IPVM no Lar | Tiago 1.16-18

Exposição na epístola de Tiago  •  Sermon  •  Submitted
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Estudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.

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3. Recebendo dons perfeitos

Deus não pode tentar e nem ser tentado.
Que ninguém pense, e muito menos diga, que Deus é a origem de tentações.
Se uma pessoa considera tal acusação, ela peca contra Deus.
Deus é quem dá toda boa dádiva e dom perfeito.
E todos os seus filhos podem confessar o amor e a bondade de Deus.

16 Não vos enganeis, meus amados irmãos.

17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.

Tiago é um pastor que entende plenamente o coração daqueles que estão dispersos em países estrangeiros, longe de casa e de seus antigos bens.
Ele sabe que passam por dificuldades e que começaram a voltar suas queixas para Deus.
Como líder preparado, ele os aconselha, dirigindo-se a eles como “amados irmãos” e advertindo-os para não se enganarem.
Ele quer que considerem a pessoa e as características de Deus.
Os leitores já devem saber que Deus não manda tristezas e pesares a seus filhos para afastá-los dele.
Ele lhes dá adversidades para que possam vir até ele e nele ter confiança plena.
Deus não tem absolutamente nada em comum com o mal, pois ele abomina aquilo que não é santo. Portanto, o leitor não deve pensar que Deus instiga o mal. Jamais!
Ainda assim, alguns cristãos que são provados e testados perdem a perspectiva correta e questionam a providência divina.
Se Deus é Todo-Poderoso, por que ele não evita as tragédias e calamidades?
O homem pode multiplicar as acusações verbais e não-verbais contra Deus, mas não deve fazê-lo.
Ao invés disso, deve voltar sua atenção para o que Deus dá e para quem ele é.
Em nosso estudo, portanto, observemos:

a. A bondade de Deus.

Deus é a personificação da bondade, a fonte de tudo o que é bom, pois a bondade se origina dele.
Deus dá por meio da criação do céu e da terra; Deus dá quando envia seu Filho; Deus dá ao derramar seu Espírito.
As dádivas que Deus coloca à disposição de seu povo são boas e perfeitas – cada uma delas. Elas incluem dádivas espirituais e materiais.
Todas as coisas nos são dadas pelas mãos de Deus, pois recebemos dele tanto a prosperidade quanto a adversidade.
Deus dá ao seu povo provações e testes que, por vezes, tomam a forma de calamidades.
Assim diz o profeta Amós para o povo de Israel: “Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha feito?” (Amós 3.6).
Deus está completamente no controle de cada situação e sabe o que é melhor para seus filhos. “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas cousas aos que lhe pedirem?” (Mt 7.11; comparar com Lc 11.13).

b. O caráter de Deus.

Depois de falar dos dons, Tiago volta-se para aquele que os oferece, isto é, o próprio Deus.
Dádivas perfeitas e boas vêm lá do alto, “do Pai das luzes”.
O escritor encoraja o leitor a olhar para o céu, onde verá a luz brilhante do sol durante o dia, a luz reflexiva da lua à noite e o brilho das estrelas.
Ele é o Criador dessas fontes de luz; ele próprio é somente luz. “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1Jo 1.5).
Assim, a escuridão não pode existir na presença de Deus. Sob essa luz, Deus mostra sua santidade, bondade, amor, integridade e caráter imutável.
Observe que Tiago chama Deus de “Pai” das luzes e usa essa figura de linguagem para ilustrar a estabilidade absoluta de Deus.
Em Deus não há “sombra de mudança”.
O ser, a natureza e as características de Deus são imutáveis (Ml 3.6).
Malaquias 3.6 RA
6 Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
À medida que a terra, o sol, a lua e as estrelas seguem seu curso determinado, observamos as variações de luz e escuridão, dia e noite, o dia mais longo e o dia mais curto do ano, as fases da lua, eclipses e o movimento dos planetas.
A natureza está sujeita a variações e mudanças, mas Deus não! Ele é o pai das luzes celestiais, que é sempre luz e não muda.
Ele tem um interesse permanente em seus filhos.

18 Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.

Tiago chama Deus de Pai das luzes. De modo implícito, porém, ele chama Deus de nosso Pai.
Apesar de não mencionar a palavra Pai, ele usa o conceito de gerar.
O ser Pai é parte da natureza de Deus.
Ele é o Pai de Jesus Cristo e, por meio dele, é o nosso Pai.

a. “Segundo o seu querer, ele nos gerou”.

A palavra “segundo o seu querer” aparece logo no começo da frase e, por causa dessa posição, ela recebe ênfase.
Nós não o escolhemos; pelo contrário, ele nos escolheu para que fôssemos salvos da morte. Ele nos deu nova vida em Cristo Jesus.
No versículo 15, Tiago apresenta o pecado dando à luz a morte.
No versículo 18, ele afirma que “segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade”.
Deus é nosso Criador, e também nosso Redentor.
Nesse versículo, o contexto favorece a interpretação de que Deus é aquele que nos recria.
Através do nascimento espiritual, ele nos dá nova vida.

b. “Pela palavra da verdade”.

Paulo usa essa expressão diversas vezes (2Co 6.7; Ef 1.13; Cl 1.5; 2Tm 2.15).
Ela se refere ao evangelho, conforme Paulo explica em sua carta aos Colossenses.
Quando esse evangelho é proclamado, Deus regenera o pecador e o transforma em uma “nova criatura” (2Co 5.17; Cl 3.10).

c. “Para que fôssemos como que primícias das suas criaturas. ”.

Deus nos criou, regenerou e renovou.
Somos obra de suas mãos, seu bem de grande valor.
Tiago diz que somos “como que primícias”.
No tempo do Antigo Testamento, as primícias ou primeiros frutos eram sagrados e pertenciam a Deus: o primogênito do homem e do gado, a primeira colheita da vinha, do pomar e do campo (ver, por exemplo, Êx 23.16; 34.22; Lv 19.23–25; Nm 15.20,21; Dt 18.4).
Porém, já no Antigo Testamento, os profetas começaram a usar essa expressão de modo figurativo.
Jeremias escreveu: “Israel era consagrado ao Senhor, e era as primícias da sua colheita” (Jr 2.3).
No Novo Testamento, os cristãos são os primeiros frutos (Rm 11.16; 16.15; 1Co 16.15).
Em sua epístola, Tiago diz que somos “como que primícias das suas [de Deus] criaturas”.
Pertencemos a uma incontável multidão (representada simbolicamente pelo número 144.000) daqueles “que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14.4).
Que honra!
Somos os primeiros frutos de Deus e, como tais, somos santos, isto é, Deus nos escolheu dentre todas as suas criaturas para sermos santos e nos dedicou a si próprio.
Pertencemos a Deus.
Assim, que ninguém jamais pense que Deus pode nos desviar do caminho. Isso é impossível, pois ele é santo e nós, suas primícias, compartilhamos dessa santidade.
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