a mensagem do anjo forte, trazendo o livrinho aberto em sua mão. O primeiro interlúdio salientou a segurança e a glória do povo de Deus perseguido. Esta, agora, descreve uma mistura de doce e amargo.  I. A DESCRIÇÃO DO ANJO FORTE – V. 1-7
• Há mais de sessenta referências aos anjos no livro de Apocalipse. Eles são o exército de Deus enviados para realizar o propósito de Deus na terra.
Raramente pensamos neles como espíritos ministradores em nosso favor (Hb 1:14), 14 Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?mas um dia no céu nós iremos aprender tudo o que eles fizeram por nós. • Os anjos são valorosos em poder (Sl 103:20), mas há anjos mais poderosos que outros. Aqui temos um anjo forte e sua descrição tem grandes semelhanças com o próprio Deus e com o Cordeiro. • Alguns estudiosos entendem que esse anjo forte é uma descrição do próprio Cristo glorificado, conforme ele se apresentou a João no capítulo 1. Outros, entrentanto, crêem que ele é um anjo que vêm direto da presença de Deus e do Cristo ressurreto.  • Há semelhanças estreitas entre esse anjo e o próprio Cristo. Contudo no Apocalipse anjos são sempre anjos; Cristo nunca é chamado de anjo. Esse anjo não recebe adoração. O Apocalipse nunca confunde o Senhor que está assentado no trono com os seus emissários que descem à terra. • Esse anjo anunciará a sétima trombeta, então, virá o fim (1 Co 15:52). 
Este anjo desce do céu envolto em nuvem – v. 1 Deus é geralmente identificado com nuvens. Deus conduziu o povo de Deus Israel através de uma nuvem luminosa (Ex 16:10).
Exodus 16:10 Quando Arão falava a toda a congregação dos filhos de Israel, olharam para o deserto, e eis que a glória do SENHOR apareceu na nuvem.
Nuvens escuras cobriram o Sinai quando a lei foi dada (Ex 19:9).
Exodus 19:9 Disse o SENHOR a Moisés: Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que o povo ouça quando eu falar contigo e para que também creiam sempre em ti. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao SENHOR.
Quando Deus apareceu a Moisés foi numa nuvem de glória (Ex 24:15; 34:5).
Exodus 24:15-16 ,15 Tendo Moisés subido, uma nuvem cobriu o monte. 16 E a glória do SENHOR pousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; ao sétimo dia, do meio da nuvem chamou o SENHOR a Moisés.
Deus faz das nuvens a sua carruagem (Sl 104:3). Uma nuvem recebeu Jesus quando ele foi assunto ao céu (At 1:9) e quando Jesus voltar, ele virá entre nuvens (Ap 1:7). Aqui temos uma a operação da santidade de Deus simbolizada pelo rosto do anjo, do juízo indicado pela nuvem (Sf 1:15) e da misericórdia e fidelidade ao seu pacto com o seu povo expressada pelo arco-íris. 2. Este anjo tem um arco-íris por cima da sua cabeça – v. 1O arco-íris aparece ao redor do Trono de Deus (Ap 4:3). Fala que o trono de Deus é um trono de misericórdia, antes de ser um trono de juízo. Deus se lembra da sua misericórdia na sua ira. O arco-íris é o símbolo da aliança de Deus.
Este anjo tem o rosto como o sol – v. 1 Esta é a mesma descrição de Jesus Cristo (Ap 1:16). Quando Jesus apareceu em glória na Transfiguração, seu rosto brilhava como o sol. Ninguém podia olhar no rosto dele. Mt 17
Este anjo tem as pernas como colunas de fogo – v. 1 Esta descrição é semelhante à que descreve o Cristo glorificado em Apocalipse 1:15. Onde ele pisa ele queima e purifica. 
