IPVM no Lar | Tiago 1.13-15

Exposição na epístola de Tiago  •  Sermon  •  Submitted
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Estudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.

Notes
Transcript
Handout
No verso anterior, Tiago fala sobre a provação e sobre resistência. Fala também sobre a aprovação, que uma vez conquistada terá como confirmação do chamado, a coroa da vida.
Mas TODOS suportam as tentações? Não, nem todos.

Sendo tentado a cobiçar

O pastor conhece o coração humano, pois nem todos suportam os testes que Deus coloca diante deles.
Assim, Tiago adverte seus leitores a não culpar Deus, mas compreender a causa e o resultado da tentação.

13 Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.

14 Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.

15 Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.

O discípulo(a) que passa pelo teste é bem-aventurado, mas aquele que fracassa enche-se de remorso.
Aquele que não é aprovado recusa-se a admitir que lhe falta a fé em Deus.
Foi o que Adão fez no paraíso, quando caiu em pecado.
Ele deu ouvidos a Eva que, por sua vez, obedeceu a Satanás.
Quando Deus os confrontou com seu fracasso, Adão culpou Eva e Eva culpou a serpente (Gn 3.12,13). Na verdade, Adão culpou Deus quando disse “a mulher que [tu] me deste por esposa, ela me deu da árvore e eu comi” (v. 12; itálico nosso).
Ninguém deve dizer “sou tentado por Deus”.

a. “Deus não pode ser tentado”.

Tiago não está interessado em explicar a origem do mal, pois ele sabe que não é Deus, mas Satanás, que é chamado de tentador.
Assim, ele escreve: “Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta”.
Seu propósito é dizer que Deus, Criador de todas as coisas, não é a causa do mal.
Em sua santidade, Deus está bem acima do mal e não pode ser influenciado por ele.
Tiago coloca a questão nesses termos: é impossível Deus ser tentado. Por causa de sua perfeição, Deus não tem nenhum contato com o mal e o mal não tem poder de tentá-lo.
Além do mais, Deus a ninguém tenta.
Deus abomina o mal e, portanto, não faz ninguém se desviar.
Na oração do Pai Nosso, Jesus ensina o crente a orar: “E não nos deixes cair em tentação” (Mt 6.13; Lc 11.4).
É claro que nesse pedido Jesus não diz que Deus está nos tentando, pois isso é impossível. Jesus nos ensina que devemos pedir a Deus para nos guardar de cair em tentação.
Quem, então, é aquele que tenta o ser humano?
As Escrituras são claras em relação a esse ponto: é Satanás.
Para ser mais preciso, Satanás é chamado de tentador (Mt 4.3; 1Ts 3.5) e é surpreendentemente bem-sucedido em conseguir fazer o ser humano cair em tentação e pecar.
1Tessalonicenses 3.5 RA
5 Foi por isso que, já não me sendo possível continuar esperando, mandei indagar o estado da vossa fé, temendo que o Tentador vos provasse, e se tornasse inútil o nosso labor.
Mateus 4.3 RA
3 Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.

b. “Cada um é tentado”.

Alguns procuram justificar o pecado dizendo “o diabo me fez agir assim”.
Mas essa desculpa não funciona, pois o ser humano é responsável por seu próprio pecado.
A tentação é universal; ninguém escapa do confronto com ela.
“cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz”.
Tiago usa uma ilustração tirada da arte de pescar.
Um peixe vê a isca e sente-se tentado a atacá-la.
Quando o peixe morde a isca, é subitamente arrastado para fora e perde a vida por causa de sua inocência e ignorância.
Mas o ser humano não pode declarar inocência e ignorância.
Tiago diz claramente que “cada um é tentado pela sua própria cobiça”. Ele deixa o ser humano desprovido de qualquer explicação que coloque a culpa sobre outra pessoa ou coisa.
Na verdade, ele diz que a causa está dentro de nós mesmos. Observe que Tiago fala da própria cobiça.
Nossos desejos nos levam à tentação e, se não somos controlados pelo Espírito de Deus, esta nos conduz ao pecado.
Jeremias profetizou que o coração do homem é enganoso (Jr 17.9).
Jeremias 17.9 RA
9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?
Jesus repete essa mesma idéia quando descreve o coração humano nas seguintes palavras: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19).
Há como escapar da tentação?
Certamente. Deus não nos abandonou. Ele ainda ouve e responde nossas orações. “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” (Mt 6.13).
E Paulo escreve as seguintes palavras tranqüilizadoras: “Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10.13).
Hebreus 12.4
Hebreus 12.4 RA
4 Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue

c. “A cobiça… gera a morte”.

Tiago lança mão de mais uma ilustração.
Ele toma o exemplo de um ser vivo desde a concepção, passando pela maturidade e até a morte. Retrata a cena em poucas frases que dispõe de forma paralela.
v.15 "Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte."
Se Deus criou os desejos dentro de nós, eles são, necessariamente, pecaminosos?
Não, pois estes nos foram dados para que tivéssemos uma vida equilibrada.
Temos o desejo de comer e beber para que possamos cuidar de nosso corpo.
Quando controlamos nossos desejos corretamente, vivemos uma vida normal, mas, quando deixamos de lado o domínio próprio, a cobiça foge ao controle e se torna, por assim dizer, grávida.
Tiago não diz como a cobiça concebe. A cobiça pode conceber quando a vontade do ser humano deixa de apresentar objeções e se entrega. Quando isso ocorre, começa a concepção e o pecado se desenvolve e, mais tarde, nasce.
O pecado resulta em morte (Rm 7.5,10,13).
Mais uma vez, Tiago não nos diz o que entende por pecado, mas, a partir do contexto, entendemos que ele vê o pecado no sentido geral da palavra.
O pecado leva à morte. De modo ainda mais explícito, Paulo escreve que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
A morte se restringe à morte física ou inclui a morte espiritual e eterna?
Tiago não entra em detalhes, apenas enfatiza que o pecado leva para cada vez mais perto da morte, isto é, o pecado progressivamente conduz da morte espiritual para a morte física e daí para a morte eterna.
Considerações práticas em 1.13–15
Versículo 13
Deus testa o crente para fortalecer sua fé. Em sua providência, Deus permite que Satanás tente o cristão.
Deus permitiu, por exemplo, que Satanás tirasse de Jó todos os seus bens, mas Jó louvou a Deus (Jó 1.21). Satanás tentou Jó quando sua esposa disse: “Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (2.9). Mas Jó se manteve firme em sua fé e respondeu: “Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos também o mal?” (2.10). Jó triunfou pela fé e Deus o abençoou devidamente (42.10).
Versículo 14
Tiago aconselha o crente dizendo “resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (4.7). Somos capazes de resistir ao diabo mantendo nossos olhos fixos em Jesus, “o autor e consumador da nossa fé” (Hb 12.2). Para quão longe fugirá o diabo? Quando voltará para tentar o crente outra vez? O diabo volta quando o momento é propício. Quando Satanás acabou de tentar Jesus, “apartou-se dele… até momento oportuno” (Lc 4.13).
Versículo 15
O mundo prontamente faz do pecado motivo de riso, especialmente quando diz respeito ao sexo. Mas os pecados sexuais (prostituição, adultério, fornicação e homossexualismo) não devem ser tratados com humor. O pecado causa sofrimento e tristeza, e leva à destruição e morte.
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