IPVM no Lar | Tiago 1.26-27

Exposição na epístola de Tiago  •  Sermon  •  Submitted
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Estudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.

Notes
Transcript
Handout
1.19–21 1. Aceitando a Palavra de Deus
1.22–25 2. Ouvindo com obediência
1.26,27 3. Servindo religiosamente

3. Servindo religiosamente

O que é Cristianismo prático?
Tiago dá alguns exemplos daquilo que a verdadeira religião cristã deve ser: refrear a língua, envolver-se na ajuda dos necessitados e manter-se limpo da impureza deste mundo.
Nesses dois versículos, Tiago faz uma lista de alguns exemplos que servem para a pessoa verificar sua religião.

26 Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.

Ao explicar o significado e a implicação de servir a Deus, primeiro Tiago diz aos seus leitores como servir a Deus. Então, no versículo seguinte, ele os instrui sobre como professar e praticar sua religião.

a. “Se alguém supões ser religioso”.

Essa é uma simples frase condicional expressando um fato e retratando a vida como ela é.
Uma pessoa que frequenta os cultos de um a igreja cristã pode considerar-se religiosa.
É certo que muitas pessoas acreditam que a freqüência à igreja, a oração ou até mesmo o jejum equivalem a ser religioso.
Tiago diz que não, pois tais atividades podem ser meramente uma demonstração externa. Isso é formalismo, não religião.
Então, o que é religião?
Negativamente, ela não é aquilo que o homem supõe que seja quando considera-se devoto.
Positivamente, a religião é expressa quando a pessoa fala com uma língua controlada.

b. “deixando de refrear a língua”.

O autor dessa epístola introduz a questão da língua no primeiro capítulo (1.19), menciona-a aqui ligada à religião e depois volta ao assunto de maneira mais explícita no terceiro capítulo.
Lá, ele compara a língua aos cavalos com freios na boca para que obedeçam a seus mestres.
“A língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar”, diz Tiago. “É mal incontido, carregado de veneno mortífero” (3.8). Se um homem é capaz de refrear sua língua, “é perfeito varão” (3.2).
Se uma pessoa não consegue controlar sua língua, sua religião não tem valor.
A língua rebelde presta-se à mentira, maldição, juramento, depreciação e linguagem torpe.
Do ponto de vista humano:
a palavra precipitada,
o encobrimento da verdade,
o engano sutil
Amor duvidoso são considerados insignificantes.
Porém, da perspectiva de Deus, eles são uma violação à ordem de se amar o Senhor Deus e amar o próximo como a si mesmo.
A desobediência desse mandamento anula a religião humana.

c. “antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã”.

Essa é a terceira vez que Tiago diz aos seus leitores para não enganarem a si mesmos (Tg 1.16,22,26).
Como pastor, ele está plenamente ciente da falsa religião, que não passa de formalidade exterior.
Ele sabe que muitas pessoas realizam mecanicamente as tarefas a serviço de Deus, mas seu falar as entrega.
Sua religião é superficial. E mesmo que elas não percebam, por meio de suas palavras e ações – ou a falta destas – elas enganam a si mesmas.
Seu coração não está em ordem diante de Deus e daqueles que as cercam e sua tentativa de esconder essa falta de amor só aumenta o engano próprio.
Sua religião é vã.

27 A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.

A Bíblia nos ensina um modo de vida que é agradável a Deus e ao nosso próximo.
Assim, Tiago não nos dá uma definição precisa nesse versículo, mas um princípio.

a. “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai,”.

