A Autoridade do Filho de Deus
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Texto.
Texto.
19-Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.
20-Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis.
21-Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer.
22-E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento,
23-a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
24-Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
25-Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
26-Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
27-E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
28-Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão:
29-os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.
Introdução.
Introdução.
Precisamos voltar aos versículos anteriores para compreendermos o que acontece aqui.
No início desta passagem temos Jesus encontrando um paralítico que estava nesta condição havia 38 anos. Em meio à uma multidão de enfermos Jesus cura apenas este homem. A cura é maravilhosa, pois imediatamente a ordem dada por Jesus o homem se levanta e começa a andar.
No entanto, quando Jesus o cura, Jesus ordena que ele pegue sua cama, uma espécie de maca, e vá embora, o homem assim o faz, mas, era sábado e segundo a interpretação judaica da lei, carregar uma maca em dia de sábado era considerado transgressão.
Os judeus interpelam aquele homem que de início não sabia quem era Jesus, porém depois Jesus o encontra no templo e o homem logo vai até os judeus dizer que Jesus, que o havia curado, foi quem o ordenou a carregar a maca.
Com isso os judeus começam a se opor a Jesus entendendo que mais grave do que violar o sábado é alguém ordenar que as pessoas à violarem o sábado. A reposta de Jesus a interpelação dos judeus causa mais furor ainda, pois uma vez que eles se enfurecem por Jesus “curar” no sábado, Jesus responde diretamente a eles que o seu Pai trabalhava até agora, ou seja, no sábado e que por isso ele, Jesus, por ser Filho de Deus trabalhava também.
No versículo 18 temos a fúria dos judeus sendo acentuada, ao ponto de tramarem a morte de Jesus, pois, agora, não satisfeito em apenas trabalhar no sábado, Jesus justifica isso se dizendo ser filho de Deus, e, corretamente, os judeus entendem que se dizer Filho de Deus, significa fazer-se igual a Deus.
Estamos então, exatamente no meio desse diálogo entre Jesus e os judeus, e podemos dizer, um discurso de Jesus aos judeus e não propriamente um diálogo.
Jesus é acusado de se fazer igual a Deus e agora, a partir do vs 19 Ele vai apresentar sua defesa. veja o que ele diz:
19- Então Jesus lhes disse: - em verdade, em verdade lhes digo que o Filho nada pode fazer por si mesmo, senão somente aquilo que vê o Pai fazer, porque tudo o este fizer, o filho também faz.
Este ponto é muito interessante, Jesus usa uma parábola muito simples: Um filho faz aquilo que vê o Pai fazer. É uma questão de imitatio dei como dizia Thomas Kemphis, algo mimético. E temos um famoso adágio que, de certa forma, ilustra bem isso: “Filho de Peixe peixinho é”.
Por outro lado Jesus está afirmando aqui que, ele sendo o Filho de Deus, nada daquilo que ele faz, ele o faz por si mesmo, mas sim porque Deus também o faz. Em outras palavras, o que ele mostra para os judeus é que ele cura no sábado porque Deus que é seu pai trabalha no sábado.
20 - Porque o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que faz; e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vocês fiquem maravilhados.
Jesus dá sequência a sua afirmação da filiação divina, mostrando que o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que faz. Ou seja, Jesus está dizendo que faz o que faz porque vê o Pai fazendo. Mais uma vez esse conceito mimético. O acréscimo aqui é interessante né: “e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vocês fiquem maravilhados”. Em outras palavras, Jesus está dizendo que se eles estavam espantados com a cura do home no sábado e a ordem para ele carregar sua maca, desconsiderando toda a compaixão por um homem que fora liberto das amarras da doença, ele veriam coisas que os deixariam verdadeiramente maravilhados. Mas que coisas são essas? O versículo 21 responde essa pergunta.
21 - Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer.
Observe que a primeira palavra é a conjunção “pois” γάρ no grego, e essa conjunção funciona como uma ligação entre o assunto precedente e o posterior. O que temos aqui é o que em língua portuguesa chamamos de conjunção explicativa, a conjunção explicativa conecta duas orações sendo que a segunda possui um sentido explicativo em relação a primeira.
Dito isso entendemos então que quando o texto diz “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o filho vivifica aqueles a quem quer”, esta oração está explicando aquela que a precedeu que são as maiores obras citadas no versículo 20.
Em outras palavras, Ressuscitar e vivificar os mortos, assim como o filho vivifica aqueles a quem quer, se refere diretamente às obras maiores que o Pai lhes mostrará. Essas são as obras, maiores, ressuscitar e vivificar os mortos.
