A TRAGÉDIA DE UMA FILHA, O EXEMPLO DE UMA MÃE.

TEMA: “A tragédia de uma filha, o exemplo de uma mãe”. Mt 15. 21-28.

Introdução: Hoje é o dia das mães, 2ª domingo de maio, portanto o dia das mães. As palavras do nosso vernáculo não são suficientes, para enaltecer a missão da maternidade. Rev. Hernandes chama a mãe de “um monumento vivo da graça de Deus”. O Ilustre pastor presbiteriano Peter Marchall afirma que “a mãe é a guarda das fontes”. No nível humano, nenhum amor é como o amor de uma mãe, um amor que se entrega, um amor que se doa. Uma mãe investe seu tempo, sua vida. Uma mãe doa o melhor do seu tempo, da sua vida, dos seus recursos. Hoje vamos conhecer a história de uma mãe assim, mas qual é o seu nome? Qual é o nome da sua filha?

O texto que lemos não diz o nome desta mãe, nem ao menos o nome da sua filha. Mas tudo que sabemos sobre elas nesse texto é o suficiente, para percebermos o amor que existia entre ambas.

A história dessa mulher começa quando Jesus deixa a cidade de Jerusalém, e se retira para uma região pagã V. 21. Nessa região uma mãe pede socorro a Jesus, porque sua filha está terrivelmente endemoninhada. E através do clamor daquela mãe, sua filha foi curada. O que uma mãe é capaz de fazer por um filho? Vejamos o que uma mãe é capaz de fazer para vê libertada sua filha

1. Uma verdadeira mãe é uma mulher intercessora e que sabe discernir V. 22.

A. Uma mulher com uma percepção incrível de realidades espirituais: “A mulher era grega, de rápida percepção e com o engenho dos gregos” (Willian Barclay). Não é incrível encontrar uma mulher com uma fé maravilhosa nessa região pagã? “A verdadeira fé é encontrada, muitas vezes, onde menos esperamos” (J.C. Ryle). O que aconteceu com essa mulher é uma ilustração do plano de Deus para os Gentios. Essa mãe tem um discernimento fora do comum:

B. Discernimento de quem ela deveria clamar V. 22b “Senhor, filho de Davi”. O verbo sugere clamor constante. Além de reconhecer a soberania de Jesus, ela lhe atribui um título messiânico, ao chamá-lo de filho de Davi. Algo que ela ouvia dos Judeus e aprendeu deles. Que maneira tremenda e inteligente de se aproximar de Jesus! Reconhecendo atributos que revelam sua divindade.

C. Discernimento do que estava acontecendo com sua filha V.22c. Aquela mãe não escondeu o problema da sua filha. Ela não ignorou o seu estado. Ela reconheceu que o problema da sua filha era de ordem espiritual. A mãe não afirma que era uma doença psicossomática, a mãe não afirma que era uma doença física. Não se tratava de um alto engano, aquela mulher afirma: “Minha filha está horrivelmente endemoninhada” (δαιμονίζεται).

Ilustração: Gostamos de esconder o nosso estado, nossa situação, narcisismo (Rev. Heber – encontro da fé Reformada). Não foi o caso dessa mulher.

E. Discernimento de que o sofrimento da sua filha era o seu próprio sofrimento “tem compaixão de mim”V.22c. Cf.25. Essa mulher era de uma região mal—afamada, um lugar de pessoas detestáveis, de mau caráter, entretanto, essa mulher era um monumento da graça comum de Deus. Ela era uma mãe exemplar, que fez um clamor extraordinário pela sua filha. Em uma região tenebrosa, havia uma mãe que revelava a vontade de Deus ao cuidar da sua família.

Aplicação: Temos algumas aplicações para as mães aqui presentes:

A. No projeto de Deus, para a família, a mãe não é apenas uma geradora de filhos (Catolicismo)ou mesmo uma mulher que trabalha fora ( pós-modernidade) e cuida do lar ( visão tradicional). É muito mais que isso, a mãe deve ter discernimento, pois ela foi criada pra ser auxiliadora, uma assistidora, aquela que olha nos olhos. Uma mulher que tenha uma percepção da realidade. Os problemas da sua filha eram seus também. O sofrimento da sua filha era seu sofrimento

Ilustração: Revista Veja: Muitas mulheres não querem ser mães, porque não querem assumir responsabilidades.