Quando Tiago diz “Deus, nosso Pai”, ele imediatamente introduz o conceito de família.
Somos filhos de Deus, porque ele é nosso Pai.
Ele espera que tenhamos o devido respeito e amor para com ele, para com nossos irmãos e irmãs na casa de Deus e para com todas as pessoas (Gl 6.10).
Dentro da família de Deus, o amor é a característica prevalecente, pois o próprio Deus é amor.
Deus dá o exemplo. Eis alguns versículos aleatórios das Escrituras que ilustram essa característica:
Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada. [Sl 68.5]
O Senhor guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva. [Sl 146.9]
Faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro. [Dt 10.18]
Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas. [Mt 6.32]
Se, portanto, Deus dá o exemplo, ele espera que seus filhos façam como ele.
Se seguirem o exemplo de Deus, demonstrarão uma religião que é “pura e sem mácula”.
Esses dois adjetivos mostram o aspecto positivo (pura) e o negativo (sem mácula); juntos, denotam a essência da religião.
E como colocamos em prática nossa religião? Tiago dá dois exemplos:
O primeiro exemplo diz respeito às circunstâncias sociais e às condições de sua época:
“visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações”.
As condições sociais da Antigüidade eram tais que os órfãos e viúvas encontravam-se desprotegidos, pois não tinham nenhum guardião ou mantenedor.
Assim, o próprio Deus desempenhava esse papel.
Ele exortava os israelitas a serem protetores e provedores para os órfãos e viúvas (ver, por exemplo, Dt 14.29; Ez 22.7; At 6.1–6).
A pessoa que demonstra verdadeira religião cuida “dos órfãos e das viúvas em sua aflição”. Ela se dispõe a ser guardiã e protetora, vai ao encontro das necessidades e mostra para órfãos e viúvas o amor de Deus por meio de palavras e ações (Mt 25.35–40).
O Segundo exemplo:
“Guardar-se de ser corrompido pelo mundo”.
Apesar de Tiago pedir que nos envolvamos com a sociedade ajudando os necessitados ao nosso redor, ao mesmo tempo ele nos adverte para que nos afastemos do mundo pecaminoso.
É preciso nos isolarmos do mundo? Não, estamos sempre no mundo, mas não somos do mundo (Jo 17.14).
Assim, não devemos imitar os modos do mundo; pelo contrário, devemos praticar a retidão.
Ao escrever sobre a vinda do Senhor e o fim do mundo, Pedro diz: “Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por ser achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis” (2Pe 3.14; e ver 1Tm 6.14).
De certa forma, Tiago repete o que disse antes: “Despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade” (1.21).
Os membros da família de Deus têm a palavra santo escrita em sua testa. Eles sabem que “a amizade do mundo é inimiga de Deus” (Tg 4.4). Eles amam e servem a Deus em verdade e com sinceridade.
Considerações práticas em 1.26,27
Essas tarefas precisam ser mantidas em equilíbrio para que haja o bom funcionamento da igreja.
Resumo do capítulo 1
A princípio, o conteúdo do capítulo 1 parece tratar de vários ditados proverbiais sem relação entre si, ligados por palavras-chaves. Porém, depois de uma análise mais profunda, percebemos que o autor introduz temas que explicará de modo mais completo no restante do capítulo e da epístola.
Depois do prólogo (v. 1), por exemplo, o autor dá uma relação de temas sobre a prova da fé, a aquisição de sabedoria e o ser rico (vs. 2 a 11).
Então, na parte seguinte do capítulo (vs. 2 a 25), ele esclarece o tema da prova de fé ao expandi-lo, incluindo a tentação (vs. 12 a 15);
ele menciona a generosa dádiva de Deus, que é a sabedoria, e a amplia de modo a incluir boas dádivas e dons perfeitos do Pai celeste (vs. 5, 17 e 18);
e reforça o orgulho do irmão em condição humilde, colocando-o em posição elevada, na certeza de que somos como que primícias da criação de Deus (v. 18).
O último segmento do capítulo tem como temas o refrear da língua, a prática da Palavra de Deus e o viver imaculado num mundo impuro (vs. 19 a 27).
Tiago volta a esses temas nos capítulos seguintes. Na verdade, os estudiosos vêem nos três exemplos da religião pura – o refrear da língua, a demonstração de misericórdia e o manter-se incontaminado – um esboço dos próximos quatro capítulos.
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