João cita aqui que o Pai ressuscita e vivifica os mortos, todo judeu sabia e entendia que Deus no A.T era o único que possuía essa prerrogativa de ressuscitar mortos, ou dar vida. O texto aqui conecta diretamente Jesus a Deus.
Observe que a ênfase ao final do versículo é “vivifica aqueles a quem quer”. Isso é interessante. No vs 19 foi afirmado que o Filho nada pode fazer por si mesmo. Como entender o filho dizendo agora que vivifica aqueles a quem quer? Isso não seria uma forma de fazer algo por si mesmo?
Ora, claro que não, isso conecta ainda mais a pessoa do Filho ao Pai, privando sua unidade. Uma que o Filho não faz nada de si mesmo, só faz aquilo que é orientado pelo Pai a fazer, e o Filho vivifica a quem quer, conclui-se que aqueles a quem o filho quer vivificar são também os que o Pai quer vivificar, não há confusão de vontades, a vontade de ambos são uma e a mesma coisa.
Agora, a qual tipo de morte Jesus se refere aqui, morte física ou morte espiritual?
Bem, creio que as duas coisas. Jesus falou sobre o nascer de novo com Nicodemos, falou sobre a água viva para a Samaritana, e agora fala sobre vivificar aqui. A linha que João vai traçando nos leva a ver a vida espiritual. Ainda assim, no ministério terreno de Jesus por diversas vezes ele ressuscitou mortos fisicamente falando. Então, ele cumpre estes dois aspectos. Paulo vai desenvolver a questão da morte espiritual em suas cartas. Vai dizer que estávamos mortos em nossos delitos e pecados e que Ele, Cristo, nos amou quando estávamos nessa condição. A linguagem bíblica no geral para se referir a condição do pecador é exatamente dessa morte que ele, Cristo nos livra.
22 - E o Pai não julga ninguém, mas confiou todo julgamento ao Filho.
Mais uma conexão direta entre Jesus e Deus. Deus era conhecido no A.T como o juiz de toda a terra (Gênesis 18.25). Veja o que diz D.A Carson sobre essa parte:
“Pelas páginas do A.T, ele tinha muitas vezes executado julgamento nas vidas de seu povo da aliança e nas nações ao redor. Mas, no fim haveria o último e grande julgamento, quando todos seriam julgados, tanto pequenos quanto grandes. Aqui, entretanto, o Filho insiste que se confiou a ele o ofício de julgar, quer no presente quer no último dia. Isso não significa que Jesus exercerá julgamento independentemente do Pai”.
O fato do Filho receber a prerrogativa de vivificar aqueles a quem quer mostra como a Ele foi confiado essas coisas, e é por meio da obra dele que o julgamento acontecerá, observe como isto fica claro no vs 23.
23 - para que todos honrem o Filho assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
O julgamento se dá de acordo com a tratativa que se tem com o Filho, honrar o Filho é honrar o Pai, se quer honrar o Pai tem que honrar o Filho. João vem mostrando isso desde o início, para os judeus que julgavam honrar somente a Deus, fica claro que eles precisam honrar a Jesus para que honrem a Deus. “Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. (Jo 3.18).
24 - Em verdade, em verdade lhes digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
Veja aqui o desenvolvimento do pensamento de Jesus. Mais uma vez, o que é honrar o Pai? É ouvir a Palavra do Filho e crer. Assim, o que isso fizer será livre de juízo. Novamente veja o sentido reverso do pensamento. Jesus havia falado sobre ele ser o responsável por julgar, responsabilidade essa dada por Deus. Ele fala que honrar o Pai é honrar o Filho, agora ele fala que aquele que honra o Pai crendo no Filho e assim, honrando também o filho, não entra em juízo, porque passa da morte para a vida, ou seja, será vivificado pelo filho, que vivifica aqueles a quem quer. Perceba como o raciocínio está todo construído e todas as pontas totalmente amarradas.
25 - Em verdade, em verdade lhes digo que vem a hora - e já chegou - em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
Novamente neste verso voltamos à questão de a que morte Jesus se refere, quando diz que vivifica os mortos, se morte física ou espiritual. E aqui, vemos claramente que Jesus se refere tanto a uma quanto a outra. Neste versículo ele se refere à morte espiritual. Veja o que ele diz: Vem a hora, (julgamento futuro, ressurreição escatológica para o julgamento final) e já chegou (ressurreição no presente, dar vida aos espiritualmente mortos como dito a Nicodemos e a Mulher samaritana). Em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão: ênfase na vida presente, no momento em que você e eu estávamos mortos em nossos delitos e pecados e miraculosamente fomos regenerados pelo poder transformador do Espírito Santo, tirando as amarras do pecado e nos trazendo para uma nova vida. O que belo dia, o que dia sem igual, o dia em que Cristo nos salvou! Estávamos mortos, não tínhamos condições de nada fazer, mas ele fez, ele nos escolheu, nos deu vida. Louvado seja Deus.