B. Você precisa clamar pelos teus filhos. Mônica, a mãe de Agostinho, orou por ele durante 30 anos, acerca disso disse Ambrosio: “Um filho de tantas lágrimas, jamais poderia se perder”. Conta-se que Susana Wesley orava uma ora por dia pelos seus 11 filhos. Dentre essa família Deus levantou um dos maiores compositores da musica Evangélica, Charles Wesley, e um dos maiores evangelistas da história da Igreja, John Wesley.

Quanto tempo faz que você orou pelos teus filhos? Quanto tempo faz que você estendeu as mãos sobre eles e os abençoou?

C. Você não pode ser conivente, nem esconder, o que está acontecendo com teus filhos. Há muitos pais crentes que não admitem os pecados e misérias dos seus filhos. Há muitos adolescentes filhos de pais crentes, que estão intoxicados de valores mundanos, que estão impregnados de conceitos e atitudes que refletem seu estado de pecaminosidade. E o que fazem seus pais? Nada! Há adolescentes que estão vivendo uma vida paralela à vida do lar e dá Igreja. A menina passou a usar roupas curtas e provocantes, todo mundo olha, percebe, menos os pais. Ela passou a ter conversas picantes e íntimas com pessoas no Facebook. A mãe sabe e prefere não comentar, ela troca de namorado constantemente, mas para o pai é algo normal, algo da idade. Não, isso não é normal. Isso é mundanismo, é um passo para a promiscuidade e a fornicação. Se você não sabe, o diabo anda ao derredor dos nossos filhos, querendo destruí-lo (2 Pd 5.8).

Se você é conivente com os pecados de teus filhos, espere dizer mais tarde ao pastor da Igreja: “minha filha está terrivelmente endemoninhada”. Hoje mesmo reconheça o estado de pecado de teus filhos e clame a Deus por eles (Lc 23.28).

Isso nos leva ao segundo ponto de nossa mensagem:

2. Uma mãe é capaz de superar todos os obstáculos por um filho V.23-24.

São incríveis os obstáculos que essa mulher enfrentou para que sua filha fosse liberta. Vamos aqui enumerar alguns deles.

A. Silêncio de Jesus. V.23a Perceba que essa mãe clamava (Cf.22a). E o que fez Jesus? Jesus permaneceu em silêncio! Que obstáculo terrível, não? Não existe coisa mais difícil para o coração de uma mãe, do que o silencio de Deus, quando as coisas não vão bem à família. Mas, porque Jesus ficou em silêncio? Ele estava testando a fé daquela mulher.

D. O desprezo dos homens. V. 23b. Os discípulos não suportaram mais o clamor daquela mulher. Ela passou a ser um incomodo para o Mestre. A única maneira de se livrarem dela, era se despedindo. É isso que eles pedem a Jesus. Os discípulos não se sensibilizaram com o clamor daquela mulher.

E. A questão étnica V.24. Essa mulher era uma cananeia, um povo gentio e pagão. Tiro e Sidon pertenciam à região da Síria. A etnicidade era desfavorável. Alem de ser uma mulher, porque os rabinos não davam atenção para um mulher, ela era desprezível para os judeus, por ser cananeia. E a princípio o ministério de Jesus deveria se concentrado no povo de Israel (Cf. Mt 10. 5,6).

Aplicação: O mais surpreendente, é que essa mãe, venceu todos esses obstáculos, um por um:

A. Silêncio de Jesus: Ela não se deixou vencer pelo silencio do mestre. Às vezes enfrentamos lutas terríveis no nosso lar. E a impressão que temos, é que Deus está em silêncio. Muitas vezes estamos clamando pelos nossos filhos, mas parece que Deus não responde. Na realidade, Antes de tratar com a filha, Jesus estava tratando com a mãe. O silêncio de Deus é uma resposta! Antes de Deus curar nossos filhos, ele precisa nos curar.

