IPVM no Lar | Tiago 1.22-25

Exposição na epístola de Tiago  •  Sermon  •  Submitted
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Estudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.

Notes
Transcript
Handout
1.19–21 1. Aceitando a Palavra de Deus
1.22–25 2. Ouvindo com obediência
1.26,27 3. Servindo religiosamente

2. Ouvindo com obediência

O tom e o conteúdo do discurso do autor assemelham-se aos do Sermão do Monte feito por Jesus.
Por exemplo, Jesus termina o sermão com a parábola do construtor prudente e do insensato e diz: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha” (Mt 7.24; ver também os vs. 21 e 26).
É essa mesma idéia que Tiago expressa nestas palavras:

22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.

Nos próximos quatro versículos, vemos as seguintes partes: Uma ORDEM direta, um EXEMPLO marcante, uma RESPOSTA imediata.

a. Uma ordem direta.

A ordem tem uma parte positiva e uma negativa. (ponto e um contraponto)
Observemos, em primeiro lugar, o termo ouvintes.
Essa expressão está intimamente ligada à palavra desobediência no grego.
Tiago adverte seus leitores a atentarem para a Palavra de Deus.
Se deixarem de ouvir a mensagem de Deus, estão enganando-se a si mesmos.
Simplesmente ouvem a pregação do evangelho e, no final do culto, vão embora como se a Palavra de Deus não tivesse nada a lhes falar.
Tiago diz, ainda: “tornai-vos, praticantes da palavra”.
A fé cristã é sempre ativa, contrastando claramente com outras religiões que praticam a meditação e a inatividade.
Em uma de suas epístolas, João descreve o dever cristão de ser ativo, dizendo:
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo 3.18; ver também Ez 33.32).
Ezequiel 33.32 RA
32 Eis que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra.

23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; 24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.

b. Um exemplo marcante.

Uma figura, especialmente aquela que nos retrata como somos, vale mil palavras.
Todos os dias nos vemos no reflexo de um espelho: antes de sairmos de casa pela manhã, ao longo do dia e várias vezes à noite.
Os espelhos são parte da vida. Mas a constante volta ao espelho demonstra que nossa memória é como uma peneira.
Tiago usa a ilustração de um espelho.
Os espelhos do século 1o̱ não eram feitos de vidro, mas de metal, que era polido regularmente.
Os espelhos ficavam em posição horizontal sobre as mesas, de modo que a pessoa que desejasse ver seu reflexo precisava curvar-se e olhar para baixo.
Podia, então, ver um parco reflexo de si mesma.
Eis o ponto de comparação.
A pessoa que olha no espelho para ver sua própria imagem e logo a esquece é como a pessoa que ouve a proclamação da Palavra de Deus, mas não responde.
Ela vê seu reflexo no espelho, arruma rapidamente sua aparência externa e vai embora.
Ela ouve o evangelho sendo pregado, faz pequenas mudanças e segue seu caminho.
O evangelho, porém, não penetra no coração e não pode mudar a disposição interna do ser humano.
O espelho é um objeto usado para alterar a aparência externa da pessoa; a Palavra, contudo, confronta o ser humano internamente e exige uma resposta.
Por que a pessoa se esquece de sua aparência assim que se retira?
Parece incrível, porém é verdade. Muitas pessoas ouvem um sermão no domingo e, uma semana depois, não conseguem se lembrar de uma única palavra daquela pregação.
A pessoa que apenas ouve a Palavra e se retira não responde ao que lhe está sendo pedido.

25 Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.

c. Uma resposta imediata.

Tiago usa um sinônimo para a Palavra de Deus. Ele a chama de “lei perfeita”, fazendo com que o leitor se lembre do texto no (Salmo 19.7-11) Nele Davi canta:
O adjetivo descritivo perfeito tem um significado absoluto, e não relativo.
Quando, por exemplo, Jesus diz: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5.48), ele usa o adjetivo primeiro em um sentido relativo (para o homem) e depois em um sentido absoluto (para nosso Pai celeste).
As leis feitas e cumpridas pelo homem são temporárias e condicionadas pela cultura, linguagem e localização.
Em contraste, a lei de Deus é permanente e imutável. Ela se aplica a todos e em qualquer tempo e em qualquer situação. Ela é perfeita.
Por que a lei é perfeita?
Porque a lei perfeita de Deus dá liberdade, e só ela deixa o homem verdadeiramente livre, isto é, a lei de Deus por meio de Jesus Cristo liberta o homem da escravidão do pecado e do egoísmo.
Jesus diz: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36; consultar também Rm 8.2,15; Gl 5.13).
Dentro dos limites da lei de Deus, o homem é livre, pois vive no ambiente que Deus lhe designou.
Quando ele ultrapassa esses limites, torna-se escravo do pecado.
Enquanto obedecer à lei, ele é livre.
E, por fim, aquele que continuar a olhar dentro da lei perfeita e a obedecer a ela será abençoado.
Por que essa pessoa é feliz? Bem aventurada.
Ela sabe que “O mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos” (Sl 19.8; comparar com Sl 119.1–3).
Ela encontra felicidade em seu trabalho, em sua família e em seu Senhor. Ela sabe que a bênção de Deus está sobre tudo o que faz (Jo 13.17).
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