Veja o que o apóstolo Paulo fala a respeito disso: Ef 2.1-10.
26 - Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
Uma vez que Deus é o autor da vida, o possuidor da vida e isso é algo intrínseco a ele, ele concedeu essa mesma condição ao Filho. E essa condição foi dada ao Filho na eternidade, não somente na encarnação, lembre-se do que João diz nos primeiros versículos de seu evangelho.
27 - E lhe deu autoridade para julgar, porque é o filho do Homem.
Assim como o Pai concede vida em si mesmo ao filho, concede autoridade para julgar.
28 - Não fiquem maravilhados com isso, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a voz dele e sairão:
Observe como nesta parte a fala de Jesus se desloca para o julgamento escatológico futuro. Aqui ele usa uma linguagem de morte física, ele diz que aqueles que se acham nos túmulos. Ou seja, estão mortos e sepultados, esse ouvirão a voz desse que tem poder ara julgar e sairão.
29 - os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.
Enquanto a ressurreição citada no vs 25 tinha aspectos presentes e se referiam somente aos que foram vivificados espiritualmente, essa ressurreição aqui dá ênfase a ressurreição futura, onde justos e ímpios sairão de seus túmulos.
Isso é uma grande verdade irmãos, um dia, quando Senhor Jesus vier, justos e injustos ressuscitarão. A morte como a conhecemos agora é apenas um período intermediário. Essa separação do corpo e da alma que o ser humano experimenta quando parte é temporária, pois falando da constituição humana, o homem foi feito para ser completo, parte material, corpo, e parte imaterial, alma ou espírito. Sendo assim, quando este período intermediário chegar a seu fim, ambas as substâncias serão reunidas novamente. A linguagem bíblica é impressionante sobre este evento.
Observe: Quando Paulo escreve aos coríntios ele relata aos irmãos que nem todos morreremos, aqui ele se refere aos que estiverem vivos no momento da vinda do Senhor. A ênfase dele aqui é falar dos mortos crentes, que ressuscitarão incorruptíveis. 1Co 15. 51-53.
Falando a Igreja de Tessalônica ele os acalenta porque eles estavam passando períodos de grande perseguição e havia o medo e insegurança relacionados àqueles irmãos que haviam partido por causa do nome do Senhor, então Paulo responde que os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e depois os que estiverem vivos serão transformados, novamente, a ênfase dele é em crentes 1Ts 4.13-18.
Mas isso significa então que só os salvos irão ressuscitar? De maneira nenhuma veja o texto de Apocalipse 20.11-15. Veja a linguagem.
Além do texto de apocalipse, o próprio texto que estamos estudando hoje nos mostra que ambos ressuscitarão, justos e ímpios e cada um será julgado conforme suas obras. Veja Daniel 12.2.
Aplicação.
Jesus é o Filho de Deus, enviado por Deus para por meio da cruz morrer e expiar o nosso pecado e nos incluir na família de Deus por meio da fé. A única coisa que ele pede de nós é que tenhamos fé em seu nome, assim seremos salvos por ele da ira vindoura.
Haveremos de ressuscitar! Todos os queridos irmãos que um dia passaram pela morte terão seus corpos ressuscitados por nosso Senhor. Ouvirão a voz de Cristo. Sairão de seus túmulos. Ressuscitarão em glória, com corpos transformados, triunfantes, vitoriosos, livres da morte, livres da dor, livres. Aqueles que estiverem vivos terão seus corpos transformados de forma instantânea. Imediata. Serão julgados também, porém tal julgamento será para receberem o seu galardão e serem para todo o sempre declarados justos, santos e íntegros por causa dos méritos daquele que os salvou. Louvado seja nosso Senhor. A morte será vencida, como diz o apóstolo Paulo: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, o morte, a sua vitória? Onde está, ó morte o teu aguilhão? Somos informados que a morte que entrou no mundo por causa do pecado será vencida para todo sempre.
Os ímpios ressuscitarão para juízo, para serem lançados para todo sempre no inferno por causa de suas obras más. Perecerão eternamente. Se há alguém que me ouve que ainda não teve um encontro com Cristo ainda é tempo. Ouça a voz de Cristo que te chama, arrependa-se de seus pecados, creia em Cristo, honre o Cristo Filho do Deus vivo. E tenha uma ressurreição dupla, reviva no presente para uma nova vida em Cristo Jesus e tenha assegurada a ressurreição final para uma ressurreição de glória e não de juízo.
Não brinque de ser crente! Leve as coisas de Deus a sério. Deus é sério!!
Oremos.