O desprezo dos homens. Ela venceu a insensibilidade dos discípulos. Aqueles discípulos de Jesus eram homens treinados. Eles poderiam fazer qualquer coisa por Jesus, mas não podiam impedir uma mãe aflita. Uma mãe aflita é capaz de vencer o menosprezo de qualquer pessoa e lutar pelos seus filhos. Você tem lutado contra os homens a favor de teus filhos? Os discípulos queriam impedir, que aquela mãe se chegasse a Jesus e intercedesse por sua filha. Você já percebeu que há muitas coisas que estão nos atrapalhando a nos achegarmos a Deus para orar pelos nossos filhos?

A questão étnica. Essa mulher é uma ilustração perfeita do que Deus fez por nós. Porque nós e nossos filhos, éramos estranhos a Deus. Éramos também gentios, mas essa distância foi vencida no Calvário (Cf. Ef. 2. 11-19).

3. Uma mãe é capaz de transformar as misérias da família em oportunidades de grande vitória para seus filhos V.25-28.

A. É interessante notarmos que as 2 pessoas de mais fé que aparecem no evangelho de Mateus é o centurião romano ( 8. 5-13). E essa mulher Cananeia. Essas pessoas tiveram fé, não porque elas eram boas, mas porque Deus as capacitou com fé. A fé dessa mulher foi tão extraordinária, que ela foi o instrumento que Deus usou para curar sua filha. Vejamos algumas atitudes dela, para transformar a tragédia do seu lar em uma grande vitória.

B. Adoração V.23. É interessante a ordem do texto. Essa mulher tem muito a nos ensinar com o seu exemplo. Ela não pediu algo com uma finalidade em si mesmo, mas antes, ela veio e adorou a Jesus. O seu pedido está atrelado à adoração. A ideia do verbo adorou no texto grego é adorar constantemente, ela não parava de adorar. E na adoração ela clamava “socorre-me” V.25.

C. Reconhecendo sua insignificância. V. 26,27. Essa é uma das respostas mais surpreendentes que uma pessoa poderia dá a Jesus. Jesus fala novamente da situação da mulher como gentílica V. 26 Cf Mr 7.27. Os judeus chamavam os gentios de “cães”. A mulher entendeu o que Jesus falou. Sua resposta foi extraordinária: V. 27. Esses “cachorrinhos” de que se refere à mulher, não são cachorros de rua, vira latas, mas sim cachorros de colo.

E. A grande verdade que ela pronunciou. Mas o que de fato ela disse a Jesus? Ela disse a Jesus que embora sua prioridade seja o seu povo de Israel, os gentios recebem a mensagem que foi dada a Israel. Embora a mensagem não era para eles, eles comem do que cai na mesa, ou seja, recebem a mensagem estando numa condição inferior.

F. Uma fé grande V.28 Há graus de fé na Bíblia, há pessoas que tem uma pequena fé, a pessoas que lhes faltam fé, mas sobre essa mulher Jesus disse: “Grande é a tua fé” V.28.

Aplicação: O que nós aprendemos com essa mãe? Não importa quem você seja, sua origem, sua condição socioeconômica, se você tem pouco ou muito conhecimento de uma religião. O importante é você ir a Jesus e o adorar, entregando seus problemas a ele (Jo 6. 37). Essa mulher foi a Jesus, porque foi atraída pelo pai (Jo 6. 44).

Qual o grande problema de muitas pessoas com seus lares destruídos? O grande problema é que essas pessoas são alto suficientes, elas não reconhecessem sua miséria diante de Deus, antes de reconhecer o estado da sua filha, essa mãe reconheceu seu estado de pecaminosidade diante de Deus. Se você deseja salvar o coração de seus filhos, você deve primeiro salvar o seu coração. Não espere que seus filhos tenham um coração submisso a Deus, quando você não tem. Não espere que teus filhos tenha uma fé grande, quando você não tem uma fé grande. Não espere que teus filhos pronunciem grandes verdades, se você não pronuncia grandes verdades.

Conclusão: No final desse relato, no verso 28, temos o desfecho da história dessa mulher. A partir daquela hora sua filha foi liberta. Ela saiu vitoriosa! Quando as mães se põem de joelhos, os filhos ficam de pé. Quando ela chegou ao seu lar, não havia mais demônio, não havia mais tormentos. Você vá retornar para o seu lar hoje, mais o que você vai encontrar lá? O que você tem encontrado, quando retorna ao seu lar? Você pode crer em Jesus, ele pode libertar os teus filhos (Atos 16.31).