Este anjo tem na mão um livrinho – v. 2 A palavra grega para livrinho (v. 2) (bibliaridion)é diferente da usada em (Ap 5:1). (biblion)Livrinho não dá a idéia de rolo. O livrinho está aberto, no sentido de que seu conteúdo é conhecido. O rolo (5:1) contém a revelação do propósito de redenção e justiça que Deus executa na história humana, o livro pequeno deve contar uma parte deste propósito divino.  • Outros identificam esse livrinho como a Palavra de Deus que deve ser comida e pregada ao mundo (v. 11). • Ezequiel e Jeremias também receberam ordens semelhantes (Ez 2:9; 3:3; Jr 15:16-17). Ambos comeram o livro e pregaram. O livro era a Palavra de Deus: julgamento e castigo a um povo rebelde. Assim também João é chamado a comer o livro e pregar. A igreja é chamada a comer o livro e pregar para uma geração que se aproxima do fim. 
Este anjo tem o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra – v. 2 Deus manifesta sua reinvindicação de propriedade sobre o mundo inteiro, pois foi ele quem o criou (v. 6). Nas seis primeiras trombetas apenas parte da criação era o alvo. Agora está em jogo toda a criação. Isso descreve que ele exerce poder em todo o mundo e sua palavra é para o mundo inteiro. O mar e a terra representam a totalidade do universo criado. 
Este anjo tem voz como de leão – v. 3 A voz do leão é a voz do juiz que se aproxima. A plenitude do juízo se aproxima. Esta descrição é semelhante à aquela dada a Jesus Cristo em Apocalipse 5:5. A voz de Deus é semelhante ao rugido do leão (Am 3:8). • O Velho Testamento comumente fala de “o anjo do Senhor” como uma referência a Cristo (Ex 3:2; Jz 2:4; 6:11-12; 2 Sm 24:16). Isto era uma temporária manifestação para um propósito especial, e não uma permanente encarnação. • O leão é o rei dos animais. Quando ele ruge não tem animal que pie. Todos se silenciam. Quando Cristo bradar, todos vão ouvir a sua voz. Quando Cristo bradar os sete trovões, todos os trovões, a artilharia do céu, estará pronta a agir.
Este anjo ao falar ouve-se sete trovões – v. 3-4
Não nos é informado porque João agora não pode escrever sobre o conteúdo dos sete trovões.
Esses trovões são semelhantes à voz poderosa de Deus que é como o trovão (Sl 29:3). Esse número precisaria ser sete, visto que há em torno do trono sete espíritos, sete tochas, sete chifres e sete olhos.
Esses trovões estão dirigidos aos inimigos de Deus.
O contexto pode nos ajudar a entender porque sempre que a palavra “trovões” aparece em Apocalipse é para falar de um aviso de iminentes manifestações da ira de Deus (Ap 8:5; 11:19; 16:18).
O juízo está se aproximando, mas João não tem autorização para falar sobre o seu conteúdo.  Essa revelação, semelhante àquela que Paulo teve no céu, não pode ser anunciada (2 Co 12:4).
João a entendeu, mas não recebeu autorização para escrevê-la. Não devemos especular o que Deus não nos revelou. A voz de Deus é geralmente comparada com trovões (Sl 29; Jó 26:14; 37:5; Jo 12:28-29). 
• O significado da ordenança para João guardar segredo sobre as vozes dos sete trovões é a seguinte:
Não podemos nunca saber nem descrever todos os fatores e agentes que determinam o futuro.
Sabemos o significado dos sete candeeiros, dos sete selos, das sete trombetas, das sete taças.
Mas não nos foi dado saber sobre o significado da mensagem dos sete trovões (v. 4). Isso, porque há outras forças trabalhando; há outros princípios que estão operando neste universo. Portanto, tenhamos cuidado em fazer predições a respeito do futuro.
• O anjo está anunciando que não haverá mais tempo antes que o fim venha. O fim não será mais adiado. Está na hora de responder as orações dos santos. O propósito divino será alcançado plenamente. 
