1 Pe 2.11-25: O Cristão e a Sociedade
Pensando Biblicamente • Sermon • Submitted
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Introdução
Introdução
Ao pensar na relação do cristão na sociedade a princípio poderíamos pensar na transformação da sociedade ou sua cristianização. O que de fato já foi considerado e até mesmo tentou-se realizar, mas foi frustrado.
Impulsionados por uma escatologia Amilenista e pós-milenista em que viam o milênio se cumprindo no período da igreja ou ela preparando o mundo para a chegada do messias pensou-se que o papel do cristão na sociedade era tornar a política e as instituições sociais cristãs.
Vimos isso de modo significativo na Europa católica na idade média e em alguns países protestantes nos séculos XVI a XVIII em diversos grupos e não foi positivo ao cristianismo em nenhum dos casos, apesar de ter trazido alguns benefícios.
Não creio que esse deva ser o objetivo da igreja, afinal somos peregrinos no mundo e a nossa terra por enquanto não é daqui. Em breve a criação será restaurada por Cristo e em seu reino que hoje não é de direita, esquerda e nem sequer terreno, mas do alto há de invadir esse plano e então estaremos em casa.
Dito isso será, então, que o cristão não tem um papel a cumprir onde Deus o colocou com as habilidades e história desenvolvidas? Sem dúvida, ainda que não seja papel do cristão tornar o país em um país cristão (Estado laico é um dos grandes valores deixados pela reforma, especialmente se for batista então isso faz parte de sua história e origens), ele tem um papel fundamental dado por Deus.
Ao olhar para o texto de 1 Pedro 2.11-25 gostaria de considerar brevemente alguns princípios de como o cristão deve viver em sociedade ainda que seu envolvimento político seja impossível ou pior na situação de intensa perseguição como era o caso dos alvos dessa carta.
Viva de acordo com sua “nacionalidade” peregrino
Viva de acordo com sua “nacionalidade” peregrino
Nova Versão Internacional 2.11 Deveres Sociais dos Cristãos
11 Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma.
Pedro inicia esse parágrafo em que ele lida com o papel social desses cristãos perseguidos de modo que os lembra que eles NÃO PERTENCEM a este mundo. Sua habitação é celeste e de acordo com a sua “nacionalidade” eles devem viver, ou seja, o primeiro conselho de Pedro é vivam de acordo com sua nacionalidade ou origem que é o povo peregrino que pertence a Cristo. Esse modo de viver é profundo e distinto tanto na esfera espiritual quanto humana.
Deste modo especifica como o cristão deve ser e viver:
Abstenham-se dos desejos carnais que guerreiam contra a alma (2.11)
Viva de maneira exemplar de modo que não haja como ser acusado de nenhum mal (2.12)
Sujeite-se a toda autoridade constituída pelos homens por causa do Senhor (2.13)
Pratiquem boas obras glorificando a Deus (2.12)
Não use da liberdade para fazer o mal (2.16)
Amem os irmãos (2.17)
Tema a Deus (2.17)
Honre o “rei” (2.17)
Sujeite-se a qualquer autoridade constituída, ainda que seja injusta e testemunhe por meio dessa postura (2.18-20)
Imite a Cristo, aquele que nos deu exemplo, salvou, sofreu injustamente em silencio e é o pastor e bispo de nossas almas (2.20-25)
Conclusão
Conclusão
Se desenvolvêssemos cada um dos itens daria uma série enorme de mensagens então tentei considerar brevemente cada um dos itens.
Podemos considerar resumidamente que o nosso papel social enquanto cristãos é na medida do possível nos envolvermos politicamente o quanto Deus permitir, mas independente do modelo de governo, entendemos que Deus é soberano e devemos nos sujeitar a toda autoridade humana em qualquer esfera constituída desde que não nos force a negar a fé (única possibilidade de desobediência) e praticarmos boas obras de modo que as pessoas vejam Deus em nós. A
nossa conduta deve ser tão pura e correta diante de Deus (longe dos desejos carnais) e dos homens (maneira exemplar) que não terão como nos acusar de nada.
Enquanto refletia nesse texto a história de Daniel me veio a mente e ilustra perfeitamente essa conduta orientada por Pedro. Em um império estrangeiro longe de sua terra ele se destacou politicamente e seus adversários precisaram usar a sua fé para terem algo a acusá-lo. Quem dera esse fosse o modelo dos políticos cristãos independente de suas convicções ideológicas políticas.
Que Deus nos ajude em tempos tão polarizados a sermos modelos de fé e conduta em um mundo caótico, de modo a quem sabe começar uma revolução social com a pregação do evangelho e transformação de vidas sem pegar em armas ou transformar o evangelho em um partido politico partidário ou identificando-o com uma ideologia.
Você é peregrino e estrangeiro não viva como alguém deste reino, mas como um súdito do Reino de Cristo, ou seja, a semelhança do Rei!