9. Este anjo posiciona-se como um conquistador universal – v. 2,5 • A postura do anjo é a de um conquistador tomando posse do seu território. Ele reinvindica o mundo inteiro (Js 1:3). Obviamente só Jesus pode fazer esse reclamo. Em breve o anticristo vai reinvicar seu domínio no mundo inteiro e vai querer que o mundo inteiro se submeta ao seu controle. Mas somente Jesus recebeu do Pai essa herança (Sl 2:6-9). • Satanás ruge como leão para espantar as suas presas (1 Pe 5:8), mas Jesus ruge como leão para proclamar a sua vitória (Sl 95:3-5; Is 40:12-17).
II. A DECLARAÇÃO DO ANJO – V. 5-7
1. A solenidade de como o anjo declara a sua palavra – v. 5-6 • Esta declaração enche-nos de espanto não somente por causa do que diz, mas tambem pela forma como diz. Esta é uma cena solene. O anjo levanta a sua mão direita ao céu e faz um juramento. • Mas, se este anjo é Jesus, como faz um juramento em nome de Deus? Deus colocou-se sob juramento quando fez seu pacto com Abraão (Hb 6:13-20). Deus também jurou por si mesmo quando prometeu a Davi que o Cristo viria de sua família (At 2:29-30). • O juramento é feito ao Deus criador (v. 6). 
2. O conteúdo do juramento é que já não haverá mais demora para a chegada do juízo – v. 6 • Vários julgamentos já tinham vindo sobre a terra, o mar, os rios, os astros, os homens. Mas, mais julgamentos ainda estavam para vir.  • Por que a demora? Por que Deus parece demorar? Deus tem adiado o seu julgamento para que os pecadores perdidos tenham tempo para se arrependerem (2 Pe 3:1-9). Esse foi o propósito da sexta trombeta (Ap 9:20-21). Mas, agora, Deus irá acelerar o seu julgamento e realizar seus propósitos. • Os santos martirizados estavam clamando por justiça e questionando a demora de Deus (Ap 6:10-11).  • Os próprios ímpios, escarnecerão de Deus e da sua Palavra em virtude da demora de Deus em seu julgamento (2 Pe 3:4). • Mas agora não haverá mais prazo, mais tempo, mais demora para o arrependimento e a conversão. O juízo está chegando. No confronto de Deus com os seus inimigos, a vitória de Deus será esmagadora. A história avança para o inevitável triunfo de Deus, e ainda que pareça que o mal esteja florescendo, não é possível que no fim ele triunfe.  • Essa palavra “Não haverá mais demora (cronos)” significa também que a paciência de Deus tem limite. O soar das seis trombetas representam todas as oportunidades que Deus dá ao homem para que se arrependa. Mas, aqui o caso é diferente. O homem chegou num ponto tal de insensibilidade e endurecimento que não há mais possibilidade de arrependimento. É aí que o anjo jura que não haverá mais demora para a sétima trombeta.
3. Quando a sétima trombeta tocar haverá o desvendamento total do mistério de Deus – v. 7 • O mistério de Deus aqui tem a ver com o velho problema do mal no mundo.
Por que o mal natural e moral existe ainda no mundo?
Por que Deus não faz alguma coisa sobre isso?
É óbvio que sabemos que Deus fez, sim, algo sobre isso no Calvário, que Jesus se fez pecado por nós e experimentou em sua carne a ira de Deus pelo mundo pecador. • Nós sabemos que Deus está permindo o mal aumentar até o mundo ficar maduro para o juízo (2 Ts 2:7ss, Ap 14:14-20). • Desde que Deus já pagou o preço pelo pecado, ele é livre para adiar o julgamento.  • Mas, esse adiamento está chegando ao fim. Quando o anjo tocar a sétima trombeta o juízo virá (Ap 11:15-19). Então, será o tempo da consumação da ira de Deus (Ap 15:1). • O v. 7 não diz no momento em que soar a trombeta, mas nos dias da voz do sétimo anjo. A idéia é clara. A sétima trombeta não será tocada só por um instante, mas simboliza um período de tempo. A sétima trombeta inclui as sete taças ou sete flagelos (16:1-20), que levam diretamente ao julgamento final.  • Logo o povo de Deus receberá sua gloriosa herança final, sua plena salvação conforme a promessa anunciada aos seus servos, os profetas.
III. A ORDEM DO ANJO – V. 8-11
1. João recebe a ordem para comer o livrinho – v. 8-9 • Este episódio revela a necessidade de assimilarmos a Palavra de Deus e fazê-la parte da nossa vida interior. Não era suficiente para João ver o livrinho ou mesmo conhecer o livrinho. Ele precisa comê-lo. Quem não come o livro não pode pregar o livro. O profeta não ser um autômato. A Palavra de Deus é sua alegria, seu prazer. • É preciso interiorizar a mensagem. Assimilá-la. A mensagem de Deus tem que se encarnar em nós. • A Palavra de Deus é comparada a comida. Ela é como pão (Mt 4:4), leite (1 Pe 2:2), carne (1 Co 3:1-2) e mel (Sl 119:103). Jeremias e Ezequiel receberam a ordem de comer a Palavra antes de pregá-la aos outros (Jr 15:16; Ez 2:9-3:4). A Palavra precisa fazer-se carne (Jo 1:14), antes que possamos dá-la àqueles que dela necessitam. Ai do pregador e do professor que ensina a Palavra sem encarná-la em sua própria vida. • Só quando nos apropriamos da Palavra é que podemos proclamar as promessas ou os juízos de Deus com fervor.
2. Esse livrinho é doce ao paladar e amargo no estômago – v. 9-10 • Quando um menino judeu aprendia o alfabeto escrevia as letras numa tabuleta de farinha e mel. O professor ensinava o valor fonético de cada letra. Quando o menino era capaz de repetir o som das letras, ele tinha a permissão de comer as letras uma por uma, à medida que recordava de modo correto. O alfabeto era, assim, como o mel em sua boca. • A Palavra de Deus é doce como o mel – Não existe nada mais doce no mundo do que o evangelho de Cristo. Mas, logo que alguém se torna um cristão começam os probleamas. Vem o sofrimento, a perseguição (os sete selos). Quem quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido. Não dêem ouvidos àqueles que dizem que os problemas acabam quando você é convertido. A doçura não acaba, mas ela é seguida de amargura. A conversão desemboca em perseguição do mundo.  • O evangelho é doce quando o experimentamos, mas amargo quando vemos as implicações dele na vida daqueles que o rejeitam. Jesus chorou sobre Jerusalém. Davi chorava. Jeremias também. Paulo igualmente.
3. João é ordenado a continuar profetizando – v. 11 • Este verso 11 determina o significado do pequeno livro: ele é uma reafirmação do ministério de João. O fim ainda não veio, mas está às portas. A época final – os dias da sétima trombeta – estão para começar. Neste período a cólera de Deus será manifestada em proporções nunca vistas, e à vista disto a missão de João é mais uma vez confirmada. • Após digerir o conteúdo do livrinho João precisará profetizar. É impossível comer o livro e ficar calado. É impossível guardar essa boa nova apenas para nós.  • O anjo comissionou João a profetizar novamente. Sua obra ainda não tinha terminado. Ele deveria profetizar não a vários povos, nações, línguas e reis, mas sobre ou a respeito de muitos povos, raças, línguas e reis (Ap 5:9). A profecia de João deve alcançar o mundo inteiro. • O v. 11 revela que o trabalho da igreja continua. Este evangelho precisa ser pregado ao mundo inteiro com rapidez porque o juízo já se aproxima e não tardará. A terefa é urgente, porque o juízo se aproxima.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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